terça-feira, 24 de junho de 2025

DeTomaso Mangusta, 1967-1971


Alejandro DeTomaso era um piloto de corridas e industrial argentino que emigrou para a Itália em 1955. Vindo de uma família de políticos proeminentes, seu avô paterno fugiu de volta para a Itália (de onde havia imigrado com vinte anos de idade) depois de ser implicado em uma conspiração para derrubar o presidente argentino Juan Perón. Alejandro instalou-se em Modena, começando sua carreira na indústria automobilística correndo com um Maserati e OSCA. Casou-se com Isabelle Haskell, uma cliente da Ferrari que também corria de automóveis nos Estados Unidos.

Em sua breve carreira esportiva, conseguiu algum sucesso como piloto. O nono lugar no GP da Argentina de 1957 na Scuderia Centro Sud Ferrari 500/625 permaneceria o seu maior sucesso.

Alejandro De Tomaso

Em 1959 ele fundou a DeTomaso Automobili SpA, inicialmente para construir protótipos e carros de corrida. Com a ambição de promover a DeTomaso Automobili SpA por meio do automobilismo, Giampaolo Dallara foi contratado para projetar um carro de F-2 para 1969. Isto foi orquestrado por um jovem dono de equipe ambicioso chamado Frank Williams os pilotos foram Jonathan Williams, Jacky Ickx e Piers Courage. Williams e DeTomaso então fizeram um acordo para entrar na F-1 em 1970 com Courage, os motores Cosworth e o chassi projetado por Dallara. Courage terminou em terceiro na prova extra-campeonato International Trophy e estava em sétimo no GP da Holanda, onde sofreu um acidente fatal. A equipe continuou com os pilotos Brian Redman e Tim Schenken, mas encerrou as atividades no final do ano. De Tomaso foi então se concentrar no negócio dos carros de estrada.

O Chassi do Mangusta


Voltando-se para o mercado de carros esportivos de alta performance, os carros que projetou e construiu usavam um chassi cuja espinha dorsal de alumínio se tornou sua marca registrada. Os modelos eram cupês de motor central: o Vallelunga, seu primeiro carro de rua, de 1964, o Mangusta e o Pantera; o Deauville, um sedã quatro portas lembrando o Jaguar XJ6, e o Longchamp, versão do Deauville com duas portas, que mais tarde se tornou a base para o Maserati Kyalami. Criou também o Guará, um esportivo de duas portas com carroceria em Fibra de Carbono.

De Tomaso Mangusta protótipo, 1966


No início dos anos sessenta, Alejandro estava lutando para fazer a mudança de construtor de carros de corrida para o de fabricante de carros esporte para as estradas, produzindo protótipos que sempre pareciam ter um grande potencial, mas sem futuro. Assim, ninguém deu muita atenção quando revelou um cupê com motor central Ford em novembro de 1966. No entanto, este carro, o DeTomaso Mangusta, se tornaria seu primeiro modelo de produção em série, lançando assim as bases para o futuro império de DeTomaso.

O De Tomaso Mangusta ("fuinha" em italiano, ou “mongoose” em inglês) era um cupê de dois lugares compacto, apresentando o famoso chassi em "espinha dorsal" com suspensão independente com braços em "A" e um motor de 1.5 litros de quatro cilindros da Ford britânica. Alejandro esperava vender cópias ou, pelo menos, despertar o interesse de uma grande montadora e vender os direitos de produção, mas nada aconteceu.


Mas, em seguida, houve um ponto de viragem. Em 1965, De Tomaso convenceu o jovem Giorgio Giugiaro, formado pela Bertone, mas trabalhando na casa de Ghia, para projetar uma carroceria adequada para o chassi Vallelunga. Ele atraiu a atenção e Ghia construiu alguns protótipos, apenas para descobrir que a falta de rigidez do chassi em torno do motor criava problemas de vibração insolúveis. Isso deixou a Vallelunga natimorto, mas Alejandro ficou com um contato valioso.


Não demorou muito tempo para este contato vingar. Determinado a fazer o seu trabalho de chassis, De Tomaso decidiu tentar uma versão ampliada com um V-8 de bloco pequeno da Ford americana. O especialista em automobilismo americano Pete Brock projetou uma carroceria aberta para ele com um olho para as 12 Horas de Sebring de 1966, mas o carro nunca chegou à Florida. Mais uma vez frustrado, mas ainda destemido, Alejandro virou-se para Ghia para um construir um "show-car" baseado neste chassi.

Enquanto isso, Giotto Bizzarrini (cujo nome tinha conexão com a Ferrari, Iso, e Lamborghini) havia acabado de projetar um chassi com motor central de sua autoria, para o qual Giugiaro havia criado carroçarias bem torneadas de simplicidade elegante. Esta proposta, a P538 "Bizzarrini" nunca foi construída, mas o estilo de Giugiaro foi aplicado ao protótipo de De Tomaso, essencialmente, o De Tomaso Mangusta.

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rimeiro exibido em 1966 no Turin Show como o Ghia Mangusta, o resultado foi impressionante: baixo, largo e perversamente elegante, sexy e sofisticado. Felizmente, sequer uma linha foi alterada para a produção. Os destaques incluem uma grade simples com dois ou quatro faróis (dependendo do país de venda), um capô muito amplo, as grandes rodas de liga leve, pára-lamas alargados de forma agressiva, e uma traseira fastback com uma espinha dorsal distintiva em que as tampas de acesso do motor foram articuladas ao estilo Gullwing.

Desenhado por Giugiaro em 1966, enquanto na Ghia, o De Tomaso Mangusta foi um marco no design futurista e um exemplo de coisas que virão. O carro foi baseado no 1965 De Tomaso Sports e tinha 4,7 litros no motor Ford. O acesso ao motor era feito através de dois grandes painéis na parte de trás do carro, centralmente articuladas. Apesar da abertura diferenciada, o modelo foi criticado devido à dificuldade de acesso aos componentes mecânicos.

O nome refere-se a um mamífero carnívoro nativo da África, vivendo em locais desde florestas tropicais a desertos. Algumas espécies são conhecidas pela sua facilidade em matar cobras venenosas, de certa forma, imunes ao veneno das mais conhecidas serpentes, tais como a Naja africana. Comenta-se também, que o nome vinha de algumas conversas que DeTomaso teve com Carrol Shelby, para substituir o Cobra com um carro construído por ele; mas com o envolvimento de Shelby no programa do GT40, nenhum acordo foi assinado. Mas a origem dos motores Ford pode ter sido a herança que ficou destas conversas iniciais, e o nome Mangusta pode ter sido uma alusão a que os Mangustos (Mongoose em inglês) são matadores de cobras, sendo imunes ao veneno das Najas.

O chassi do Mangusta foi um exemplo clássico da configuração de motor central traseiro. O potente motor Ford 289 de polegadas cúbicas, 306 HP (versão americana) e o 302 com 221 HP (para a Europa) preparado para o novo Shelby-Mustang GT-350, foi posicionado longitudinalmente atrás de um bastante apertado cockpit de dois lugares e à frente da linha central da roda posterior, acoplado a uma transmissão ZF de cinco velocidades transaxle do tipo encontrado em carros como o Ford GT40. O chassis ainda era backbone de aço estampado de De Tomaso, com seção em caixa e superestruturas tubulares que sustentavam o motor/câmbio, suspensões, direção e cockpit. Era equipado com freios a disco Girling nas quatro rodas; fazia de 0-60 em 6,3 segundos, o quarto-de-milha em 15 segundos a 94 mph, com máxima de 155 mph.


Alguns dizem que este projeto foi influenciado pelo carro de Mickey Thompson da Indy 500 de 1964; outros dizem que Alejandro apenas imitou o chassi do Lotus Elan de Colin Chapman. Independentemente disso, a plataforma de backbone do DeTomaso Mangusta era muito flexível para o musculoso V-8 americano, e a geometria da suspensão irregular resultava em reações imprevisíveis do carro. Um ajuste na distribuição de pesos na traseira - não menos do que 68 por cento - quase ajudou.

Mais tarde, por sugestão do consultor Gian Paolo Dallara, um talentoso engenheiro da Lamborghini, DeTomaso tentou compensar ajustando pneus traseiros muito mais largos (225-seção contra 185 da frente), mas não foi o suficiente. A altura livre do solo era muito limitada e o centro de rolagem baixo, mas a flexão do chassi dava ao Mangusta uma mente própria: às vezes subesterçante, às vezes sobresterçante. A consequência era que dirigir em alta velocidade poderia ser um negócio complicado, quando em curvas, e especialmente em superfícies escorregadias.



Não que isso fosse uma grande surpresa, para o que era essencialmente um carro de corridas desafinado. Mas trazia à tona outro ponto fraco: a falta de praticidade. Mesmo para um GT de alto desempenho, que não tinha espaço suficiente para passageiros ou bagagem, e uma visão para o exterior difícil, especialmente para a ré. O que o Mangusta tinha em abundância era a velocidade, e em grande quantidade: De Tomaso alegava que a máxima batia nos 155 mph (250 km/h), e argumentava que "mais lindo do que o belo design de Giugiaro, e graças ao conjunto motor-transmissão de baixo custo, era o preço: US$ 11.500".



Imperfeito que fosse, o De Tomaso Mangusta era um carro que Alejandro poderia vender. Sua esposa deu-lhe os meios: o irmão dela era diretor na empresa americana da Rowan Controls, e ela o convenceu a não só adquirir a fábrica DeTomaso, mas a Ghia também. Alejandro logo teve 300 encomendas em mãos, e o DeTomaso Mangusta entrou em produção durante 1967. Em 1971, outros 100 haviam sido vendidos na Europa. DeTomaso estava em seu caminho, por fim.

Durante os anos 1960 e 1970, De Tomaso formou sua holding, adquirindo diversas empresas, como os estúdios Ghia e Vignale; ganhou controle sobre as companhias de motos Benelli e as Moto Guzzi; a Innocenti (fundada para construir os Minis sob licença da British Motor Corporation na Itália), e em 1975, celebrou um acordo com a Maserati, o que o salvou da falência com assistência do governo italiano. Com o tempo, porém, ele vendeu suas operações; a Ghia para a Ford, em 1973, a Innocenti e a Maserati para a FIAT em 1993. De Tomaso sofreu um enfarte em 1993, e o dia-a-dia da empresa passou a ser conduzido pelo seu filho Santiago.


Alejandro De Tomaso faleceu na Itália, em 2003. E a companhia foi assumida por seu filho Santiago sob as orientações de Isabelle, mulher de Alejandro.

DA MINHA COLEÇÃO



O Mangusta entrou na minha coleção em 1968/69, uma miniatura da CORGI, na escala 1:43, explorando justamente o chassi com trave central, que se separa do corpo do carro. As suspensões tem um pequeno curso, e traz o motor V8 de 4,7 litros da Ford americana, com os oito canecos bem detalhados.

De Tomaso Mangusta, CORGI Toys, 1:43


Esta mini não tem partes móveis, uma pena que não abre o capô do motor no estilo “gull wing”; mas reproduz bem o design de Giorgetto Giugiaro, enquanto trabalhava no Estudio Ghia.

De Tomaso Mangusta, CORGI Juniors, 1:64


O outro Mangusta é da CORGI Juniors, na escala 1:64, bem menos detalhada, e uma cor que não faz jus ao belo design do carro. Pelo menos traz rodas especiais e pneus de borracha.

REFERÊNCIAS

http://auto.howstuffworks.com/detomaso-sports-cars1.htm

https://en.wikipedia.org/wiki/De_Tomaso_Mangusta

https://silodrome.com/shelby-de-tomaso-p70/

terça-feira, 17 de junho de 2025

Carros e Filmes: Mercury Club Coupe

Mercury Club Sedan, 1950

Com o fim da Segunda Grande Guerra, as pessoas ficaram mais otimistas, criando um desejo por coisas mais bonitas, para esquecer os horrores da guerra. Os automóveis tiveram um papel muito positivo, nisso, quando os designers começaram a projetar as novas linhas no final dos anos 1940, a Ford foi pioneira ao lançar o Ford 49, com um design que rompeu com o estilo que vinha dos anos 1930/40. Os para lamas ficaram mais integrados ao corpo do carro, as laterais fuíam numa superfície contínua dos faróis até as lanternas traseiras, e o cofre do motor mais nivelado com os para lamas, era um símbolo do otimismo da Ford quanto ao futuro.

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Mercury Sport Club, 1951

divisão Mercury também buscava renovar sua linha e seguiu o mesmo estilo, para um carro de categoria superior. Projetado por Eugene “Bob” T. Gregoire, eliminando os estribos, aparência mais baixa e esguia, o Mercury Eight, lançado em 1949, vendeu 301 mil unidades, tornando-se um sucesso por toda a década de 1950.

Equipado com o V8 Flathead de 255 cid (4.184 cc), produzia 110 hp e 200 lb-ft de torque e uma caixa manual de três velocidades, não era um primor em desempenho. Mais cromados foram acrescentados em 1950, e uma transmissão automática de três velocidades Merc-O-Matic tornou-se opcional em 1951. Vendendo em média 300 mil unidades a cada ano, muitos consumidores buscavam as oficinas de preparadores para conseguir mais performance, e o modelo se tornou um dos mais customizados nos anos 1950.

James Dean no Mercury, em "Rebel Withiut Cause", 1955

O filme “Rebel Without a Cause” (1955, Juventude Transviada, em português) em que James Dean dirigia um Mercury 1949, serviu como referência para a criação de veículos personalizados nos anos seguintes, enlouquecendo os jovens que buscavam ser diferentes da geração de seus pais. Assim George Barris e seu irmão Sam rebaixaram o teto de um Mercury Club Coupe 51 para criar o Hirohata Merc, um clássico até hoje.

Hirohata Merc, custom de George Barris

O modelo é bem valorizado pelos colecionadores e customizadores, e aparece em American Grafitti (1973), como o carro da gangue dos Pharaoh’s, e pilotado por Silvester Stallone, em Cobra (1986).

Um Mercury tipicamente customizado


O Mercury 1951 de American Grafitti foi construído por Don Orlandi, que preparou os carros do filme de George Lucas. Ele tem o teto fortemente rebaixado em 4 polegadas, mas os especialistas criticam o estilo final, que não ficou tão bonito como outros Mercury customizados, porque foi feito apenas para o filme, os vidros das janelas nem subiam, os faróis foram substituídos, com as molduras simplesmente coladas para dar acabamento.

O Mercury da gangue Pharaoh's, em American Grafitti

O Mercury quando estava na Universal Studios

O carro foi pintado na cor Cimarron Red, e em cerca de duas semanas, estava pronto para as filmagens. O motor era um V8 Flathead de 255 cid com um carburador duplo Holley, e não foi mexido. Depois do filme, o carro foi levado para exibição no Universal Studios, ficando vários anos, e depois armazenado num galpão. Com o tempo, ele foi vendido para Ed “Big Daddy” Roth, que o vendeu para Brian Setzer, cantor e guitarrista de Rockabilly. Sem conhecer o passado do carro, com problemas de funcionamento, Setzer acabou se livrando do carro, e em 2001 disse numa entrevista que “me livrei dele porque era uma pilha de lixo!”.

O Mercury quando encontrado em 2013

O carro foi encontrado por um fã de American Grafitti enferrujando nos fundos de uma oficina nos limites de Nova York, e por volta de 2013, Steve, o dono da oficina, relatou que seu irmão comprou o carro de Brian Setzer, na década de 1980, e possui a documentação de origem do carro. Quando seu irmão morreu, o carro ficou para ele, e devido às dificuldades financeiras, ainda não conseguiu restaurar o Mercury como aparece no filme, mas tem planos para fazer isso.

O Mercury de "Cobra", uma ilustração de um autor desconhecido

Silvester Stallone interpreta Marion “Cobra” Cobretti, um tira de Los Angeles que trabalha na proteção de testemunhas. Ele pilota um Mercury Monterey 1950, customizado no estilo Lead Sled, preparado para maior performance e velocidade, com um visual intimidador. Para o filme, quatro carros foram preparados por Dean Bryant, um como “Hero Car” e os demais Stunt cars para as filmagens (estes três foram destruídos nas tomadas de perseguição do filme).

Acima e abaixo, o Mercury em cenas do filme "Cobra", de Silvester Stallone


Todos tiveram seus tetos rebaixados em 1,5 polegadas, equipados com gaiola interna de proteção, e o motor do Hero-Car preparado com mais de 600 hp. Stallone ficou com o carro depois do filme, mas em 1994 ele foi roubado de sua garagem. Vários anos depois, Stallone estava navegando pela Internet, e se deparou com o carro, numa listagem on line da Web. Imediatamente, acionou seus advogados, e recuperou o veículo, a esta altura, avaliado em mais de US$ 250.000, e até 2021, o ator ainda estava de posse do famoso Mercury.

Da minha coleção

Purple Passion, Hot Wheels da Serie "Designed by", de 2025


Em 1990, a Mattel lançou o Purple Passion, projeto de Larry Wood, baseado no Mercury 1951, com o teto rebaixado. O modelo foi um sucesso, e está presente na linha dos Hot Wheels até hoje, menos no ano de 2020. Sempre teve diversas decorações a cada ano, chegando às 11 versões nos anos de 2005 e 2007, e em 10 versões nos anos de 1995, 2002 e 2004.


O Purple Passion da minha coleção é da Série HW Designed By, de 2025, e traz uma bela decoração, com o decal “L. Wood Design” logo atrás da caixa das rodas dianteiras.

Mercury 49 da M2 Machines

O Mercury 1949 bege é da M2 Machines, um casting muito bem-feito, abre as portas e o capô do motor. Tem o teto rebaixado e a altura do solo também reduzida, e os pneus de faixa branca dão um toque especial ao modelo.



Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/Purple_Passion

https://www.automoblog.com/warm-up-once-more-to-mercury-1949-1951-mercury/

https://retroauto.com.br/mercury-eight-49-51-terceira-geracao-o-carro-de-james-dean/

https://blog.consumerguide.com/cars-american-graffiti/

https://stallonezone.com/wordpress/2019/12/23/sly-stallone-is-cobra-with-his-awesome-50-merc/

https://kipsamericangraffiti.blogspot.com/2013/05/the-cars-pharaohs-51-merc.html

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Dick Landy e seu Dodge Coronet 1965

"Dandy" Dick e o Dodge Coronet Altered

Richard J. Landy foi um dos melhores pilotos de Stock Cars e Dragsters dos anos 1960 e 70. Apelidado de “Dandy Dick”, pois se vestia de forma elegante; ele e Ronnie Sox dominaram as pistas de arrancada com os carros da Chrysler equipados com os poderosos V8 Hemi de 426 polegadas cúbicas.

O Dodge Coronet 1965 teve o eixo traseiro movido para frente em 15 polegadas, enquanto o dianteiro foi avançado em 10 polegadas, criando uma distribuição de peso e equilíbrio mais competitivos, e foi o primeiro carro com especificações que vieram a se tornar a categoria dos “Funny Cars”.


O Dodge de Landy era um dos seis do programa AFX Dragster, que a Chrysler enviou para a Amblewagon, em Troy, Michigan, para a alteração da distância entre eixos, troca das janelas por Plexiglass, portas, capôs do motor e porta-malas, e até os para-choques e painel em fibra de vidro. As carroçarias sofreram um banho químico em ácido, que reduziram o peso em 200 libras (90 kg), ficando com 1280 kg, até abaixo do limite para a NHRA (National Hot Rod Association).


Os carros eram equipados com o V8 Hemi de 426 cid (7 L), e a transmissão podia ser uma manual de quatro marchas ou um Torqueflite automático reforçado. Ficou conhecido com a inscrição que carregava nas laterais: “Landy’s Dodge”, e seu histórico de competições é fabuloso: venceu 39 das 40 corridas em que participou. É considerado o carro de seu tipo (Altered) mais original que existe, sendo autenticado pelo próprio Dick Landy na década de 1990, confirmando as alterações que fez no carro, inclusive a lanterna traseira esquerda rachada. Além da Declaração de Origem do Fabricante, e documentos de propriedade, há um relatório do Chrysler Registry e um Blue Ribbon Award, concedido ao modelo no Meadow Brook Concours d’Elegance.



Dick Landy continuou correndo com carros da Chrysler até 1980, vencendo os eventos nacionais do NHRA, e conquistando os campeonatos da AHRA (American Hot Rod Association) em 1973 e 1974. Ele faleceu de insuficiência renal em 11 de janeiro de 2007, aos 69 anos.



Da minha coleção



O Dodge Coronet de Dick Landy é uma miniatura Hot Wheels, da série Car Culture: Dragstripe Demons, de 2009. Ela reproduz as características que Landy alterou, em especial os eixos avançados, o traseiro em 15 polegadas e o dianteiro em 10, ficando bem próximo do para choque.





O detalhamento é o tradicional da Mattel para a escala, e a decoração é bem fiel ao original, que não tinha tantos patrocinadores como outros na época.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/%2765_Dodge_Coronet

https://en.wikipedia.org/wiki/Dick_Landy

https://www.hemmings.com/stories/the-first-funny-car-dick-landys-dodge-hemi-coronet-heads-to-auction-in-florida/

https://www.throttlextreme.com/dandy-dick-landys-1965-dodge-hemi-coronet/

https://www.motorcities.org/story-of-the-week/2015/dandy-dick-landy-race-car-legend

terça-feira, 3 de junho de 2025

Oldsmobile 442 – 1967

Oldsmobile 442, 1964 Coupe

Em 1964, o Oldsmobile 442 foi a resposta desta Divisão da GM para confrontar a versão GTO da Pontiac, considerado o primeiro “Muscle-Car” americano. Baseado no Cutlass, os engenheiros John Beltz, Dale Smith e o chefe da divisão Bob Dorshimer colocaram o motor V8 de 330 cid (5,4 L) com um carburador quádruplo (identificado com a sigla L79), com um comando de maior abertura e outras modificações, levaram o motor para 310 hp a 5200 rpm, com 355 lb-ft de torque a 3600 rpm.

Uma suspensão reforçada com 30% a mais de rigidez, amortecedores HD, barras estabilizadoras de maior diâmetro, combinados com um câmbio Muncie M20, embreagem reforçada, relação de direção mais rápida, diferencial com relação de 3,36:1, escapes duplos, rodas HD 14x6, com pneus 7,5x14 US Royal 80XP Black com o charme do filete vermelho nas laterais.

Olsmobile 442, 1965

Este pacote recebeu a denominação de 4-4-2 veio da combinação do carburador quádruplo (4), transmissão manual de quatro velocidades (4) e escapamentos duplos (2). Fazia de 0-60 mph (0-96 km/h) em 7,5 segundos, o quarto-de-milha em 15,5 segundos a 90 mph (140 km/h) e chegava na velocidade máxima de 116 mph (185,6 km/h).

Em 1965 o motor de 330 cid foi substituído pelo novo 400 cid (6,5 L), com 350 hp, mantendo os números 4-4-2 se referindo às 400 cid, o carburador quádruplo, agora um Rochester de 515 cfm e os dois escapamentos. O câmbio podia ser um manual de três marchas com alavanca na coluna, ou manual de quatro marchas com alavanca no piso; e um automático Jetaway de duas velocidades como opcional. No meio do ano foi disponibilizado como opcional um câmbio HD da Hurst de três marchas com alavanca no piso.

Oldsmobile 442, 1966 Conversível

Nos anos seguintes, a potência dos motores foi subindo, com diversas combinações de transmissão, sendo os preparados pela Hurst ganhando espaço entre os compradores; freios da disco dianteiros eram uma nova opção. O pacote W30, com um V8 de 455 cid (7,5 L), com 370 hp, alimentado com mangueiras que captavam o ar fresco na grade dianteira, foi construído para atender às regras da NHRA, oficialmente 502 unidades foram fabricadas pela GM, mas um número desconhecido foi montado pelas concessionárias

Oldsmobile 442, 1967


Até o final de 1967, a primeira geração do Oldsmobile 4-4-2 acabou sendo equipada com os diversos itens de segurança ditadas pela legislação federal americana, como a coluna de direção absorvente de energia em caso de choques, assim como o volante cônico, painel acolchoado, com botões embutidos para evitar ferimentos nas colisões, pisca-alerta e sistema de freios com circuito duplo.



Da minha coleção

Oldsmobile 442, 1967. Hot Wheels, Serie Muscle Mania - GM, 2012


O Oldsmobile 442 é um Hot Wheels, da Série Muscle Mania – GM, de 2012; projeto do designer Brendon Vetuskey, da Mattel. Reproduz o modelo de 1967, com duas portas sem a coluna B. O design marcante dos quatro faróis dianteiros, separados pelas luzes dos piscas, acabou se perdendo um pouco na falta de detalhamento, e a decoração simples, assim como as rodas comuns a outros modelos tiram um pouco do charme deste muscle-car.






Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/%2767_Oldsmobile_442

https://en.wikipedia.org/wiki/Oldsmobile_442

https://oldsmobility.com/old/67biography.htm