O Ford Ka é um carro urbano
produzido pela Ford na Europa, desde 1996. A segunda geração a partir de 2009, compartilhou
sua plataforma com o Fiat 500 e foi produzido na fábrica da FIAT em Tychy, Polônia.
Ambas as gerações tinham a configuração hatch
de três portas, sendo que na primeira havia a versão de duas portas
conversível, denominada Street KA, ao lado da versão esportiva, Sport KA.
Em 2014, a Ford apresentou em
nível mundial, o Novo Ka, um hatch
alinhado ao estilo “Kinetic”, com
design mais convencional, e já de início, com quatro portas. O modelo também
tinha a versão sedan, denominada K+. Este Ford Ka de terceira geração teve um
desenvolvimento totalmente diferente do primeiro Ka, passando a ser o hatch de entrada da linha Ford, e
atualmente (2018) é baseada na plataforma do Fiesta.
No início da década de 1990,
a Ford vinha testando alguns conceitos de pequenos carros, baseado na
plataforma bem sucedida do Fiesta europeu.
Debaixo da estratégia global
“One Ford”, a empresa exibiu no
Geneva Motor Show de 1990, dois pequenos carros, um roadster esportivo (barchetta) na cor Mica Black, e uma van
esportiva em Branco Brilhante , denominados Zig e Zag, desenvolvidos pelo
estúdio Ghia, de Turim.
O objetivo era mostrar a
versatilidade da plataforma do Fiesta de 1989, para construir diversos tipos de
veículos, tais como hatchbacks,
sedans, pick-ups e vans. Nas palavras do diretor da Ghia, Filipo Sapino, “Tom
Scott (do Departamento de Estilo Avançado da Ford) desenvolveu os conceitos, e
nós desenvolvemos a forma, expandindo a gama de modelos da plataforma”.
O design do Zig remete aos
carros de competição dos anos 1950 e 1960, com uma boa dose de estilo de
motocicletas, para manter o tamanho bem compacto. Com linhas curvas e suaves,
privilegiava a aerodinâmica, com seu para-brisa bem baixo, semelhante ao visor
de um capacete de motociclista. Media apenas 3,54 m de comprimento com 2,23m de
entre eixos, e trazia rodas de aro 16, com pneus 205/50.
Os faróis foram substituídos
por sete orifícios em que a luz é emitida via fibra óptica, assim como as
lanternas traseiras, igualmente com sete orifícios, suplementados por brake-lights posicionados atrás dos
domos do condutor e passageiro.
O interior trazia os bancos
revestidos com tecido azul claro e detalhes em verde fluorescente, contrastando
com a aparência monocromática do exterior, quase todo em Mica Black. O painel
de instrumentos era montado diretamente sobre a coluna de direção e o espelho
retrovisor era apoiado em um suporte no centro do painel, como nos antigos
carros de corrida abertos.
Já o Zag, uma van esportiva
com rodas de 15 polegadas, compartilhava as mesmas sete aberturas nos faróis
dianteiros, mas tinha nove orifícios como lanternas traseiras, todas
alimentadas por fibras ópticas.
O interior do Zag trazia os
bancos montados em estruturas tubulares, cobertos com tecido de nylon de fácil limpeza, na combinação de
cores verde-água e fúcsia, com os tubos aparentes revestidos em padrão de
leopardo em branco-e-preto. Os bancos traseiros eram removíveis, para abrir
espaço para cargas maiores, assim como havia ganchos e fixadores para prender
os objetos no interior do compartimento de carga.
Assim como seu design
experimental, em 1991, foi instalado no Zag um motor de dois-tempos, orbital (semelhante aos
motores aeronáuticos da I Grande Guerra) desenhado e construído no Centro
Tecnológico Dunton da Ford no Reino Unido.
Ambos os carros foram
leiloados pela Christie, em 2002, e apesar dos anos, os carros estavam em bom
estado de conservação. O Zig atingiu a soma de US$ 49,350 e o Zag US$ 29,375.
Ka Concept - 1994 |
No Salão de Genebra de 1994,
a Ford apresentou o Ford Ka Concept, um hatch
pequeno, de linhas arredondadas e identidade visual semelhante ao dos outros
modelos da época, que abusavam dos ovais, como o Taurus. Contudo, quase nada do
visual seria aproveitado no modelo final ─ cujo design seria baseado no conceito “New Edge”, mostrado
no Ghia Saetta, apresentado dois anos depois, em Turim. Do conceito original,
ficaram as proporções gerais, a mecânica e a idéia de oferecer um compacto
urbano barato, mas estiloso.
CHEGANDO AO MERCADO
O Ford Ka foi apresentado em
11 de setembro de 1996, como um carro pequeno e de baixo custo na linha da
Ford. Era baseado na plataforma Mark IV do Ford Fiesta europeu, mas com design
exterior completamente diferente. O nome foi tirado de uma palavra egípcia que
significa “vitalidade”; ou ainda “alma” ou “espírito”.
Seu estilo foi baseado no show-car Ghia Saetta, um roadster
desenvolvido por Filippo Sapino. Com poucas alterações, ele chegou ao mercado
com largos para-choques envolvendo os arcos dos para-lamas, visando facilitar
os reparos em caso de necessidade. O carro era produzido em Valencia, Espanha,
reduzindo os custos de produção por compartilhar a linha com o Fiesta.
Kevin O’Neill era o
Engenheiro-Chefe do Programa e o designer era Chris Svensson, de Sunderland,
que havia desenhado um carro com traços parecidos quando cursava o Royal
College of Art, em 1992.
O Ghia Saetta, base do design do Ka. |
Seu lançamento polarizou as
opiniões do publico, gerando reações variadas, devido ao original e chamativo
estilo “New Edge”, supervisionado por Jack Telnack e executado por Claude Lobo.
Suas formas orgânicas e arredondadas proporcionavam um baixo coeficiente de
arrasto e favorecia o aproveitamento do espaço interno para acomodar quatro
passageiros adequadamente.
Ao lado de seu desenho
controverso, o Ka, como seus “irmãos” Fiesta e Puma, foram considerados pela
imprensa como um dos melhores carros em condução e estabilidade. Sob a supervisão de Richard
Parry-Jones, que projetou a suspensão e o sistema de direção, o Ka tinha um
nível altíssimo de estabilidade ao fazer curvas, com suas rodas nas extremidades
da carroceria, tinha o comportamento parecido com o de um kart, parecia andar
sobre trilhos ao fazer curvas; e isso o tornava um carro bem divertido de guiar
para os que gostavam de andar rápido.
Opcionais como ar
condicionado, direção hidráulica, ajuste de altura nos assentos, regulagem no
banco traseiro, air-bags, trava central e vidros elétricos foram sendo
acrescentados durante sua vida útil, sendo que recebeu ABS (Anti-Lock Brake System)
em janeiro de 1997.
Seu motor inicial era o
Endura-E, de quatro cilindros; o motor Kent usado no projeto do Anglia dos anos
1950. Apesar de não ser nada moderno, tinha torque bastante para uma condução
tranquila por parte dos motoristas. Em 2002, o Endura-E foi substituído pelo
Duratec com comando de válvulas no cabeçote, melhorando a eficiência do motor.
Dados de consumo indicavam cerca de 48 mpg (miles
per galon, ou cerca de 21 km/l). Trazia a novidade de ter embreagem de
acionamento hidráulico, que filtrava as vibrações do motor e trazia mais
conforto ao condutor.
Os para-choques originais
eram feitos de plástico flexível, visando reduzir os danos em pequenos choques
ao estacionar o veículo, e não tinham pintura, dispensando o trabalho e
reduzindo o custo em reparos. O plástico continha um protetor contra os raios
UV, por isso a tinta não aderia perfeitamente a estas peças. No entanto, a Ford
identificou que muitos proprietários queriam os para-choques na cor do veículo,
e em 1999, ao reestilizar o ano-modelo, trouxe esta possiblidade para o pequeno
Ka.
Apesar das margens de lucro
serem reduzidas em modelos pequenos como o Ka, a Ford auferiu muitos lucros
mesmo com o baixo preço cobrado ao consumidor. Em 2006, a Ford vendeu 17.000
unidades somente no Reino Unido. Na Austrália, o Ka foi lançado em outubro de
1999, e vendeu pouco mais de 2.000 unidades/ano, até 2002. Muito do insucesso
do Ka na Austrália, foi creditado à falta de uma transmissão automática,
praticamente padrão entre o público australiano. Ele também foi comercializado
na Nova Zelândia, entre 1999 e 2004, sendo depois substituído pelo Fiesta de
nova geração.
No Reino Unido, o Ka teve
várias versões de equipamentos e acabamentos, além de um Ka Van, adaptação
feita pelo BT Group, onde os bancos traseiros eram substituídos por uma placa
de madeira plana, com proteção de borracha e os vidros laterais eram cobertos
por uma película.
Em 2003, a versão Sport Ka
trazia um kit esportivo, com adereços de carroçaria, bitola alargada com rodas
de liga leve com 16 polegadas, e suspensão mais rígida. Para choques
redesenhados incluíam faróis de neblina para ambos os modelos, e uma versão
conversível denominada Street Ka foi apresentada no Paris Motor Show, com a
ajuda da cantora Kylie Minogue. Esta versão trazia capota de tecido com
operação manual, ou uma capota rígida (hardtop) na Winter Edition.
Para o modelo 2005, todas as
versões receberam um novo motor Duratec, 1,6 litro, com 93 hp, com 8 válvulas
movido a gasolina, sendo que as versões Ka, Ka Collection e Luxury Ka mantinham
o 1,3 Duratec.
STREET KA e SPORT KA
Street Ka |
Em 2003 o Ka teve adicionados
na linha os modelos Street Ka e Sport Ka.
O Sport Ka vinha com um Body
Kit com para choques maiores e faróis de neblina integrados, bitolas mais
largas, uma suspensão revista para maior estabilidade e rodas de liga de 16
polegadas. Já o Street Ka foi desenhado pelo estúdio de style da própria Ford e
produzido pela Pininfarina, baseado no Concept Car apresentado no Turim Motor
show de 1995 construído pela Ghia de Turim.
O modelo de produção foi
apresentado no Paris Motor Show de 2002, compacto e elegante, o pequeno
conversível tinha uma capota de lona e ocupava o lugar dos passageiros atrás,
ficando apenas com dois assentos. Mais do que uma versão conversível do Hatch,
ele tinha um design muito bem resolvido, apesar de ser baseado no Ka normal de
linha, acabava tendo uma personalidade exclusiva, com apliques nos faróis
dianteiros, e uma traseira totalmente nova, e as barras de proteção para os
passageiros.
O aspecto esportivo era
destacado com os largos pneus e rodas maiores do que o hatch normal. Sua suspensão também foi revisada, e a direção era
mais rápida, com apenas 2,6 voltas de batente a batente, para uma condução mais
esportiva. O motor quatro cilindros, oito válvulas com 1,6 litro e 95 hp,
associado a uma caixa de cinco velocidades manual proporcionava um bom
desempenho devido ao baixo peso do conjunto. Fazia de 0-100 km/h em 12,1
segundos. Vinha com ar condicionado, volante esportivo revestido em couro,
radio, alarme, vidros elétricos, rodas de liga, ABS, assentos aquecidos, air bags para motorista e passageiro.
GHIA TURING KA
O Touring Ka, uma perua de 4 portas. |
O interior era mais luxuoso
do que o de um Ka de produção: com couro e suede marrons nos bancos,
revestimentos de porta, porta-malas e até no volante que, assim como o painel,
tinha detalhes em um material que imitava madrepérola. O painel trazia o desenho que
conhecemos no Ka de rua, mas tinha acabamentos e instrumentação
exclusivos. Embora tenha mais espaço, porém, o Turing Ka ainda acomoda apenas
quatro pessoas — em bancos individuais.
O visual externo é o de um Ka
mais longo com duas portas a mais: dianteira e traseira têm faróis, lanternas e
proporções gerais idênticas às do hatch. As diferenças estão nos detalhes: a
carroceria amarela contrasta com o cinza metálico dos para-choques de
desenho mais agressivo — que possivelmente influenciou o visual da dupla Sport Ka
e Street Ka.
Ou um hatch alongado? |
Para a decepção geral o
conceito não era 100% funcional: apenas as portas do lado do
motorista abriam e fechavam normalmente, e todas as janelas, com exceção
do para-brisa e do vigia traseiro, eram fixas, feitas de plexiglass e não
vidro. Os instrumentos eram meramente decorativos, e toda a parte traseira é
feita de fibra de vidro, não metal. Mesmo assim o Turing Ka parecia próximo da
produção.
Nem todos aprovam o visual do
conceito — aliás, há quem não curta muito o visual sem precedentes do Ka até
hoje —, mas o mercado certamente apreciaria a ideia de um Ka um pouco mais
espaçoso, com a mesma plataforma de excelente dinâmica. Seria uma boa perua
compacta e, talvez, fizesse o mesmo sucesso que a Audi faz com o A3 Sportback
ou a Mercedes com o CLS Shooting Brake. Ou até mais, dependendo do preço e
motorização. Imagine só um “Turing Ka XR”.
KA CONCEPT 2010
Ka Concept 2010 |
Em 2010, a Ford levou para os
Auto Shows um Conceito para renovação do pequeno Ka. A previsão era de lançá-lo
em 2014, e seu design estava em conformidade com o desenvolvimento do primeiro
Ka. Anunciado como Start Concept, levou o carro ao Beijing Motor Show para
colher impressões do público sobre a novidade.
O carro chamou bastante atenção
dos presentes. O protótipo foi executado em alumínio, e seu design futurista
mantinha o mesmo espírito inovador em design do primeiro Ka, de 1994. O protótipo foi criado pelo
Strategic Concepts Group Studios, da Ford, em Irvine, Califórnia. Os dados
divulgados sobre o Start indicavam um motor de três cilindros,
turbo-comprimido, com injeção direta Ecoboost e previa uma etiqueta de preços
ao redor de US$ 13,000. Infelizmente, o desenvolvimento do Ka não seguiu por
este caminho, sepultando o design personalíssimo do pequeno Ka, em detrimento
das aspirações do público por um carro mais funcional e menos controverso em
termos de design.
SEGUNDA GERAÇÃO NA EUROPA
Ford Ka, segunda geração na Europa |
Em 2009, o Ka recebeu uma
reestilização total, e compartilhava sua nova plataforma com o FIAT 500, sendo
produzido em Tychy, Polônia. O design mantinha alguns traços da geração
anterior, mas estava alinhada com o Kinetic
Design, que começava a direcionar o estilo dos novos Ford em escala global.
Ainda remetia ao Ka original,
com sua linha das janelas bem parecida, mas o estilo da dianteira estava alinhado
com a do Fiesta. Mecanicamente, vinha com motores 1,2 litro, 8 válvulas a
gasolina que produzia 69 cv a 5500 rpm e 10.2 kgf-m a 3000 rpm de torque; e uma
versão 1,3 litro diesel com 75 cv a 4000 rpm e 14,4 kgf-m de torque. Ambos
tinham emissão de CO2 abaixo de 120 g/km, e eram fornecidos pela FIAT.
Segunda geração era baseada na plataforma do FIAT 500 |
Em relação aos FIAT 500, o Ka
tinha a barra de torção traseira mais rígida, com molas 30% mais flexíveis,
combinadas com novos amortecedores, melhoravam o desempenho em pisos
irregulares, por absorverem melhor os impactos na suspensão. Equipado com
direção com assistência elétrica, transmitia menos vibrações ao condutor,
deixando mais leve e eficiente do que a assistência hidráulica.
Itens de segurança como
Airbags laterais e de cortina, ABS,
alarme com imobilizador do veículo, luzes de alerta e travas elétricas, ESP (Programa Eletrônico de
Estabilidade) com HBA (Assistente
Hidráulico de Frenagem) e HLA
(Assistente de Partidas em Rampas) completavam o pacote de segurança do Ka. Como curiosidade, este modelo
foi apresentado no 22º filme de James Bond, “Quantum of Solace” e revelado em
outubro de 2008 na Paris Motor Show.
O KA NO BRASIL
O Ka chegou ao Brasil em Março
de 1997, apenas seis meses após a apresentação mundial em Paris. Assim como na
Europa, a Ford queria disputar um nicho abaixo dos carros pequenos, como o seu
Fiesta, focado em grandes volumes. O concorrente direto era o Renault Twingo.
Com as habituais adaptações de suspensão e pneus de perfil mais alto, lanternas
com duas luzes de ré (no europeu, uma delas era a de neblina), e diferenças no acabamento
interno, como ajuste de altura no banco do motorista; o Ka era idêntico ao europeu.
Lançado com duas versões, uma
como motor 1,0 e acabamento mais simples, e a CLX, com equipamentos adicionais
e motor de 1,3 litro. Itens de série eram cintos de três pontos para todos os
ocupantes, retrovisores com comando interno, banco traseiro bipartido com ajuste
em duas posições. A CLX tinha como opcionais Airbags frontais, controle
elétrico dos vidros e travas, rádio/CD-Player, ar condicionado e direção
hidráulica, aumentando seu preço e chegando perto de modelos médios menos equipados.
Os motores Endura-E não
acompanhavam a modernidade do Ka, o 1,0 litro produzia 53,5 cv, e o 1,3 chegava
a 60 cv. A maior vantagem do motor maior era o torque: 10,4 ante 7,8 m.kgf.
As modernidades trazidas pelo
Ka eram os faróis com duplo refletor de superfície complexa (foram os primeiros
em um carro nacional) e lentes de policarbonato, imobilizador de motor com
chave codificada, comando hidráulico da embreagem, injeção multiponto
sequencial de quinta geração (EEC-V), corte de alimentação do combustível em
caso de acidente (evitando incêndios). A suspensão dianteira era montada num
subchassi, e a direção assistida do CLX tinha relação variável, mais rápida no
centro e menos (portanto mais leve) ao esterçar mais.
Em 1999 os para-choques
passaram a ser na cor da carroceria, e em 2000 a defasagem do motor foi
eliminada com a chegada do Zetec RoCam, desenvolvido pela Ford brasileira e
fabricado em Taubaté. Diferente da família Zetec europeia, que tinha 1,8 e 1,4
com 16 válvulas, aqui era de concepção mais simples, com bloco de ferro e cabeçote
de alumínio, comando único e duas válvulas por cilindro, com o acionamento das
válvulas por alavanca roletada, que reduzia o atrito e melhorava o rendimento.
Assim, o 1,0 litro rendia 65 cv (mais do que o 1,3 antigo), combinado com uma
caixa com relações muito curtas, ganhou muito em agilidade.
O Ka XR com motor Zetec RoCam 1,6 litro |
Em 2001 surgia a versão XR, o
mais potente Ka feito pela Ford até então: equipado como Zetec RoCam de 1,6
litro, gerava 95 cv de potência e 14,2 m.kgf de torque. Com reforços na
suspensão dianteira para sustentar o motor maior, spoiler no teto traseiro que
apresentava um ganho de 7 km/h na velocidade máxima, saias laterais e rodas de
alumínio de 14 polegadas e pneus 185/60, o XR atingia 186 km/h de máxima, acelerando
de 0-100 km/h em 10,8 segundos, desempenho de fazer inveja a modelos maiores e
mais potentes. Os únicos opcionais eram o ar condicionado e a direção
hidráulica.
Ka Action |
Ao longo dos anos, o Ka na
América Latina veio a ficar diferente do europeu. A primeira intervenção (2002)
ocorreu na traseira, bastante criticada no Brasil, mudando a configuração das
lanternas traseiras, com a placa reposicionada na tampa do porta-malas e uma
nova divisão do para choque traseiro, que vinha em três partes para facilitar a
manutenção/reposição em caso de acidentes.
Da primeira geração, houveram
séries limitadas como o Ka Tecno (2000) limitado a 800 unidades, tinha rodas de
liga leve com desenho exclusivo, para choques pintados em tom prata mais escuro
do que a carroceria, painel de instrumentos e relógio central com fundo preto e
outros itens diferenciados. Esta versão era disponível somente com o motor
RoCam 1,0 litro. Posteriormente, as versões básicas deram origem ao Ka Action,
equipado com o mesmo motor RoCam 1,6 litro, mas sem os adereços esportivos e
rodas de aço com calotas.
O Ka Black (2001) foi uma
série com bancos de couro e interior diferenciado, também com 800 unidades,
sendo 640 com motor 1,0 e 160 com motor 1,6 litro, estes com a configuração
externa igual ao Ka XR. A versão Ka MP3 (2005 a 2007) foi lançado como série
especial, depois incorporado à linha; vinha com sistema de som (CD Player) com
capacidade para ler e reproduzir arquivos de música em MP3; era disponível
apenas na cor preta com detalhes em cinza, e os motores podiam ser o 1,0 ou 1,6
litro, ambos Zetec RoCam.
Em 14 de dezembro de 2007, houve a reestilização do Ka brasileiro, ainda sobre a mesma plataforma, mas dando uma sobrevida ao carro com a criação de mais espaço no banco traseiro, para um terceiro passageiro e descaracterizando fortemente o estilo de grande personalidade do primeiro Ka. As linhas abandonaram o estilo New Edge, e perdeu a grande personalidade do modelo anterior. Faróis em formato de gota e grade com filetes horizontais, janelas posteriores longas e coluna C larga davam um ar de miniperua, e a traseira revista para o terceiro passageiro e maior volume no porta-malas (de 186 para 263 litros) elevaram o vidro traseiro e as lanternas não invadiam a tampa do porta-malas.
Em 14 de dezembro de 2007, houve a reestilização do Ka brasileiro, ainda sobre a mesma plataforma, mas dando uma sobrevida ao carro com a criação de mais espaço no banco traseiro, para um terceiro passageiro e descaracterizando fortemente o estilo de grande personalidade do primeiro Ka. As linhas abandonaram o estilo New Edge, e perdeu a grande personalidade do modelo anterior. Faróis em formato de gota e grade com filetes horizontais, janelas posteriores longas e coluna C larga davam um ar de miniperua, e a traseira revista para o terceiro passageiro e maior volume no porta-malas (de 186 para 263 litros) elevaram o vidro traseiro e as lanternas não invadiam a tampa do porta-malas.
Ford Ka, reestilização brasileira em 2008 sobre a primeira geração |
Com o lançamento da segunda
geração europeia, o Ka brasileiro separou-se completamente de sua ligação com o
resto do mundo. De 2006 em diante o Ka brasileiro recebeu o motor Zetec-Rocam
quatro cilindros de 1,6 litro, com 94 hp a gasolina, com a tecnologia do comando
de válvulas roletado sendo estendido também à versão com 1,0 litro, também com
quatro cilindros e oito válvulas. No modelo reestilizado (2007 modelo 2008) o
motor era flex, o 1,0 gerando 68,5 e 72,7 cv (respectivamente com gasolina e
etanol) e o 1,6 com 102 e 107 cv (gasolina/etanol).
Para um carro de entrada, o
Ka tinha diferenciais interessantes, como abertura do porta-malas no painel,
alarme com sensor de presença, trava elétrica com controle remoto e abertura
remota do porta-malas, chave codificada, luz de advertência da revisão
programada e trava automática das portas ao atingir 15 km/h.
Com o motor 1,6 litro e o
baixo peso do Ka, seu desempenho ficou muito esportivo, fazendo de 0-100 km/h
em torno de 11 segundos, número próximo do Astra que tinha motor 2,0 litros.
O Ka Sport com faixas "à la Mustang". |
A versão Ka Sport era a única
que tinha o motor 1,6 litro, vinha com rodas de liga leve aro 15, pneus Pirelli
P7 195/55, spoiler, saias e faixas chamativas no capô dianteiro e laterais,
lembrando a decoração do Mustang Boss, especialmente na cor laranja com faixas
pretas.
Um total de 63.766 unidades
foram vendidas no Brasil em 2011, fazendo do Ka o 14º modelo mais vendido no
país; e no total, cerca de 850 mil unidades foram fabricadas de 1997 a 2012. No
final de 2012 a Ford suspendeu a produção
NOVO KA
No Salão do Automóvel de São
Paulo, em 2014, a Ford apresentou o Novo Ka, alinhado com o estilo Kinetic Concept, totalmente reformulado
e em nada lembrando os modelos anteriores; incluindo aí o descarte do estilo
apresentado pelo conceito KA mostrado em Beijing em 2010. Baseado na nova
plataforma do Fiesta, que começou a ser importado do México e passou a ser
fabricado no país, trazia a configuração hatchback de quatro portas e cinco
passageiros, motor de quatro cilindros 1,0 Ecoboost (8 válvulas) e 1,5 litro (16
válvulas); câmbio de 5 ou 6 marchas. Posteriormente teve acrescido a nova
unidade motriz com três cilindros e doze válvulas, dentro da concepção de “downsizing”
que tomou conta da engenharia nos últimos anos.
O motor 1,0 três cilindros é
o mais moderno e potente propulsor do mercado brasileiro, com 85 hp e 10,7 kgfm
de torque, superando o VW up!, que tem 82 hp. Movido a gasolina ou etanol,
dispensa o uso do tanque suplementar para partidas a frio e é o único da
categoria equipado com duplo comando variável de admissão e escapamento,
recurso que melhora o fluxo dos gases no interior do motor e otimiza o
rendimento e consumo.
Atualmente, o Ka também
apresenta a versão Ka+, um sedan compacto quatro portas, com capacidade de
porta-malas maior.
PARTICIPAÇÃO DO FORD KA NO MoMA DE NOVA YORK
Em julho de 1999, o MoMA, The Museum of Modern Art, de Nova
York, realizou uma exposição intitulada “Different
Roads: Automobiles for the Next Century”, uma visão de como seriam os
automóveis do Século 21 e seu impacto na sociedade. As preocupações sobre os
impactos de uma nova geração de automóveis, confrontada com as demandas de um
novo consumidor nas áreas social, econômica e ambiental e da indústria
automotiva. Sete diferentes veículos da Ford (Ka), Toyota (Prius), Fiat
(Multipla), General Motors (EV1), Daimler (Smart), BMC (Rover Mini) e Honda (VV
Insight) foram expostos como sucessores do Ford T e do Volkswagen Beetle. As ideias
e conceitos por detrás destes veículos, associados ao design de cada um foram
os fatores preponderantes para a seleção destas unidades para a mostra, que
teve também um Simpósio intitulado “Qual é o futuro do Automóvel?”, envolvendo
apresentações de designer automotivos, engenheiros, executivos, historiadores e
sociólogos, que discutiram que problemas deveriam ser considerados para o uso,
desenho e produção do automóvel no século 21.
De todos os carros expostos,
o Ka foi o que teve maior presença no mercado, apesar de seu perfil urbano
europeu, e seu design muito avançado para a sua época, fez sucesso em muitos
mercados e cativou muitos fãs através dos anos.
EM ESCALA
Street Ka da Welly, na escala 1:18 |
Ford Ka 1997 da Minichamps em 1:43 |
Ford Ka da Kinsmar, em 1:32 e 1:64 com fricção. |
Cararama em 1:43; Maisto em 1:64 e Rietze em 1:87. |
O Ford Ka da segunda geração
europeia saiu na coleção dos carros de James Bond pela Universal Hobbies na
escala 1:43, cuja embalagem reproduz um cenário do filme onde o carro aparece,
e a Minichamps também reproduz o modelo do filme, mas sem o cenário.
Ford Ka do filme Quantum of Solace, da Universal Hobbies |
Ford Ka 2008 da MotorMax em 1:24 e Minichamps 1:43 |
REFERÊNCIAS:
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