O Ford GT é um superesportivo americano. Ele foi criado para homenagear o Ford GT40, que se tornou famoso por vencer as 24 Horas de Le Mans de 1966 e por desbancar o reinado da Ferrari.
A história começa no início da década de 60, quando a Ford, querendo vencer as 24 horas de Le Mans e assim entrar no mercado de carros esportivos de orientação européia, tenta adquirir a Ferrari. As negociações correram bem e Enzo Ferrari havia aceitado a oferta feita pela Ford. Quando a diretoria da FIAT ficou sabendo que a Ferrari passaria para as mãos de uma empresa americana, eles decidiram intervir na transação, alegando que a marca Ferrari era patrimônio italiano e deveria permanecer como tal. Assim a transação com a Ford foi interrompida e a FIAT assumiu o controle acionário da Ferrari. Que Enzo Ferrari não aceitou no último minuto. Após fracasso nas negociações, a própria Ford resolve criar um carro para vencer a competição. O carro seria baseado no Lola Mk6, um carro avançado para a época, mas suas primeiras versões tornam-se desastrosas. Após várias tentativas o carro foi redesenhado por Caroll Shelby, e não podendo ultrapassar a altura máxima de 40 polegadas (1,00 M) surge o Ford GT40. Nas 24 Horas de Le Mans de 1966, um GT40 chega em primeiro, trazendo mais dois do mesmo time em segundo e terceiro lugar. Assim, o carro se tornou uma das estrelas mais lembradas do automobilismo por acabar com as vitórias da Ferrari. Quarenta anos depois, a Ford tem a ideia de fazer uma homenagem a ele, e assim nasce o Ford GT.
CARACTERÍSTICAS
Apresentado no Detroit Auto Show de 2002, fruto do studio “Living Legends”, da Ford, projetado por Camilo Pardo, sob a direção de J. Mays, teve também a colaboração de Carrol Shelby, para o desenvolvimento da performance dos protótipos. O Projeto enquanto secreto, recebeu o nome de Petunia, nos corredores internos da Ford.
A carroçaria do Ford GT foi feita em túnel de vento para garantir sua fidelidade com o GT40. Depois disso foram adicionados acessórios modernos, como o farol de xenônio, o capô dianteiro de alumínio entre vários outros acessórios externos e internos.
Os engenheiros da Ford trabalharam com os especialistas em alumínio da Hydro Aluminum North America para desenvolver o que na época era o chassi de alumínio mais sofisticado no mundo. O chassi consistia de 35 extrusões, 30 das quais foram desenvolvidas exclusivamente para o GT. O chassi tem o túnel central feito em fibra de carbono e ainda diversos painéis estampados em uma complexa estrutura. Suas extremidades servem como pontos de fixação para a suspensão double-wishbone. Tanto os braços de controle como os amortecedores são feitos de alumínio extrudado.
A construção do motor também é feita com alumínio extrudado, e toda a carroceria é feita de alumínio. O fundo do carro foi cuidadosamente estudado, e possui um splitter frontal, um difusor traseiro, com o assoalho selado e um túnel que passa por dentro do veículo e cria 136 kg de downforce a 210 km/h. O formato também é um dos mais aerodinâmicos de todos os tempos em um carro de produção.
MOTOR
O motor que equipa o Ford GT é um V8 de 5.4 litros, do SVT Mustang Cobra, alimentado com supercompressor (blower) fazendo com que ele atinja 558 cv de potência a 6500 rpm e torque de 69,2 kgfm a 4.500 rpm. Esse propulsor faz com que ele chegue a 330 km/h e leve 3,8 segundos para chegar aos 100 km/h.
Todos os supercarros começam a partir de seus motores (mas o GT tinha a vantagem de uma carroceria atemporal) e terminam com a carroçaria “vestindo” os propulsores. A coisa mais próxima de um motor que a Ford tinha era um V8 modular de 4,6 litros do Mustang, e isso simplesmente não bastava. Ao invés disso, fundiram o V8 5.4 das picapes F em alumínio e adicionaram um supercharger Lysholm. O cabeçote de alumínio foi emprestado do Mustang Cobra R (e do Boss 290 australiano) com 32 válvulas e duplo comando no cabeçote; e adotaram um sistema de cárter seco. A configuração entregava os 558 cv e 69,2 kgfm de torque.
2003 marcou o centésimo aniversário da Ford. Em comemoração, o bisneto do fundador, Bill Ford Jr., iniciou uma série de protótipos ao estilo GT40 para os salões do automóvel de 2002. Os carros foram projetados por Camilo Pardo, sob a supervisão de J Mays. Segundo contam, as máquinas de motor central não haviam sido criadas para entrar em produção, apenas um exercício de design. Mas os resultados foram impressionantes.
Cem vezes mais belo que o novo Mustang e mil vezes mais atraente que o renascido Thunderbird (sem contar a estética de um design atemporal muito mais atrativo que o New Beetle), os conceitos do Ford GT roubaram as atenções dos concorrentes em 2002, levando a Motor Trend a começar uma campanha “Give us our Ford GT”. Um mês depois da apresentação do Show-car em Detroit, a Ford decidiu colocar o Ford GT em produção. Três protótipos foram construídos em 2003 como parte das comemorações do centenário da Ford; e a produção estava planejada para iniciar no outono de 2004.
A Safir Engineering era uma empresa britânica que construía os Ford GT40 nos anos 1980, possuindo os direitos de uso da expressão “GT40” na época. Quando a produção cessou, ela vendeu toda a ferramentaria, moldes e peças remanescentes para a Safir GT40 Spares, uma pequena empresa de Ohio, nos Estados Unidos. Esta empresa licenciou o uso da expressão “GT40” para a Ford, em 2002, para uso no show car de 2002. Quando a Ford decidiu colocar o carro em produção, as negociações para denominar o carro no mercado foram mal-sucedidas, e rumores sobre os valores envolvidos giravam entre 8 e 60 milhões de dolares. O carro de produção não poderia levar as insígnias do GT40. Como a denominação GT40 significava a altura do carro, 40 polegadas até o teto, a sigla GT43, que representaria a altura do novo carro, parecia estúpida. Assim, o nome acabou ficando somente como FORD GT.
John Coletti, chefe da Special Vehicle Team Engineering e bem conhecido guru quando o assunto era “performance”, liderou um grupo de 140 pessoas para tornar este poderoso carro esporte em realidade. Neil Ressler, ex-Chefe de Tecnologia, que já se havia aposentado, mas era muito conhecido como um dos mais hábeis executivos da Ford, trabalhou nos bastidores do projeto, contribuindo na definição das tecnologias que um carro destes exigia para atingir a performance pretendida. O time contou também com Neil Hannemann, chefe de Desenvolvimento, engenheiro formado na Chrysler, e que havia trabalhado no projeto do Viper e do Saleen S7, assim como desenvolvendo carros para o campeonato do SCCA.
Hannemann e seu staff empenharam o inverno no Florida Evaluation Center, centro da Ford localizado na Florida para que os projetos não sofressem atrasos com o tempo inclemente do inverno de Detroit. Se o exterior dos protótipos estava bem configurado, o interior necessitava de mais trabalho, para adaptar instrumentos já existentes na linha, sem criar uma dissonância estética que prejudicasse a harmonia do design atemporal do GT.
Os protótipos acabaram pesando cerca de 37 kg a mais do que a versão de produção, e usava um motor V8 4,6 litros do Mustang Cobra, com cerca de 100 hp a menos que o previsto no carro de produção.
A carroçaria foi feita em fibra-de-vidro, ao invés do alumínio do Show-car, e claro, trouxe um design mais clean; sem os aparatos aerodinâmicos dos carros de competição. Mesmo assim, Hannemann garantiu mais downforce do que a Ferrari Modena gerava.
Produção e Vendas
Lançado como modelo 2005, o Ford GT chegou ao mercado em Agosto de 2004, sendo montado na planta da Mayflower Vehicle systems, de Norwalk, Ohio.
Desempenho
A Ford divulgou um número de 0 a 96 km/h pouco abaixo dos quatro segundos e uma velocidade máxima de cerca de 322 km/h. Números incríveis, sem sombra de dúvidas. Mas a revista Car and Driver chegou aos mesmos 96 km/h em 3,3 segundos e alcançou uma velocidade de 340 km/h. Tão incrível quanto é o tempo do GT no quarto de milha (400 metros) de 11,6 segundos com velocidade final de 206 km/h.
Para colocar esses números em perspectiva com seus contemporâneos, a Ferrari 360 Challenge Stradale chegava aos 96 km/h em quatro segundos e completava o quarto de milha em 12,4 segundos, com velocidade final de 182 km/h. E a velocidade máxima da Stradale é de apenas 300 km/h. E não pense que o fato da 360 ser um modelo antigo faz do GT um carro ultrapassado. As F430 chegam aos 96 km/h em 3,8 segundos e correm o quarto de milha em 12 cravados com final de 193 km/h.
A Ford planejou uma produção de 4.500 GTs. Mas como a companhia estava perdendo bilhões de dólares por trimestre naquela época, a produção terminou com 4.068 carros, devido às novas normas exigidas nos “crash-tests” a partir de Setembro de 2006.
EM ESCALA: A MINIATURA DA BEAMSTALK GROUP
Réplica de grande qualidade no detalhamento, o design reflete o belo trabalho feito sob as vistas de J. Mays, Chefe de Design da Ford na época. Produzida pelo Beamstalk Group, uma agencia de licenciamento adquirida pela Ford em junho de 2001, contou com a supervisão direta da Ford na criação e produção do modelo em escala.
A exatidão do modelo mostra a beleza do carro original, e contribui para que a miniatura valha pelo menos cinco vezes mais do que o preço de venda cobrado por ela.
Disponível em quatro diferentes cores – amarelo com faixas pretas, branco com faixas azuis, vermelho com faixas brancas ou a combinação azul claro com faixas laranja do patrocínio da GULF – cada exemplar traz o excelente acabamento com a pintura de cores vibrantes em várias camadas, decorada com autênticos logotipos e a bela decoração das faixas dos carros de corrida que fizeram sua fama nos anos 1960.
A abertura característica das portas, com seu corte invadindo parte do teto, revela o seu detalhado interior. Diferentemente do original de corrida, o cockpit do Ford GT é muito mais luxuoso, com detalhes cromados, preto-fosco e alumínio valorizando o cuidado que os projetistas tiveram com o carro como um todo. Tanto o painel dos instrumentos, laterais das portas e os assentos, com suas aberturas para ventilação e os cintos de segurança de competição, a presença do extintor de incêndio atrás dos bancos contribui para a percepção de uma execução muito bem feita, em nada parecendo que seja um aspecto de brinquedo.
A abertura do capô traseiro, igual ao original, revela o motor muito bem detalhado, com tubos cromados representando os escapes de aço inoxidável polidos. Além do motor, outros detalhes como a suspensão e os pneus Goodyear Eagle, com seus discos de freios e calipers dentro das rodas simulando as rodas de liga de alumínio acetinadas são muito notados e valorizam a miniatura.
REFERÊNCIAS:
https://en.wikipedia.org/wiki/Ford_GT
http://www.diecastfast.com/diecast/DCF/CTGY/RVGT40
http://www.caranddriver.com/reviews/2005-ford-gt-road-test-review
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