segunda-feira, 26 de maio de 2025

Mercury 1956

Mercury Montclair, 1956

Com design renovado em 1955, refletindo a exuberância e otimismo dos anos pós-guerra, o estilo dos carros americanos ganhava a atenção do público, com suas linhas esguias, e grades e frisos cromados em destaque. Detalhes como a saia que cobria as rodas traseiras, as janelas sem o pilar B e a pintura em dois tons eram fatores muito atrativos junto aos consumidores.

Vinha em três versões: o Monterey como o modelo de entrada, o Medalist intermediário e o Montclair como o topo de linha. Sua característica mais marcante era a combinação de cores oferecida, com a parte inferior e o teto numa cor e o restante do corpo do carro em outro tom, que a Ford chamou de “Flo-tone”. Havia também a opção mais comum, com apenas o teto numa cor e o restante do carro em outra cor. No total, o cliente podia escolher entre 31 combinações de teto/corpo, e 28 combinações na opção “Flo-tone”.

Mercury Monterey, 1956

Esta geração tinha as configurações de sedan duas e quatro portas, hardtop quatro e duas portas (esta chamada de Sport Coupe), além do conversível de duas portas e a Station Wagon de quatro portas.

Mercury Medalist, 1956

Era equipado com o V8 de 292 cid (4,78L) de 195 hp (o mesmo do Thunderbird), com um câmbio manual de três velocidades, ou um opcional automático também com três velocidades. Em 1956, o motor foi substituído pelo V8 de 312 cid (5,11L) com 225 hp, e a partir deste ano, opcionalmente vinha o carburador quádruplo, que produzia 260 hp. O câmbio automático era o Merc-O-Matic de três marchas, que podia ser equipado com o Touch-O-Matic overdrive a pedido do cliente.

Mercury Montclair, 1956

Para os que desejavam mais performance, havia o V8 de 368 cid (6,0 L) com 290 hp e carburador quádruplo, conhecido como “Turnpike Cruiser”. Outra opção era o V8 de 318 cid “Safety-Surge” equipado com um compressor McCulloch, que produzia 260 hp. O carro era bem equilibrado, proporcionando conforto na condução normal, e desempenho esportivo aos que desejavam.

Além das comodidades de para brisa com sistema descongelante, bancos dianteiros ajustáveis eletricamente, direção hidráulica, vidros elétricos, freios com auxílio a vácuo e faróis auxiliares de série; o sistema elétrico foi atualizado para 12 volts, escapes duplos, e o Ford Lifeguard safety system, com volante cônico, fechaduras de segurança para as portas traseiras, pneus sem câmara, espelhos retrovisores que se soltavam em caso de colisão, cintos de segurança e botões e controles de painel que reduziam os riscos de ferimentos no caso de acidentes.

NASCAR


Russ Truelove começou a correr na NASCAR em 1953, e era gerente de serviços em uma concessionária da Ford. Comprou um Mercury Monterey 1955 e o levou para correr nas areias de Daytona Beach, praticamente original como saiu da revenda; apenas com um santantonio interno e coberturas nos faróis. Conseguiu sair numa foto na revista Life, mas porque capotou o carro por seis vezes na curva norte!


Com o carro destruído, comprou uma nova carroçaria e remontou o carro; competindo mais cinco vezes em 1956, chegando em 60º lugar na temporada. Truelove continuou correndo até os 62 anos, e seu carro de nº 226 é o único Mercury Monterey sobrevivente daquela época.



Da minha coleção



O Mercury 1956 é um Hot Wheels, da Série Hot Wheels Racing: Stockcar. Decorado como um competidor da NASCAR dos anos 1950, não reproduz nenhum carro real (até onde pesquisamos), mas marca presença na coleção, pelo design (traz a pintura “Flo-tone), além do aspecto “usado” dá mais realidade na miniatura. Vem com rodas especiais e pneus de borracha, e tem a abertura do capô dianteiro.






Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/%2756_Merc

https://www.racingjunk.com/news/nascar-pioneer-russ-truelove-is-still-running/

https://talladegaspoilerregistry.com/2015/02/21/daytona-beach-racing/

quarta-feira, 21 de maio de 2025

’69 COPO Corvette

COPO Corvette, 1969 L88

“COPO” (Central Office Production Order – Pedido de Produção do Escritório Central) era a sigla pela qual era conhecida a designação de um pacote de performance que a GM disponibilizava para alguns modelos, devido à convenção adotada pelos fabricantes americanos de não produzir veículos de alto desempenho, pressionados pelo governo devido ao aumento de acidentes com o crescimento da potência dos motores no final dos anos 1950 e início dos anos 1960. A sigla também era utilizada para pedidos específicos de caminhões e picapes para frotas, e carros para departamentos de polícia, que exigiam aprovação dos departamentos de engenharia e produção da GM.

Para automóveis, este “pedido especial” compreendia uma configuração de motor mais potente, transmissões e peças de suspensão diferenciadas, e outros acessórios/equipamentos, voltadas especificamente para os que desejavam mais performance de seus carros, ao participar de competições nos fins de semana.

O COPO Camaro de primeira geração é o que ficou mais conhecido, com as cerca de 1.000 unidades que foram equipadas com este pacote, mas consta que alguns poucos Corvette também receberam este pacote, e visto que era o revendedor que solicitava o pedido, são difíceis de rastrear seu histórico.

Outros modelos que receberam o pacote COPO foram os Chevelle e Nova, ainda mais raros e difíceis de encontrar. Após 1967, o pacote COPO tomou outras configurações, sendo denominado RPO (Regular Production Option – Opção de produção regular).

COPO Corvette, 1967, na cor Silver Pearl

Os Corvette que receberam este kit são poucos, e os registros indicam apenas 10 unidades COPO Corvette construídas, enquanto outros falam em 25 ou mais exemplares. Entre eles, algumas unidades especiais, como o roadster que Bill Mitchell encomendou como presente para sua esposa; outro, um cupê para Bob Wingate, o vendedor que mais vendeu Corvette por cinco anos consecutivos; outro cupê na cor Elkhart Blue com interior em couro azul; outro roadster nesta mesma cor e interior verde; e cinco unidades que a própria Chevrolet encomendou na cor Silver Pearl.

Outras treze unidades foram encomendadas pelo Tangier Shrine Patrol, um clube formado por veteranos da Segunda Guerra (de 1957 a 1981, em Omaha, Nebraska), que entre outras ações, participavam de desfiles e angariavam fundos para causas de caridade. Outro exemplar equipado com um V8 Small-Block pertence a Joe Verillo, também na cor Silver Pearl, e ele afirma que há outro idêntico no estado de Iowa, mas com motor 427/435. Isto contabiliza 24 carros, mas esta informação é extra-oficial.

Da minha coleção







O COPO Corvette de 1969 é um Hot Wheels, da Série Car Culture: Circuit Legends, de 2018. Ele vem na cor Daytona Yellow, numa possível referência a um Corvette 1969 L88 real, que competiu em diversos campeonatos, como IMSA, SCCA e SVRA, além das famosas 24 Horas de Daytona e as 12 Horas de Sebring.

A miniatura é Real Riders, indicando que tem rodas especiais e pneus de borracha, um diferencial que valoriza o modelo junto aos colecionadores, pelo visual mais atrativo, e a decoração também mais detalhada do que os modelos “normais”.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/%2769_COPO_Corvette

https://www.corvette-mag.com/issues/117/articles/the-copo-connection

https://vette-vues.com/copo-corvette-complete-history-insights/

segunda-feira, 12 de maio de 2025

’76 Greenwood Corvette

Corvette Greenwood, Spirit of Le Mans, 1976

John Greenwood corria com o Corvette no campeonato americano SCCA no final de 1969 e início dos anos 1970, conquistando o título na temporada de 1971 na Classe A-Producion. John e seu irmão Burt construíram um novo chassi tubular para acomodar a carroçaria de um Corvette no estilo ‘widebody” (ou “slab-side”); e apresentaram o modelo no Detroit Auto Show, em 1974. A imprensa especializada o batizou de “Batmóvel”, e gerou grande interesse do publico pelo trabalho dos irmãos Greenwood.

Corvette Greenwood, 1969

As regras da IMSA (International Motor Sports Association, derivada da NASCAR) não tinham nada falando sobre o alargamento das carroçarias, no caso rodas mais largas e paralamas correspondentes, além de prolongamentos da frente (nariz do carro) e traseiras com spoilers. De quebra, como o chassi era especial, podiam fazer o carro mais baixo do que o normal de linha, com o design contribuindo para gerar mais downforce em velocidade.

O regulamento era bastante livre, então as suspensões eram diferentes, utilizando molas helocoidais em vez das lâminas normais; e o motor Chevrolet Big Block de alumínio de 7 litros com injeção Kinsler de fluxo cruzado gerava até 725 hp.

Nota-se o aumento da largura dos paralamas
traseiros em relação à carroçaria original

John e Burt Greenwood eram muito meticulosos ao construírem seus carros, e quando os pedidos começaram a chegar, eles se cercaram de profissionais e oficinas especializadas para produzirem as peças que ajudavam na performance do carro como um todo. Peças para chassi e suspensões feitas por Emery Donaldson da FT Racing. Braços de direção, cilindros-mestre de freios Hurst/Airheart; Bob Riley e Ron Fournier colaboraram muito com os chassis, e a American Custom Industries (ACI) preparou as carroçarias de fibra de vidro.


Em Le Mans, 1976

Iniciando em 1968, com Corvettes de linha preparados, a partir de 1974 passaram a ter chassi tubular e as carroçarias wide-body adaptadas do Corvette C3. Ao todo, eles construíram 12 carros completos e ainda dois chassis sem muitas informações sobre a finalização destes como Corvettes Greenwood, mas parece que os compradores o fizeram e o último deles correu até o início dos anos 1990.


O Chassi #007 correu nas 24 Horas de Le Mans em 1976, com John Greenwood e o francês Bernard Darniche, partindo na nona posição do grid com o tempo de 3 minutos e 54,6 segundos; e foi cronometrado na reta Mulsanne (antes da introdução das chicanes) a 225 mph (362 km/h). infelizmente, o carro abandonou após cinco horas de corrida com pane de combustível.

Quase todos foram preservados depois que se retiraram das pistas e diversos participam de eventos e exposições.

Da minha coleção



O Corvette Greenwood nº 76 é um modelo da Hot Wheels, da Série Car Culture: Silhouettes, de 2019. Ele tem a decoração do modelo Chassi #007, mas de quando Rick Mancuso corria com ele. Comparado com um Corvette C3 de linha, percebe-se as alterações que Greenwood realizou na carroçaria para acomodar os largos pneus e a aerodinâmica para conseguir mais downforce nas altas velocidades que alcançava.





Comparativo (Wide-Body x Normal Body)


Referências:

https://historygarage.com/1976-spirit-le-mans-corvette/

https://web.archive.org/web/20030628032904/http://www.greenwoodcorvettes.com/Racecars.html

https://hotwheels.fandom.com/wiki/%2776_Greenwood_Corvette

https://web.archive.org/web/20030731153039/http://greenwoodcorvettes.com/R13.html#Anchor-1981-11481

https://en.wikipedia.org/wiki/1976_24_Hours_of_Le_Mans