Desde que o ser humano se conscientizou sobre a passagem do tempo, e a curta duração da vida em relação ao mundo que nos cerca, ele tenta se eternizar, deixando sua marca para assinalar às gerações futuras a sua passagem por este mundo.
Desde as pinturas nas paredes das cavernas, pirâmides e templos, cidades e obras de expressão artística refletem o desejo de se eternizar no tempo.
Até mesmo colocamos o nosso nome em nossos filhos, apondo o "Junior", "Filho" ou "Neto" para nos diferenciarmos, mas com certeza é um desejo velado de nos eternizarmos. Bilhões são gastos para camuflar ou adiar os sintomas da velhice, desde um simples creme facial contra rugas até as cirurgias plásticas para ficar com uma aparência alguns anos mais jovem.
Por outro lado, a renovação das células de nosso corpo deveria ser indefinida, pois os cientistas consideram o corpo humano como a máquina mais perfeita jamais concebida, e não compreendem por que em determinado momento, ele vai se degradando até parar de funcionar.
É certo que as células cerebrais, os neurônios, não se reproduzem, mas mesmo elas acabam morrendo. Milhões delas morrem durante a vida média de um ser humano, e este índice aumenta com a idade. Uma teoria sobre o envelhecimento diz que as células vão perdendo a eficácia devido ao desgaste.
No entanto, os sistemas vivos tem um grande poder de regeneração, até o ponto de criar um novo membro perdido, no caso de alguns répteis. Como este mecanismo poderia ser "ativado" para o ser humano reconstruir partes danificadas do nosso corpo?
Ponce de León procurou a fonte da juventude na região que hoje é a Florida, nos Estados Unidos. Ele se baseava na mitologia grega de um Rio da Imortalidade que saía do Monte Olimpo, e que Hera se banhava nele para sempre parecer jovem e linda perante seus marido Zeus. Outros relatos vêm da mitologia Hindu, que Alexandre, o Grande, procurou durante a sua expedição de conquista ao Oriente; os sumérios tinham o relato sobre Gilgamesh, personagem semi-deus que busca a eternidade depois que seu amigo Enkidu morre.
"O Retrato de Dorian Gray", de Edgar Alan Poe é famoso permanecer sempre jovem, ao passo que seu retrato envelhecia.
Seria possível um ser humano viver para sempre?
Tema recorrente da teologia em diversas religiões, e em livros e filmes, o desejo de viver para sempre está em nossos corações: a passagem em Eclesiastes capítulo 3, versículo 11 diz que Deus (que é eterno) colocou este conceito em nossos corações; por isso, queremos nos manter vivos não importa qual a nossa situação na vida.
Ninguém quer morrer.
Mas o que faria se pudesse realmente viver para sempre, sem morrer jamais?
Com a realidade da morte muito presente hoje, é difícil para nós concebermos uma vida sem fim.
O primeiro aspecto que perderia o sentido seria o contar o tempo. Todos vivemos sob a tirania do relógio, em que o tempo nunca é suficiente para fazermos aquilo que gostamos.
"Aproveitar o tempo" não teria mais sentido, visto que teríamos todo o tempo para fazer o que desejarmos, não importando mais a quantidade de tempo necessária para tal coisa.
Poderia empenhar todo o tempo em sua diversão preferida, viajar até o ponto mais distante que gostaria de visitar no continente em que vive, desenvolver uma habilidade, estudar um assunto e dominar qualquer técnica seriam possíveis, com a eternidade ao seu dispor.
Quantas possibilidades se abririam se o tempo perdesse o significado que tem hoje?
Fico por aqui, até o próximo post!
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