sábado, 1 de março de 2025

So-Cal Speedshop


Enquanto servia no Corpo Aéreo do Exército como engenheiro nos aviões B-17, em uma das licenças, um amigo levou Alex Xydias para assistir uma corrida de rua no Vale de São Fernando. Alex ficou impressionado com a velocidade que os carros atingiam, e teve a idéia de abrir uma loja de peças para peças para preparação de carros.

No mesmo dia em que foi dispensado do exército, 3 de março de 1946, Alex abriu a So-Cal Speed Shop na Olive Avenue, em Burbank, no condado de Los Angeles, California. Com muito trabalho duro, foi ganhando clientes e em um ano, mudou para a South Victory Boulevard, 1104, onde cabiam apenas dois carros, também em Burbank.

O Lakester, ou "Belly Tank" feito com o tanque de combustível
do P-38 Lightning

A So-Cal teve um impulso no mercado quando um Lakester (carros construídos com os tanques de avião para quebrar recordes de velocidade em Bonneville) com motor V8 atingiu 136 mph (219 km/h) em 1948 e apareceu na capa da edição de janeiro de 1949 de uma pequena revista voltada para os amantes de Hot Rods. Bill Burke, que trabalhava na So-Cal, foi o primeiro a tentar converter um tanque de combustível dos aviões P-51 Mustang num hot rod para correr em Bonneville. Como Burke era muito alto e forte, ele teve de mudar para um tanque maior de 305 galões do avião P-38 Lightning.

Com o sucesso conseguido, em parceria com Dean Batchelor, construiu um streamliner equipado com um motor Mercury V8, equipado com peças da Edelbrock, atingindo 210 mph (338 km/h) em 1950. Junto com alguns amigos, formou a So-Cal Speed Shop Racing Team, construindo hot rods com diversos níveis de preparação, alguns atingindo 190 mph (306 km/h).

Os carros de Alex na capa da Mechanic Illustrated

Em 1952, a revista Mechanix Illustrated elegeu a So-Cal como a melhor equipe de corridas, e enquanto os carros com o logo So-Cal faziam sucesso, Alex iniciou outra atividade: documentar os eventos automobilísticos, filmando competições desde as planícies de Bonneville, NASCAR< Pike’s Peak, Indianapolis e corridas em Sebring e Daytona.


Com os anos 1950 seguindo, o mercado começou a mudar, e os motores Flathead, no qual a So-Cal se especializou, já não eram os favoritos dos Hot Rodders, e outras lojas marcaram presença junto aos que queriam mais velocidade para seus carros. Quando o braço direito de Alex, Keith Baldwin deixou a sociedade que tinham, Alex seguiu com a So-Cal até 1961, quando fechou as portas.


Alex Xydias virou editor da revista Car Craft da Petersen Publishing em 1963, ficando 12 anos neste cargo até se transferir para a Hot Rod Industry News, tornando-se editor desta publicação. A revista promovia o Petersen Trade Show todos os anos, uma feira com os fabricantes de equipamentos de preparação e tuning, que viria a se tornar o SEMA (Specialty Equipment Market Association) Show, o maior evento de carros preparados do mundo.

Alex saiu da Petersen e passou a trabalhar com Mickey Thompson, famoso produtor de pneus de dragsters, organizando a feira de produtos Off-Road SCORE.


Pete Chapouris, também um aficcionado dos hot rods e Dragstgers, e ficou famoso nos anos 1970, quando Hollywood o procurou para construir um Hot-Rod para o filme “The California Kid”, estrelado por um jovem ator chamado Martin Sheen. Sua loja fez sucesso até que em 1987, Pete e seu sócio venderam sua loja, e no ano em que Alex se aposentou, Pete se tornou Vice-Presidente de Marketing do SEMA Show, até 1990. Com seu espírito empreendedor, voltou a construir máquinas customizadas, e em 1995, abriu a The Pete Chapouris Group (PC3g), em Pomona, California.

Rapidamente, a PC3g se tornou uma das principais lojas de equipamentos para Hot Rods do mundo, com os carros de seus clientes receberem diversas reportagens e menções nas publicações especializadas.

Além disso, Pete se envolveu em restaurar carros de competição antigos, e o trabalho de restaurar o caminhão tanque So-Cal de Alex Xydias o levou a se tornar amigo de Alex, e o trabalho de Pete na PC3g, restaurando o roadster de Doane Spencer de 1948 para Bruce Meyer, premiado no Pebble Beach Concours d’Elegance, o levou, junto com Alex, a ser considerado como duas das 100 pessoas mais influentes na indústria de alto desempenho, sendo depois indicados para o Hall da Fama da revista hot Rod em 1997.

A amizade entre Pete e Alex evoluiu e em 21 de novembro de 1997, a PC3g mudou o seu nome para So-Cal Speed Shop, iniciando um novo capítulo nesta história feita de vitórias com muita velocidade.

Da minha coleção

Max Steel



Max Steel apesar de ter o mesmo nome de uma figura de ação da Mattel, não reproduz o carro referente a este personagem, mas é uma versão de um Hot Rod dos anos 1920. Sua decoração remete à So-Cal Speed Shop, famosa nos anos 1950 e 60 por vender peças e equipamentos para correr nas pistas de dragsters e de quebra de recordes de velocidade.

’32 Ford



O design do 32 Ford é o casting mais famoso de Gary Saffer, da Mattel. Ele reproduz o coupe de três janelas do Ford DeLuxe de 1932. Lançado em 1998, o casting foi refeito em 2019, e a parte superior do Blower foi integrada à carroçaria. A configuração deste Hot Rod é bem comum no sul da California, e o carro real de Steve Caballero, um famoso skatista profissional, serviu de modelo para esta miniatura.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/Max_Steel

https://en.wikipedia.org/wiki/So-Cal_Speed_Shop

https://www.est1946.com/socalhistory1.aspx

https://www.motortrend.com/news/cal-speed-shop-back-new-owners/

História da Loja de Velocidade SO-CAL

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Porsche 906 Carrera 6 - 1966


O Porsche 906, ou Carrera 6, foi apresentado em janeiro de 1966 para correr no Grupo 4, no Campeonato Mundial dos Carros Esporte, da FIA (Federação Internacional do Automóvel). Foram construídos 52 exemplares para homologação, e o carro era baseado no Porsche 904, que já havia conquistado várias vitórias, e Ferdinand Piëch, neto de Ferdinand Porsche, ficou encarregado de aperfeiçoar o 904, tornando-o o mais leve possível, com mais um trabalho magistral de Erwin Komenda.

Grande parte foi conseguido por substituir a carroçaria de aço por fibra-de-vidro, reduzindo o peso para 1.030 lbs (580 kg). Também o motor Typ 771 com 2,0 litros e seis cilindros boxer recebeu bielas de titânio e carter de magnésio, equipado com carburador, produzia 210 hp a 8000 rpm.



Nove unidades receberam injeção de combustível BOSCH, sendo denominados Porsche 906 E (Einspritzung, ou Injetado), que produzia 220 hp a 8100 rpm, atingindo 280 km/h na reta de Mulsanne, em Le Mans. Quatro unidades na configuração Spíder foram equipadas com o motor flat8 de 2,2 litros com 250 hp, voltada para as provas de Subida de Montanha no campeonato europeu, contra o Ferrari Dino. Estas variações corriam na Classe de Protótipos.

Enquanto o 904 possuía um tanque de combustível na dianteira, o 906 tinha dois reservatórios posicionados nas laterais do chassi, contribuindo para um maior equilíbrio nas curvas à medida que os tanques se esvaziavam. Assim também, alguns tubos do chassi eram utilizados como condutores de óleo do motor para o radiador.

O motor de seis cilindros foi depois aplicado no Porsche 911R, com poucas modificações, e a caixa de câmbio era comum aos dois modelos.



As suspensões eram do Porsche 904, assim como as rodas de 15 polegadas, mas tinham 5 parafusos, ao invés da porca central, demandando mais tempo para troca de pneus nos pit-stops.

Porsche 906-140

Com testes feitos no túnel de vento, o design da carroçaria permitia atingir cerca de 280 km/h (170 mph) no circuito de Le Mans
, com um coeficiente aerodinâmico de 0,35. As portas se abriam para cima, no estilo “asa-de-gaivota”, e o motor tinha uma cobertura de plexiglass.

O modelo conseguiu diversas vitórias nas temporadas de 1966, 67 e 68; sendo que nas 24 Horas de Le Mans de 1966, a primeira em que a Ford venceu com o Ford GT40 nos três primeiros lugares, o Porsche 906 chegou em 4º, 5º, 6º e 7º lugares, à frente das Ferrari bem mais potentes, com motores de 12 cilindros e 5 litros.

Targa Florio, 1966 - Porsche 906 de Mairese e Müller

Outras vitórias em 1966 foram nas 24 Horas de Daytona, nas 12 Horas de Sebring, nos 1000 km de Monza, Spa e Nurburgring, sempre na Classe até 2000 cc. Na Targa Florio de 1966, venceu na geral com Willy Mairese e Gerhard Müller, com um 906 privado, depois que os Porsche de fábrica abandonaram.

No mesmo ano, Ken Miles venceu o Las Vegas Stardust e o Laguna Seca USRRC nos Estados Unidos; e Peter Gregg venceu o Bahamas Speed Week com o 906.

Diversos pilotos levaram o 906 à vitória nos anos seguintes, em 1967, 68 e em 1969, fecharam o ciclo com oito vitórias na Classe até 2,0 litros.


Da minha coleção



O Porsche 906 Carrera 6 é baseado no chassi 906-125, que foi pilotado por Pauli Toivonen e Antti Aarnio-Wihuri, para a equipe VW-Auto Oy na temporada de 1966 do Campeonato Mundial de Carros-Esporte. É da Série Team Transport #66 (2024), junto com um caminhão-plataforma Carry On.






Referências:

'66 Porsche 906 Carrera 6 | Hot Wheels Wiki | Fandom

https://en.wikipedia.org/wiki/Porsche_906

1966 Porsche 906 Carrera 6 - Instituto Revs

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Corvette GERAÇÃO C4 – 1984-1996


A quarta geração do Corvette foi produzida de 1984 a 1996, totalmente redesenhada depois de 15 anos da Geração C3. Ela pode ser considerada um retorno às origens, com linhas mais suaves e esbeltas, além da lateral lisa que havia sido abandonada na primeira evolução de estilo do C1. A bela carroceria do C4 também sofreu alguns aprimoramentos no estilo ao longo dos 13 anos em que ficou no mercado, mas sempre manteve as características básicas do design original, no qual se destacava a forte inclinação do pára-brisa. As laterais abaixo da linha da cintura tornaram-se mais planas, gerando a impressão de um automóvel mais longo. O formato retangular das lanternas de posicionamento laterais reforçava esta dimensão, realçada por um friso na altura de uma linha imaginária que tangenciava o ponto superior das rodas. O vidro traseiro, de amplas dimensões, garantia equilíbrio e elegância no design.


O conversível retornou ao catálogo, assim como motores de alta performance, como o LT-5 de 375 HP que equipava o ZR-1. Em março de 1990, o Corvette ZR-1 bateu um novo recorde para rodar 24 horas numa velocidade média acima de 175 mph (282 km/h).

Apesar da GM nunca ter posto à venda nenhum modelo 1983, a fábrica produziu 44 unidades. Com toda a nova tecnologia desta nova geração, a linha teve problemas de qualidade e atrasou o lançamento do modelo 1983, até que tudo fosse corrigido. Tudo resolvido, era tarde para lançar o modelo 1983, então se antecipou o ano-modelo 1984. Existe apenas um exemplar do Corvette 1983, o de número 23, e ele está em exposição no National Corvette Museum, em Bowling Green.


A geração C4 é conhecida por seu design elegante. Em vez da fibra-de-vidro, a carroceria foi produzida em plástico injetado e moldado. Algumas novidades em relação ao modelo anterior foram os para-choques de material plástico, o vidro traseiro que dava acesso ao porta-malas; novo painel com displays de LCD, e novos freios com pinças de alumínio; gerenciamento eletrônico do motor para baixar os índices de emissão de poluentes. Os painéis “T-Top” foram substituídos por um único painel removível. A suspensão tinha todos os componentes construídos em alumínio, usava molas transversais de compósito plástico, tanto da dianteira como na traseira. A direção de pinhão e cremalheira, combinada com freios redimensionados e calçado com novos pneus desenvolvidos pela Goodyear, chamados de “Gatorbacks”, em rodas de 16 polegadas, proporcionavam uma maneabilidade excelente para o Corvette.


O chassi completamente novo, não propriamente chassi-carroceria, mas denominado pela GM como “uniframe”, consistindo numa base tradicional integrando a moldura das portas e o arco do para-brisas, com fixações para a parte dianteira e traseira, reforçada pela estrutura do arco estilo “targa”, para conferir a rigidez necessária ao chassi. Devido a esta configuração, as soleiras das portas ficaram um tanto elevadas, dificultando o entrar e sair do carro. Também por isso, a alavanca do freio de estacionamento foi transferida para o meio dos bancos. A suspensão dianteira passa a adotar também a mola de compósito plástico, já utilizada na traseira desde 1981. Os braços triangulares superpostos foram mantidos, mas desta vez eram fundidos em alumínio. Na traseira, dois braços tensores longitudinais garantiam maior precisão na convergência das rodas, que passaram a 16 polegadas tanto na dianteira como na traseira. Com tudo isso, a dirigibilidade e a estabilidade melhoraram substancialmente no Corvette C4.

No interior, o Corvette C4 dispunha de um maior espaço em relação aos seus antecessores, o que possibilitou aumentar os trilhos dos bancos e oferecer mais alternativas de regulagens. Além disso, as posições de altura e profundidade da coluna de direção permitiam encontrar a maneira mais confortável para uma pilotagem perfeita, algo que não era tão simples nas versões anteriores. A curiosidade fica por conta da presença de dois velocímetros. No principal, situado à esquerda do painel, a velocidade marcava apenas até 85 milhas por hora (136 km/h), conforme exigia a norma americana de 1979, que obrigou o uso deste velocímetro limitado para desencorajar o excesso de velocidade. Porém, o Corvette C4 trazia um pequeno visor, no centro do painel, que indicava a velocidade real de até 299 km/h.

De 1984 até 1988, o Corvette tinha como opcional o câmbio Doug Nash “4+3”, uma caixa manual de quatro velocidades em que as três últimas marchas tinham uma overdrive adicional. O câmbio permitia ao Corvette manter uma velocidade de cruzeiro em baixas rotações, mas assim que necessário, o câmbio reduzia para fazer uma ultrapassagem mais segura. Com o avanço da tecnologia, esta caixa foi substituída por uma ZF manual de seis velocidades. O motor V8 de 350 cid (5.735 cc) L98 de 205hp equipou o C4 até 1992, quando a segunda geração do “Small Block” LT1 foi introduzido, melhorando sensivelmente o desempenho.  Em 1985, ele recebeu um moderno sistema de injeção multiponto, que aumentou a potência para 230 HP e permitiu superar a velocidade de 240 km/h. Uma ação de propaganda eram camisetas com a inscrição “Life begins at 150” (A vida começa aos 150, uma referência à velocidade de 150 mph, correspondente a 240 km/h).

O Pace-Car Oficioal da Indy 500 de 1986

Em 1986, volta ao catálogo a versão conversível, ausente desde 1975. Em 1987, o ABS passa a equipar o C4. Já em 1989, o Corvette passa a ser o primeiro modelo de série a ser equipado com cambio manual de seis marchas à frente, que substituiu o câmbio com overdrive.

Pela segunda vez, o Corvette foi o Pace Car da Indy 500, e assim, todos os conversíveis produzidos em 1986 foram réplicas do Pace Car da Indy 500, em amarelo brilhante. Freios ABS da Bosch passaram a equipar os carros, junto com o brake-light no teto logo acima do vidro traseiro.

O ano-modelo 1990 pode, por um curto período, ser adquirido com o Código R9G, preparado para uma nova série de Corridas chamada World Challenge. Apenas 29 exemplares foram vendidos com essas adaptações, gerando 245 a 250 HP dependendo do comando de válvulas.

Corvette 1989

Corvette 1991

Com uma frente redesenhada para 1991, novas rodas, e traseira redesenhada para se parecer com o ZR-1 de 1991. Em 1996, último ano de produção do C4, surgiu uma nova opção do motor para uma versão especial: a Collector Edition, com taxa de compressão de 10,8:1, o LT4 que desenvolvia 330 HP, equipando todos os carros com transmissão manual. A máxima batia nos 270 km/h e fazia de 0-100 em 4,9 segundos.

O Corvette Callaway bi-turbo

De 1987 a 1991, a empresa Callaway, de Connecticut, desenvolveu uma versão especial bi turbo que elevou a potência do motor para 382 HP, chegando mais tarde a 403 HP. Cerca de 400 exemplares do Corvette na versão Callaway foram fabricadas. Estes se diferenciavam não apenas pela potência, mas também pelo desenho frontal, com três aberturas, e pelas rodas inglesas Dymag, com aro de 17 polegadas. Os bons resultados de vendas do Corvette Callaway animaram a GM a investir numa versão especial do esportivo: o Corvette ZR-1.

http://jacksvettesite.coffeecup.com/history4.html

http://en.wikipedia.org/wiki/Chevrolet_Corvette_%28C4%29

ZR-1

O Corvette ZR-1, preparado pela Lotus inglesa

Em 1986, a GM adquiriu o Grupo Lotus, núcleo de engenharia e fabricação de carros de alta performance, sediada no Reino Unido. A Divisão Corvette se aproximou da Lotus para desenvolver o carro de produção mais rápido do mundo, baseado no Corvette da Geração C4. A Lotus pegou o bloco em alumínio do motor L98 de 5,7 litros, colocou quatro comandos e 32 válvulas. Veio ao mundo o ZR-1, cujo protótipo foi chamado de “King of Hill”, gerando 375 HP no novo motor. Oferecido ao mercado como ano-modelo 1990, apenas na versão cupê, era diferenciado dos outros Corvette pela traseira mais larga, pneus dianteiros P245/40ZR17 e traseiros P315/35ZR17 de 11” de tala, e o painel traseiro convexo, com quatro lanternas retangulares (mas com cantos arredondados), diferenciando das lanternas redondas dos modelos normais. Outros aperfeiçoamentos incluíam freios melhores e direção mais rápida. Uma suspensão eletrônica ativa com três graduações de carga, colaborava para que o Corvette não fosse apenas um muscle-car sem uma real vocação para as pistas. Com velocidade que superava os 290 km/h, o ZR-1 colocou o Corvette lado a lado com os melhores esportivos europeus, não só na velocidade, mas também no que diz respeito à estabilidade e dirigibilidade. Havia uma chave no painel que podia selecionar o “Valet Mode” para manobristas de estacionamento, em que a potência do motor ficava limitada a 250 HP.

Este motor especial necessitava de muita atenção para ser montado, e isto não poderia ser feito na mesma planta de Bowling Green, nem em outra fábrica da GM. A Mercury Marine de Oklahoma foi contratada para montar os motores e enviá-los para Bowling Green, onde eram acoplados na linha de montagem do ZR-1.

O ZR-1 era capaz de chegar a 175 mph (295 km/h), fazendo de 0-60 mph em 4,71 segundos e 13,13 segundos e 110 mph para o quarto-de-milha. Um comentário da Revista Motor Trend dizia: “O motor é sofisticado, mas o som dele e da transmissão só poderiam ser mais envolventes se o motorista se sentar em cima do motor. O ZR-1 traz emoções numa época em que os carros só querem isolar cada vez mais seus ocupantes dos sons mecânicos que são música para os amantes da velocidade. Como todos os Corvette atuais, os limites são altos, e com os enormes pneus que ele calça, significa que uma vez que esses limites tenham sido ultrapassados, é ainda mais difícil controlar o seu temperamento. O cockpit é um desafio para entrar, e uma vez lá dentro, vemos que ele é apertado.”

Mudanças mais significativas vieram somente em 1993, com novos cabeçotes, novo sistema de escape, novo comando de válvulas, levando o motor a 405 HP. O alto preço e queda de vendas desta versão levaram a tirá-lo do catálogo em 1995; apesar de pouco tempo em linha, marcou diversos recordes, tais como:

100 miles (160 km) at 175.600 mph (282.601 km/h)

500 miles (800 km) at 175.503 mph (282.445 km/h)

1,000 miles (1,600 km) at 174.428 mph (280.715 km/h)

5,000 km (3,100 mi) at 175.710 mph (282.778 km/h) (World Record) [citation needed]

5,000 miles (8,000 km) at 173.791 mph (279.690 km/h) (World Record)

12 Hours Endurance at 175.523 mph (282.477 km/h)

24 Hours Endurance at 175.885 mph (283.059 km/h) for 4,221.256 miles (6,793.453 km) (World Record)

Um total de 6.939 ZR-1 foram fabricados no período de seis anos de produção. Até o surgimento do Z06 na Geração C5, nenhum Corvette produzido conseguiu bater as marcas do ZR-1.

OS ESPECIAIS DA GERAÇÃO C4

Conversível Pace Car


Exclusivo na cor amarela, o Pace Car para a edição de 1986 da Indianapolis 500 marcou o retorno dos conversíveis no catálogo do Corvette, desde 1975. Todos os 7.315 exemplares de conversíveis do ano de 1986 foram réplicas do Pace Car da Indy 500.

Edição de 35º Aniversário

Corvette 1988, 35º aniversário

A Edição de 35º Aniversário foi do modelo 1988, também conhecido como “Triple White Corvette”, devido à combinação da carroceria em branco, rodas em branco com interior em branco (inclusive volante e assentos). A versão tinha teto removível em preto, e tinha todos os equipamentos opcionais disponíveis. Era a segunda versão comemorativa (a primeira foi a dos 25 anos), e também tinha uma placa identificativa numerada da versão no console. Foram 2.050 unidades produzidas, tornando-o bastante procurado pelos colecionadores.

Edição de 40º Aniversário

Corvette 1993, 40º aniversário

O ano-modelo de 1993 celebrou os 40 anos do Corvette com um pacote especialmente desenvolvido, que podia ser aplicado em qualquer das versões, inclusive a Ruby Red metálica com o mesmo tom nos bancos esportivos, além de outros detalhes especiais e emblemas identificando a edição. 6.749 unidades foram vendidas com o kit comemorativo, ao custo adicional de US$ 1,455.

A geração C4 do Corvette foi produzida por treze anos e deixou o mercado em agosto de 1996, com um total de 358.180 unidades, sendo 74.651 conversíveis

Dick Guldstrand GS90

Dick Guldstrand corria com alguns Corvettes, e logo passou a preparar alguns exemplares e vendê-los no mercado. Sua experiência nas pistas foi usada para o desenvolvimento das suspensões do C4, e no final dos anos 1980, oferecia uma versão melhorada do Corvette chamado de GS80. O problema era que para Dick, era o “carro da Chevy”, e ele queria o “carro do Dick”. Quando o ZR-1 foi lançado, Dick viu uma oportunidade para trazer de volta o Grand Sport, mas com o seu “Dick-Style”.

O GS90 preparado por Dick Guldstrand

Em 8 de janeiro de 1994, no Los Angeles Auto Show, Dick Guldstrand apresentou seu GS90, baseado no chassi e motor do Corvette ZR-1, mas com design exclusivo projetado por Steve Winter.

Era um dos mais elaborados e caros Corvette jamais construídos. Assinou um pedido com seus amigos da Chevrolet de 15 exemplares do ZR-1 e mais alguns milhões de dólares, e já tinha o “carro do Dick”.

O motor do ZR-1, mas com 475 hp de potência

O GS90 é basicamente um Corvette ZR-1 com 475 HP de potência com uma suspensão modificada. Mas as únicas partes em comum com o Corvette de linha eram o para brisa e as janelas laterais. O estilo do carro lembrava a Ferrari GTO de 1963, com linhas fortes e musculosas. Guldstrand equipou o carro com barras estabilizadoras mais grossas e substituiu a mola de lâmina única das suspensões por conjuntos de mola-amortecedor. Colocou rodas de alumínio OZ de 18 polegadas vindas da Itália, e pintou os carros com a cor Nassau Blue, com uma única faixa branca. Fazia de 0a 60 mph abaixo dos 4 segundos e atingia a máxima de 175 mph.


O único problema era o preço: o GS90 custava 134,500 dolares, mais o preço do original, 72,208 dolares, totalizando a cifra de 206,208 dolares. Como resultado, apenas cinco GS90 foram construídos e vendidos.

Guldstrand tinha planos de ampliar a gama com um roadster, um speedster e versões mais leves do GS90, que seriam vendidos pela rede de concessionários GM. Mas parece que a maldição que matou os Grand Sport originais também alcançou o GS90: o big boss da GM vetou o negócio e Guldstrand ficou na mão. No final, Guldstrand construiu mais um exemplar, e o “carro do Dick” acabou com um exemplar a mais do que os cinco Grand Sport da década de 1960.



Corvette C4 - Hot Wheels

'80s Corvette, de 1983

Os Hot Wheels da Geração C4 são os que menos edições tem, apesar do Corvette C4 ter ficado no mercado por 13 anos, a Mattel tem apenas um casting do modelo 1984. O primeiro casting feito pela Mattel da Geração C4 do Corvette foi em 1983, trabalho de Larry Wood, e a miniatura abria o capô dianteiro e tinha o interior em dois tons de cor. A peça dos vidros incluía o teto, que era pintado de preto, simulando um teto removível, estilo Targa. Este casting não tinha os espelhos retrovisores.

'80s Corvette, 1990 - Casting Revisado

Corvette C4, casting Matchbox - 1996-97

Em 1990, o casting foi revisado, eliminando a abertura do capô, e seguiu em diversas edições até 2016. Com a aquisição da Corgi em 1989, o casting do Corvette C4 (lançado pela Corgi em 1983) passou a fazer parte da Mainline dos Hot Wheels, mas apenas em 1996 e 1997 a Mattel comercializou o C4 e o casting foi aposentado definitivamente. Esta miniatura também abria o capô, e o detalhe que a diferenciava do casting da Mattel eram os espelhos retrovisores, ausentes nos Hot Wheels.

84 Corvette, revisão de 2022

Em 2022, o casting revisado da Mattel recebeu uma nova atualização, sendo denominado “84 Corvette”, permanecendo em linha até hoje (2025), e continuou sem os espelhos retrovisores.

O fato curioso sobre o modelo real é que a Chevrolet estava desenvolvendo a Geração C4 desde 1980/81, para lançar a renovação em 1983; porém diversos problemas atrasaram o cronograma, e o modelo ficou pronto somente em setembro de 1982. Chegou efetivamente ao mercado em janeiro de 1983, já como ano-modelo 1984, portanto, não existe um
Corvette 1983. Os 43 protótipos e modelos de teste de produção construídos em 1982 acabaram sucateados, exceto por um exemplar que hoje está exposto no National Corvette Museum, na fábrica de Bowling Green, Kentucky.

Da minha coleção

Os Corvette C4 são um tanto raros na coleção, em 1:18 aparece este Stingray LT-4 Conversível, de 1981, da Maisto, e os outros são menores, em 1:64.

Corvette Stingray LT4 Conversível, 1984, Maisto, 1:18

Os Hot Wheels são o de 2013, da Série HW Showroom: Corvette 60th, comemorativa dos 60 anos do lançamento do Corvette, na cor Metalflake Dark Green e chassi de metal. O dourado é de 2023, da Série HW: The 80’s, na cor Metalflake Champagne Gold.

Corvette C4, 60th Anniversary

84 Corvette, Serie HW: The ‘80s - 2023



http://www.vettefacts.com/C4/C4Main.aspx

http://www.corvettes.nl/other_specials/gs90/index.html

https://en.wikipedia.org/wiki/Callaway_Cars

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

’67 Chevelle SS 396 – Leap Year (Ano Bissexto)– Hot Wheels


A Série “Leap Year” (Ano Bissexto) saiu pela primeira vez em 2008 (que era bissexto, claro), e o modelo era uma picape Chevy 52, vermelha, com flames nos para lamas e o decal “Hot Wheels 29 Car Club” nas portas.

Quatro anos depois, deveria sair outra série, mas não há notícias de que em 2012 houve algum modelo referente a este conceito. Em 2016 a Mattel lançou o Chevelle SS 396 ano 1967, com uma decoração no estilo dos carros que corriam na NASCAR/Stock Car, com o número 29 bem destacado. Os outros dois modelos da Mainline deste ano, um branco e outro preto, eram uma variação de cores, recebendo uma decoração bem tradicional com flames típicos dos Hot Wheels.

As cartelas nacionais nos Estados Unidos diziam “LEAP YEAR” (ANO BISSEXTO) no canto superior esquerdo, enquanto as cartelas internacionais apresentavam um calendário (com o dia 29 circulado) no lugar do texto.

O primeiro Leap Year, Chevy 52, de 2008

Este lançamento do Chevelle SS 396 67 marca apenas a segunda vez que a Hot Wheels lança um veículo da edição do ano bissexto. A primeira e única vez ocorreu em 2008, quando o Chevy Truck do ano bissexto de 52 foi lançado como parte do #Clover Cars, como um exclusivo do #Walmart. Aquele Chevy Truck 52 também foi considerado uma perseguição pela maioria dos colecionadores.



À primeira vista, pode-se nem perceber que este é um carro de edição especial de ano bissexto, mas quando você olha mais de perto, você vê o “LEAP YEAR” no paralama dianteiro e no porta-malas. O número também tem o detalhe que é na verdade a data no formato americano: 2/29/16, sendo o dia 29 destacado e bem maior, no teto e laterais.


Outra curiosidade legal é que esse é um daqueles #Cars com nomes de funcionários da Mattel: o nome de “MATT BRUTOCAO” aparece no teto, logo acima da janela - Matt é o Diretor de Marketing Global de Marca da Hot Wheels. Outro detalhe que pode passar despercebido é o número 366 no capô do motor, que nos carros reais indicava as polegadas cúbicas do motor, mas neste modelo indica o número de dias do ano bissexto: 366.

O Chevelle de 2016 e o Rodger Dodger de 2024

Novamente, em 2020, não foi lançado nenhum modelo Hot Wheels com esta temática do ano bissexto, e somente em 2024 surgiu o Rodger Dodger seguindo o mesmo padrão de decoração do Chevelle de 2016, fazendo parte do Lote D de 2024.




O Chevelle SS 396 é um casting de Brendon Vetuskey, e reproduz o modelo de 1967, último da primeira geração, que foi lançada em 1964, como um carro médio para combater o Fairlane da Ford.

Referências:

'67 Chevelle SS 396 | Hot Wheels Wiki | Fandom

HW Flames: ’67 CHEVELLE SS 396 – ORANGE TRACK DIECAST