As Ferrari 250 fazem parte de uma série produzida entre
1956 e 1964, da qual diversas versões foram construídas, tanto para competições
como GT, e versões de exportação, variando de especificações conforme o país de
destino.
Equipada com o genial motor V12 a 60º desenvolvido por Gioacchino
Colombo para a Ferrari 125, elevado para 2.953 cc (180 cid), porém muito mais
leve do que seus concorrentes, produzia impressionantes 296 hp (300 PS) no
modelo Testarossa (1956) e no GTO (1962). A taxa de compressão de 9,2:1 e três
carburadores duplos Weber 36 DCS eram dados básicos, mas muitos recebiam
alterações conforme o pedido dos clientes. Alcançava 150 mph (242 km/h) e fazia
de 0-60 mph em sete segundos. Sua designação vem do volume individual de cada
cilindro, 250 cc.
Em 1959, no Paris Auto Show surgiu o modelo com entre
eixos reduzido de 2600 mm para 2400 mm (94,1 polegadas – daí a sigla SWB, ou “Short Wheel Base”), buscando mais
agilidade para os circuitos com muitas curvas. Encarroçado por Scaglietti, foi
o primeiro Ferrari com freios a disco, e era calçado por pneus Pirelli
Cinturato na medida 185WR15. Havia variações entre as carroçarias de aço, para
os modelos de rua (“Lusso”, a partir
de 1960), ao passo que os destinados a corridas eram feitos de alumínio; e a
potência dos motores variaram de 237 hp a 276 hp.
Chassis tubular Tipo 539, criação de Pininfarina e
construção de Scaglietti, com motor V12 de três litros com comando simples no
cabeçote, gerava perto de 280 hp; transmitidos às rodas por um câmbio de quatro
marchas manual. A maioria saiu de fábrica com as rodas raiadas Borrani, com
porca única.
O projeto da 250 GT SWB foi conduzido por Giotto
Bizzarrini, Carlo Chiti e o jovem Mauro Forghieri, o mesmo time que mais tarde
criou o 250 GTO. Apresentado no Salão do Automóvel de Paris em outubro de 1959,
logo começou a vender e competir. Com o 250 GT SWB Berlinetta, a Ferrari
conquistou o Campeonato de Construtores de 1961, na classe GT.
Dos 176 exemplares construídos, o modelo de 1961 teve
entre 8 e 20 exemplares com vários graus de modificações para clientes
especiais – preparação de motor, suspensões adaptadas e alívio de peso. Sergio
Pininfarina referiu-se à SWB como “o primeiro de nossos três saltos quânticos
em design com a Ferrari”, e seu comentário retrata bem a atração do modelo
décadas depois, atingindo cifras milionárias nos leilões em que são
disponibilizados para venda.
RESULTADOS EM ALGUMAS COMPETIÇÕES
ANO
|
COMPETIÇÃO
|
RESULTADOS
|
1960
|
12 Horas de Sebring
|
4º, 5º e 7º (geral)
|
1960
|
Targa Florio
|
3º, 4º e 5º (3 litros)
|
1960
|
1000 km Nurburgring
|
4º
|
1960
|
24 Horas de Le Mans
|
1º, 4º, 5º, 6º e 7º (3 litros)
|
1960
|
Tourist Trophy
|
1º
|
1960
|
Redex Trophy – Brands Hatch
|
1º
|
1960
|
Tour de France –
Racing Cars
|
1º, 2º, 3º e 14º
|
1960
|
1000 km de Paris – Monthlery
|
1º
|
1960
|
Nassau Tourist Trophy
|
1º
|
1961
|
24 Horas de Le Mans
|
1º, 2º (3 litros)
|
CARROS DE FAMOSOS
Um exemplar Spyder (LWB) de 1961 que pertenceu a James
Coburn por 24 anos, foi vendido por 5,5 milhões de libras para o DJ de radio Chris Evans em 1987; e um
modelo igual utilizado no filme “Les
Felins”, com Alain Delon e Jane Fonda, foi leiloado por R$ 52 milhões em
fevereiro de 2015. O carro foi encontrado abandonado em um celeiro, coberto por
jornais e revistas, junto com mais 60 carros antigos, e estima-se que ficaram
no local por 50 anos, até serem resgatados.
A Ferrari 250 GT SWB de Eric Clapton e a placa milionária. |
O exemplar de Eric Clapton na cor Grigio Argento, ano de
1961, tinha volante à direita, e interior preto, chassis Tipo 539, motor Tipo
168F, e era a unidade 61 de 165 construídos, e tinha a carroçaria feita em aço.
John Collins, colecionador e proprietário da Talacrest, distribuidor Ferrari em
Ascot, Berkshire, Inglaterra, é o atual dono da Ferrari que foi de Eric
Clapton, e em novembro de 2014, pagou 518 mil libras pela placa “25 O” para
colocar em uma das três Ferrari que possui: uma 250 GT SWB (£10 milhões), uma
250 TR (£20 milhões) e uma 250 GTO (£35 milhões), mas sua preferência era
colocar esta placa na SWB. Ele comprou também as placas “250L” por £ 130 mil e
a “500 FER” por £3 mil, esta última em outro leilão.
Ferrucio Lamborghini, fabricante de tratores, foi
proprietário de diversos modelos da Ferrari 250; e sua insatisfação com os
problemas de embreagem que reclamava com Ferrari e não era atendido como
desejava foi o principal motivo de começar a fabricar os Lamborghini,
competindo diretamente no mercado da Ferrari.
EM ESCALA
A Ferrari 250 GT SWB feita pela JOUEF Evolution na escala 1:18 é bem proporcionada, na cor prateada
com faixa central azul marinho e numeração de corrida Nº 14. As rodas Borrani
com a porca central são bastante fiéis na escala, e detalhes de faróis, piscas
e lanternas traseiras são bem reproduzidas também.
O interior é bom, com volante e alavancas adequadas, mas
os pedais deixam a desejar.
A Ferrari 250 GT SWB pilotada por P. Noblet e J. Guichet |
O modelo reproduz o carro que venceu na classe GT (motores
de 3.000 cc) das 24 Horas de Le Mans, em 1961, e chegou em terceiro na
classificação geral a treze voltas (317 contra 333) do vencedor; foi conduzido pelos
pilotos privados P. Noblet (Alemanha) e J. Guichet (França). Vale notar que em
primeiro e segundo lugares também foram da Ferrari, com as Ferrari 250 TR (Testarossa) da equipe oficial SEFAC (Societa Esercizio Fabbriche Automobili e
Corse).
REFERÊNCIAS: