Green Hornet (Besouro
Verde) era uma série de rádio, na WXYZ, em Detroit, Estados Unidos. Criada em
1936 por George W. Trend e Fran Striker, e era dirigida por James Jewell, com
Al Rodges dando voz ao Besouro Verde.
Teve várias temporadas
e até um seriado, comuns nos anos 1940. Em 1966 ganhou as telas da TV, com Van
Williams como Britt Reid e Bruce Lee, como Kato, em seu primeiro papel exibindo
suas habilidades em artes marciais. No seriado radiofônico, Britt Reid era
filho de Dan Reid Jr., irmão do personagem The Lone Ranger, também criado por
Trend e Striker (no Brasil, conhecido como Zorro, mas não o de capa e espada de
Walt Disney), daí podemos ver a similaridade do formato da máscara de Green
Hornet ser muito parecida com a de Lone Ranger. A presença de um parceiro,
assim como o índio Tonto, foi copiada e Kato fazia o papel do sidekick
na série.
A primeira repaginada
na série chegou após um ano do lançamento, em 1941, quando foi ao ar o “The
Green Hornet Strikes Again!” que contava com a direção de Ford Beebe e John
Rawlings. O ator Warren Hull era quem desempenhava o papel principal.
Com o seriado de Batman e Robin fazendo sucesso, Green Hornet e Kato tiveram uma participação especial em um dos episódios da Dupla Dinâmica. Ao contrário do Batman, a versão do seriado Green Hornet não teve uma vida longa. Mesmo com a ascensão de Bruce Lee no cinema, teve apenas 26 episódios em uma única temporada. Após o interesse em Bruce Lee continuar depois que morreu, o público transformou o Green Hornet em cult. Na China, Bruce Lee era um ícone das artes marciais, e a série foi exibida com o título de The Kato Show. A música Flight of the Bumblebee (“Vôo da Abelha”) orquestrada por Billy May, ficou fortemente associada ao tema do seriado e, por vezes, aparece em alguma produção como memória àquela série televisiva.
Van Williams e Bruce Lee |
Green Hornet também teve presença nos Comics, em várias editoras nos anos 1940-50, como a Helnit Comics, Harvey Comics, Dell Comics e Gold Key Comics. Nos tempos mais recentes, a NOW Comics publicou a partir de 1989 histórias tentando resgatar as origens e harmonizar o universo dos personagens para os novos tempos. Em março de 2009, a Dynamite Entertainment adquiriu os direitos do personagem e lançou novas histórias do Besouro Verde, com roteiros de Kevin Smith e arte de Jonathan Lau; em que Britt Reid Jr assume o posto de Green Hornet, depois que seu pai se aposentou. Quando Black Hornet, um gangster da Yakuza assassina Reid Sr., Kato, agora um ancião, retorna com sua filha Mulan Kato, eles levam Britt Jr à China para ser treinado nas artes marciais e se tornar o novo Besouro Verde.
O remake de 2011, com Seth Rogen e Jay Chou |
Green Hornet
(2011)
A Universal Pictures e
a Miramax, desde os anos 1990, tinham intenção de produzir um filme com o personagem,
mas a Sony Pictures, através da sua subsidiária Columbia Pictures passou à
frente e em janeiro de 2011 lançou a comédia de ação Green Hornet, estrelando
Jay Chou como Kato, Seth Rogen como Britt Reid, e Cameron Diaz como Lenore, a
secretária de Reid no jornal.
O filme conta a
história de um jovem milionário e livre de responsabilidades que estaria
próximo dos 30 anos. Uma noite no meio de suas aventuras noturnas assiste a
notícia de que seu pai teria sido encontrado morto de maneira misteriosa e
assim, fica sob sua total responsabilidade administrar a fortuna da família,
incluindo um renomeado e conceituoso jornal.
Como irresponsabilidade
e aventura eram seus codinomes Britt Reid decide ir atrás de seu mordomo Kato e
o convence a aprontar verdadeiras loucuras juntos. Kato era descendente de
asiáticos e tinha como principais dons as artes marciais e o instinto de “professor
Pardal”, justamente por construir verdadeiras máquinas. Nessa aventura é que
surge o Besouro Verde. Para quem gosta de dar boas risadas sem perdão a emoção
de um bom filme de ação, este é um prato cheio.
A produção contratou
Dennis McCarthy (que preparou diversos carros para a franquia Fast &
Furious) que construiu 29 unidades do Imperial Crown para esta filmagem, e
apenas três sobreviveram. Com apenas 13.752 unidades produzidas pela Chrysler, o
trabalho de encontrar, adquirir e preparar os carros foi uma dura tarefa, pois
muitos se encontravam em mau estado, praticamente 15 tiveram de ser
reconstruídos.
Black Beauty, da Série de TV
O carro do Besouro Verde era um Chrysler Imperial Crown, customizado por Dean Jeffries, ao custo de US 50,000; muito deste valor se devia à pintura especial de 30 camadas da tinta Metalflake preta, e envernizada com o verde perolizado, polido à mão para dar um alto brilho.
O carro ficava no subsolo da garagem de Reid, cujo
piso tinha fixadores para prender o carro “normal” de Reid e rotacionando,
trazia o Black Beauty para cima, e ele saia através de uma porta camuflada como
um outdoor de publicidade (veja trecho em vídeo nos links da matéria).
Entre os armamentos do Black Beauty, havia lançadores de explosivos atrás dos painéis retráteis dos faróis; emissor de gás no centro da grade dianteira, um pequeno scanner que se projetava da tampa do porta-malas e podia voar por controle remoto; além de foguetes e bicos de gás na traseira, contra eventuais perseguidores. O carro tinha o recurso de Modo Silencioso, quando precisava rodar furtivamente; no seriado de rádio, o ronco do motor se tornava como o zumbido de um besouro, e no da TV, o som apenas era apagado da trilha sonora.
Os faróis eram de luz verde polarizada, para manter a
visibilidade no modo furtivo, especialmente nas patrulhas noturnas da dupla. O
interior do carro tinha um painel com incontáveis botões, denotando os recursos
tecnológicos do veículo, e Reid sempre ia no banco traseiro, como convinha quando
se tem um motorista particular.
O Black Beauty tinha um motor V8 de 440 cid, com 350 hp a 4400 rpm e 480 pound-feet de torque a 2800 rpm, com um câmbio TorqueFlite de três velocidades automático. A coluna C foi estendida em 14 polegadas, para dar a impressão de que o espaço interno era maior e ficar parecido com uma limusine, as maçanetas das portas foram eliminadas, e as portas se abriam eletricamente; as lanternas traseiras ganharam um novo desenho e foram embutidas na tampa do porta-malas; o tanque de combustível ficou em pé, logo atrás do banco traseiro, pois a parte inferior do porta-malas ganhou quatro metralhadoras com dezesseis canos voltados para trás.
As rodas Keystone ganharam canecos na ponta dos eixos,
e pasmem! Atrás das rodas traseiras há duas vassouras, que acionadas, escondem
os rastros do carro onde passa! O painel revela nichos com um telefone e o
centro do volante traz o logotipo do Besouro Verde.
Foram construídos apenas dois exemplares do Black
Beauty, usados nas gravações do seriado de 1966-67; não necessitando de Stunt-cars
pois não havia perseguições ou acrobacias que colocassem em risco de acidente o
carro. Em 1992, Dan Goodman, um entusiasta do Green Hornet, adquiriu o Black Beauty
Nº 1 do ex-diretor de transportes da Twentieth Century Fox, pela soma de US$
10,000; e contratou Jeffries para restaurá-lo. Embora o veículo estivesse em
perfeitas condições mecânicas, com as rodas personalizadas originais e a maioria
das modificações na carroçaria, e tivesse apenas 17.000 milhas no odômetro, ele
estava bem desgastado. Depois de muito discutirem sobre custos excessivos e
direitos autorais, Jeffries acabou restaurando o carro não exatamente como na série
original. Mesmo assim, o Black Beauty voltou à sua forma brilhante e hoje faz
parte o acervo do Petersen Automotive Museum. O Black Beauty Nº 2 reside em uma
coleção particular na Carolina do Sul.
Da minha coleção
O Black Beauty na escala 1:64 é da Johnny Lightning, da Série Pop Culture, sub-série Silver Screen Machines, Release 1 de 2022. Tem chassi de metal, rodas especiais e pneus de borracha. O casting é muito bom para a escala, grade, faróis e lanternas, assim como os canos das metralhadoras frontais e traseiras estão lá.
Referências:
https://greenhornet.fandom.com/wiki/Black_Beauty
https://en.wikipedia.org/wiki/Green_Hornet
https://www.popularmechanics.com/cars/a6491/behind-the-scenes-in-the-green-hornets-garage/
http://automotivemileposts.com/prod1966imperial.html
https://www.nytimes.com/2010/05/16/automobiles/16MOVIE.html
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