segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Mudanças para o amanhã


O mundo que muda tanto não perdoa nem os grandes... o sucesso de hoje será enterrado no limbo amanhã!
Kodak, Olivetti, Blockbuster, agora vimos uma notícia que a Editora Abril está fechando nove títulos de revistas por que não vendem mais como antes... são apenas exemplos de como as mudanças acabam com empresas de sucesso, não porque seus produtos não eram bons, mas porque seu mercado deixou de existir. Assim como alguém que perde o emprego não porque é incompetente, mas seu departamento foi fechado, eliminado, e a empresa decidiu não mais realizar aquelas atividades.
As mudanças hoje se sucedem tão velozmente que muitos não conseguem acompanhar o que está acontecendo na sua própria vida.
Quando a força de vendas da empresa que eu trabalhava se informatizou, nosso colega na casa dos 50 anos não se adaptou; era um ótimo vendedor, mas não assimilou a informatização do processo de vendas; e teve de ser demitido. Meu cunhado de 70 anos não usa computador e está perdendo a briga com seu smartphone...
Até há pouco tempo, o sonho de todo jovem era ter um carro, mas com os custos altos de se manter um automóvel, combustível caro, seguro elevado, estacionamento difícil, lei seca, Uber e demais aplicativos e conveniências; fazem com que muitos não queiram possuir um automóvel.
Ter carro é ter problemas em São Paulo...
Será que GM, Ford, Toyota e Volkswagen sobreviverão aos próximos 10 anos?
Se os cartões de crédito, os caixas eletrônicos e a web transformaram a maneira de comprar, pagar e lidar com o dinheiro, nosso trabalho, lazer e a vida em família vão mudando e seguindo essa velocidade alucinante...
Com a disponibilidade infinita, e quase instantânea do acesso à informação, o setor educacional sofrerá um revés muito sério se não se renovar ou se adaptar à esta nova geração de crianças que estão conectadas desde os primeiros anos de vida.
Entrei outro dia num hipermercado (em São Paulo, um hipermercado tem uma loja de departamentos anexada aos produtos alimentícios, e já há alguns anos, o setor de horti-fruti, com lojas muito grandes em área) procurando um preço melhor para o leite sem lactose, e andei muito, desde o estacionamento e pelos corredores até a gôndola onde estavam os produtos; e fiquei incomodado pela distância que caminhei.
Não é sem motivo que as grandes redes estão abrindo lojas compactas para que o consumidor não tenha que se deslocar em distâncias muito longas, pois com os preços mais estáveis, não há razão para encher o carrinho e fazer estoque de comida em casa.
O caso da Netflix também chama nossa atenção, pois conta-se que Reed Hastings, em 1996, na California, era assinante da Blockbuster, e recebeu uma ligação por ter atrasado a devolução dos filmes que alugara, cobrando 40 dolares, conforme o contrato que assinara e que o atendente destacou claramente para deixá-lo ciente de que seria cobrado e que teria de pagar o valor.
Indignado, ou melhor, revoltado com a situação, ele, que era engenheiro de softwares, resolveu dar o troco e criou a Netflix, que no início, era uma locadora, como a Blockbuster, mas que você não precisava se deslocar até a loja para pegar ou devolver os filmes. Os pedidos eram feitos por telefone, gerenciados por computadores e entregues pelos Correios. O grande salto foi quando ele começou a transmitir os filmes por streaming, pela internet, e o cliente tinha praticamente uma locadora em sua casa com 3 mil filmes à sua disposição, para assistir à hora que quisesse, por apenas R$ 20/mês, ao invés de pagar R$ 5/filme numa locadora tradicional.
A Netflix derrubou não só a gigantesca Blockbuster, que em 2004 faturava 6 bilhões/ano, tinha mais de 9 mil pontos-de-venda pelo mundo, com a média de 5 mil filmes em cada uma delas; mas também todo o negócio das locadoras de vídeo.
Assim também com Waze, UBER, iFood e tantos aplicativos que temos em nossos celulares para resolver nossos problemas de uma forma mais conveniente, novos players surgem nos mercados dominados por tradicionais competidores, que não conseguem mais se manter à frente dos negócios porque as mudanças quebram os paradigmas estabelecidos e criam novos cenários que exigem um novo comportamento ou modelo de negócios.
Tudo no seu celular!
É digno de nota que historiadores consideram a prensa de Gutemberg como uma das maiores invenções da humanidade, e hoje ao computador é dada a mesma importância, pela contribuição para o progresso da humanidade. Gutemberg revolucionou a propagação do conhecimento com sua invenção; o computador revolucionou praticamente todos os campos em que a tecnologia é aplicada na atividade humana.
Estamos numa evolução da informática, caminhando velozmente ao futuro, com dificuldades para acompanhar as mudanças que ocorrem no seu dia-a-dia, mudando a nossa forma de viver a vida. A próxima grande revolução deverá vir no nosso comportamento, deixando de ser consumidores de produtos ou serviços, para sermos entidades que vivem vidas melhores, buscando o alvo de ser mais felizes consigo mesmo e com aqueles que se relacionam, e que podem estar em qualquer lugar do planeta.
Isto significaria, deixar para trás todo sentimento e ação que atrapalharia a pessoa de alcançar este alvo. Enfatizando o altruísmo e o bem comum para que todos possam usufruir dos benefícios que a tecnologia do futuro colocará à nossa disposição.
A mudança vai ser grande...
Estará pronto para isso?


quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Customização do Corvette Sting Ray 1963


O Corvette é um dos carros mais admirados, pela história de como surgiu e se desenvolveu em mais de 50 anos no mercado, pelo perfil esportivo, incomum nos Estados Unidos, pátria dos grandes sedans e pick-ups tão ao gosto dos americanos.
Corvette Sting Ray de 1963.
O design do Corvette é algo que sempre se destacou desde o seu lançamento, e dentre as hoje 7 gerações que o Corvette já teve, a que considero mais marcante é a C2 de 1963, criada sob a direção dos lendários Zora Arkus-Duntov, Larry Shinoda e Bill Mitchell.
A história do vidro traseiro bipartido, que somente o modelo de 1963 teve, acaba sendo um diferencial, fazendo o modelo mais valorizado do que os de outros anos, devido à esse detalhe do design. Conta-se que Duntov não se agradava deste detalhe, argumentando que prejudicava a visibilidade traseira, mas Shinoda, que havia desenhado o carro, e Mitchell insistiam que fazia parte do design geral do modelo.
Para o modelo 1964, Duntov, que era chefe da engenharia, eliminou as entradas de ar decorativas, bem como a polêmica divisão do vidro traseiro. Hoje, os sobreviventes dos 10.594 exemplares construídos do modelo 1963 são mais valorizados exatamente pelo vidro traseiro dividido em dois.
Corvette '63 - Larry's Garage
O modelo da Hot Wheels é um Corvette de 1963, na escala 1:64, mas não é da “Mainline”, termo que designa os modelos da linha normal de 365 modelos que saem anualmente no catálogo da Mattel. Ele faz parte da “Larry’s Garage”, uma série com o nome de um dos maiores criadores de modelos para a Hot Wheels. Com uma cor diferente e suas rodas de metal com desenho diferente e pneus de borracha; além do chassi que é de metal e não de plástico como em alguns exemplares da “Mainline”.
Isso já é o bastante para o modelo ser mais valorizado entre os colecionadores, mas resolvi fazer um “upgrade” nele, e segue abaixo o passo-a-passo da customização. A primeira providência é desmontar o modelo, eliminando os rebites que prendem o chassi à carroceria, para separar o interior, os vidros e retirar os eixos com as rodas.
As rodas originais acabam se projetando para fora dos para-lamas, pois são mais largas do que o modelo “Mainline”. O chassi precisou ser estreitado para que as novas rodas da AC Custon coubessem dentro dos para-lamas, e os eixos cortados para a bitola ficar ajustada.
O modelo tem um estepe que é visível pela vigia traseira, então foi removido o que vem moldado com o interior e construído um novo nicho com apoio para o estepe, alinhado com as novas rodas e pneus.
Redução da bitola para acomodação nos para-lamas e novo estepe.
Removendo a tinta original, um leve lixamento da carroceria e limpeza das reentrâncias prepara o modelo para a pintura com primer e depois com a nova cor. Como todo modelo Die-cast, há as linhas de moldagem, onde o molde se fecha para o metal ser injetado, e essas linhas, mesmo sutis, precisam ser removidas para o visual não ficar prejudicado. E em modelos tão pequenos, os detalhes acabam sendo mais importantes, como as linhas de abertura das portas, e os faróis escamoteáveis, que precisaram ser trabalhados pois eram pouco profundos.
Remoção das linhas de moldagem, remoção da tinta original e lixamento geral com eliminação das maçanetas.
Resolvi abrir as janelas do motorista e passageiro, e percebi que o montante do quebra-vento era muito grosso, então ele foi limado para ficar mais fino e delicado, e também as maçanetas foram limadas para deixar o design mais “clean”. Finalizando o interior, foi colocada uma nova alavanca de câmbio no console.
Recorte dos vidros, santantonio interno e nov berço para o estepe.
Os vidros do para-brisa e da vigia traseira foram separados para caber a gaiola do santantonio (roll-cage), e o próximo passo foi piratear o motor de um outro modelo para “repontenciar” esse Corvette.
A unidade com Blower veio do Rigor Motor, e depois da nova abertura no capô, se acomodou perfeitamente no lugar.
Pirateando o motor, nova abertura no capô e encaixe do novo motor.
Depois da pintura em primer, uma conferência geral nos detalhes para verificar qualquer imperfeição, e passa-se para a pintura final, com pelo menos duas mãos de esmalte de unha violeta metálico, um dia para cura e aplicação de verniz/base brilhante para dar brilho.
Pintura em primer, detalhamento do chassi e pintura em Violeta Metálico.
O chassi foi estreitado nas laterais para acomodar novos escapamentos e depois de pintado de preto fosco, foi detalhado com tinta prateada para destacar alguns elementos da suspensão dianteira e traseira, assim como os para-choques dianteiros e traseiro.
Montagem e fechamento final.
A montagem final é o fechamento do modelo, com os vidros, interior com novo estepe, motor, acoplando o chassi na carroceria e fechando os orifícios dos rebites com novos parafusos.
Peças customizadas como esta valorizam a coleção e por serem únicas, o tempo se encarregará de aumentar o seu atrativo para os colecionadores.