Dando seqüência ao post da semana passada, vamos ver o outro
lado da moeda, o lado negro dos automóveis, ou o que eles se tornaram para
infernizar a vida do homem moderno.
Para uma parcela da população, os automóveis deixaram de ser
o objeto de desejo, especialmente para muitos jovens do sexo masculino que
atingem os 18/20 anos, ter um automóvel deixou de ser uma prioridade.
Cidades atravancadas pelo trânsito sempre congestionado, a
poluição decorrente da queima de combustível fóssil, o aumento de roubos e
acidentes provocados pela imprudência e bebida, a subida dos custos, não só do
preço dos automóveis, mas também da sua manutenção, com impostos, combustível,
seguros, estacionamento e demais serviços em alta, tem afastado os jovens de
querer possuir um carro como primeiro bem de consumo.
Junte-se à maior conscientização ambientalista, em que
produzir um carro, que polui durante sua vida útil e ainda vai prejudicar o
ambiente depois que for descartado, mais toda a energia desperdiçada (na
prática, gasta-se energia para deslocar uma tonelada e pouco para transportar
uma pessoa e meia no trânsito de São Paulo), e temos um cenário nada favorável
ao automóvel do Século 21.
Para estes jovens, a mobilidade deixou de ser sua prioridade, e hoje eles querem a conectividade; com seus smartphones, tablets, ipods, videogames e toda parafernália eletrônica com que interagem com o mundo à sua volta. As redes sociais aproximam as pessoas, e deslocar-se para encontrar os amigos já não parece ser tão importante assim.
Para estes jovens, a mobilidade deixou de ser sua prioridade, e hoje eles querem a conectividade; com seus smartphones, tablets, ipods, videogames e toda parafernália eletrônica com que interagem com o mundo à sua volta. As redes sociais aproximam as pessoas, e deslocar-se para encontrar os amigos já não parece ser tão importante assim.
Nova York, metrópole da nação mais motorizada do mundo, tem uma infra-estrutura
de transporte público excelente; e num estudo feito em 2012, apontou que 56%
das residências da cidade não tem carro. Washington, segunda cidade e capital
do país, com 38% de casas sem carro, seguida por Boston, com 37%, Filadélfia,
com 33% e São Francisco, 31%. A surpresa do estudo foi Detroit, a “capital do
automóvel”, onde 26 por cento das casas não têm carros.
Alguns especialistas já observam o fenômeno e preveem o
declínio da indústria automotiva, com a mudança de foco dos jovens para os artefatos
eletrônicos e digitais, viajar (não necessariamente de carro), adquirir
formação acadêmica (educação está cada vez mais cara, notadamente no Brasil).
Jovens casando-se cada vez mais tarde, usam o carro do pai ou da mãe; ou andam
de transporte público mesmo. Ainda que namorem, a possibilidade da moça ter um
carro é grande, então está resolvido seu problema de deslocamento...
A “Canção do aço que passa” já não atrai as multidões como
antes... e se para muitos hoje, o carro ainda é uma necessidade, a busca de uma
alternativa melhor mudará radicalmente o cenário em que vivemos. Sair de casa,
seja para trabalhar, fazer compras ou para lazer faz as pessoas pensarem duas
vezes antes de usar o carro.
A demanda por um transporte público eficiente, o vertiginoso
crescimento das vendas de motocicletas no Brasil, o aumento do uso de
bicicletas são a ‘ponta do iceberg’, juntando-se à piora da infraestrutura urbana
e a mudança do perfil social e profissional das pessoas, e veremos logo, logo
algo diferente acontecer.
Seria um fim inglório para uma invenção que tanto contribuiu
para o progresso da humanidade, mas que agora está se tornando o grande vilão
da história.