quarta-feira, 4 de abril de 2018

FERRARI 250 GTO

EM ESCALA
O modelo da foto é da Bburago, na escala 1:18. O modelo é bem detalhado e reproduz um 250 GTO “genérico”, com suas características aberturas no capô, saídas laterais nos para lamas dianteiros e traseiros. Os faróis têm a cobertura de plástico e há presilhas cromadas para fixar o capô do motor. Um detalhe que falta são os limpadores de para-brisas e as saídas de escape quádruplas dão uma impressão de serem um tanto desproporcionais.
O interior é preto, com volante e painel de instrumentos bem detalhados, e as portas não tem o painel de revestimento interno, assim como eram no modelo original. O cofre do motor mostra os carburadores duplos com suas cornetas cromadas e os cabeçotes em vermelho da Testarossa, mas é um tom bastante escuro. A pintura é no tradicional vermelho Ferrari e os adesivos reproduzem bem os logotipos e inscrições da época.
O porta malas tem o estepe exigido dos carros do Grupo 3 da FIA, e a parte inferior do modelo reproduz bem a parte inferior do motor, cambio e transmissão, assim como as suspensões dianteiras e traseira. Como em todos os modelos Die-Cast, há os indesejáveis parafusos de fixação aparentes, e as inscrições identificando o modelo: em tempo, este exemplar ainda é da época em que a Bburago fabricava as unidades na Itália.



Ferrari 250 GTO - Hot Wheels Mainline

O modelo da Hot Wheels na escala 1:64 é da Série Hot Wheels Garage – Ferrari, de 2011. Tem chassi de metal, exceção nos modelos que saem na Mainline, visto que as rodas são de plástico, compartilhadas com outros modelos desta linha básica. O casting é bom para a escala, troquei as rodas originais pelas da AC Custon, com cinco pontas, típicas das Ferrari.



As Ferrari 250 GTO da Hot Wheels, com rodas customizadas



UM POUCO DE HISTÓRIA
A Ferrari leiloada por US$ 38,1 milhões.
Uma Ferrari 250 GTO de 1962 se mantém como o mais caro automóvel já leiloado. Em agosto de 2014 bateram o martelo com US$ 38,1 milhões no leilão da Bonhams. 
Em se tratando de vendas privadas, o carro também bate recordes: em 2013 uma delas trocou de mãos por nada menos do que US$ 52 milhões; e uma 250 GTO 1963, chassis número 4153 GT, foi adquirida do colecionador alemão Christian Glaesel por David McNeil, dono da WeatherTech, uma fabricante de tapetes automotivos, pela bagatela de US$ 70 milhões. Essa Ferrari 250 GTO venceu o Tour de France de 1964 (com Lucien Bianchi e Georges Berger) e chegou em quarto lugar na edição de 1963 das 24 Horas de Le Mans. À época, o carro foi pintado de prata, com uma faixa amarela no capô – exatamente como está hoje.
Projetado para competir, as regras exigiam que um carro tivesse pelo menos 100 exemplares construídos para serem homologados nas competições. Não se sabe como, a Ferrari só fez 39 exemplares deste modelo, até hoje considerado como uma das mais belas Ferrari já feita. Um comentário diz que Enzo numerou os chassis dos carros com intervalos variados, de modo que desse a impressão de que havia mais unidades do que realmente havia construído, burlando os fiscais que estavam encarregados de certificar o carro para competir.
O modelo é um Grã-Turismo produzido de 1962 a 1964, para competir no Grupo 3 da FIA (Federação Internacional do Automóvel) abrangendo os carros de Grã-Turismo. Vem daí sua nomenclatura de GTO ou Gran Turismo Omologato.
Dos 39 exemplares fabricados, Dois eram protótipos, feitos em 1961, dos quais apenas um sobrevive, o outro foi desmontado em algum momento. Em 1962 e 63, 32 exemplares eram da Serie I, três unidades 330 GTO com motores de 4 litros; uma unidade com carroçaria semelhante à da 250 LM. Em 1964, três unidades foram feitos da Serie II com atualizações mecânicas, e no mesmo ano, quatro unidades da Serie I foram atualizadas com as especificações da Serie II.
Desenvolvida por Giotto Bizzarrini, Carlo Chiti e Mauro Forghieri, em 1962 diversos engenheiros foram demitidos por Enzo e apenas Forghieri seguiu com o projeto junto com a construtora Scaglietti.
No aspecto mecânico, ela era equipada com o motor cujo código era 168/62, um V12 a 60º de Gioacchino Colombo, aplicado nas Testarossa e na 250 GT SWB; com 3 litros, cárter seco e seis carburadores duplos WEBER 38DCN, produzindo cerca de 300 HP. O câmbio era de cinco marchas com um sistema Synchromesh da Porsche. O chassis com tubos ovalados, soldado à mão, foi projetado com uma geometria para redução de peso, incorporava a suspensão dianteira com braços em “A” e traseira de eixo rígido com barra Watt. Havia freios a disco nas quatro rodas, que eram as Borrani raiadas com porca única.
A carroçaria era de alumínio, e Bizzarrini buscou mais velocidade e estabilidade, estudando melhor a aerodinâmica, aperfeiçoando o design no túnel de vento da Universidade de Pisa, assim como em vários testes de pista e nas estradas. Assim, o nariz foi alongado, a abertura do radiador diminuída, e várias aberturas no nariz do carro tinham coberturas removíveis.
Os testes mostraram a necessidade de adicionar um spoiler na traseira do carro, assim como revestir o fundo dele para melhora o fluxo de ar, usando até mesmo o tanque de combustível na traseira para extrair o ar que passava sob o chassi.
Estes detalhes foram a maior inovação técnica na época, comparada às Ferrari anteriores, e foram pioneiros, pois anos depois Colin Chapman utilizou os mesmos princípios para a fama da Lotus na Formula Um.
O interior da 250 GTO era bem espartano, assim como convinha a um carro de corridas. Não havia velocímetro, os assentos eram de couro, mas não havia revestimento de carpete no piso nem nas portas, e a ventilação era feita por aberturas externas. Foi nela que apareceu pela primeira vez a grelha de encaixe das marchas no console central, até que o sistema de “paddle-shifts” atrás do volante o substituísse nos anos 2000.
Como os carros eram de corrida, várias alterações foram aplicadas, de modo que dificilmente encontramos dois exemplares iguais. Variações nas entradas de ar, e apliques na carroçaria eram comuns, até porque, após cada corrida, havia necessidade de reparar alguns danos e assim, as modificações eram feitas pela própria Scaglietti ou outros donos de equipe.
Em 1964, Forghieri modificou alguns itens do motor, cambio, chassis e interior da cabine, designando-se agora como GTO 64 Serie II. O visual era parecido com a 250 LM, apesar do motor não estar entre eixos na traseira. Três carros foram produzidos nestas especificações e quatro exemplares da Serie I foram atualizados com estas características.
Ainda três 330 GTO Especiais foram fabricados, utilizando os chassis e carroçaria da Super America 400, tinham uma protuberância no capô que os distinguia dos modelos anteriores, e foram usados e testados pela Scuderia Ferrari antes de serem vendidos a clientes particulares.
A Ferrari 330 preparada para Le Mans em 1964
Elas foram construídas com as 24 Horas de Le Mans em mente, e os chassis eram um pouco mais longos, com o motor V12 de 3.967 cc posicionado um pouco mais baixo, para melhorar o coeficiente aerodinâmico para as altas velocidades atingidas no circuito francês. Também equipado com os seis carburadores WEBER, gerava 400 HP a 7.500 RPM. Para aliviar o peso, as janelas laterais e traseiras eram feitas de Plexiglass.
O quarto exemplar desta série foi inscrito para as 24 Horas de Le Mans de 1963, e chegou em 5º na classificação geral e foi vitorioso na sua classe, correndo com Jack Sears e Mike Salmon. O carro foi cronometrado a mais de 300 km/h na reta de Mulsanne.

FERRARI 250 GTO BREADVAN
Este modelo foi construído como exemplar único em 1962, baseado num exemplar da 250 GT SWB, de chassi 2819 GT, pelo próprio Giotto Bizzarrini, que havia saído da Ferrari e contratado por Giovanni Volpi, da Escuderia Serenissima, de modo a tornar competitiva contra as 250 GTO. A situação foi criada porque Enzo se recusou a vender as GTO para Volpi, por ter roubado seu engenheiro- chefe e braço direito nas competições.
O carro havia competido no Tour de France, chegando em 2º lugar com Olivier Gendebien a Lucien Bianchi. Ele foi vendido por Gendebien para Volpi logo depois da competição, e tinha a carroçaria de alumínio e um mínimo de acabamento, e o mais potente motor Tipo 168, com 286 HP e cabeçotes da Testarossa.
Bizzarrini aplicou ideias que havia desenvolvido para a GTO, e juntamente com o designer de carroçaria Piero Drogo, criaram um corpo aerodinamicamente avançado, ainda mais baixo do que a da GTO, com o teto estendido dramaticamente na traseira, seguindo as teorias aerodinâmicas de Kamm. O resultado foi um aspecto de Shooting Brake (como as “peruas” são denominadas na Inglaterra), que a imprensa francesa apelidou de “Le Camionnette (picapinha), enquanto os ingleses a chamaram de “Breadvan”, em alusão aos furgões antigos que entregavam pão e leite.
Bizzarrini recuou o motor e o radiador mais em direção ao centro do carro, e o instalou mais baixo por trocar o cárter por um seco. Os carburadores WEBER 46 DCN foram substituídos por seis WEBER 38 DCN, e a caixa de quatro velocidades foi mantida original. Giorgio Neri e Luchiano Bonacini, ambos de Modena, foram contratados para executar todas as modificações e fazer a preparação para a corrida. O resultado das mudanças, completado em 14 dias, foi um carro significativamente mais leve do que o GTO: 935 kg contra 1.000 kg de um típico GTO.
Fez sua estreia nas 24 Horas de Le Mans de 1962; e ultrapassou rapidamente todas as Ferrari 250 GTO, mantendo-se em quarto lugar, quando a quebra do cardã o fez abandonar a corrida. Os resultados obtidos em outras corridas provou que o design funcionava: venceu em sua classe GT em duas corridas na temporada de 1962. Sua última vitória foi na Copa Gallenga de Subida de Montanha em 1965, e desde 1973, aparece regularmente nos principais eventos históricos através do mundo, tais como a Monterrey Historic Automobile Races, o Goodwood Festival of Speed e Tour Auto.

TROCANDO DE MÃOS
A Ferrari leiloada pela Bonham's por US 38,1 milhões.
Em outubro de 2013, a Ferrari GTO (chassi 5111) de 1963 que foi pilotada por Sir Stirling Moss foi vendida pelo colecionador Paul Pappalardo, de Greenwhich, Connecticut, pelo valor de US$ 52 milhões a um comprador não identificado; e a transação foi confirmada por três especialistas ao site da Bloomberg. O veículo tem o chassi número 5111, e dados históricos comprovam que o carro venceu o Tour de France em 1963. Pappalardo havia adquirido o modelo em 1974, após ser restaurado, participava com ele em eventos de corridas históricas.
Em agosto de 2014, um modelo 250 GTO de 1962 com numeração de chassi 3851GT, alcançou a cifra de US$ 38,1 milhões, tornando-se até então o mais caro automóvel jamais leiloado a um colecionador. O carro participou de diversas corridas e seu registro é marcado por reformas e reparos devido a acidentes sofridos nos anos de competições. Um relato sobre o carro é que dois meses depois que foi comprado por um esquiador medalhista olímpico, bateu o carro contra a lateral de um edifício e veio a falecer pouco depois. Presume-se que este exemplar é o que foi comprado por John Collins, da Talacrest, concessionária Ferrari em Ascot, Berkshire, que pagou 518 mil libras pela placa “250” para afixar em uma das três Ferraris que possue.
A placa com os números 250.
Em junho de 2018, uma Ferrari 250 GTO de 1963, chassis 4153 GT foi vendida em uma negociação particular por US$ 70 milhões (R$ 266.700.000,00 ao câmbio de 3,81 de junho/2018). Sua história começa com a Ecurie Francorchamps, da Bélgica, onde competiu por dois anos, e finalizou em quarto lugar na 24 Horas de Le Mans de 1963 com Pierre Dumay e Léon Dernier, venceu também o Tour de France (10 dias pelas estradas francesas) nas mãos de Lucien Bianchi a Georges Berger em 1964. Competiu nos anos seguintes até 1969, quando se retirou do cenário automobilístico até os anos 1980, quando o francês Henri Chambon o adquiriu e participava de eventos históricos, até ser vendida para o suíço Nicolaus Springer em 1997.
A 250 GTO vendida em junho de 2018 por US$ 70 milhões
O modelo passou por uma restauração pela DK Engineering, especialistas em Ferrari no Reino Unido, e James Cottingham, da empresa, comentou: “Esta é sem dúvida uma das melhores 250GTO em existência, em termos de história e originalidade. Seu histórico de competição é muito bom. Ela venceu o Tour de France, que é um grande resultado, e foi quarto no geral em Le Mans, que é um mega resultado. Ela correu pela Ecurie Francorchamps, que é uma das mais icônicas e famosas equipes independentes da Ferrari. Ela nunca sofreu nenhum grande acidente e está com um alto índice de originalidade”.

O comprador é David MacNeill, colecionador americano e CEO da Weather Tech, fabricante de tapetes e acessórios automotivos. Ele possui outras Ferraris em sua coleção, e agora faz parte do seleto grupo de proprietários da 250 GTO, que inclui o baterista do Pink Floyd Nick Mason.
A Ferrari 250 GTO de US$ 48 milhões.


Em 24 e 25 de agosto de 2018, a Sotheby’s levou a leilão uma Ferrari 250 GTO de 1962, a terceira das 36 unidades construídas, e uma das sete unidades construídas pela casa Scaglietti. O exemplar atingiu a incrível cifra de US$ 48,405 milhões, tornando-se o mais caro veículo vendido em um leilão.
A Ferrari tem o chassi 3413, e foi pilotada por ninguém menos do que Phill Hill e Mauro Forghieri, como test-car na Targa Florio daquele ano. Adquirida pela esposa de Edoardo Lualdi-Gabardi, foi pilotada por ele em diversas competições até abril de 1963. Outros pilotos que correram com este caro foram Gianni Bulgari e Marizio Grana (Targa Florio 1963), Corrado Ferlaino e Luigi Tarramazzo (Targa Florio 1964), sendo o último piloto a correr com ela David Piper, no REDEX Trophy, em Brands Hatch em dezembro de 1965.

Desde então, passou por diversos proprietários e coleções, até ser leiloada em 2018 pela casa Sotheby’s.

REFERÊNCIAS:









segunda-feira, 2 de abril de 2018

Produtividade e o nosso tempo no trânsito

Numa cidade grande como São Paulo, reclamar do trânsito é normal, acabamos considerando inevitável enfrentar congestionamentos para chegar ao trabalho, ou qualquer compromisso em que chegar na hora é importante.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) realizou a pesquisa 'Volumes e Velocidades' em 1977, em que apontava uma velocidade média de 20,6 km/h na parte da manhã e de 23,9 km/h no período da tarde. Os dados atualizados de 2016 indicavam uma melhora nos horários de pico da manhã para 25,5 km/h e uma piora no da tarde, para 20,9 km/h. A região metropolitana de São Paulo conta com 8,4 milhões de veículos; o dado mais antigo que o DETRAN possui é de 2008, quando apontava 6,3 milhões de veículos.
Chamou minha atenção uma postagem de uma ex-colega de trabalho, reclamando que leva quase uma hora para cobrir o trajeto de 4 quilômetros de casa ao trabalho.
Velocidade média de 4 km/h, mais lento do que ir a pé...
Fiquei solidário com ela porque eu também ficaria inconformado em levar tanto tempo para cobrir um trecho que seria mais rápido se andasse a pé...
Aí, comecei a pensar no desperdício de tempo que ela tem, mas do ponto de vista empresarial, um colaborador que gasta uma hora só pra chegar no emprego, gasta outra hora para chegar em casa; são duas horas por dia "improdutivas" - entre aspas, porque hoje temos diversas ferramentas com as quais podemos aproveitar mais o tempo enquanto fazemos outras coisas.
Para um expediente de 8 horas, duas horas no trânsito são 25% do tempo em que a pessoa não está produzindo nada!
Quanto disso poderia ser aproveitado pelas empresas, até porque a maioria dos colaboradores não fica somente as 8 horas regulamentares. A cobrança por resultados, sobrecarga de tarefas, a ambição por uma promoção, e até desejar fazer o seu melhor podem ser os fatores para ficar até mais tarde no emprego.
Várias empresas já tem pessoas fazendo "home-office" em um ou mais dias por semana.
Numa cultura tradicionalista como a brasileira em relação ao trabalho, "ver" o funcionário trabalhando parece dar mais segurança ao chefe... Certo, algumas funções não são passíveis de serem realizadas fora da empresa, mas tantos cargos e funções dentro de uma grande companhia poderiam ser executadas em qualquer lugar do mundo, com a mesma ou até maior eficácia do que se estivesse entre as quatro paredes da empresa.
Numa época em que tantos buscam uma maior qualidade de vida, "ganhar" duas horas por dia podem fazer toda a diferença para viver melhor, e por que não dizer, "trabalhar melhor"?
É óbvio que uma pessoa mais feliz e satisfeita com sua vida pessoal, vai ter um desempenho profissional melhor. As empresas deveriam dar atenção a estas "horas perdidas" nos deslocamentos de seus colaboradores, e passar do discurso para a verdadeira prática, de descentralizar as equipes de trabalho, reduzir custos operacionais com grandes sedes e escritórios abarrotados de pessoas e máquinas; e contribuir para uma vida melhor em cidades como São Paulo.
Uma pesquisa organizacional feita pela Pryce-Jones em 2010 indicou que nas organizações, as pessoas mais felizes em comparação com as menos felizes, são 108% mais engajadas, 82% mais satisfeitas, 50% mais motivadas, 47% mais produtivas e 25% mais eficientes e eficazes.
O trânsito agradece, e com certeza, as pessoas também.

Referências:
https://www.slideshare.net/joaovictorsoaressampaio/vicente-gomes-fib-nas-organizaes-nov2012-fortaleza-15767411
https://noticias.r7.com/sao-paulo/em-quatro-decadas-velocidade-media-subiu-apenas-5-kmh-em-sp-10082017