quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Customização do Corvette Sting Ray 1963


O Corvette é um dos carros mais admirados, pela história de como surgiu e se desenvolveu em mais de 50 anos no mercado, pelo perfil esportivo, incomum nos Estados Unidos, pátria dos grandes sedans e pick-ups tão ao gosto dos americanos.
Corvette Sting Ray de 1963.
O design do Corvette é algo que sempre se destacou desde o seu lançamento, e dentre as hoje 7 gerações que o Corvette já teve, a que considero mais marcante é a C2 de 1963, criada sob a direção dos lendários Zora Arkus-Duntov, Larry Shinoda e Bill Mitchell.
A história do vidro traseiro bipartido, que somente o modelo de 1963 teve, acaba sendo um diferencial, fazendo o modelo mais valorizado do que os de outros anos, devido à esse detalhe do design. Conta-se que Duntov não se agradava deste detalhe, argumentando que prejudicava a visibilidade traseira, mas Shinoda, que havia desenhado o carro, e Mitchell insistiam que fazia parte do design geral do modelo.
Para o modelo 1964, Duntov, que era chefe da engenharia, eliminou as entradas de ar decorativas, bem como a polêmica divisão do vidro traseiro. Hoje, os sobreviventes dos 10.594 exemplares construídos do modelo 1963 são mais valorizados exatamente pelo vidro traseiro dividido em dois.
Corvette '63 - Larry's Garage
O modelo da Hot Wheels é um Corvette de 1963, na escala 1:64, mas não é da “Mainline”, termo que designa os modelos da linha normal de 365 modelos que saem anualmente no catálogo da Mattel. Ele faz parte da “Larry’s Garage”, uma série com o nome de um dos maiores criadores de modelos para a Hot Wheels. Com uma cor diferente e suas rodas de metal com desenho diferente e pneus de borracha; além do chassi que é de metal e não de plástico como em alguns exemplares da “Mainline”.
Isso já é o bastante para o modelo ser mais valorizado entre os colecionadores, mas resolvi fazer um “upgrade” nele, e segue abaixo o passo-a-passo da customização. A primeira providência é desmontar o modelo, eliminando os rebites que prendem o chassi à carroceria, para separar o interior, os vidros e retirar os eixos com as rodas.
As rodas originais acabam se projetando para fora dos para-lamas, pois são mais largas do que o modelo “Mainline”. O chassi precisou ser estreitado para que as novas rodas da AC Custon coubessem dentro dos para-lamas, e os eixos cortados para a bitola ficar ajustada.
O modelo tem um estepe que é visível pela vigia traseira, então foi removido o que vem moldado com o interior e construído um novo nicho com apoio para o estepe, alinhado com as novas rodas e pneus.
Redução da bitola para acomodação nos para-lamas e novo estepe.
Removendo a tinta original, um leve lixamento da carroceria e limpeza das reentrâncias prepara o modelo para a pintura com primer e depois com a nova cor. Como todo modelo Die-cast, há as linhas de moldagem, onde o molde se fecha para o metal ser injetado, e essas linhas, mesmo sutis, precisam ser removidas para o visual não ficar prejudicado. E em modelos tão pequenos, os detalhes acabam sendo mais importantes, como as linhas de abertura das portas, e os faróis escamoteáveis, que precisaram ser trabalhados pois eram pouco profundos.
Remoção das linhas de moldagem, remoção da tinta original e lixamento geral com eliminação das maçanetas.
Resolvi abrir as janelas do motorista e passageiro, e percebi que o montante do quebra-vento era muito grosso, então ele foi limado para ficar mais fino e delicado, e também as maçanetas foram limadas para deixar o design mais “clean”. Finalizando o interior, foi colocada uma nova alavanca de câmbio no console.
Recorte dos vidros, santantonio interno e nov berço para o estepe.
Os vidros do para-brisa e da vigia traseira foram separados para caber a gaiola do santantonio (roll-cage), e o próximo passo foi piratear o motor de um outro modelo para “repontenciar” esse Corvette.
A unidade com Blower veio do Rigor Motor, e depois da nova abertura no capô, se acomodou perfeitamente no lugar.
Pirateando o motor, nova abertura no capô e encaixe do novo motor.
Depois da pintura em primer, uma conferência geral nos detalhes para verificar qualquer imperfeição, e passa-se para a pintura final, com pelo menos duas mãos de esmalte de unha violeta metálico, um dia para cura e aplicação de verniz/base brilhante para dar brilho.
Pintura em primer, detalhamento do chassi e pintura em Violeta Metálico.
O chassi foi estreitado nas laterais para acomodar novos escapamentos e depois de pintado de preto fosco, foi detalhado com tinta prateada para destacar alguns elementos da suspensão dianteira e traseira, assim como os para-choques dianteiros e traseiro.
Montagem e fechamento final.
A montagem final é o fechamento do modelo, com os vidros, interior com novo estepe, motor, acoplando o chassi na carroceria e fechando os orifícios dos rebites com novos parafusos.
Peças customizadas como esta valorizam a coleção e por serem únicas, o tempo se encarregará de aumentar o seu atrativo para os colecionadores.




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