segunda-feira, 29 de novembro de 2021

1959 [Corvette] Stingray Racer

 

1959 Sting Ray Racer em Elkhart Lake, Junho 1959. Foto: GM Archives
A história do Stingray Racer começa com o fim do Corvette SS, carro de corrida criado em 1957 pela GM para competir nas 24 Horas de Le Mans, mas sua curta carreira terminou quando a AMA (Automobile Manufacturers Association) proibiu as montadoras de participar, ou apoiar oficialmente as competições automobilísticas. Neste ano, Bill Mitchell visitou o Turim Auto Show, e seus olhos foram atraídos pelo baixo, agressivo e aerodinâmico design de um FIAT 750, preparado pela Abarth e encarroçado por Pininfarina segundo os conceitos do “streamliner”, com destaque para as protuberâncias sobre as rodas, num corpo muito rebaixado.

O FIAT Abarth 750 encarroçado por Pininfarina, no Turim Auto Show de 1957

Outro carro que chamou a atenção de Mitchell foi o Alfa Romeo Disco Volante, com sua linha de cintura marcante separando a parte superior da Carroçaria da inferior. Isto e os ressaltos sobre os paralamas foram elementos que Mitchell utilizou para criar o conceito para o Corvette Racer.

O Alfa Romeo Disco Volante


Apesar da proibição da AMA das montadoras participarem de competições, Bill Mitchell, Vice-Presidente de Estilo da GM queria de todo modo construir um novo carro de corridas, então comprou o chassi-mula do Corvette SS por US$ 1 (posteriormente, numa entrevista, tanto ele como Larry Shinoda comentaram que o valor foi de US$ 500). Era um chassi tubular de aço cromo-molibdênio, com 2.337 cm de entre-eixos, bitolas de 1.308 cm na dianteira e traseira; braços desiguais na suspensão dianteira e um eixo De Dion e conjuntos de mola-amortecedor nas quatro rodas. Os freios eram a tambor (havia intenção de trocá-los por freios a disco), nas rodas dianteiras e junto ao diferencial Hallibrand na traseira. O motor que equipava este chassi era um V8 small-block de 283 cid (4638cc) com 315 hp a 6.200 rpm, torque de 295.00 ft·lbf (400 N·m) @ 4700 rpm, cabeçotes de alumínio, comandos Duntov no cabeçote e uma injeção de combustível Rochester Ramjet; e a taxa de compressão era de 11:1. O câmbio era uma caixa de quatro velocidades Borg-Warner T-10 manual com carcaça de alumínio. As rodas eram também da Hallibrand em magnésio.

O novo design de Peter Brock se baseou no Q-Corvette XP-96 conversivel, com uma carroçaria de fiberglass com reforços de alumínio, conseguindo um peso a seco de 977 kg, 450 kg mais leve do que os Corvette de linha da época. Larry Shinoda acabou finalizando os detalhes da carroçaria e ajustando-a ao chassi. O carro ficou pronto em meados de 1959, e Mitchell queria colocá-lo nas pistas; mas foi advertido pela direção da GM que teria de fazê-lo por seus próprios recursos, além de não poder identificar o carro com nenhum emblema ou nome que o associasse com a GM, o Corvette ou a Chevrolet.

O Stingray Racer no Marlboro Motor Raceway


Pintado na cor vermelha, o Stingray Racer correu no Marlboro Motor Raceway, próximo a Upper Marlboro, em Maryland, em 18 de abril de 1959, pilotado pelo dentista-corredor nas horas vagas Dr. Dick Thompson, terminando em quarto lugar na geral e primeiro em sua classe. A potência do motor foi reduzida para 280 hp para aumentar a confiabilidade e resistência.

Durante a temporada de 1959, as seções da frente e traseira foram refeitas com espessura de apenas 1,5 mm, com reforços de madeira balsa. Isso reduziu o peso em 34 kg, mas os painéis flexionavam com a pressão aerodinâmica. Mais tarde, o carro recebeu uma nova Carroçaria, ainda mais leve, ficando com o peso de 907,2 kg a seco ou 1.070,5 abastecido com óleo e combustível.

Na pista, percebia-se que a frente do carro tendia a ficar muito leve nas velocidades acima de 140 mph (225 km/h). Para reduzir o efeito, as molas traseiras foram calçadas para levantar a traseira, deixando o carro mais inclinado à frente. Com Thompson ao volante, o Stingray Racer venceu o SSCA National Championship de 1960.

As linhas do Stingray inspiraram o Conceito do Mako Shark

Mesmo correndo com uma equipe independente, Mitchell foi pressionado a tirar o carro das competições, seguindo a recomendação da AMA. A breve carreira do Stingray Racer chegou ao fim, mas com algumas alterações, como um para-brisas maior e um assento para o passageiro, se tornou um carro que podia ser dirigido em vias públicas. Pintado de prateado, Mitchell passou a usar o carro para os seus deslocamentos e também nos fins-de-semana, e era exibido pela GM em algumas mostras como um carro experimental. Seu design influenciou o estilo do protótipo XP-720 de 1960, e serviu de base para o Mako Shark (I) de 1961, e junto com os esboços do Q-Corvette foram a base para a Geração C2 do Corvette lançado em 1963.

Outras alterações efetuadas no carro foram os freios a disco Dunlop, o motor foi substituído por um V8 Small-block de 327 cid (5,4 litros), e por fim, ganhou um V8 Big-Block de 427 cid (7,0 litros). Num artigo escrito em 2012, reportou-se que o carro estava equipado com um V8 Small-Block de 350 cid (5,7 litros) com uma injeção de combustível mecânica da época.

Bill Mitchell discutindo sobre o Stingray Racer com Batista Pininfarina


Aposentado como carro de exibição, passou a fazer parte do acervo da GM Design Center. Depois que ganhou uma restauração pela Equipe de Design da GM, sob a direção de Ed Wellburn, logo após ele ser nomeado Vice-Presidente de Design Global. O Stingray Racer marcou presença em dois filmes: Clambake, de 1967, numa produção com Elvis Presley; e em 2014, em Transformers: Age of Extinction. Participou do Amelia Island Concours d’Elegance em 2013 e voltou a marcar presença no mesmo evento de 2019.

EM ESCALA

O Stingray Racer feito pela AutoArt, na escala 1:18 é bem fiel ao original, reproduzindo o modelo depois das alterações que Mitchell efetuou para andar com ele nas ruas. Traz a pintura prateada, estão lá o banco do passageiro (cinto de segurança só para o piloto), com os novos para-brisas, e o interior bem detalhado, com o painel de instrumentos, console com a alavanca de câmbio, volante e pedais. Os ressaltos sobre as rodas são bem pronunciados, assim como o central sobre o capô dianteiro, para acomodar o sistema de alimentação do V8.







O capô dianteiro e o traseiro, bem como as portas se abrem, e as rodas dianteiras esterçam ao girar o volante. O motor V8 é bem reproduzido, tem cabos de vela saindo do distribuidor para os cabeçotes, e mangueiras de água ligando-se com o radiador à frente do carro. O chassi tubular acomoda o motor, as suspensões e o suporte do capô (flip-nose) que se abre para frente. O capô traseiro se abre, revelando o tanque de combustível, o estepe e o final do chassi tubular.





O exemplar da Hot Wheels também reproduz o mesmo modelo do Stingray Racer, logicamente com detalhes sacrificados pela escala 1:64, mas as proporções são bem adequadas.

https://en.m.wikipedia.org/wiki/Corvette_Stingray_(concept_car)

https://corvettestory.com/1959-stingray.php

 

 

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