quinta-feira, 21 de março de 2013

Fazer o que gosta ou gostar do que faz?

Fantasia 2000 - Buscando a felicidade na Nova York dos anos 30.

Sempre que abordamos o tema empreendedorismo, uma premissa para ter sucesso é abrir um negócio na área que você mais tem conhecimento, ou se empenhar num setor em que mais gosta de atuar.
Também, diversos consultores tem citado o aspecto de se fazer o que mais aprecia como um item para melhorar a qualidade de vida, e combater o ‘stress’ da atividade profissional.
São argumentos válidos nesta grande diversidade de situações e cenários em que o mundo se transformou nas últimas décadas, e seguramente, aumentam as possibilidades de sucesso em qualquer empreendimento ou negócio.
O que não podemos desperceber é que em toda atividade que exercemos, há aspectos dos quais gostamos mais, e outros que não apreciamos tanto. Romário ficou famoso por não gostar de freqüentar os treinos, polarizando as opiniões sobre se ‘o que é bom já nasce feito’; em contraponto com o que se relata sobre Ayrton Senna, que treinava com seu kart, por horas a fio, mesmo debaixo de chuva, aperfeiçoando sua habilidade de andar forte no molhado.
Seja em que atividade exerça sua profissão, todos nós passamos por esta situação, e com certeza, a maioria das pessoas trabalha naquilo que não é o que mais gosta de fazer.
Pagar contas e sobreviver sozinho ou com uma família acaba priorizando nossas escolhas, e mesmo que você seja um felizardo que trabalha no que mais gosta, há alguns aspectos do trabalho que delegaria a outros sem piscar.
A saída pode ser passar a gostar daquilo que faz, pois sabemos que isso pode gerar motivação para fazer o nosso melhor.
Por falar nisso, uma comparação que uso em minhas palestras é o ocorre quando se faz uma solicitação de tarefa para nós, brasileiros:
- “Você pode fazer isso ou aquilo para mim?”
- “Claro. Vou fazer o possível!” é a resposta normal.
Já os americanos, quando recebem o mesmo pedido, respondem:
- "I’ll do my Best!” ou “Vou fazer o meu melhor!”
Fazer “o que é possível” é muito diferente de “fazer o meu melhor”.
Então, para fazermos sempre o nosso melhor, é preciso não só gostar daquilo que faz, mas também, mesmo não gostando tanto do seu trabalho, fazer o seu melhor, se empenhar por entregar um trabalho de qualidade, que vá além de “cumprir tarefa”, antecipar o prazo, ou encantar o seu “cliente”; a pessoa que solicitou a sua ajuda.
Na animação dos Estúdios Disney, Fantasia 2000, o segmento Rhapsody in Blue, de George Gershwin, narra as insatisfações de três personagens da Nova York nos anos 30 – no estilo consagrado de Al Hirschfeld, cartunista do New York Times  –  e a alegria de fazer aquilo que realmente gostam. Conta-se que quando foi contactado para que Rhapsody in Blue fosse baseado no estilo de suas caricaturas, disse que se fosse 50 anos mais jovem, teria pegado um trem no dia seguinte para trabalhar no projeto. A animação foi mostrada a ele pouco antes de completar 96 anos, e sua esposa Louise comentou que foi o melhor presente de aniversário que poderia ter recebido.
Entre tantas demandas para ser um ou uma excelente profissional, um zeloso pai ou mãe de família, um amigo ou amiga leal, é fundamental cuidar de nossa felicidade. Uma pessoa de bem consigo mesma, com sua auto-estima equilibrada, e uma visão otimista do mundo, sempre terá um rendimento melhor.
E quem é que não quer ser o melhor?



Nenhum comentário:

Postar um comentário