Inspirado no Porsche 356 que
foi criado por Ferry Porsche, e alguns protótipos sem capota construídos e
pilotados por Walter Glöckler a partir de 1951, a Porsche decidiu construir um
carro para uso nas corridas. O modelo Porsche 550 Spyder foi apresentado no
Paris Auto Show de 1953, com um perfil bem baixo e esguio, já dava pistas de
como seria eficiente nas competições. O modelo recebeu o acréscimo no nome “Spyder” por conta
de Max Hoffman, distribuidor americano de carros esportivos europeus, por
denominar pequenos roadster que não tinham capota nem janelas retráteis.
Hoffman era o mesmo que havia sugerido para a Mercedes criar o 300 SL "Asa de
Gaivota", e responsável pela versão Speedster do Porsche 356, para o mercado
americano. Outra versão atribui o nome Spyder a Johnny Von Neuman, um
importador americano da época.
Já a denominação 550 tem duas
histórias: uma diz que se referia ao peso, de 550 kg, bem leve para as
competições; e outra diz que era o 550º projeto do escritório de Ferdinand
Porsche e seu filho Ferry. Outra nomenclatura frequente para o modelo é “1500
RS”, onde ‘RS’ significa Rennsport,
ou “Racing” em alemão.
Construído sobre um chassi
tubular, com carroçaria de alumínio, seu conjunto era muito leve e baixo. Wilhelm
Hild retomava os conceitos do protótipo do Porsche 356 que não chegaram à versão
final deste modelo, e o motor era igualmente posicionado à frente do eixo
traseiro. O motor era o Type 547, desenvolvido pelo engenheiro Ernst Fuhrmann a
partir do utilizado no Porsche 356, que por sua vez era baseado no do sedan
Volkswagen, o boxer de quatro cilindros. A unidade era mais complexa, com
quatro comandos de válvulas roletados no cabeçote, e dupla carburação Solex, gerava
110 hp de potência a 6.200 rpm, atingindo 216 km/h de velocidade máxima. Alguns
motores chegaram a ter 135 hp a 7200 rpm, e outros aperfeiçoamentos no motor
ampliado para 1587 cc levaram a potência a 190 hp no Porsche 804 de Formula Um
em 1962.
A transmissão tinha quatro
velocidades e a suspensão era independente nas quatro rodas por barras de
torção, como no Fusca. O modelo foi produzido de 1953 a 1956, totalizando 155
exemplares que saíram da linha de produção, no entanto, ele é um dos carros
mais replicados, e estima-se que mais de dez mil réplicas já foram feitas desde
os anos 1950/60.
HISTÓRICO DE CORRIDAS
O 550 inicial com capota removível |
O Porsche 550 na Mille Miglia de 1954 |
Dos 550 em Le Mans em 1954, o nº 47 era pilotado por nimguém menos do que Zora Arkus-Duntov, o homem-chave no desenvolvimento do Chevrolet Corvette. |
O 550 que correu na Carrera Panamericana de 1954 |
Como todos eles eram
prateados, mesmo com numeração diversa, era difícil identificar cada um, quando
paravam nos boxes. A solução foi pintar o topo dos para-lamas traseiros com
cores diferentes, facilitando assim às equipes acompanharem seus carros. Cada
carro tinha um número, adesivado no capô, portas e traseira, e alguns pilotos
independentes pintavam tais números à mão mesmo. Carros com um número grande,
como “351”, eram os que participavam da Mille Miglia, indicando o horário de
partida, significando que ele partiu às 3h51m na largada.
O último modelo da versão
1956, o 550 A, tinha um chassi tubular mais leve e mais rígido, dando à Porsche
sua primeira vitória no maior evento automobilístico de 1956, a Targa Florio.
Seu sucessor de 1957 em
diante, de código 718, é comumente conhecido como RSK (Rennsport Kurz , ou Racing Short), também foi muito bem
sucedido. As variações continuaram através dos anos 1960, com o RS 60 e RS 61.
Nos anos 1990, a Porsche reviveu o 550 Spyder, aplicando os conceitos no
Boxster, um concept roadster de motor central, com 2,5 litros e um flat seis
cilindros exibido em 1992.
“LITTLE BASTARD” – O PORSCHE 550 DE JAMES DEAN
Talvez o mais famoso das
primeiras 90 unidades fabricadas foi o “Little Bastard”, de James Dean, de
chassi VIN 550-0055, um dos cinco exemplares importados por John Von Neumann (a
Johnny von Neumann’s Competition Motors), de Hollywood. O jovem ator vinha
caminhando ao estrelato em Hollywood, e faleceu ao colidir com o Ford Custom
Two-Door Coupe 1950 de Donald Turnupseed, na rodovia CA Rt. 46/41, Cholame
Junction, em 30 de Setembro de 1955.
Dean havia terminado de
filmar “Giant”, no início de setembro de 1955, e queria aproveitar seu tempo
livre para sua outra paixão: as corridas de automóveis. Já havia participado de
três provas, pilotando seu Porsche Speedster 356-1500 Super em Palm Springs
(26/03/55, segundo lugar), Bakersfield (01/05/55, terceiro lugar) e Santa
Barbara (29/05/55, quarto lugar, com o motor quebrado). Andou tão bem que
resolveu se dedicar com mais seriedade às competições. Existem poucos registros
destas corridas, mas alguns pilotos contam que ficaram admirados com o talento
nato de James Dean, que pilotava muito rápido e seguro.
Na verdade, Dean pensou numa
Lotus MK9, mas Wutherich (seu mecânico) o aconselhou a ficar com o Porsche e
deixar a Lotus para depois. Rolf Wutherich, então com 28 anos, trabalhava para
von Neumann, e era o mecânico com mais experiência em Porsche nos Estados
Unidos, e Dean o contratou para acompanhá-lo nas provas. Dean era muito amável
com as pessoas, ficaram amigos e nunca tratou o alemão como um estrangeiro ou
empregado, sempre o apresentava aos amigos e nunca escondeu sua admiração pelo
excepcional talento e conhecimento de Wutherich no trato com os motores.
James Dean e Rolf Wutherich com o Porsche 550 |
Ele o inscreveu imediatamente
no Salinas Road Race, programado para os dias 1 e 2 de outubro. De acordo com
Lee Raskin, historiador da Porsche, e autor do livro “James Dean at Speed”,
Dean encomendou a Dean Jeffries, customizador de pintura e decorador
(pinstriper), para pintar a inscrição “Little Bastard” no seu novo carro.
“Dean Jeffries, que havia
feito o Monkeymobile para a série de TV, tinha sua oficina de pintura próxima a
de George Barris, e fez a customização, que incluía o número 130 no capô,
laterais e traseira. Ele também pintou a frase “Little Bastard” abaixo do logo
da Porsche no capô traseiro. Os bancos em couro vermelho e as faixas vermelhas
sobre os para-lamas traseiros eram originais de fábrica. As faixas traseiras
foram pintadas pela fábrica em Stuttgart, que era característico nos Spyders
para identificá-los nas corridas de longa duração.”.
Wutherich deu a Dean um
emblema esmaltado, alusivo ao autódromo de Nürburgring, e Dean mandou coloca-lo
no para-lama dianteiro esquerdo do Porsche 550.
Supõe-se que a expressão
“Little Bastard” foi dada a Dean por Bill Hickman, um piloto dublê da Warner
Bros., que se tornou amigo de James Dean (adicionalmente, Hickmann foi o ator que pilotou o Dodge Charger negro na famosa perseguição de Bullit). Referências indicam que ele era
professor de diálogo de Dean no filme Giant. Bob Hinckle, um texano, era na
realidade o professor de diálogos, e Hickman fazia parte do grupo de pilotos da
Salinas Road Race. Comenta-se que Hickman o chamou de ‘bastardo’, e Dean
replicou chamando-o de ‘grande bastardo’. Outra versão da origem do nome foi
corroborado por dois amigos próximos de Dean, Lew Bracker e o fotógrafo Phil
Stern. Eles acreditam que Jack Warner, da Warner Bros., tinha uma vez se
referido a Dean como o ’pequeno bastardo’, depois que Dean se recusou a
desocupar seu trailer usado nas filmagens de East of Eden, estacionado temporariamente no estúdio. E
Dean queria ficar sempre com a Warner, nomeando seu carro com o apelido, para
mostrar à Warner que, apesar de sua proibição de correr durante as filmagens,
Dean estava ligado à Warner nos intervalos dos filmes que realizava.
Os ventos quentes vindos da
região de Santa Ana sopravam naquele 30 de setembro, sexta-feira, início de
tarde, quando James Dean sentou ao volante do seu novíssimo Porsche Spyder
550/1500 RS prateado. O carro deveria ter sido levado por uma carreta para a
corrida em Salinas, 250 milhas ao norte do estado, mas Dean havia notado um
problema nos freios, que foi reparado por Rolf Wutherich, que o acompanhava, e
então resolveu ir dirigindo o carro. Como o carro era novo, Dean talvez tomou
essa decisão para conhecer melhor o veículo, antes de chegar ao autódromo, e
comenta-se que Wutherich havia sugerido a Dean que fosse dirigindo porque o
motor ainda não estava amaciado o suficiente para ter o máximo desempenho para
a corrida.
A última foto de James Dean, ao lado do Porsche 550 |
Saindo de Hollywood, James
Dean foi para o norte, pela San Joachim Valley, já esticando as marchas para
sentir o motor do seu Porsche. Acompanhando o Porsche, ia uma wagon Ford,
levando a carreta, com dois amigos de Dean: Bill Hickman, dublê de cinema, e Sanford
(Sandy) Roth, fotógrafo que iria documentar o fim-de-semana do ator para a
Colliers Magazine.
Os quatro iam pela Rodovia 5
em direção a Bakersfield a 65 mph, quando, perto de Grapeville ouviram uma
sirene de um carro de polícia da California Highway Patrol (o famoso CHiPs).
Como estavam 20 milhas acima do limite, o oficial Otie Hunter aplicou uma multa
de excesso de velocidade em cada carro, não sem antes ter ficado espantado com
o Porsche, que era extremamente baixo. Só não atentou para quem era o condutor
do Porsche. Hoje, no local, há uma placa afixada num poste, citando o
acontecido.
Os dois carros atravessaram
Bakersfield, pegando a Rodovia 99 e entrando pela 46, em direção ao litoral. A
tarde estava chegando ao fim e eles pararam no Blackwell’s Corner, um pequeno
café e posto de gasolina no cruzamento da Rodovia 46 com a 33. Dean vinha a
quase 100 mph, mas viu estacionado no café uma Mercedes-Benz 300 SL. Parou e
encontrou o motorista do carro, que era o piloto Lance Reventlow, também a
caminho de Salinas. Era cinco horas da tarde e os dois combinaram um jantar à
noite em Paso Robles.
Antes de seguir viagem, Dean
comeu uma maçã, tomou uma Coca-Cola e brincou com o motorista de um Corvette,
desafiando-o para um provável “racha”.
No instante em que o Porsche
saía do Blackwell’s Corner, a 35 milhas dali, Donald Turnupseed, estudante de
23 anos, dirigia seu Ford Custom Two-Door Coupe 1950, preto e branco, pela
Rodovia 41, rumando para o sul. Donald era estudante do California Polytechnic
Institute, em San Louis Obispo, naquela região. Este Ford era um caro pesado,
com suspensão ruim e difícil de ser controlado. Donald vinha pela Rodovia 41 e
iria entrar à esquerda na 466, manobra permitida, mas que exige atenção para
cruzar a estrada. Ia para sua casa em Tulare. Dean não estava acelerando muito,
vinha a cerca de 70 mph, a atrás dele vinha John Robert White, com a mulher,
moradores do local e que sabiam que aquele entroncamento era perigoso.
De longe, Robert viu o Ford
vindo em sentido contrário e ainda comentou com a esposa que algo ruim iria
acontecer. Donald estava com o sol baixo de frente, ofuscando, e diminuiu para
entrar na 466. Dean viu o Ford e comentou com Wutherich: “O cara parou, ele nos
viu”, e reduziu para terceira marcha, acelerando fundo. Neste momento, Donald
cometeu um vacilo terrível, pensando que poderia fazer a manobra à frente do
Porsche: travou os freios, deixando marcas no asfalto, e virou o volante para a
esquerda. Não deu. O Ford avançou na contramão e ele tentou voltar para a 41...
Aparentemente, Dean tentou uma manobra evasiva, mas não havia espaço... o
Porsche de James Dean atingiu o Ford na dianteira do lado esquerdo, capotou no
ar e aterrissou de volta com as rodas no chão, mas num barranco, a noroeste da
junção. O Ford, muito mais pesado que o Porsche, ainda deslizou mais trinta e
nove pés pela Rodovia 46, até parar na pista.
O impacto foi terrível e os
dois carros ficaram destruídos na pista. Eram 17 horas e 45 minutos, e James
Dean estava gravemente ferido no tórax e no pescoço. Continuava dentro do
carro; Wutherich foi arremessado para fora e também estava ferido. Logo parou a
wagon com seus amigos, e o fotógrafo ─ percebendo a gravidade do acidente ─ registrou o local, tomando o cuidado para não fotografar
o ator. Hickmann, que vinha na Station Wagon, relatou
depois, numa entrevista: "Nós estávamos
cerca de dois ou três minutos atrás dele. Eu o puxei para fora do carro, e ele
estava em meus braços quando ele morreu, sua cabeça caiu. Eu ouvi o ar sair de
seus pulmões na última vez. Eu não pude dormir por cinco ou seis noites depois
disso, apenas ouvindo o som do ar que saia dos pulmões de Dean".
Logo, uma ambulância chegou
ao local e levou Dean ao War Memorial Hospital, em Paso Robles, a menos de 30
milhas do local do acidente. Dean provavelmente faleceu na ambulância. Chegou
às 18:20 e sua morte foi confirmada de imediato, causada por múltiplas lesões
internas e externas dos dois lados do tórax e pescoço quebrado, mais fraturas
nos braços e pernas.
O enterro foi no dia 3 de
outubro, em Fairmont, a pequena cidade que ele tanto amava e que nunca mais se
recuperou da tragédia. Seu pai faleceu ao final da década de 1990, e havia
passado o resto da vida reunindo objetos e documentos sobre o filho famoso,
atendendo de maneira atenciosa jornalistas e fãs. Havia estado com o filho no
dia do acidente, antes dele sair para Salinas. No dia seguinte, esteve em Paso
Robles, para acompanhar o corpo na volta de avião para Fairmont e pegar os
objetos pessoais, roupas e o capacete do filho.
Rolf Wutherich passou um ano
no hospital. Ficou emocionalmente abalado pelo resto da vida. “Eu estava na
mesma ambulância e gritava querendo saber como estava Jimmy. Num relance, o vi
coberto de sangue, com as pernas quebradas, o pescoço partido... Nunca
esquecerei os últimos momentos ao lado de Jimmy” ─ explicou anos depois. Wutherich voltou para a Alemanha,
onde fez um prolongado tratamento psiquiátrico. Morreu em 28 de julho de 1982
num acidente... ironicamente, pilotando um Porsche.
Donald Turnupseed foi julgado
pelo acidente e absolvido em 11 de outubro daquele mesmo ano. Voltou a se
alistar na Marinha, e até hoje vive na mais absoluta discrição, sem jamais
tocar no assunto. Quando perguntado sobre Dean, seus olhos se enchem de
lágrimas e ele silencia. Afinal, não esteve envolvido num acidente que matou um
homem; fez parte de uma tragédia até hoje difícil de ser esquecida.
James Byron Dean - 08/02/1931-30/09/1955 |
O QUE ACONTECEU COM O PORSCHE DE JAMES DEAN?
Após o acidente que vitimou
James Dean, George Barris comprou o carro batido por US$ 2,500 (possivelmente
para vender tickets ao público para ver o carro) e o levou para os fundos de
sua loja.
Quando os restos do carro
chegaram a Los Angeles, o Porsche caiu da carreta e quebrou as pernas de um
funcionário de Barris. O projeto não foi à frente, então Barris emprestou a
carcaça para o National Safety Council, que o levou para diversos pontos do
país, numa campanha por mais segurança nas estradas. Em várias ocasiões, havia
um cartaz junto aos destroços com os dizeres “Este acidente poderia ser
evitado”. Fãs pagavam 50 cents para sentar ao volante do 550 destruído.
Com o tempo, Barris vendeu o
motor e câmbio por US$ 1 mil para Troy McHenry e Willian Eschrid, que instalaram
em seus Porsches e competiram um contra o outro nas corridas em que
participavam. Em outubro de 1956 Troy McHenry perdeu o controle do seu carro
durante uma prova, batendo numa árvore e morrendo instantaneamente. Por
coincidência, Eschrid havia participado da prova de Bakersfield com James Dean,
e numa corrida com seu Porsche perdeu o controle numa curva, não morreu mas se
feriu bastante.
Dois pneus que foram vendidos
para um jovem estouraram ao mesmo tempo, fazendo-o perder o controle do carro e
acabou numa vala. Um fã que queria pegar uma lembrança do carro teve o braço
rasgado pelo metal retorcido da carroceria quando tentou roubar o volante do
carro. Outro fã que tentou pegar um pedaço do estofamento com marcas de sangue
de Dean também, acabou ferido pelos destroços.
Quando estava armazenado numa
garagem em Fresno, California, as instalações pegaram fogo, danificando ainda
mais o carro. Numa exibição em Sacramento, no aniversário da morte de Dean, um
parafuso se quebrou e o carro caiu do pedestal em que estava, ferindo um
estudante.
Mais tarde, sendo transportado
para Salinas (sempre ela) o motorista George Barhius perdeu o controle do
caminhão, e os restos do Porsche atingiram um taxi, cujo motorista morreu
esmagado. Outro acidente similar, dois anos depois, quando em transporte,
soltou-se da plataforma e causou mais um acidente fatal. Em 1958, o caminhão
que o transportava estava estacionado numa colina, e o freio de estacionamento
falhou, estraçalhando o para-brisa do carro que estava parado atrás dele.
Em 1959, numa exposição em
Nova Orleans, o Porsche simplesmente se desfez em 11 pedaços. Barris ordenou
que o caro fosse enviado para a California, e no trajeto, ele foi roubado e
desapareceu.
O 550 desapareceu
misteriosamente, em 1960, enquanto estava sendo transportado de Miami, Florida,
para Los Angeles, California. Ele foi declarado roubado, e a Polícia não foi
capaz de solucionar o caso, e ele jamais foi visto desde então. Certa vez,
relatou-se que seu capô traseiro foi visto em uma oficina do interior dos
Estados Unidos, mas isto não tem confirmação.
No final de 2015, 55 anos
depois do seu desaparecimento, o Volo Auto Museum, nos arredores de Chicago,
Illinois, ofereceu uma recompensa de um milhão de dólares, para quem pudesse
dar informações sobre o destino do Porsche 550 de James Dean.
O Museu contatou alguém tinha
seis anos de idade, quando ele viu seu pais e outros homens esconder o Spyder
atrás de uma parede falsa numa construção em Whatcom County, Washington.
Funcionários do Museu dizem que a história era muito boa para ser verdade, mas
ele dava detalhes tão precisos que apenas uma testemunha ocular poderia saber,
e a pessoa passara por um teste de poligrafo para verificar sua autenticidade.
O problema é que o Museu irá
pagar o valor de US$ 1 milhão apenas se for capaz de assumir legalmente a posse
do Spyder. O informante não é dono do edifício citado, e ele não revelará o
local, a menos que ele possa obter pelo menos uma parte da recompensa. George
Barris, que é presumivelmente o ultimo proprietário legal, não se manifestou
sobre o assunto, e caso seja o presumido dono do edifício, não sabe o que está escondido
nas paredes.
O Museu declara que está em contato com o informante, e está confiante que o 550 será descoberto num futuro próximo.
O Museu declara que está em contato com o informante, e está confiante que o 550 será descoberto num futuro próximo.
Num comunicado oficial, a
Barris Kustom Industries, declararam que nestes 55 anos, desde a morte de Dean,
e o desaparecimento do 550, George Barris ofereceu recompensas de mais de US$
100,000, bem como participou de programas de TV como o Unsolved Mysteries e
Inside Edition, no esforço de encontrar os destroços do carro acidentado. Todas
as pistas que levantaram até o momento se mostraram falsas.
Comenta que foram contatados
por um Sr. Volo, oferecendo um acordo financeiro para obter e posse do carro.
Também assumem que somente Barris poderia identificar e confirmar a
autenticidade do carro, caso fosse encontrado.
Os advogados do Sr. Volo
declararam recentemente que estão buscando uma estratégia para justificar que o
carro será propriedade de quem o encontrar, mas a Barris reafirma que o único
proprietário oficial do Porsche 550 de James Dean original e autêntico, é de
fato George Barris.
RÉPLICAS – CHAMONIX NG CARS
A réplica do Porsche 550 Spyder feita pela Chamonix, no Brasil. |
A sigla ‘NG’ significa ‘Nova
Geração’, e foi fundada por Milton Masteguin, em 1987, após deixar a Puma Cars,
e começou a fornecer as carrocerias finalizadas com chassis para a Chuck Beck
Motorsports, dos Estados Unidos. O chassi tubular é equipado com o motor do
Volkswagen Sedan 1.6, última versão de produção, ou conforme o cliente, pode
receber os motores refrigerados a ar da série AP, de 1,6 a 2,0 litros, com
variados níveis de preparação.
Em anos recentes, a suspensão
traseira foi reprojetada para um melhor desempenho com os motores a água, e a
suspensão dianteira também recebeu aperfeiçoamentos para acompanhar o aumento
da performance.
A produção iniciou em 1991
com o Spyder 550, seguido do Super 90 Cabriolet e em 1993 o Super 90 surgiu em
versão Speedster e em 1995 o Spyder 550S.
PORSCHE CARRERA ABARTH ZAGATO GTL #1005 - 1960
O Carrera Abarth feito pela Zagato |
NAS PISTAS BRASILEIRAS
O Porsche 550 na corrida comemorativa do Centenario de São Paulo, em Interlagos, 1954, pilotada por Hans Stuck. |
No livro "Entre Ases e Reis", de Bird Clemente, ele conta que Heins levou o carro para a Alemanha e o mesmo retornou equipado com o motor 547 de duplo comando. Nos Mil Quilometros de Buenos Aires de 1957, Heins, correu em parceria com Ciro Cayres, e quando Bino foi para a Europa, ele vendeu o 550 para Fritz D'Orey, que fez cinco corridas com ele (quatro em Interlagos e uma no Rio, no circuito da Boa Vista. Fritz também foi para a Europa, e o carro passa para as mãos de José Gimenes Lopes, da Escuderia Tubularte.
A largada com quatro Ferrari e o Porsche 550 que acabou vencendo a corrida em Interlagos. |
O carro ficou parado na garagem de Paulo Amaral, depois foi vendido para Marivaldo Fernandes, que o vendeu para os irmãos Fittipaldi. Em 1967, Emerson e Wilsinho utilizaram o chassi e suspensões, colocaram o motor Porsche 2.0 do Karmann-Ghia Dacon e fizeram uma nova carroçaria em fibra de vidro, surgindo assim o Fitti-Porsche. Quando Emerson foi para a Europa, o Fitti-Porsche passou para a Escola de Pilotagem Bardhal, agora equipado com um prosaico motor VW. Relatos dão conta que ele foi vendido para Sergio Magalhães, que fez algumas corridas com ele, e o vendeu para alguém em Bauru, que depois acabou vendendo para uma pessoa de Goiânia. O último relato sobre o Fitti-Porsche é que ele foi visto em Belo Horizonte, preparado para corridas de arrancada, e desde então, não se ouviu mais falar sobre ele.
O Fitti-Porsche construído pelos irmãos Fittipaldi. |
ESPECIFICAÇÕES – FICHA TÉCNICA
1955 Porsche RS550 (preço em 1955
nos EUA): US$6,800.00
Motor:
Bloco
e cabeçotes de alumínio, camisas dos cilindros de liga de Aluminio revestidos
de cromo. Quatro cilindros refrigerados a ar, opostos horizontalmente, com quatro
comandos de válvulas roletados no cabeçote. Potência de 110 hp a 6200 rpm.
Diâmetro de 85mm x Curso de 66mm. Capacidade de 1.498 cc; taxa de compressão de
9,5:1. Pistões de Aluminio, correia do ventilador em V; carter seco com
radiador de óleo. Ordem de ignição: 1-4-3-2. Carburadores Solex 40 PJJ e WEBER
40 DCM. Escapamentos com saída única. Embreagem Fichtel&Sachs K12 Porsche
Special.
Câmbio:
Quatro
marchas sincronizadas à frente, engrenagens helicoidais, e uma à ré. Relações:
1ª 11:35 – 2ª 17:30, 16:31 e 18:29 – 3ª 23:26, 22:27 e 24:25 – 4ª 27:22, 25:24
e 26:23. Ré 1:3,56.
Velocidade máxima:
Aproximadamente
140 mph ou 220 km/h.
Chassis:
Tubos
de aço sem costura. Quatro lâminas de torção dianteiras transversais
ajustáveis. Uma barra de torção cilindrica para cada roda traseira.
Amortecedores hidráulicos telescópicos Fichtel&Sachs com 26x90 na dianteira
e 36x140 na traseira. Relação de 1:14,15 na direção. Freios hidráulicos a
tambor nas quarto rodas, com diâmetro de 280mm. Rodas de liga de Aluminio aro
16 com 5.00 de tala na dianteira e 5,25 na traseira.
Dimensões:
Entre-eixos
de 2100mm, Bitola dianteira 1290mm, traseira 1250mm. Comprimento total 3600mm,
largura total 1550mm, altura total 1015mm. Altura livre do solo 150mm. Diâmetro
mínimo de giro 11m.
Peso
seco 590kg; abastecido para rodar 685kg; homologado para corridas (FIA) 640kg;
peso total permitido com pilotos 900kg.
EM ESCALA
EM ESCALA
O
Porsche 550 Spyder é reproduzido pela Maisto na escala 1:18 com excelente
fidelidade aos detalhes do original. O interior vermelho e o painel de
instrumentos simples são bons, mas as hastes para abertura das portas acabam
prejudicando o visual. As portas e capôs dianteiro e traseira se abrem,
revelando o motor e o estepe preso por correias de couro, assim como a caixa de
ferramentas com o macaco. O parabrisa é baixo, sem moldura. A Schuco também faz
o modelo, com as inscrições do carro e a figura de James Dean, com melhor
detalhamento, como as dobradiças das portas, painel de instrumentos com
mostradores detalhados, motor com cabeamento de velas e tela nos Carburadores;
correia do estepe em couro verdadeiro com fivelas e rodas melhor reproduzidas.
Os modelos da GMP são os mais perfeitos em detalhes, com números dos
mostradores e os raios do volante perfeitos; o carburador tem a plaquinha da
Weber. O parabrisa tem apenas uma bolha para o piloto, e o interior traz os
bancos em preto e não em vermelho, não reproduz o carro de James Dean.
Schuco, GMP (1:18) e CMC (1:24) |
Os motores da Maisto e da Schuco |
Os motores da GMP e CMC |
O modelo da CMC com a figura de James Dean. |
O
modelo da CMC na escala 1:24 reproduz o “Little Bastard” com bons detalhes
nesta escala, mas peca um pouco no layout do escape traseiro; além de trazer
também uma figura de James Dean.
O Porsche 550 na escala 1:43, com a figura de James Dean e a que participou da Mille Miglia de 1954. |
O
modelo pode ser encontrado em outras escalas também de diversos fabricantes,
como 1:43, 1:32 e 1:64, tanto os carros comuns ou decorados de corridas
específicas (Carrera Panamericana, Mille Miglia, Le Mans e outras) como o “Little
Bastard” de James Dean; com ou sem a figura do ator.
Os da Maisto, em 1:64 vêm com rodas exageradas, então a solução é trocar por outras customizadas da AC Custon, e o outro exemplar além das rodas, recebeu os decalques da MTG, ambos ficaram bem mais caprichados do que o normal.
O 550 da Maisto, como veio no blister. |
Com rodas novas, faróis e bancos pintados |
Com as faixas nos para lamas traseiros e lanternas, escapamento. |
O Maisto com os decalques da MTG |
Rodas especiais com pneus de borracha |
Faróis, lanternas dianteiras |
Faixas nos para lamas, placa, "Little Bastard" e os números 130 |
REFERÊNCIAS:
Revista
Auto&Mecânica, Ano 2, Numero 15, Maio2000
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