A história do Stingray Racer começa com o fim do Corvette SS, carro de corrida criado em 1957 pela GM para competir nas 24 Horas de Le Mans, mas sua curta carreira terminou quando a AMA (Automobile Manufacturers Association) proibiu as montadoras de participar, ou apoiar oficialmente as competições automobilísticas. Neste ano, Bill Mitchell visitou o Turim Auto Show, e seus olhos foram atraídos pelo baixo, agressivo e aerodinâmico design de um FIAT 750, preparado pela Abarth e encarroçado por Pininfarina segundo os conceitos do “streamliner”, com destaque para as protuberâncias sobre as rodas, num corpo muito rebaixado.
![]() |
O FIAT 750 Abarth |
![]() |
Alfa Romeo Disco Volante |
Outro carro que chamou a atenção de Mitchell foi o Alfa Romeo Disco Volante, com sua linha de cintura marcante separando a parte superior da Carroçaria da inferior. Isto e os ressaltos sobre os paralamas foram elementos que Mitchell utilizou para criar o conceito para o Corvette Racer.
![]() |
O Corvette SS, do qual Mitchel aproveitou o chassi tubular para construir o StingRay Concept |
Apesar da proibição da AMA das montadoras participarem de competições, Bill Mitchell, Vice-Presidente de Estilo da GM queria de todo modo construir um novo carro de corridas, então comprou o chassi-mula do Corvette SS por US$ 1 (posteriormente, numa entrevista, tanto ele como Larry Shinoda comentaram que o valor foi de US$ 500). Era um chassi tubular de aço cromo-molibdênio, com 2.337 cm de entre eixos, bitolas de 1.308 cm na dianteira e traseira; braços desiguais na suspensão dianteira e um eixo De Dion e conjuntos de mola-amortecedor nas quatro rodas. Os freios eram a tambor (havia intenção de trocá-los por freios a disco), nas rodas dianteiras e junto ao diferencial Hallibrand na traseira. O motor que equipava este chassi era um V8 small-block de 283 cid (4638cc) com 315 hp a 6.200 rpm, torque de 295.00 lb-ft (400 N·m) a 4700 rpm, cabeçotes de alumínio, comandos Duntov no cabeçote e uma injeção de combustível Rochester Ramjet; e a taxa de compressão era de 11:1. O câmbio era uma caixa de quatro velocidades Borg-Warner T-10 manual com carcaça de alumínio. As rodas eram também da Hallibrand em magnésio.
O novo design de Peter Brock se baseou no Q-Corvette XP-96 conversível, com uma carroçaria de Fiberglass com reforços de alumínio, conseguindo um peso a seco de 977 lg, 450 kg mais leve do que os Corvette de linha da época. Larry Shinoda acabou finalizando os detalhes da carroçaria e ajustando-a ao chassi. O carro ficou pronto em meados de 1959, e Mitchell queria colocá-lo nas pistas; mas foi advertido pela direção da GM que teria de fazê-lo por seus próprios recursos, além de não poder identificar o carro com nenhum emblema ou nome que o associasse com a GM, o Corvette ou a Chevrolet.
![]() |
O StingRay no Marlboro Motor Raceway, em 1959 |
Pintado na cor vermelha, o Stingray Racer correu no Marlboro Motor Raceway, próximo a Upeer Marlboro, em Maryland, em 18 de abril de 1959, pilotado pelo dentista-corredor nas horas vagas Dr. Dick Thompson, terminando em quarto lugar na geral e primeiro em sua classe, e o campeonato da SCCA no ano seguinte. A potência do motor foi reduzida para 280 hp para aumentar a confiabilidade e resistência.
Durante a temporada de 1959, as seções da
frente e traseira foram refeitas com espessura de apenas 1,5 mm, com reforços
de madeira balsa. Isso reduziu o peso em 34 kg, mas os painéis flexionavam com
a pressão aerodinâmica. Mais tarde, o carro recebeu uma nova Carroçaria, ainda
mais leve, ficando com o peso de 907,2 kg a seco ou 1.070,5 abastecido com óleo
e combustível.
Na pista, percebia-se que a frente do carro
tendia a ficar muito leve nas velocidades acima de 140 mph (225 km/h). Para
reduzir o efeito, as molas traseiras foram calçadas para levantar a traseira,
deixando o carro mais inclinado à frente. Com Thompson ao volante, o StingRay
Racer venceu o SSCA National Championship de 1960.
Mesmo correndo com uma equipe independente, Mitchell foi pressionado a tirar o carro das competições, seguindo a recomendação da AMA. A breve carreira do Stingray Racer terminou, mas com algumas alterações, como um para-brisas maior e um assento para o passageiro, se tornou um carro que podia ser dirigido em vias públicas. Pintado de prateado, Mitchell passou a usar o carro para os seus deslocamentos e também nos fins de semana, e era exibido pela GM em algumas mostras como um carro experimental. Seu design influenciou o estilo do protótipo XP-720 de 1960, e serviu de base para o Mako Shark (I) de 1961, e junto com os esboços do Q-Corvette foram a base para a Geração C2 do Corvette lançado em 1963.
Outras alterações efetuadas no carro foram os
Freios a disco Dunlop, o motor foi substituído por um V8 Small-block de 327 cid
(5,4 litros), e por fim, ganhou um V8 Big-Block de 427 cid (7,0 litros). Num
artigo escrito em 2012, reportou-se que o carro estava equipado com um V8
Small-Block de 350 cid (5,7 litros) com uma injeção de combustível mecânica da
época.
Aposentado como carro de exibição, passou a
fazer parte do acervo da GM Design Center. Depois que ganhou uma restauração
pela Equipe de Design da GM, sob a direção de Ed Welburn, logo após ele ser
nomeado Vice-Presidente de Design Global. O Stingray Racer marcou presença em
dois filmes: Clambake, de 1967, numa produção com Elvis Presley; e em 2014, em
Transformers: Age of Extinction. Participou do Amelia Island Concours
d’Elegance em 2013 e voltou a marcar presença no mesmo evento de 2019.
Da
minha coleção
![]() |
Corvette StingRay AutoArt, em 1:18 |
O StingRay Racer na escala 1:18 é da AutoArt, uma das fabricantes mais detalhadas nesta escala. Ela abre as portas e os capôs dianteiro e traseiro; o motor tem até os cabos de velas, o painel traz os instrumentos e os bancos têm os cintos de segurança.
J
![]() |
Corvette StingRay, Hot Wheels, 1:62 |
á o Hot Wheels vem na escala 1:62, com as limitações habituais do detalhamento, mas não deixa de ser interessante entre os Corvette. Ela foi lançada em 2003, na Série First Editions.
Referências:
https://en.m.wikipedia.org/wiki/Corvette_Stingray_(concept_car)
Nenhum comentário:
Postar um comentário