O 510 preparado por Pete Brock para a SCCA |
Introduzido no mercado americano em 1967 (como modelo 1968), o Datsun 510 era uma série do Datsun Bluebird, comercializado nos Estados Unidos e Canadá como Datsun 1600. Inspirado pelos sedans europeus particularmente o BMW 1600, ele foi planejado para ser vendido num mercado global, e particularmente para incrementar as vendas da Nissan no mercado americano. Durante o seu desenvolvimento, Yutaka Katayama, presidente da Datsun USA, queria que o 510 fosse um carro esportivo por natureza, não um sedan econômico sem desempenho. Ele acreditava que um carro mais potente, bem acertado, como o Fairlady 240Z, poderia alavancar a imagem da Datsun USA. Os executivos da Nissan no Japão estavam céticos sobre os conceitos de Katayama, mas por fim, ficaram motivados a dar ao 510 mais performance. A estratégia de Katayama parece ter sido bem-sucedida, pois venderam mais de 400.000 exemplares do modelo nos anos em que o carro permaneceu no mercado americano.
As linhas do 510 eram bem parecidas com o BMW 1602
O 510 foi estilizado por
Teruo Uchino, designer da própria Datsun. Seu design agradável e simpático
lembrava o 410 feito por Pininfarina, e outros carros da Nissan. O estilo final
deve ter agradado à comissão executiva que, a princípio, duvidou do projeto.
Mas Katayama conseguiu o que
queria: o 510 foi projetado como um carro competitivo desde o início. Sua
suspensão totalmente independente, distribuição de peso uniforme e motor
potente eram bons o suficiente para atrair as equipes que buscavam um carro
barato, e que pudesse receber uma preparação para as corridas. Como um carro
básico, vendido por US$ 1.996, o 510 era acessível até aos pilotos independentes.
Mas Katayama teve que provar que ele funcionava na pista.
O 510 Trans-Am
Pete Brock, com a Brock Racing Enterprises (BRE), havia colaborado com Carrol Shelby e seus Cobra Daytona, além de ajudar Shelby com os Toyota 2000GT no SCCA, e Brock iniciou sua própria equipe Datsun; correndo com os Datsun 2000 e vendendo peças de reposição para as equipes que competiam com eles. Com toda a sua experiência, Brock fechou logo um acordo com Katayama para promover a imagem da Datsun nos Estados Unidos. Correndo com os 240Z na Classe C-Production do SCCA, os bons resultados motivaram Brock a investir nos 510.
O único Datsun 510 preparado para a
temporada de 1971 na nova classe Trans-Am 2.5 da SCCA, era pilotado por John
Morton, que levava o número 46 contra toda a concorrência, inclusive os Alfa
Romeo GTA de Herb Wetson. Depois de uma temporada muito concorrida, Morton
venceu sua classe como estreante do ano, sendo fundamental para o resultado o
apoio de fábrica da BRE, mais do que qualquer das equipes da classe Trans-Am
2.5, a Nissan disponibilizou peças especiais de competição, como o câmbio de
cinco marchas com relações especiais; e as demais peças que a Nissan não fornecia,
eram feitas pela BRE com seus técnicos e oficina própria.
Na temporada de 1972, três 510 foram
preparados e Morton conquistou novamente o campeonato da classe Trans-Am 2.5. Ao
mesmo tempo, Bob Sharp havia fechado um acordo com o chefe da Nissan na Costa
Leste, Sr. Kawasoe, para correr na Classe B Sedan da SCCA, enquanto Brock, com
a BRE corria na Classe Trans-Am 2.5. Sharp conquistou os títulos da Classe B
Sedan também em 1971 e 1972, confirmando a competitividade dos 510 nas pistas
americanas.
O 510 era equipado com um motor de quatro cilindros em linha (código U-20), de 1800cc, gerando 190 hp a 6500 rpm, taxa de compressão de 12,8:1, acoplado a um câmbio de cinco marchas manual. A carroçaria de aço tinha capôs dianteiro e traseiro em fibra-de-vidro, tração traseira, freios dianteiros a disco e traseiros a tambor. Sua suspensão dianteira era McPherson e a traseira de braços arrastados, ambas com molas espirais e amortecedores telescópicos reguláveis. Pesava apenas 850 kg, com a relação peso/potência de 4,47 kg/hp, o tornava bastante competitivo frente aos adversários.
Identificação do Datsun 510 nº 46 restaurado
Poucos imaginavam que o pequeno Datsun
poderia fazer frente aos poderosos Alfa e BMW, por isso ganharam a reputação de
“Giant Killer” (Matador de Gigantes) entre os aficcionados americanos. O modelo
conseguiu grande popularidade porque a Nissan disponibilizava diversos
componentes para melhorar o desempenho do 510, e suas peças eram
intercambiáveis com outros modelos da Nissan, notadamente os 240Z, esportivos de
verdade da marca. Pilotos e equipes continuaram a usar o 510 nas pistas mesmo
depois dele sair de linha; e formou um bom mercado para colecionadores, tanto
nos Estados Unidos como na Austrália e Nova Zelândia, outros mercados em que o
510 teve boa presença.
O Datsun 510 também foi bem-sucedido ao substituir os Cedric nos
circuitos de Rally. Em 1970, Jamil Din e Maksood Minhas ficaram em terceiro
lugar na geral e primeiro na classe no desgastante East African Safary Rally.
No ano seguinte, Edgard Herrmann e Hans Schuller repetiram a vitória.
Os Datsun 510 correram por pouco tempo, mas foi o
suficiente para ganhar uma boa reputação entre os amantes de corridas, e os
três BRE 510 construídos por Brock sobreviveram, sendo o mais famoso nº 46, depois
de restaurado, participou na Corrida Histórica de Monterey em 2001.
Da minha coleção
O Datsun 510 na escala 1:64 é da Greenlight, reproduzindo o carro nº 46 de John Morton, e o casting é bem detalhado. É de se notar os faróis dianteiros com os decalques como no original, além das rodas e os pneus que são de borracha, que parecem mais proporcionais à escala do que os Hot Wheels. A definição dos decalques é muito boa, e além da facilidade da mini da Greenlight ser encontrada, a qualidade do modelo, e principalmente, o valor cobrado foi muito menor do que o mercado paralelo está pedindo pelo Datsun 510 da Hot Wheels.
Referências:
https://usa.nissannews.com/en-US/releases/1971-datsun-bre-510-46-trans-am-2-5-champion
https://www.supercars.net/blog/1971-datsun-510-trans/
https://www.supercars.net/blog/1971-datsun-510-trans-gallery/
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