terça-feira, 27 de março de 2018

FERRARI 250 GT SWB 1961


As Ferrari 250 fazem parte de uma série produzida entre 1956 e 1964, da qual diversas versões foram construídas, tanto para competições como GT, e versões de exportação, variando de especificações conforme o país de destino.
Equipada com o genial motor V12 a 60º desenvolvido por Gioacchino Colombo para a Ferrari 125, elevado para 2.953 cc (180 cid), porém muito mais leve do que seus concorrentes, produzia impressionantes 296 hp (300 PS) no modelo Testarossa (1956) e no GTO (1962). A taxa de compressão de 9,2:1 e três carburadores duplos Weber 36 DCS eram dados básicos, mas muitos recebiam alterações conforme o pedido dos clientes. Alcançava 150 mph (242 km/h) e fazia de 0-60 mph em sete segundos. Sua designação vem do volume individual de cada cilindro, 250 cc.
Em 1959, no Paris Auto Show surgiu o modelo com entre eixos reduzido de 2600 mm para 2400 mm (94,1 polegadas – daí a sigla SWB, ou “Short Wheel Base”), buscando mais agilidade para os circuitos com muitas curvas. Encarroçado por Scaglietti, foi o primeiro Ferrari com freios a disco, e era calçado por pneus Pirelli Cinturato na medida 185WR15. Havia variações entre as carroçarias de aço, para os modelos de rua (“Lusso”, a partir de 1960), ao passo que os destinados a corridas eram feitos de alumínio; e a potência dos motores variaram de 237 hp a 276 hp.
Chassis tubular Tipo 539, criação de Pininfarina e construção de Scaglietti, com motor V12 de três litros com comando simples no cabeçote, gerava perto de 280 hp; transmitidos às rodas por um câmbio de quatro marchas manual. A maioria saiu de fábrica com as rodas raiadas Borrani, com porca única.
O projeto da 250 GT SWB foi conduzido por Giotto Bizzarrini, Carlo Chiti e o jovem Mauro Forghieri, o mesmo time que mais tarde criou o 250 GTO. Apresentado no Salão do Automóvel de Paris em outubro de 1959, logo começou a vender e competir. Com o 250 GT SWB Berlinetta, a Ferrari conquistou o Campeonato de Construtores de 1961, na classe GT.
Dos 176 exemplares construídos, o modelo de 1961 teve entre 8 e 20 exemplares com vários graus de modificações para clientes especiais – preparação de motor, suspensões adaptadas e alívio de peso. Sergio Pininfarina referiu-se à SWB como “o primeiro de nossos três saltos quânticos em design com a Ferrari”, e seu comentário retrata bem a atração do modelo décadas depois, atingindo cifras milionárias nos leilões em que são disponibilizados para venda.

RESULTADOS EM ALGUMAS COMPETIÇÕES

ANO
COMPETIÇÃO
RESULTADOS
1960
12 Horas de Sebring
4º, 5º e 7º (geral)
1960
Targa Florio
3º, 4º e 5º (3 litros)
1960
1000 km Nurburgring
1960
24 Horas de Le Mans
1º, 4º, 5º, 6º e 7º (3 litros)
1960
Tourist Trophy
1960
Redex Trophy – Brands Hatch
1960
Tour de France – Racing Cars
1º, 2º, 3º e 14º
1960
1000 km de Paris – Monthlery
1960
Nassau Tourist Trophy
1961
24 Horas de Le Mans
1º, 2º (3 litros)

CARROS DE FAMOSOS
Um exemplar Spyder (LWB) de 1961 que pertenceu a James Coburn por 24 anos, foi vendido por 5,5 milhões de libras para o DJ de radio Chris Evans em 1987; e um modelo igual utilizado no filme “Les Felins”, com Alain Delon e Jane Fonda, foi leiloado por R$ 52 milhões em fevereiro de 2015. O carro foi encontrado abandonado em um celeiro, coberto por jornais e revistas, junto com mais 60 carros antigos, e estima-se que ficaram no local por 50 anos, até serem resgatados.
A Ferrari 250 GT SWB de Eric Clapton e a placa milionária.
O exemplar de Eric Clapton na cor Grigio Argento, ano de 1961, tinha volante à direita, e interior preto, chassis Tipo 539, motor Tipo 168F, e era a unidade 61 de 165 construídos, e tinha a carroçaria feita em aço. John Collins, colecionador e proprietário da Talacrest, distribuidor Ferrari em Ascot, Berkshire, Inglaterra, é o atual dono da Ferrari que foi de Eric Clapton, e em novembro de 2014, pagou 518 mil libras pela placa “25 O” para colocar em uma das três Ferrari que possui: uma 250 GT SWB (£10 milhões), uma 250 TR (£20 milhões) e uma 250 GTO (£35 milhões), mas sua preferência era colocar esta placa na SWB. Ele comprou também as placas “250L” por £ 130 mil e a “500 FER” por £3 mil, esta última em outro leilão.
Ferrucio Lamborghini, fabricante de tratores, foi proprietário de diversos modelos da Ferrari 250; e sua insatisfação com os problemas de embreagem que reclamava com Ferrari e não era atendido como desejava foi o principal motivo de começar a fabricar os Lamborghini, competindo diretamente no mercado da Ferrari.
EM ESCALA
A Ferrari 250 GT SWB feita pela JOUEF Evolution na escala 1:18 é bem proporcionada, na cor prateada com faixa central azul marinho e numeração de corrida Nº 14. As rodas Borrani com a porca central são bastante fiéis na escala, e detalhes de faróis, piscas e lanternas traseiras são bem reproduzidas também.
O interior é bom, com volante e alavancas adequadas, mas os pedais deixam a desejar.
A Ferrari 250 GT SWB pilotada por P. Noblet e J. Guichet
O modelo reproduz o carro que venceu na classe GT (motores de 3.000 cc) das 24 Horas de Le Mans, em 1961, e chegou em terceiro na classificação geral a treze voltas (317 contra 333) do vencedor; foi conduzido pelos pilotos privados P. Noblet (Alemanha) e J. Guichet (França). Vale notar que em primeiro e segundo lugares também foram da Ferrari, com as Ferrari 250 TR (Testarossa) da equipe oficial SEFAC (Societa Esercizio Fabbriche Automobili e Corse).

REFERÊNCIAS:



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