Uma das celebrações mais antigas é a Páscoa Judaica, em que se relembrava a libertação dos israelitas da escravidão do Egito, com Moisés confrontando o Faraó, e as 10 pragas que assolaram o Egito terminando com a morte dos primogênitos, e a nação indo para a Terra Prometida, uma terra que manava leite e mel.
Devido à importância do fato, ordenou-se aos israelitas que relembrassem este evento todos os anos, comendo pão não fermentado e um cordeiro assado, cujo sangue foi aspergido nas ombreiras das portas das casas dos israelitas para que o anjo de Deus não entrasse naquela casa e matasse o primogênito da família. A data era a mesma em que foram libertados, 14 do mês de nisã, segundo o calendário judaico.
Jesus, como israelita que era, também celebrou a Páscoa conforme os costumes de seu povo, comendo o pão ázimo e o cordeiro na noite do dia 14 de nisã, junto com seus apóstolos, no ano 33 de nossa Era Comum.
Segundo os desígnios divinos, Jesus, que em muitas passagens foi chamado de o "Cordeiro de Deus", deveria ser sacrificado no dia da Páscoa, para simbolizar a libertação das pessoas para que pudessem alcançar uma nova Terra Prometida, um paraíso em que teríamos uma vida perfeita sem sofrer os efeitos da imperfeição e da morte.
A mudança era que esta possibilidade deveria ser estendida não apenas para os judeus, mas para toda a humanidade. Então, na noite de 14 de nisã de 33 EC, depois de Jesus celebrar a Páscoa Judaica, e Judas sair para trair a Jesus, ele celebrou com seus 11 apóstolos um novo pacto "para um Reino, para que senteis em tronos". Passou para todos comerem do pão ázimo e tomarem do vinho, representando o corpo de Jesus e o sangue que ele iria derramar em favor de todos os que depositassem fé nele, para alcançar a Vida Eterna.
Os detalhes sobre esta noite dramática são mais do que conhecidos de todos, assim como os fatos que se seguiram sobre a sua ressurreição depois de três dias e suas aparições posteriores para os apóstolos e outras pessoas, e também a sua subida aos céus 40 dias depois.
Os cristãos então, passaram a celebrar este novo pacto que Jesus fez com seus seguidores, no dia 14 do mês de nisã.
Tudo ia bem nos primeiros anos e décadas.
A confusão toda começou quando a igreja se tornou um instrumento dos governos para dominar o povo, e deixando de seguir as orientações de Deus, começaram a misturar conceitos e tradições não cristãs para que as pessoas de outras religiões aceitassem mais facilmente os dogmas do governo que dominava o cenário político da época.
Ritos de fertilidade eram comuns nos templos "pagãos", onde prostitutas serviam àqueles que queriam ter uma família numerosa (símbolo de prosperidade). Ovos representando a continuidade da vida eram elementos óbvios em outras culturas não cristãs; assim como a figura dos coelhos facilmente associados à multiplicação da descendência remetiam à preservação da vida contra a morte.
O amálgama destes vários elementos pode ser visto em todo o mundo globalizado, em que se seguem tradições nem sempre conhecidas pelas pessoas que as praticam. E a Páscoa com certeza é uma delas.
Distorcida pela igreja, banalizada pelo comércio, globalizada pela tecnologia, a Celebração da Páscoa Cristã perdeu seu verdadeiro significado, o de relembrar o sacrifício de Cristo, abrindo a oportunidade de ter seus pecados perdoados e usufruírem a esperança de chegar ao Paraíso original.
Nem sempre as pessoas questionam os valores por trás de certos costumes e tradições, e para alguns, isto não tem grande importância, pois a fé e o zelo pelos conceitos corretos não são características presentes em muitos hoje.
À parte do humor extraído da Crônica de Luis Fernando Veríssimo, fica a certeza de que hoje se faz tanta coisa sem nem saber exatamente porquê, e o desconhecimento das origens de certas datas faz as pessoas aceitarem conceitos que acabam sendo contrários aos que Deus deseja que tivéssemos.
Leia a crônica de Veríssimo e reflita um pouco sobre alguns dos costumes de nossa civilização, sem pé nem cabeça.
http://www.paralerepensar.com.br/verissimo_duvidaspascais.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário