sábado, 30 de janeiro de 2021

Corvette - Geração C1 - 1953-1962

Assim como as linhas do Corvette impressionaram Ed Cole, engenheiro-chefe da Chevrolet, o público da Motorama de 1953 também se apaixonou pelo Corvette, porque o design era inegavelmente bonito, e sua carroceria de fibra-de-vidro era uma inovação no mercado. Sua distribuição de peso era muito boa, favorecendo a maneabilidade, junto com uma direção mais rápida, ajudava a ter a sensação de um carro nervoso. A suspensão dianteira era independente, com braços triangulares superpostos e molas helicoidais, e a traseira era por eixo rígido (por isto, esta geração ficou apelidada desolid-axle Corvettes’); e os freios eram a tambor nas quatro rodas. E o motor Blue Flame, seis cilindros em linha, de 235 cid (3.859 cc), com diâmetro dos pistões de 90,4 mm e curso de 97,5 mm; equipado com três carburadores Carter horizontais simples e duas válvulas por cilindro, rendia 150 HP de potência bruta, chegando a 170 km/h; chegou a 160 HP com alterações no comando no ano seguinte. O câmbio automático Powerglide de duas marchas, tinha a primeira bem curta, apenas para tirar o carro da inércia; enquanto a segunda era direta, para manter a velocidade de cruzeiro. O controle das variações para mais força, quando necessário, ou velocidade, era ajudado pelo conversor de torque, que funcionava sob o princípio de alavancagem hidráulica mediante uma roda de palhetas localizada entre o impulsor e a turbina, que atua até uma determinada rotação. O sistema elétrico era de 6 volts.

No entanto, mesmo para a engenharia da época, esta combinação de motor e câmbio eram patéticos para um carro esporte.

Além disso, o Corvette não era um carro barato. O valor de US$ 3.498 era 75% mais caro do que Harley Earl intencionava para o carro. Era 1.225 dolares mais caro do que o Chevy 210 Station Wagon de luxo para oito passageiros, 272 dolares mais caro do que o Chevy 150 Sedan de duas portas. Em relação ao tamanho, era muito maior do que os esportivos europeus, mas bem menor do que os sedans americanos. Media 4,25 m de comprimento, 1,77 m de largura e 1,31 de altura. Com entre-eixos de 2,493 m, bitola dianteira de 1,447 m e traseira de 1,493 m, pesava 1.310 quilos, e seu tanque de combustível tinha capacidade de 68 litros de gasolina. Os únicos opcionais disponíveis eram o aquecedor e o Radio AM com a antena embutida na tampa do porta malas.

A Revista Motor Trend testou um dos primeiros Corvette e marcou 11,5 segundos na aceleração de 0 a 60 mph. Mas a publicação não ficou impressionada com o carro. O jornalista escreveu: “Provavelmente, uma das maiores surpresas que tive com o carro foi quando fiz algumas curvas fechadas numa boa velocidade. Eu tinha ouvido falar que a Chevrolet tinha projetado uma suspensão para que o Corvette ficasse estável e aderisse bem nas curvas. Ele é melhor do que alguns carros importados que já dirigi.”.

Corvette 1953 na cor Polo White e interior Sportsman Red

Todas as 300 unidades do Corvette produzidos em 1953 eram na cor Polo White, com interior na cor Sportsman Red, pois a linha em Flint, Michigan, fora improvisada para colocar o carro em produção o mais rápido possível. Alguns problemas, como infiltração de água e portas que se abriam com o carro em movimento, foram sendo corrigidos à medida que a produção caminhava; pois o Corvette era praticamente o show-car colocado em produção. Seu grande apelo comercial era o design que cativou o público, mas o fraco desempenho do motor Blue Flame de seis cilindros, para um modelo esportivo, decepcionava os compradores e fez a má fama do Corvette no seu primeiro ano de vida. Dos 300 exemplares que foram fabricados, 255 sobreviveram e estão registrados oficialmente.

Em dezembro de 1953, o modelo 1954 já era produzido no prédio da antiga marcenaria em St. Louis, Missouri, e não mudou praticamente nada, apenas que agora poderia ser encomendado nas cores Pennant Blue, Sportsman Red, Sportsman Black e claro, ainda a Polo White. Um total de 3.640 unidades saíram de St. Louis, mas muitas delas ficaram nos concessionários por meses, e algumas por anos, à espera dos compradores. Apesar do design atraente, a menos que ele tivesse o desempenho correspondente, os compradores não estavam interessados nele. O desempenho com o motor seis cilindros Blue Flame definitivamente não correspondia ao que o visual prometia, e o público rejeitou o Corvette. Nuvens negras sobre o seu futuro começavam a se formar no horizonte da Chevrolet.

O Corvette e os demais conceitos.

O índice de vendas não foi muito promissor. No final de 1954, as concessionárias tinham 1.500 unidades encalhadas, e o ambicioso projeto parecia caminhar para um desfecho negativo. Naquela época, o carro custava US$ 3.523, quase o dobro do que Earl imaginava sobre o preço de venda. O Corvette acabou convertido em um automóvel para estudantes.

Mas as coisas começaram a mudar para o Corvette. Zora Arkus-Duntov, no seu segundo ano de GM, assumiu a unidade Corvette em 1955 como engenheiro-chefe, preocupado com os baixos números de vendas (foram apenas 700 unidades produzidas em 1955) e com o desempenho do carro, reivindicou mudanças no modelo. Concorrentes como a Ferrari 410 S e o 375 America possuíam motores V12 com mais de 300 cv. Para o ano-modelo 1956 foram feitas mudanças que não só o atualizaram, mas também revigoraram o estilo e aumentaram a potência e desempenho. Por isso, os conhecedores da marca consideram este como o primeiro Corvette “verdadeiro”, no que se refere às características básicas do esportivo.

Zora Arkus-Duntov,
Engenheiro-Chefe da Chevrolet
O lançamento do Ford Thunderbird no Detroit Auto Show, em 1954, era a resposta da Ford para o Corvette da GM. Ao invés de posicionar o Thunderbird como um carro-esporte, a Ford criou um novo segmento: o carro pessoal de luxo. Com dois lugares, e um V8 debaixo do capô, o T-Bird, como ficou apelidado, esbanjava desempenho, e era focado no conforto aos seus ocupantes. Colocado à venda em 22 de outubro de 1954, como modelo 1955, vendeu 3.500 unidades em apenas 10 dias; estimado para vender 10.000 unidades, o ano de 1955 viu 16.155 deles tomarem as ruas. Diversos comentaristas afirmam que o sucesso do Thunderbird foi o fator que fez a GM manter o Corvette em produção.

Em 1954, o então Engenheiro-chefe da Chevrolet Mauri Rose (três vezes vencedor da Indy 500), junto com o lendário Smokey Yunick instalou um V8 de 283 cid (4.637 cc) num Corvette mula de teste, recebendo o codinome EX87. Após os testes iniciais de desenvolvimento, o carro foi transferido para Duntov, na Engenharia da Chevrolet, recebendo então o código 5951.

Duntov aumentou a cilindrada de 283 para 307 cid, instalou o comando de válvulas Duntov High-Lift de sua própria concepção; também modificou o carro trocando o para-brisas por um curvo, bem menor, de plexiglass, e cobrindo o lugar do passageiro com um painel de fibra de vidro. Atrás do piloto, ele colocou um apoio de cabeça com uma barbatana, copiando o estilo do Jaguar D-Type. Levado ao Campo de Provas de GM, o carro atingiu 163 mph (262 km/h), uma marca excelente em 1955.

O Corvette EX87, início das competições.
Esse motor com estas modificações foi transferido para outro Corvette, de codinome 6901. Duntov trabalhava muito para deixar o Corvette competitivo nas pistas, e consequentemente fortalecer sua imagem no mercado. Além do comando Duntov High-Lift, ajudou a equipar o Corvette com injeção de combustível em 1957; credita-se a Zora também a primazia de equipar carros de grande produção com freios a disco nas quatro rodas.

O Corvette agora atingia a máxima de 200 km/h mas seu câmbio ainda tinha três marchas, opcionalmente podia vir com dois carburadores, capaz de desenvolver 225 hp. Neste ano, o sistema elétrico foi alterado para 12 volts, enquanto os equipados com o motor seis cilindros mantinham o sistema de seis volts.

O novo motor acarretou alterações na suspensão dianteira, e na parte dianteira do habitáculo, que geraram críticas ao novo modelo. A primeira era que os assentos ficaram um tanto elevados, prejudicando condutores mais altos, especialmente quando a capota estava levantada. A segunda era que os pedais ficaram muito verticais, o que provocava cansaço em viagens mais longas. Mesmo assim, o Corvette retomou seu espírito esportivo, com sua alma renovada pelo novo motor.

Com muitos exemplares de 1954 entupindo as lojas, em 1955, a Chevrolet restringiu a produção a apenas 700 unidades, dos quais apenas meia dúzia ainda com o seis em linha.

Corvette 1956

O Corvette 1956 foi o que determinou o padrão de dois lugares do legítimo carro esportivo americano. Mantendo o mesmo chassi dos anos anteriores, retoques na carroceria deixaram o modelo 56 realmente lindo. A grade cromada na abertura frontal, os recortes laterais dos para-lamas avançando pelas portas, a traseira com design mais limpo e arredondado; os faróis dianteiros passaram a ser mais proeminentes, o cockpit, com os assentos encaixados numa moldura na cor da carroceria que descia entre os bancos, a capota rígida removível (que ficou conhecida como “hard top”), com um vidro traseiro no lugar do plástico transparente, era oferecida como opção pela primeira vez, fez com que muitos considerem os modelos 56 e 57 como os mais belos Corvette de todos os tempos. A publicidade argumentava: “Parece diferente, e realmente é.”. Ao todo, 3.467 exemplares deixaram a fábrica, reacendendo as esperanças da GM com o modelo.

Sobre o design da lateral do Corvette, comenta-se que foi inspirado em uma versão da Ferrari 375 America, feita a pedido do cineasta italiano Roberto Rosselini para presentear a sua mulher, a bela atriz sueca Ingrid Bergman. Neste modelo único da Ferrari, o desenho original de Pininfarina sofreu alterações realizadas em Modena pelo carrozziere Sergio Scaglietti. Dentre elas, destacava-se uma cavidade na lateral, acompanhando o corte das rodas dos para-lamas dianteiros.

Não podemos esquecer que Harley Earl tinha como estratégia investir em desempenho para elevar os conceitos da GM junto ao público jovem, e a vinda de Zora Arkus-Duntov estava dentro do escopo para atingir seus objetivos. O ano de 1956 foi um marco na história do Corvette, pois foi com este modelo que a Chevrolet começou a participar de competições. O único motor V8 que tinham era o 265 cid, com carburador de quatro corpos e três versões de potência: 210, 225 e 240 hp, conforme a taxa de compressão e comando de válvulas. O câmbio de três marchas manual Borg-Warner constava junto com a Power Glide no catálogo, mas em pouco tempo, esta passou a equipar apenas 20% dos modelos vendidos.

O Corvette em Daytona Beach
No Florida Daytona Speedweeks, em fevereiro de 1956, Duntov apareceu com novos “Vettes” para John Fitch e Betty Skelton. Cabeçotes retrabalhados, compressão de 10,3 :1, e algumas peças especiais faziam o “Small Block” produzir 255 hp. Pedais de alumínio e para-brisas reduzidos para diminuir a resistência ao ar, cobertura para o assento do passageiro com o mesmo objetivo, eram detalhes que fizeram diferença. Os Corvettes fizeram bonito na prova, com Fitch atingindo 145,5 mph (234,1 km/h) e Skelton 137,8 mph (221,7 km/h); enquanto o terceiro colocado, um Ford Thunderbird chegou apenas a 134,404 mph (216,2 km/h).

Na sequência, depois de Daytona Speedweeks, nas 12 Horas de Sebring a Chevrolet levou o SR-2 de corrida; com um desenho exuberante e aerodinâmico. Conta-se que quando Harley Earl soube que seu filho Jerry iria correr as 12 Horas de Sebring com uma Ferrari 250MM, ele imediatamente começou a trabalhar num Corvette para Jerry. A Chevrolet já tinha pilotos para a corrida, mas Earl e seus designers criaram um Corvette espetacular para seu filho correr.

O Corvette SR-2 de 1956, feito para Jerry Earl correr em Sebring,
e com as alterações de 1957.

Construído sobre o chassi #1522 saído da linha de montagem, a abertura da grade foi avançada, instalaram uma cobertura cônica sobre os faróis e faróis de neblina no lugar dos piscas; afixaram dois pequenos para-brisas, aberturas no final do recorte das portas, e uma pequena barbatana vertical no centro do capô traseiro. No inverno de 1956 para 57, foi acrescentado um domo traseiro semelhante ao do Jaguar D-Type, com uma barbatana maior ainda.

Fizeram ainda um segundo Corvette SR-2 para Bill Mitchell, este pintado em vermelho, sobre o chassi #1532 que saiu das linhas de montagem em 1956. Este carro correu as 12 Horas de Sebring com o Nº 2, pilotado por Paul O’Shea e Peter Lovely; chegando em 16º lugar a 31 voltas do vencedor. Além do SR-2, havia três carros C1 com carroceria normal, apenas com a preparação de corrida, chegando o nº 3 em 15º e o nº 4 em 12º lugares, sendo que o outro nº 6 abandonou por quebra de válvulas.

Havia ainda o Corvette SS, com o nº 1, pilotado por John Fitch e Piero Taruffi, mas que não terminou a corrida por quebra da suspensão traseira.

Como curiosidade, Harlow Curtice era o presidente da GM durante o período em que o SR-2 foi desenvolvido. A equipe do Departamento de Estilo construiu um Corvette especial com traços do SR-2 para presentear Curtice. Tinha rodas raiadas, em vez das Hallibrand de competição, e foi construído sobre o chassi #1636, em 1956.

O Corvette especial de Harlow Curtice
A versão de 1957 tinha poucas mudanças em relação ao ano anterior, mas já a caixa de quatro marchas sincronizada Borg-Warner (T-10), com carcaça de alumínio, estava disponível para toda a linha Corvette. O motor cresceu para 283 cid (4.637 cc), e 220 hp. Alimentado por um único carburador de corpo quádruplo, o Corvette começava a mostrar o desempenho de um verdadeiro carro esportivo, com opcionais de um duplo carburador quádruplo, que fazia o motor gerar 220, 245 ou 270 hp, e melhor ainda, tinha a injeção de combustível mecânica Rochester, que fazia a potência chegar a 250 hp (taxa de 9,1:1) e 283 hp a 6.200 rpm (comando especial e taxa de 10,1:1), rotações bem elevadas para um V8 americano da época. A velocidade máxima atingia 215 km/h. O sistema de injeção de combustível foi visto pela primeira vez no Mercedes Benz 300SL (conhecido como “Asa de Gaivota”), dois anos antes. O sistema da Mercedes era similar à injeção de combustível dos motores Diesel, ao passo que o do Corvette utilizava um sistema de fluxo constante, e equipado com o sistema que foi denominado Rochester, produzia 290 hp no motor 283 cid. A injeção Rochester mais tarde demonstrou ser pouco confiável, pois necessitava de ajustes constantes para manter o seu bom funcionamento, sendo instalado em apenas 240 unidades. Foi um dos primeiros motores da história a atingir o índice de 1hp/polegada cúbica, fato explorado pela agência de publicidade da GM em seus anúncios. Ainda constava no catálogo a caixa manual de três marchas e a Automática de duas. Foram construídas 6.339 unidades em 1957.

Corvette 1958, o primeiro carro americano
com faróis duplos
No ano de 1958, com o motor rendendo 290 hp, as versões mais potentes do Corvette já alcançavam a velocidade de 225 km/h. Foi o primeiro carro americano a ter faróis duplos na dianteira, junto com novas entradas de ar, tornando a frente mais agressiva. O interior foi atualizado, um novo painel de instrumentos com o conta-giros diretamente na frente do motorista; e os bancos receberam novos revestimentos e cintos de segurança originais de fábrica (ao invés dos instalados pelos concessionários), e a produção saltou para 9.168 unidades no ano.

Para o modelo 1959, motores e potência não se alteraram. Os interiores foram ligeiramente revistos com novos grafismos para os instrumentos do painel e adição de um porta-luvas para o lado do passageiro. Quando equipado com o câmbio Borg-Warner de quatro marchas, recebia alavanca de mudanças em formato de “T”. Este ano-modelo foi o único em que podia ser encomendado com uma capota conversível azul turquesa; e os modelos com tanque de 24 galões não podiam receber a capota conversível devido à falta de espaço para o mecanismo da capota. Entre os opcionais disponíveis, havia freios de maior capacidade e suspensões mais firmes, rodas de aro 15, vidros elétricos e acionamento elétrico para operação da capota. O ano fechou com 9.670 unidades produzidas.

Alguns detalhes nos modelos 1960 eram as lanternas embutidas nos para-lamas traseiros, e nova grade dianteira. Incluíam também radiador de alumínio, e motores com 270 ou 290 hp, e adição de uma barra estabilizadora no eixo traseiro. Destaque para a cor Cascade Green metálica, disponível somente neste ano-modelo, e uma das mais raras entre as 140 diferentes cores que o Corvette já teve. O Corvette vai se firmando no mercado, e 10.261 exemplares foram vendidos.

Corvette 1961
No modelo 1961, a traseira foi redesenhada com traços do Sting Ray Concept e surgiram pela primeira vez as quatro lanternas traseiras, que permanecem até hoje. Os motores permaneciam com 283 cid, mas os cabeçotes foram redesenhados e fundidos em alumínio, incrementando as potências dos motores injetados de 275 a 315 hp, com comando especial. Para os motores equipados com dois carburadores quádruplos os números se mantinham entre 245 e 270 hp, e foi o último ano em que estiveram disponíveis na linha. Este modelo antecipava o desenho de alguns protótipos que estavam sendo desenvolvidos pelo Departamento de Estilo. O mercado percebeu que o Corvette estava mudando e a curva de crescimentos das vendas voltou a subir: 10.939 unidades foram vendidas em 1961.

O ano-modelo 1962 foi o último equipado com eixo-rígido na traseira. Havia dois novos motores mais potentes. A cilindrada aumentou para 327 cid (5.360 cc), com válvulas de tucho hidráulico equipando o motor de base com 250 hp e opcional de 300 hp. Tuchos mecânicos eram padrão no motor opcional carburado de 340 hp e no de 360 hp injetado. Isto o tornou o automóvel mais potente fabricado em série do mundo, superando os 240 km/h. Foi também o último modelo com faróis expostos até o modelo 2005 eliminar os faróis escamoteáveis; e também o último da ter capô acessando o porta-malas, até o modelo 1998. O ano fechou com 14.531 unidades vendidas.

Ao todo, foram produzidos 69.015 unidades da Geração C1 (a geração C1 dividiu o ano de 1962 com a geração C2).

Corvette 1962, já com o design do painel traseiro da Geração C2

EM ESCALA

Os Corvette da Geração C1 são bastante numerosos, com várias empresas produzindo modelos Die-Cast ou em Kits plásticos em diversas escalas. Dentre as mais conhecidas, temos a Mattel/Hot Wheels, Johnny Lightning, Matchbox, Greenlight, Burago, Road Signature, AutoArt, ERTL. Maisto, Jada, AutoWorld, Road Signature, Motormax, Route 66. E em kits, a Revell , AMT, Tamiya, Monogram, Aurora, MPC tem kits da Geração C1 para montar.

O modelo 1953 é o primeiro Corvette, e toda a produção do ano saiu na cor branca (Polo White) com interior vermelho (Sportsman Red), e seu design era praticamente igual ao protótipo exibido na Motorama do ano anterior. A miniatura da Mira na escala 1:18 reproduz com fidelidade os detalhes, inclusive a tela aramada dos faróis dianteiros, e a capota de lona.

Corvette 1953 - Mira, escala 1:18
O modelo 1957 verde claro é da Burago, na escala 1:18, reproduzindo bem fielmente o modelo com as alterações de design na carroçaria e o motor V8 debaixo do capô. As portas, capô dianteiro e traseiro se abrem, e as rodas dianteiras esterçam. 

O modelo 1962 com faróis duplos é da ERTL, na escala 1:18, que apareceu numa cena rápida numa loja de carros usados, no filme American Grafitti, de Spielberg. É um hardtop na cor Roman Red, com interior em preto. O teto pesava 25 kg, e podia ser retirado para se tornar um roadster.



Corvette 1962, o primeiro com quatro faróis.














Corvette 1957, Burago na escala 1:18












A Mattel tem os Corvette C1 de vários anos, em castings mais simples ou mais detalhados. O azul claro de 1958 é um da Série Real Riders, com um acabamento melhor, abre o capô do motor e rodas de resina com pneus de borracha, um Roll Bar simplificado atrás do piloto e rodas traseiras maiores do que as dianteiras: um resquício dos carros preparados para as corridas e Dragsters, muito apreciadas pelos americanos. Pode-se notar que o casting do modelo 1962 (cinza de faróis duplos) é o mesmo do de 1958, mas traz uma pintura simplificada, com recorte lateral na mesma cor do restante da carroçaria, e as rodas comuns dos Mainlines. Os modelos de 1953 (azul e preto) são Mainlines com decorações variadas que a Mattel solta a cada ano, não tem detalhes como grades cromadas ou faróis e lanternas demarcadas, assim como rodas padrões de plástico. O de 1957 é o mais fiel em termos de proporções e modelo das rodas, bem fiéis às originais da época, assim como a abertura do capô, item valorizado nesta escala.

Os modelos da Johnny Lightning tem um nível de detalhamento melhor do que o da Mattel, e o modelo 1953 reproduz muito bem o primeiro Corvette apresentado na Motorama do Waldorf Astoria, em 1953, com a capota de tecido que foi disponibilizada quando entrou em produção. O outro exemplar de 1953 homenageia o Bloomington Gold, um evento que reunia os donos dos Corvette e que passou a ter venda dos carros, daí, passou a certificar os modelos comercializados e em 1977 passou a ser o maior evento reunindo os donos, vendedores e compradores de Corvette dos Estados Unidos. Apesar das rodas não serem fiéis traz o detalhe do aramado nos faróis dianteiros. O 1957 dourado também tem bom nível de detalhes, as rodas são determinantes para elevar o nível de qualidade da miniatura, assim como o recorte lateral em cor diferente do restante da carroçaria; e o preciosismo da placa de licença abaixo da grade dianteira. O outro 1957 na cor preta vem com o teto rígido removível, e apresenta rodas e pneus esportivos diferentes dos que vinham de fábrica.
Todos os exemplares da Johnny Lightning tem abertura do capô dianteiro.

Em 2022, a Mattel lançou um Corvette 1962 Gasser, uma classe de carros preparados para arrancadas nas pistas de Dragsters que foi regulamentada em 1955 e seguiu até o ano de 1972, quando a NHRA extinguiu a categoria. A preparação, além dos motores supercomprimidos se projetando do capô, contemplava a substituição da suspensão dianteira por um eixo rígido, levantado, mais leve e simplificado, além de partes da carroçaria ou toda ela em fibra-de-vidro, com janelas de plexiglass no lugar do vidro. A miniatura se baseia no casting originalmente desenhado por Larry Wood em 2009, e tem o decal "Schmid's Chevrolet" na lateral traseira, uma homenagem ao designer dos Sets HW Track&Play Paul Schmid, que amava os Corvette.






O modelo "Mad Mouse" foi customizado com rodas da AC Custon, além de receber uma suspensão dianteira elevada mais fiel às que equipavam estes Gasser, e o modelo com a decoração "Holley" saiu em 2023.

Veja a matéria sobre os Corvette C1 na escala 1:64 em:


Os exemplares apresentados neste post fazem parte de minha coleção particular, e não estão à venda.