quarta-feira, 23 de março de 2016

Carros e Filmes: Vanishing Point (1971)

Das centenas de filmes produzidos a cada temporada, todos querem ser um sucesso de público, mas alguns despertam um fascínio inexplicável, que  se tornam mais do que um sucesso, o transformam num Cult, mantendo esta atração através dos anos.
Vanishing Point é um filme que nos fascina exatamente por aquilo que não nos diz explicitamente. Talvez esta seja a explicação do porque o público se sinta atraído por ele.
Kowalski (Barry Newman) é um motorista de entrega de carros em Denver, Colorado. Sabemos dele apenas isso, nunca seu primeiro nome é citado. Veterano da guerra do Vietnã com Medalha de Honra, ex-piloto de corridas e de motocicleta, também é ex-policial, expulso em retaliação ao prevenir seu parceiro de estuprar uma jovem mulher. Assombrado pela morte de sua namorada Vera, num acidente de surf, Kowalski agora vive de adrenalina.
Numa sexta-feira, tem a tarefa de entregar um Dodge Challenger R/T 440 Magnum em São Francisco na segunda, mas amarra com seu chefe uma aposta que entregaria o veículo em menos de 15 horas. Por que ele fez isso não fica explicado. Talvez porque queremos fazer algumas coisas sem ter de dar explicação nenhuma do porque queremos fazê-las.
Através do Colorado, Utah e Nevada, perseguido por policiais em motocicletas, carros e até por um helicóptero, tirando rachas com outros motoristas e violando todas as leis de trânsito, Kowalski passa a ser ajudado por um Disc-Jockey cego (Super Soul, papel de Clevon Little) que ouve a freqüência da polícia e o incentiva a fugir dos bloqueios no caminho. Super Soul o chama de "último herói americano", e Kowalski vira notícia nos meios de comunicação, e as pessoas começam a se reunir na estação de rádio KOW (de onde Super Soul transmite) para oferecer seu apoio.
Super Soul
Super Soul joga no ar o primeiro material gravado por Kim Carnes, também Rita Coolidge a David Gates (do Bread) aparecem na tela, e Big Mama Thornton canta algumas de suas músicas estilo Gospel.
Fugindo para o deserto, encontra todo tipo de pessoas, que ora o ajudam, ora o prejudicam. Kowalski suspeita que a transmissão de Super Soul esteja sendo monitorada para capturá-lo, mas consegue ultrapassar um bloqueio simulando ser um carro de patrulha da polícia.
Mais do que um Disc-Jockey, Super Soul é como um anjo da guarda, que sabe exatamente onde Kowalski está, e o que está fazendo a cada momento (apesar de ser cego).
Alguns argumentam que ele representa o “último homem livre da América”; por isso ele não tem um nome particular. Ele encontra hippies e motoqueiros e outras pessoas marginalizadas pela sociedade. 
Ele é um anti-herói, que dirige por puro amor à velocidade e busca reafirmar sua liberdade pessoal. A polícia está caçando-o porquê a América está mudando e a liberdade está se acabando. Para um filme realizado em 1971, após as convulsões sociais que a década de 1960 trouxe, até faz sentido.
A tentativa de calar Super Soul com pedradas na sua estação de rádio seria uma metáfora bíblica para castigar os que violam a lei.
Perseguido pela Polícia
Kowalski finalmente chega à Califórnia às 19:12 do sábado, mas a pequena cidade de Cisco será o seu destino final. Richard Sarafian, o Diretor do filme, disse que queria que Kowalski parecesse estar em outro mundo, pois momentos antes do impacto na barricada de Bulldozers, uma luz ilumina seu rosto, e ele sorri. Muitos interpretam isso como o arrebatamento que os evangélicos consideram como a salvação para ir ao céu. Uma contradição, pois os cristãos não aceitam o suicídio para atingir o céu.
Barry Newman especula que o filme inteiro é um ensaio sobre o existencialismo, e que Kowalski dá a própria vida para que ele possa definir a sua própria. A pequena fenda na junção entre as lâminas dos tratores era um ponto de fuga (tradução de ‘vanishing point’)  para Kowalski, e sua reafirmação de que não importa o quão longe ele chegue, ou quantos o persigam, ninguém pode tirar sua liberdade.
Os seres humanos são inerentemente atraídos por questões psicológicas profundas, porque lutamos para entender a nós mesmos, e queremos desesperadamente saber por que outros fazem estes tipos de escolhas emocionais sendo o suicídio o ato mais dramático que um ser humano pode realizar.
Os quilômetros de asfalto, deserto, o forte empurrão nas costas ao acelerar o Challenger fugindo da polícia, celebram a jornada selvagem para lugar nenhum. Quinze horas e 1.500 milhas depois, Kowalski segue sua corrida contra o destino, rugindo com o poder bruto do V8 de 440 polegadas cúbicas do Challenger branco.

Ficha do filme:
Vanishing Point (no Brasil: Corrida Contra o Destino, 1971)
Direção: Richard C. Sarafian
Elenco: Barry Newman, Cleavon Little (Super Soul), Dean Jagger, Gilda Texter (garota da motocicleta), Robert Donner (Policial)
Roteiro: Malcolm Hart, Guillermo Cabrera Infante
Música: Pete Carpenter, Mike Post, Kim Carnes

Em 1997, Vanishing Point foi refilmado, com Viggo Mortensen substituindo Barry Newman e Jason Priestly no lugar de Clevon Little. Ao contrário do original, Kowalski tem um nome completo, além de deixar claro para onde está indo (sua esposa está grávida). Super Soul também não tem nenhuma habilidade sobrenatural para ver Kowalski, e gasta o filme jorrando impropérios anti-governistas no rádio enquanto discute com os perseguidores sobre o que está motivando Kowalski.
Hollywood perdeu uma boa chance de refazer o carisma de um filme intrigante, explicando demais o que não precisa ter explicação. Vanishing Point é uma prova de que aquilo que não é dito, ainda é mais interessante do que o que se fala claramente.

DODGE CHALLENGER R/T 440 SIX-PACK MAGNUM
Em 1970, a Chrysler necessitava desafiar o Cougar e o Mustang, da Ford; e o Camaro da Chevrolet. Com base na plataforma E, a mesma do Plymouth Barracuda, a Chrysler apresentou no outono de 1969 o Dodge Challenger R/T (de Road and Track), equipado com o V8 de 6,4 litros e 290 hp; sendo opcionalmente disponível o R/T Magnum com um V8 de sete litros Hemi V8 com 425 hp de potência.
Dodge Challenger R/T 440
Desenhado por Carl Cameron, que também havia projetado o Charger de 1966. O Challenger foi bem recebido pelo público, vendendo 76.935 unidades em 1970. Apesar disso, o segmento dos "pony-cars" (carros compactos com motores potentes) estava em franco declínio, e vendeu apenas 27.800 carros em 1973. Em 1974, último ano-modelo com o design desta geração, o Challenger fechou com uma produção de 165.437 unidades no total, entre 1969 e 1974.
O motor básico era um seis cilindros em linha, com 225 polegadas cúbicas (3,7 litros), com opção pelo V8 de 318 polegadas cúbicas (5,2 litros) com 230 hp. Para 1970, incluíam-se motores V8 opcionais de 340 e 383 polegadas cúbicas, assim como um 426 e 440 (7.0 e 7,2 litros), todos com câmbio manual de três velocidades, exceto para o 383, que vinha com o TorqueFlite automático. Uma caixa de quatro marchas era opcional para todos os motores, exceto para o seis em linha e o 383.
Os modelos denominados R/T eram de maior performance, apelidados de "Magnum", todos com V8: o 383 com 300 hp; o 440 com 375 hp; o 440 Six-Pack com 390 hp e o 426 Hemi com 425 hp. Os modelos R/T eram disponíveis tanto com o teto hardtop como conversíveis. Alguns modelos tinham uma abertura no capô que ficou conhecida como "shake hood scoop" onde se encaixava o topo da caixa de filtro de ar, e quando se acelerava o motor era visível a vibração e o efeito giroscópico do motor.
O Challenger com o capô "Shaker hood"
Depois de sua aparição no filme "Vanishing Point", o carro se tornou instantaneamente "cult". Richard Zanuck, executivo da 20th Century Fox, escolheu usar o novo Challenger como uma forma de retribuir a Chrysler por seus anos de locação de veículos para as produções do estúdio, por apenas um dólar por dia.
Carey Loftin, coordenador de dublês do filme Vanishing Point e um veterano de grandes filmes de automóveis como Bullitt e Operação França, disse que também preferiu usar os Challengers por causa de sua potência e suspensão com barras de torção. Loftin descreveu o Challenger como um "bom e resistente carro para correr".
Estima-se que cinco carros foram empregados nas filmagens, quatro deles 440 Magnum e um 383 automático. Todos foram destruídos durante as filmagens, menos um, o carro dublê número dois, usado pela equipe de produção para as fotos estáticas ou com Newman ao volante.
Foi escolhida a cor "Alpine White" para ajudar a visualização nas tomadas do deserto de Nevada. Nem todos eram brancos, alguns tiveram de ser pintados. Quando Kowalski troca um pneu no deserto de Nevada, um pouco da cor original pode ser vista na lataria. Todos os carros receberam as placas OA-5599 do Colorado.

EM ESCALA
O Dodge Challenger R/T 440 é reproduzido pela ERTL (hoje Racing Champions ERTL Company) na escala 1:18, bem detalhado, com abertura de portas e capô, motor e interior detalhados, na cor Alpine White. De uma série limitada de 4.500 exemplares, é bem valorizada pelos colecionadores pela pequena quantidade produzida. A ERTL também tem a “Dirt Version”, reproduzindo o carro no final do filme, quando já está bem sujo com a quilometragem rodada. A Highway 61 também produz o modelo do filme, mas não informa se a quantidade é limitada. Outra empresa que tem o Challenger na linha é a Greenlight; todos tem um bom acabamento e detalhes. De todo modo, assim como o filme se tornou “cult”, os modelos em escala “acompanham” este interesse do público. Um modelo comum do Challenger, pode ser adquirido por valores entre R$ 100,00 e R$ 170,00 (US$ 27 a 46) em sites como o eBay ou Mercado Livre, ao passo que o Dodge Challenger branco do filme é ofertado por valores entre R$ 700,00 e R$ 900,00 (US$ 192 a 247), confirmando que o carisma do filme extrapola as telas de cinema e chega ao modelo que representa a liberdade que Kowalski buscava velozmente.


Na escala 1:64. tenho o Challenger da Greenlight, com bom acabamento para o formato, com destaque para as rodas, onde muitos fabricantes pecam na fidelidade em relação ao original.


Challenger 440 R/T, da Greenlight, em 1:64


quarta-feira, 16 de março de 2016

O que vai ser do futuro?

Entre as características que nos diferenciam de outras criações de Deus, além da fala, é a preocupação com o futuro. Desde tempos imemoriais, o ser humano quer saber como será o amanhã.
Profetas, astrólogos, cartomantes, adivinhos, floresceram em todas as civilizações antigas para responder às grandes dúvidas que o homem tem sobre a sua existência, e o que acontecerá conosco adiante na linha do tempo.
A cada novo ano que começa, sempre temos as previsões sobre a economia, o tempo, as flutuações do câmbio, e o mundo globalizado de hoje sofre influências de todos os fatos que ocorrem em todos os lugares, muitas vezes com consequências imprevisíveis.
De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos? é o título de uma pintura feita por Paul Gauguin, artista francês que passou os últimos dez anos de sua vida no Taiti, na Polinésia Francesa. A obra de 4 metros de largura, pintada em um mês, conta uma história, como muitas obras dele nesta fase. Gauguin quis mostrar que a vida começa ao nascermos, com o bebê á direita da tela, seguindo o sentido oriental de leitura, passando pelo homem colhendo uma fruta, a figura da divindade polinésia em azul, onde Gauguin queria mostrar o mundo do além, e o impacto que o cristianismo provocou na religiosidade dos nativos.
Na extrema esquerda, a figura de uma velha sentada indica o final do ciclo da vida, apenas esperando a morte, que pode ser a ave branca que afinal levanta voo e se vai. levando a vida das pessoas.
Na verdade, o nome do quadro de Gauguin representa as questões vitais que todo ser humano já se fez algum dia. Tentando encontrar um sentido para a sua vida, ou querendo saber de suas origens, e desejando conhecer o seu destino final, a humanidade busca as respostas a estas três fundamentais questões.
Muito mais do que saber se amanhã vai chover ou fazer sol, queremos saber se nosso futuro será promissor e brilhante, ou se as mazelas da civilização nos soterrarão debaixo do caos que se tornou a vida moderna.
Ao mesmo tempo em que a tecnologia traz as suas maravilhas para o nosso dia-a-dia, a natureza humana parece retroceder cada vez mais na barbárie, seja numa briga de vizinhos, numa batida no trânsito, seguindo pela corrupção do poder, a prosperidade dos traficantes de drogas e do crime organizado, chegando aos desmandos de grandes nações se debatendo nos conflitos mundiais e no terrorismo que assola algumas regiões do mundo, dizimando populações inteiras sob o domínio do fundamentalismo radical. Idéias e conceitos iguais aos que moveram os Cruzados, os traficantes de escravos na época das colonizações, e os que levaram o mundo à Segunda Guerra Mundial se repetem no cenário cada vez mais turbulento em muitos países.
Da forma como observamos o mundo hoje, o futuro não mostra uma boa cara...
Qualquer pessoa com um mínimo de bom senso concluirá que a humanidade está entrando em colapso, seja pela guerra, pelas doenças que surgem como epidemias fora de controle, pela falta de alimento, carência de água e o aumento da poluição, que cada vez mais agride a natureza...
Mas, calma aí!
Mesmo não sendo um otimista de carteirinha, podemos esperar um futuro melhor: há milhares de anos, a Bíblia fala do Paraíso perdido, que um dia poderá ser recuperado pela humanidade; desde que as pessoas tenham um determinado comportamento.
O Paraíso: Paz até mesmo com os animais.
É verdade que a história desde que o homem perdeu o favor de Deus tem sido uma desgraça atrás da outra, ainda assim, os relatos de quem faz o que Deus pede são bem animadores, apesar de terem vivido num cenário que não favorecia a conduta correta esperada por Deus daqueles que alegam seguir os seus mandamentos, ou princípios.
Nomes tais como Abel, Noé, Abraão, Isaque, Jacó, José, Moisés, Josué, Sansão, Davi, Salomão, para citar alguns, tiveram muitos problemas em suas vidas, Abel e Sansão perderam-nas devido à posição que assumiram perante Deus, Davi foi perseguido durante anos por Saul, antes de assumir o trono de Israel, e pode-se dizer que Salomão foi um dos únicos que usufruiu durante a sua vida a sabedoria, a riqueza e o poder que Deus lhe concedera por pedir sabedoria para reger a nação de Israel, ao invés de solicitar riqueza e poder apenas.
Salomão e a Rainha de Sabá

OK, no final de sua vida, pisou na bola, quando as suas 700 esposas e 300 concubinas o desviaram da adoração a Deus, seguindo aos deuses pagãos das nações de suas mulheres. O futuro dele parecia brilhante e ele esperava que ao final de sua vida poderia morrer feliz e satisfeito, com um bom nome diante de Deus; mas não foi isso que aconteceu...
Aliás, a morte é a única certeza quanto ao nosso futuro, pois dela não conseguimos escapar. O único que se pode dizer que iludiu a Morte foi Jesus, que três dias depois de morto e enterrado, foi ressuscitado, visto por diversas testemunhas em várias ocasiões, e subiu aos céus depois de 40 dias. Coisas de quem afirmava que era Filho de Deus.
Ora, Jesus falava do futuro com convicção: diversas profecias sobre a sua volta, sobre o que ele fará quando voltar, e como recompensará aos que seguirem o seu exemplo são fatores suficientes para milhões de pessoas seguirem os seus preceitos. Quase dois mil anos após a sua morte, estamos aqui fazendo o que ele mandou: pregando o Reino de Deus, amando a Deus em primeiro lugar e ao próximo como a nós mesmos!
Assim como ele burlou a morte, ele promete o mesmo aos que tiverem fé nele, e se fizerem o que ele ordena, poderemos viver para sempre, num paraíso que será restaurado para os que obedecerem os seus mandamentos.
Como este futuro pode se tornar realidade para você ou eu? Como acreditar que tal coisa realmente ocorrerá apesar do mundo parecer caminhar para o fundo do poço?
Todos os estudiosos das milhares de religiões existentes no mundo hoje, inclusive considerando a ciência quase como uma religião também, são unânimes em citar o mesmo elemento comum para isso: a FÉ.
A fé não se explica, nem se racionaliza; apenas se tem fé ou não se tem fé. A própria Bíblia define a fé, na passagem de Hebreus capítulo 11, versículo 1: "A fé é a firme confiança de que virá o que se espera, a demonstração clara de realidades não vistas". É o primeiro requisito para se acreditar em Deus, e consequentemente, nas promessas que ele faz de que restabelecerá a humanidade na glória e plenitude que intencionava antes de Adão e Eva desobedecerem as suas ordens.
Hoje, muitas pessoas perderam a sua fé; se decepcionaram com Deus e vivem à deriva, buscando explicações do por quê vivemos da maneira que vivemos, e sem encontrar respostas válidas para os acontecimentos, vêem suas esperanças se desvanecerem como fios de fumaça que se diluem ao subir pelo ar...
Há muitos caminhos, e o ser humano tem a liberdade de escolher o que melhor lhe parece. Não é de surpreender que os bilhões de pessoas no mundo hoje seguem cada um o seu caminho, julgando que ele seja o melhor para si.
Mas, pelo que a Bíblia diz, em breve ocorrerá uma mudança radical em todo o mundo, e contrariamente ao que os profetas do Apocalipse apregoam, a humanidade terá, sim, um futuro brilhante, em que as doenças, o crime, as guerras, a corrupção e a violência serão coisas do passado, e todos poderão usufruir a felicidade de morar num paraíso, e principalmente, as pessoas serão perfeitas, sendo possível viver para sempre, eliminando a morte do cenário da humanidade.
Especialistas afirmam que o futuro virá, você querendo ou não, o amanhã chegará trazendo um novo dia, um novo mês, um novo ano...poderá escolher entre recebê-lo passivamente da forma que chegar; ou fazer algo para que ele seja melhor do que o dia de hoje.
Construir o seu futuro dá trabalho, e talvez seja por isso que muitas pessoas vivam tão mal no final de suas breves vidas, quando chegam a alcançar este tempo...

O que vai ser do seu futuro?

Depende se você já fez a sua boa ação de hoje...

domingo, 6 de março de 2016

Carros e Filmes: Bumblebee - o Camaro dos Transformers


Numa bem sucedida ação de merchandising da GM, o filme dos Transformers, de 2007, contou com a presença do Camaro Concept de 2006, onde Bumblebee é um dos robôs gigantes do planeta Cybertron, trazendo para a Terra o conflito dos Autobots e Decepticons. Bumblebee, o robô mais simpático dos Autobots, originalmente na série animada dos anos 1980, tinha a forma de um Fusca, mas quando Michael Bay analisava o roteiro, quis evitar comparações com outro personagem icônico do cinema, Herbie, de Love Bug (no Brasil, “Se meu Fusca falasse”), e decidiu pelo Camaro para protagonizar Bumblebee. Bay manteve a característica de Bumblebee não falar, apenas se expressando pelas músicas tocadas no rádio do painel.

Ele manteve as ligações com o Fusca quando Sam vai à loja de carros usados com seu pai para comprar um carro, e um fusca amarelo aparece na mesma fileira em que o Camaro 1977 está estacionado, quando Bumblebee prontamente o danifica para que Sam fique com ele e não com o Fusca. Essa referência é retomada no filme de 2018, quando Bumblebee está num estado crítico depois da batalha com Blitzwing, rasteja para fora do lago e assume um novo disfarce na forma de um Fusca amarelo.

O Fusca amarelo, da série original da Hasbro

Bumblebee ao lado do Fusca amarelo na loja de carros usados

O projeto do filme Transformers começou em 2003, baseado na linha de brinquedos da HASBRO, cujos carrinhos se transformavam em robôs, e faziam sucesso com o desenho animado produzido para a TV americana. O filme para o cinema foi dirigido por Michael Bay, e produzido por Steven Spielberg. Tinha Shia LaBeouf como Sam Witwicky e Megan Fox como Mikaela Banes fazendo o par romântico de adolescentes que se envolvem na guerra cibernética entre as duas facções antagônicas dos robôs gigantes.
Do desenho direcionado ao público infantil, o filme foi posicionado para o público adulto, visto que durante o desenvolvimento do projeto diversos pontos considerados foram alterados para se adequar às exigências do público cinematográfico. Spielberg sugeriu focar a trama em torno do casal de adolescentes, ligado ao carro, por tudo o que um carro representa nos Estados Unidos. Os robôs não falavam, pois os produtores temiam que robôs falando ficariam ridículos; mas os roteiristas argumentaram que isso poderia ser mal visto pelos fãs.
Michael Bay foi convidado para dirigir o filme, mas no início recusou por considerar apenas um "filme estúpido sobre brinquedos". No entanto, ele queria trabalhar com Spielberg, então foi visitar a Hasbro (que também produzia a linha dos G. I. Joe), e sugeriu aumentar a participação dos militares no roteiro. Bay também descartou a personagem Arcee, uma Transformer feminina, porque seria complicado posicioná-la entre os robôs "masculinos"; além de não gostar da forma que Arcee assume na Terra: uma motocicleta, que ele considerou muito pequena para virar uma robô gigante.
O design dos robôs tem referência com as armaduras dos antigos samurais do Japão antigo, fechando o círculo e retornando às origens da linha de brinquedos e do desenho animado inicial.
Do desenho animado para a computação gráfica.

O acordo de merchandising com a General Motors proporcionou uma economia de US$ 3 milhões na produção do filme; além de ceder perto de duzentos carros para as filmagens, entre os personagens e outros que foram destruídos nas batalhas. Também, as Forças Armadas americana apoiaram o projeto, com os seus F-22, F-117 e os V-22 Ospreys, o primeiro filme em que esta aeronave apareceu, com os soldados servindo de extras, e uniformes autênticos foram usados para vestir os atores. Um A-10 Thunderbolt II e um Lockheed AC-130 também fazem uma ponta nas filmagens. O Capitão Christian Hodge comentou que tinha de explicar para seus superiores que os produtores queriam que as aeronaves fizessem o papel dos malvados Decepticons, e usou o argumento de que "as pessoas amam os 'bad boys' ".
Utilizando intensivamente imagens geradas em computação gráfica, Michael Bay comentou que cerca de três quartos dos efeitos do filme foram criados e finalizados pela Industrial Light and Magic, enquanto a Digital Domain fez o restante. Muitos dos profissionais de animação eram grandes fãs dos Transformers, e contribuíram livremente para definir os melhores movimentos de combate entre os robôs gigantes.



A guerra entre os Autobots e os Decepticons alcança a Terra quando os Decepticons buscam tomar posse do Allspark, o objeto que criou a raça robótica em Cybertron, para dominar todos os equipamentos mecânicos da Terra, e criar um mundo em que dominam toda a tecnologia do planeta para subsistir como espécie.
Bumblebee

Apesar de começar sua carreira no cinema como um Camaro Z28 1977, sua estrela brilhou como o modelo de 2006-2008 do Camaro Concept, que a Chevrolet exibiu no Detroit Auto Show em janeiro de 2006.

A GM estava desenvolvendo um novo Camaro desde a primavera de 2005, e a Holden (braço GM australiana) estava encarregada de construir os protótipos para testes de impactos, dirigibilidade e durabilidade em condições extremas, em locais como Canadá, Arizona e Austrália.


Por isso, o Camaro amarelo que era o disfarce de Bumblebee era na verdade um Holden Monaro (vendido como Pontiac GTO nos EUA), com a carroçaria com novo design do Camaro que seria lançado efetivamente no começo de 2009. Não há dados sobre quantos exemplares foram construídos pela SSV (apenas mencionada), mas o carro do filme tem alguns detalhes diferentes do Camaro Concept mostrado pela GM em 2006, entre eles, os espelhos retrovisores, as linhas laterais dos para lamas traseiros, o local da tampa do tanque, o painel frontal, maçanetas das portas e rodas.

O motor do Camaro 1977

Apesar do desempenho do Camaro Z28 de 1977 ser uma sombra das versões de 1970-74, pelo menos um dos modelos usados no filme era equipado com um V8 de 400cid, com uma injeção Edelbrock, e um câmbio Turbo400 e diferencial Positraction. Estas são especificações do carro vendido por Michael Bay no eBay por US$ 40,100 depois do encerramento da produção de Transformers I. Acredita-se que outros modelos usados na produção normalmente eram equipados com um V8 de 350 cid (5,7 litros), um carburador Rochester quadruplo, produzindo 185 hp a 4000 rpm e torque de 380 N-m a 2400 rpm, bloco com quatro mancais, cárter e pistões forjados, válvulas maiores em diâmetro, comando mais bravo, coletores de admissão e exaustão revistos, e acoplado a uma caixa de quatro velocidades manual Borg-Warner Super T-10. Os freios tinham discos de 11 polegadas na frente e 9,5 atrás, escapes duplos e rodas 15x7 calçadas com pneus Goodyear GR70-15 radiais com cintas de aço.


No visual, constavam os spoilers dianteiro e traseiro. Grade em preto, ar-condicionado, adesivos Z28 no capô, identificando o modelo, encaixes dos faróis anodizados em preto e painel de instrumentos mais completo. O desempenho de 0-60 era de 8,6 segundos, o quarto-de-milha era feito em 16,3 segundos a 83,1 mph (133,7 k m/h), e velocidade máxima de 105 mph (169 km/h).

2014: Age of Extinction

2010: Dark of the Moon

Com as sequências do primeiro filme dos Transformers, o Camaro de Bumblebee foi se atualizando, como o carro real no mercado. Em “Transformers: Revenge of the Fallen” (2009) recebeu leves atualizações, mas em “Transformers: Dark of the Moon”(2010) foi baseado num modelo de 2010. No filme “Transformers: Age of Extinction” (2014) o Camaro recebeu seu maior redesign com faróis bem estreitos e uma frente remodelada, como uma prévia do face-lift que seria feito no carro real, que saiu depois do filme. Em “The Last Knight” (2017) o Camaro vai para o modelo da sexta geração, com o estilo de sua identidade, mas com uma frente bem agressiva.

20147: The Last Knight

Transformers: Bumblebee

Em 2018, saiu um “spin-off” intitulado “Transformers: Bumblebee”, em que ele assume a forma de um Fusca, filme este situado na linha do tempo, antes do primeiro filme dos Transformers, pois resgata o histórico da animação japonesa de que Bumblebee originalmente ser um Fusca; que ao final deste filme, se transforma num Camaro 1977 e assim, fica camuflado em San Francisco, até que Sam o adquire numa loja de carros usados.

Por fim, em “Rise of the Beasts” (2023), Bumblebee assume a forma do Camaro de 1970, preparado para Off-Road, mas agora em preto com um nariz amarelo, abandonando sua cor “Sunrise Yellow” tradicional até então.

O CAMARO DA VIDA REAL

Camaro Concept 2006

Após 35 anos de produção, a GM pressionou o botão vermelho e tirou o Camaro de linha, em 2002. Sua plataforma F-Body estava em fase de declínio, e a demanda para o tipo de carro como o Camaro estava em baixa, não compensando desenvolver um novo carro. Por sorte, os designers Tom Peters e Bob Boniface se debruçaram sobre as pranchetas em 2005, e em janeiro de 2006, a GM apresentava no Detroit International Motor Show, a homenagem à primeira geração do Camaro.

Seguindo a onda do design retrô, o conceito inteiramente redesenhado, com base no modelo de 1969, teve aprovação da direção para produção em 10 de agosto de 2006. A planta de Oshawa, em Ontario, Canadá começou a produzir o novo Camaro, que chegou às lojas em 2009 como modelo 2010.

Baseado na arquitetura Zeta, o design final é de autoria do sul-coreano Sangyup Lee, e a engenharia e desenvolvimento ficaram a cargo da Holden na Austrália, que sedia o Centro Global de Desenvolvimento. A produção efetiva começou em 16 de março de 2009, com os acabamentos LS, LT e SS. Apesar das grandes semelhanças com a versão de 1969 ─ o perfil da carroceria, os faróis dianteiros combinados à grade, a tomada de ar à frente dos para-lamas traseiros, as lanternas traseiras ─ pela primeira vez, as suspensões eram independentes nas quatro rodas; com molas progressivas e amortecedores pressurizados, discos de 14 polegadas ventilados nas quatro rodas, sendo as dianteiras com rodas de liga forjadas de 21 polegadas e as traseiras com 22, calçando pneus 275/30R21 e 305/30R22 respectivamente.

As versões LS e LT eram equipadas com um V6 de 3,6 litros (220 cid), com 312 hp e câmbios T-56 de 6 velocidades manual ou automático com mudanças por alavanca. Fazia 0-60 em 6,0 segundos e o quarto-de-milha em 14,2 segundos.

O SS era movido pelo LS3 V8 de 6,2 litros (376 cid) com 426 hp e câmbio manual de 6 marchas. Havia a opção do motor L99 V8 com 400 hp acompanhada da caixa automática. O pacote decorativo RS estava disponível para os acabamentos LT e SS e trazia rodas de 20 polegadas em grafite, “halo rings” em torno dos faróis de xenônio, spoiler traseiro e logotipos RS ou SS em vermelho. Com este recurso, fazia de 0-60 em 5 segundos e o quarto-de-milha em 13 segundos.

Em abril de 2010, o Camaro foi premiado com o “World Car Design of the Year”, selecionado por um júri internacional de 48 jornalistas, de 22 países, especializados no setor de Automóveis. Os outros finalistas eram o Citroen C3 Picasso e o KIA Soul.

Camaro Edição Especial Transformers

Camaro Transformers Special Edition

Camaro Transformers Special Edition

Em 22 de julho de 2009, coincidindo com o lançamento de Transformers: Revenge of Fallen (Transformers: a vingança dos Derrotados), a GM anunciou na San Diego Comic-com daquele ano, o Camaro Transformers Special Edition, um pacote de opcionais por US$ 995 para deixar o modelo similar ao utilizado no filme. Disponível para os acabamentos LT e SS, com ou sem o pacote opcional RS, mas apenas para os carros na cor Rally Yellow. Vinha com os emblemas dos escudos Autobot para ser aplicado nos paralamas dianteiros abaixo do emblema do Camaro; escudos Autobot para aplicação nas tampas centrais das rodas de liga; um escudo Autobot bordado para o console central interno, logotipos Transformers para as soleiras das portas do motorista e passageiro, em substituição às originais “Camaro”; e finalmente as faixas centrais pretas de alto brilho com o logo Transformers. Com previsão de produzir 1.500 unidades, ao todo foram 1.916 conjuntos foram produzidos até o final de 2010.

Da minha Coleção

O modelo da Jada Toys, na escala 1:18 reproduz com bastante exatidão as linhas musculosas do Camaro SS de quinta geração. Na cor Amarelo Rally, com as largas faixas pretas que caracterizam o modelo apelidado de "Bumblebee", apenas as rodas com seus cinco raios pintados de amarelo diferenciam do original.
  O detalhe que mais chama atenção são os faróis de neblina, que no Bumblebee tinha os recortes trapezoidais, ao invés do formato circular do Camaro de linha.
No mais, o design é impactante, e a miniatura acaba sendo bem atrativa por remeter ao carro do filme.
Com abertura do capô dianteiro, portas e porta-malas, direção que aciona as rodas dianteiras, a miniatura da Jada Toys possui um nível de detalhamento bom para esta escala. O cofre do motor revela a unidade V8 de 6,2 litros com os cabeçotes cromados. Não há fiação nem mangueiras visíveis, algo que pode ser customizado pelo colecionador, valorizando ainda mais o modelo.

O interior do modelo é bem detalhado, com o painel de instrumentos bem reproduzido, a grafia dos mostradores, botões e as principais alavancas estão lá, volante e pedais condizentes com a escala.
As rodas de maior diâmetro calçam pneus de perfil bem baixo, e dão um aspecto mais agressivo ao Camaro.
A miniatura da Jada Toys é um excelente exemplar que acrescenta à qualquer coleção um dos modernos ícones automobilísticos que tem um papel cada vez mais significativo nos filmes produzidos por Hollywood.