O Grito, de Edvard Munch |
Todos nascemos com apenas dois medos: o medo de cair e medo
do barulho.
Todos os outros medos são desenvolvidos durante nosso
crescimento, nas (más) experiências que vivemos, e nas imaginações que criamos
em nossas mentes.
Um dos maiores medos que temos é o medo do futuro. Fez o
ganha-pão de magos e adivinhos há séculos, e hoje sustenta as seções de horóscopos
em jornais e revistas, e enriquece os gurus assediados por presidentes de
grandes corporações, atrás de pistas sobre o que vai acontecer com o mercado.
Consultores e psicólogos costumam dizer que 90 por cento dos
nossos receios nunca acontecerão, então, se ficamos ansiosos com nosso futuro,
relaxe; poupe sua energia psicológica e emocional para os 10 por cento que
realmente ocorrem, e destes, apenas os 8 por cento em que você pode tomar providências
que estão ao seu alcance.
Como ando de motocicleta neste trânsito maluco de São Paulo,
inevitavelmente me perguntam se não tenho medo.
Tenho sim; e muito!
O medo é meu sentimento de preservação, evita que eu tenha
um comportamento que aumente os riscos de um acidente. Combinado com os anos de
pilotagem, e ver as barbaridades que os motoristas e outros motociclistas
fazem, ajuda em muito a não ter danos materiais, e melhor ainda, nenhum osso
quebrado nestes anos em que ando em duas rodas.
Ayrton Senna em uma declaração de junho de 1991, disse: “"O medo faz parte da vida da gente.
Algumas pessoas não sabem como enfrentá-lo, outras - acho que estou entre elas
- aprendem a conviver com ele e o encaram não como uma coisa negativa, mas como
um sentimento de autopreservação".
É para isto que serve o medo: para nos preservarmos vivos,
protegermos nosso corpo e mente de ameaças reais, criando uma situação
antecipada da realidade para que não cheguemos a vivenciá-la, arriscando-nos a
ter um mau resultado.
Assim como o medo do escuro materializa monstros que não
existem na realidade, nosso cérebro pode trabalhar em direção oposta, de modo a
dominarmos este sentimento tão poderoso.
Todos sentimos ansiedades. Uma ansiedade exagerada pode
levar ao medo, e se não soubermos administrar, pode levar ao pânico e terror
momentâneos. Se isto persiste sem controle, pode levar à doença do medo, que é
a Fobia, comprometendo as relações sociais e provocando sofrimento psicológico.
O que concluímos então?
Se o cérebro pode gerar uma situação quase real para nos
proteger de danos; pode muito bem gerar uma imagem quase real de uma situação
que desejamos fortemente que ocorra em nosso futuro.
Nosso subconsciente pode mudar condicionamentos e realizar
os desejos acalentados em nossos corações. Essa é uma das bases da Programação
Neurolingüística, do Pensamento Positivo, da energia dos Otimistas; e pode
ajudar a lidar com nossos medos mais comuns; enfrentando nossos monstros interiores,
tirando-os da escuridão e trazendo-os para a luz.
Ao olhar para eles, verá que eles não são tão feios assim.
Na semana que vem, vamos tratar de dois sentimentos: a
Alegria e o seu oposto, a Tristeza.
Até lá; sem medo de ser feliz!
O Grito é uma série de quatro pinturas do norueguês Edvard
Munch, a mais célebre das quais datada de 1893. A obra representa uma figura
andrógina num momento de profunda angústia e desespero existencial.
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