quinta-feira, 6 de junho de 2024

Hirohata Merc


Robert Masato (“Bob”) Hirohata comprou um Mercury 1951, aos 21 anos,logo depois de deixar a Marinha dos Estados Unidos em 1952. Antes de se alistar, ele tinha um Chevrolet 1949 customizado pela Barris Kustoms, mas ele queria um carro mais exclusivo, e ao ver um Mercury 1949 com o teto rebaixado por Sam Barris (irmão de George), ele encontrou o Mercury Club Coupe 1951 em San Fernando Valley.

O carro era relativamente novo, e como ninguém havia customizado este modelo, Hirohata decidiu que este seria o seu novo carro. Levou-o à Barris Kustoms em 1953 e disse a George e Sam que teriam carta branca para fazer o melhor que sabiam nele. Ele gostou do estilo que eles haviam feito no Mercury 1940 para Nick Matranga, e pediu para seguir o estilo das janelas laterais que davam uma aparência de teto rígido ao modelo, além de algumas pequenas alterações em outros pontos do carro.

Hirohata planejava levar o carro modificado para a Motorama de 1953, mas George Barris enrolou no prazo por 83 dias, trabalhando em outros carros. Intimado por Hirohata, Barris juntou 10 pessoas e trabalhou freneticamente no Mercury por 14 dias para finalizar o carro.

Bob Hirohata com seu Mercury

Quando Hirohata foi ver o Mercury, podia jurar que não era o mesmo carro que havia deixado lá três meses antes. Cada centímetro do Mercury foi modificado por Sam e George Barris, e Frank Sonzogni. Sam removeu os pilares B, cortou e soldou a parte superior das portas ao teto e transformou o teto rígido do Merc: a altura foi reduzida em quatro polegadas na frente e sete polegadas na parte traseira. A vigia original foi reinstalada com um novo ângulo e seguiu a nova inclinação do teto. Assim também o para brisa em “V” ficou com uma nova inclinação e teve de ser re-enquadrado, formando também uma nova linha, com o design mais limpo eliminando as calhas das para as portas. Foi o primeiro Mercury 1951 a ter o teto rebaixado, com a capota refeita.

As antenas nos para-lamas traseiros

Os para lamas traseiros foram estendidos, e receberam cada um uma antena de rádio, as lanternas traseiras foram substituídas por outras do Lincoln Capri 1952, mas cortadas para se encaixar no design. Os para lamas dianteiros foram estendidos por 10 cm e os aros dos faróis do Ford 1952 foram encaixados nas aberturas. Os cromados foram eliminados do capô, porta malas e laterais; o recorte da tampa do porta malas foi arredondado, e o capô ficou mais pontiagudo, estendido ate a grade, que foi reconstruída com partes de três grades do Ford 1951, com ponteiras “Dagmar”, recebendo uma extensão feita exclusivamente para os piscas abaixo dos faróis, que receberam lentes feitas à mão com plástico transparente.

Bob Hirohata no interior do Mercury

O design das portas foi refeito, para receber os frisos do Buick 1952 e criar a área no prolongamento das caixas das rodas dianteiras, estendendo-se até o início das caixas das rodas traseiras. A linha dos para lamas dianteiros se prolongava em declive, descendo até se encontrar com esta área à frente das caixas das rodas traseiras; e sobre os para lamas traseiros foi aplicada uma expansão, com um abertura para auxiliar a refrigerar os freios traseiros, e estas cavidades tiveram três pontas feitas de uma grade do Chevrolet 1952 encaixadas no local. As caixas das rodas traseiras receberam uma cobertura com um acabamento na parte inferior para esconder as rodas, e a caixa das rodas dianteiras recebeu o mesmo acabamento.

O carro foi rebaixado cortando as molas dianteiras, mas na traseira o encaixe das molas no chassi foi refeito para ficar mais baixo do que a dianteira do veículo. Assim também o túnel de transmissão teve de ser refeito para acomodar o eixo cardã na carroçaria rebaixada. Sam Barris e Frank Sonzogni fizeram a maior parte da customização no Mercury.



Ao todo, foram 97 dias que o Mercury ficou com a Barris Kustoms, mas o carro ficou parado lá por cerca de dois meses até a equipe começar a trabalhar. Numa entrevista que Hirohata concedeu à revista Street Rodder em 1977, ele disse que os assentos  e painéis das portas foram levados para a Carson Top Shop para serem feitos enquanto a carroçaria ainda estava sendo feita; estofados com couro Naugahyde branco e verde. O porta malas e o piso foram estofados pela Kustom Shop da Gaylord em Lynwood, antes que os bancos e laterais chegassem. O painel original recebeu botões de plástico personalizados pelo próprio Hirohata, e ganharam popularidade com o carro sendo logo depois colocados em produção para o mercado pela Cal Customs. A peça era pintada e foi decorada pelo lendário Von Dutch (Kenneth Robert Howard), pin striper famoso por seu trabalho em personalizar carros customizados. Seu trabalho no Hirohata Merc ficou conhecida pela figura que fez no painel chamada de “This is the City”.

No início de 1952, George Barris pintou o Hirohata Merc em dois tons de Sea Foam Green, ou Ice Green na maior parte da carroçaria e com Organic Green na lateral inferior abaixo do friso. Ao todo, foram trinta camadas de pintura no carro todo, aplicadas por Hershel “Junior” Conway, que trabalhava na Barris Kustoms. Hirohata equipou o carro com pneus de faixa branca,e  calotas sombrero do Cadillac 1949 (posteriormente substituídas pelas do Cadillac 1953), e dois refletores Appleton S-552 logo à frente do para brisa.

Quando Barris apresentou a conta de US$ 3,500 (atualizados para US$ 36,500 em 2021), Hirohata conta que ficou em choque, e disse “Tive que vender tudo o que tinha e colocar minha tia-avó em risco para pagar o carro, mas valeu a pena.”


Assim que o carro ficou pronto, começou a aparecer em várias revistas e a ganhar troféus em feiras e exposições de automóveis por todo o país. Hirohata queria assistir as 500 Milhas de Indianápolis em 1953, então 8 dias antes de partir na viagem de 4.000 km, trocou o motor Flathead original por um V8 do Cadillac 1953 com válvulas no cabeçote. Dick Lyon da Lyon Engineering fez a troca, e adicionalmente, trocou a embreagem e o volante por um do Oldsmobile. A Nates Muffler Shop refez os cabeçotes, e Hirohata pegou a Rota 66 para o 4º Custom Show Annual de Indianápolis, onde conquistou o primeiro lugar.

A viagem foi reportada na revista Rod & Custom de outubro de 1953 com o título “Kross Kountry in a Kustom – Mile After Mile In My Modified Mercillac”. O único problema que tiveram foi que o Mercury estava muito rebaixado, então, no retorno para casa, levantaram a suspensão para que não tivessem contratempos.

Hirohata dirigia o carro quase diariamente, pois não possuía outro, e por volta de 1954, Barris fez algumas alterações no Mercury, removendo as antenas dos para lamas traseiros. Também trocou a pintura por um tom de verde abacate.


Numa edição da revista Rodding and Re-Styling em 1955, foi publicada uma carta de Bob Hirohata contando que possuía um Mercury 1951 re-estilizado pela Barris Kustoms, de Los Angeles, na cor Golden Lime (lima dourada). Ele cita que o motor é cromado e que o carro foi equipado com um radio bidirecional, alto falantes traseiros portáteis com cabo de extensão de 50 pés para praias e piqueniques, calotas folheadas a ouro, estofamentos personalizados até no porta-malas, caixa de ferramentas com os cabos das chaves de fendas feitos exclusivamente para combinar com os botões do painel. Nesta época, o Hirohata Merc havia ganho um total de 26 troféus em feiras e eventos automobilísticos na California, Indiana e Michigan, e relata-se que o Merc acumulou um total de 184 destes troféus até hoje. O Hirohata Merc recebeu da revista Rod & Custom’s o título de “Vinte Melhores de Todos os Tempos”, em 1991.

A lateral depois do acidente

Bob Hirohata vendeu o Mercury para Robert Waldsmith em 1955, e em 1957, sofreu um acidente em que todo o lado esquerdo ficou danificado. Sam Gates fez o reparo após o acidente, e pintou o carro de Ouro Metálico com laca transparente. Waldsmith vendeu o carro para Doug Kinney, que na época trabalhava para Ed “Big Daddy” Roth, por 200 dolares, e a tinta dourada havia rachado muito por causa do sol, e para reformar, foi pintado de verde limão. Doug ficou com o carro, armazenado numa garagem por anos.

Segundo Ed Roth, em uma ocasião em que viu o carro, ele estava pintado em primer e tinha um grande amassado no capô. Doug foi ameaçado de despejo, e vendeu o carro para uma concessionária.


Em 1959, um jovem chamado Jim McNiel, de 16 anos, foi com seu tio Bob a uma loja de carros usados, procurando um carro para comprar. Ao encontrarem o Mercury dourado, bem surrado, Bob disse para Jim: “Você precisa comprar este carro”, e Jim comprou o carro, com sinais de ter sido muito usado, por US$ 500. Jim usava o carro para ir à escola e outros lugares, até se casar em 1964. Não houve mais notícias sobre o Hirohata Merc desde então, e somente na década de 1980 customizadores tiveram o interesse despertado pelo destino do Mercury e começaram a rastrear os proprietários do carro.

Em 1988, Roger Honey e Joe Bailon foram até a casa de Jim McNiel para conferir se o carro ainda estava com ele. Nesta época, Pat Ganahl, editor da revista Rod & Custom entrou em contato com Jim McNiel, e propôs restaurar o Hirohata Merc, sendo todo o processo documentado pela revista. McNiel ficou hesitante, mas concordou quando Ganahl garantiu que a revista pagaria por tudo. “Foi como tirar um peso (dos meus ombros) que eu carregava comigo”, diz McNiel. “E foi isso que finalmente me fez continuar.”


Jim McNiel e Joe Bailon

Durante a restauração, Ganahl comenta:

“O filho de Jim ainda estava em casa na época e tinha uns 16 anos, e os dois faziam o trabalho e eu tirava as fotos e publicava as histórias”, diz Ganahl. “Nunca pensei que veria o Hirohata Merc novamente, muito menos que seria capaz de cobri-lo e publicá-lo na minha revista e torná-lo meu carro de projeto. Passei muito tempo na casa do Jim e ele fez tudo sozinho, exceto que eu contratei um cara para construir a transmissão. Jim reconstruiu o motor sozinho.”

Junior Conway e Jim McNiel

“Ele foi inflexível para que fosse restaurado à forma como era em 1952. Quando ele desmontou o painel, havia cartões de visita de Bob Hirohata e George Barris que impediam o alto-falante de chacoalhar, e ele os colocou de volta lá quando reinstalou os alto-falantes.”

O trabalho durou quase sete anos antes de McNiel decidir que queria que o Merc fosse concluído a tempo de ser apresentado em “Hot Rods and Customs: The Men and Machines of California’s Car Culture”, uma exposição de 1996 no Oakland Museum of California. De repente, o projeto entrou em alta velocidade – assim como aconteceu em 1952, quando Bob Hirohata queria que o Merc fosse concluído a tempo para Motorama.

Depois de raspar a tinta velha ─ a esposa de Jim, Sue, guardou as lascas e as transformou em brincos ─ McNiel recebeu uma oferta irrecusável: Herschel “Junior” Conway queria pintá-lo para ele. Conway trabalhou na Barris Kustoms durante décadas, mas abriu sua loja Junior’s House of Color depois que o Hirohata Merc foi concluído. Para McNiel, foi inimaginável! “Junior era um cara Barris – um cara 100% Barris”, então ele imediatamente disse que sim.

Conway comentou depois:

“Era um pedaço tão grande da história que precisava ser resgatado e apresentado, e senti que era meu trabalho fazê-lo”. Ele imediatamente começou a fazer ligações para trazer outras pessoas a bordo. “Quando liguei e pedi a todos os meus amigos que viessem ajudar a consertar o carro porque havia um prazo, ninguém disse não. Não havia dinheiro para ninguém… [mas eles responderam] ‘Estarei lá para ajudá-lo’”.

Eles usaram um espectrógrafo para combinar com as cores originais da pintura, e Conway insistiu em tinta laca para duplicar a aparência que Barris Kustoms havia criado. Como não é mais possível comprar tinta laca, Ganahl procurou a PPG Industries em Detroit e pediu um favor. A PPG concordou em fazê-lo se Ganahl adoçasse o acordo com uma assinatura gratuita de revista. Feito.

“Eu estava lá quando as latas chegaram”, lembra Ganahl, “… Junior abriu, [cheirou] e disse: ‘Ah, a coisa real’”.

A impressionante pintura do Merc não foi todo o trabalho que os amigos de Conway contribuíram. Por exemplo, Frank Sonzogni removeu uma das pontas do escapamento e construiu outra com as mesmas ferramentas que usou para criar o original. Foi um momento emocionante para McNiel.

Da direita para a esquerda: George Barris,
Junior Conway e Frank Sonzogni

“Eu estava segurando a peça e ele batia nela – o mesmo cara com as mesmas ferramentas, cerca de 60 anos depois”, diz ele. “Eu estava com lágrimas nos olhos… foi muito legal.” George Barris até passou por aqui para verificar o progresso deles.

A equipe mal cumpriu o prazo. “O que fizemos em uma semana teria levado duas semanas em qualquer outro momento”, diz Conway. O Hirohata Mercury, visto em público pela primeira vez em décadas, voltou a ser um sucesso. As pessoas acorreram a ele onde quer que fosse e, eventualmente, foi até mesmo um vencedor de classe no Pebble Beach Concours d'Elegance.

“Eu acho que nada chegará a esse nível”, diz Conway. “Fazer parte de um projeto como o Hirohata Merc… O dinheiro não compra. Vem daqui.” Disse, apontando para seu coração.

McNiel fica comovido com a quantidade de pessoas que são impressionadas pelo carro. É por isso que ele prometeu continuar mostrando, compartilhando e cuidando disso. “O Hirohata Merc não é meu”, diz ele. “Quer dizer, eu sou o dono. Mas tem a ver com as pessoas.”

Em 2011, o Hirohata Merc foi exibido na exposição Customs Then and Now, no Grand National Roadster Show. Em abril de 2011, também foi exibido no Custom Motor Show, desta vez em Elmia, Suécia.


Em 12 de abril de 2017, o Hirohata Merc foi anunciado como o 17º veículo a ser adicionado ao Registro Nacional de Veículos Históricos, em reconhecimento à sua importância na história automotiva americana. O anúncio foi feito na cerimônia de abertura da Terceira Exposição Anual “Cars at the Capital”. O evento tem a parceria da Historic Vehicle Association com o Departamento do Interior dos Estados Unidos da America, o Registro Histórico de Engenharia Americana e os arquivos da Biblioteca do Congresso. Assim, o Hirohata Merc foi exibido numa caixa de vidro iluminada no National Mall de 27 de abril a 4 de maio de 2017. O documentário Hirohata Mercury em quatro partes foi criado como parte da iniciativa de vídeo Drive History do HVA, que apresenta veículos no Registro Nacional de Veículos Históricos e também apresenta conservacionistas veteranos, historiadores e especialistas automotivos.

Em 7 de maio de 2018, Jim McNiel faleceu devido a insuficiência cardíaca, e o Hirohata Merc permaneceu na família. Em 20 de março de 2021, após 60 anos de posse do carro na família, Scott e Darla McNiel, filhos de Jim, anunciaram sua venda no Instagram.

“Nossa família tem desfrutado imensamente deste carro há mais de seis décadas e agora é hora de uma nova administração continuar seu legado”, dizia o anúncio.

O carro estava em exibição no Petersen Automotive Museum quando foi listado, e nenhum preço ou informação de contato foi publicado no anúncio. Em setembro de 2021, a Mecum Auctions anunciou que o carro seria sua principal atração no leilão Kissimmee 2022, de 6 a 15 de janeiro de 2022, em Kissimmee, Flórida. No último dia do leilão, o Hirohata Merc foi arrematado por US$ 1,950,000; um recorde para um carro customizado, que não participou de filmes ou shows de TV.

“O que é mais importante para mim é que o papel do meu pai na história e no legado do carro permaneça ligado a ele”, disse Scott McNiel. “E meu medo de que, uma vez que ele se afaste de nossa família, se torne apenas um ‘Barris Kustom’ e Jim McNiel fique de fora no processo de contar histórias.” Aparentemente, esta ligação se manterá: “Darla guardou uma nota de US$ 10 que seu pai lhe deu quando era criança. Antes de o carro ser vendido, Darla e eu escondemos os mesmos US$ 10 no carro, então Jim sempre será uma peça do carro.”

Algumas semanas depois, em 27 de janeiro de 2022, Dave Shuten, dono da Galpin Auto Sport, uma loja especializada em restaurar ícones automotivos na California, anunciou pelo Facebook que havia arrematado o Hirohata Merc, e ele foi exibido no Grand National Roadster Show de 2022.

Outros detalhes sobre o Hirohata Merc

O Hirohata Merc foi usado no filme Runnin Wild (1955), com William Campbell e Mamie Van Doren, mas a produção do  filme pintou o carro de outra cor. De acordo com um artigo do Rodders Journal, Bob Hirohata foi baleado e morto num estilo de execução em 14 de maio de 1981, e o assassinato nunca foi solucionado.

A réplica construída por Jack Walker

No início dos anos 1980, pensava-se que o Hirohata Merc havia desaparecido para sempre, por isso, Jack Walker comprou um Mercury 1951 em 1983 e começou a construir uma réplica do carro feito pela Barris Kustoms. O carro ficou pronto em 1985, sendo apresentado no Leadsled Spetacular, em Springfield, Ohio, no mesmo ano. O modelo ficou idêntico ao original, exceto pelo acabamento em pinstriping feito por Von Dutch no painel.

Jack Walker (esq.) e John D'Agostinho (dir.) 

Várias semanas antes do evento KKOA “Leadsled Spetacular” de 2016, realizado em Salina, Kansas, um parceiro de John D’Agostinho o havia contratado para construir outra réplica do Hirohata Merc (III), mas John não queria fazê-lo. John acabou conversando com Jack Walker no evento sobre a venda da sua réplica, com a intenção de exibí-lo em feiras e eventos pelo mundo, mas Jack estava hesitante, mesmo com a insistência de John e de seu parceiro durante aquele fim de semana; mas por fim, Jack Walker vendeu o modelo em 28 de agosto de 2016 para John D’Agostinho.



Leadsled é um termo aplicado ao estilo dos automóveis de série customizados principalmente com modificações de carroçaria, pintura e acabamento, mantendo-se sua identidade original, porém bastante alterados em estilo e acessórios. Rebaixamento de teto e suspensões, laterais, grades, faróis, lanternas e traseiras re-estilizadas, muitas vezes com partes de outros automóveis se recombinam para criar uma personalidade única para o modelo. O interior é totalmente refeito para se harmonizar com o estilo do carro, e normalmente a mecânica recebe upgrades, mas não chegam a ter motores com os compressores expostos, nem aerofólios e pneus de dragsters. O Hirohata Merc é considerado um dos melhores exemplos do estilo Leadslead nos Estados Unidos.


“Dagmar” é o nome que se dá para as ponteiras de para choques, que se tornaram comuns nos carros da década de 1950. O apelido foi dado a estas peças porque lembravam os seios da atriz, modelo e famosa estrela de TV nos anos 1950, cujo nome artístico era “Dagmar”.

O Cadillac 1955 com as ponteiras "Dagmar"


Da minha coleção

O Hirohata Merc da Hot Wheels em 1998

A primeira aparição deste casting foi em 1998, no Set “Legends_Barris_Kustoms_4-Car Set” com quatro carros feitos por George Barris, todos os casting foram feitos por Larry Wood. Os modelos reproduziam os carros customizados pela Barris Kustoms, e o Hirohata Merc saiu depois na Série Hot Wheels 100%, voltada para colecionadores, com melhor acabamento. O casting continuou na linha dos Hot Wheels em mais onze edições, com acabamentos Premium, mas em cores e decorações criadas pela Mattel.





O Hirohata Merc com outras decorações da Mattel


O Hirohata Merc, da Série Rod Squad, de 2024


O Hirohata Merc da minha coleção saiu na Série Rod Squad, Mainline dos Hot Wheels em 2024, com um casting refeito por Brendon Vetuskey. Larry Wood emprestou a Brendon a matriz de resina esculpida à mão do desenvolvimento anterior, que foi digitalizado em 3D para desenvolvimento. Pequenos ajustes foram feitos para melhorar os detalhes.




Apesar de ser Mainline, as rodas tentam reproduzir as originais com faixa branca, e os faróis são de plástico. Mas a simplificação cobra o preço com diversos detalhes que ficam faltando, como a pintura das lanternas traseiras, o cromado das grades dianteiras, a moldura das janelas laterais e as placas do carro. Mesmo assim, pela relevância do carro real e a representatividade da miniatura, é uma peça que valoriza qualquer coleção.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/Hirohata_Merc

https://en.wikipedia.org/wiki/Hirohata_Merc

https://kustomrama.com/wiki/Bob_Hirohata%27s_1951_Mercury

https://en.wikipedia.org/wiki/Kenny_Howard

https://kustomrama.com/wiki/Dick_Jackson

https://www.imdb.com/title/tt0048571/

https://kustomrama.com/wiki/Jack_Walker%27s_1951_Mercury

https://en.wikipedia.org/wiki/Lead_sled

https://kustomrama.com/wiki/Galpin_Auto_Sports

https://www.hagerty.com/media/car-profiles/the-extraordinary-effort-to-restore-the-legendary-hirohata-mercury/

https://www.nytimes.com/2022/01/16/business/hirohata-mercury-auction.html

https://hotwheels.fandom.com/wiki/Legends:_Barris_Kustom_4-Car_Set

https://www.customcarchronicle.com/forums/topic/the-hirohata-merc-stories/

https://www.customcarchronicle.com/news-flash/hirohata-merc-clone-going-west/

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