Sabedoria popular
Os ditos e frases sobre fofocas nos ensinam muito sobre a
sabedoria de lidar com boatos e inverdades:
“Falem mal, mas falem de mim!” – Não dê muita atenção para o que falam de
você. Significa que estão prestando atenção no que você faz ou fala, os pontos
que os outros criticam podem ser os trunfos que fazem você se destacar na
multidão.
“Deus nos deu dois ouvidos e apenas uma boca, pois devemos
falar metade daquilo que ouvimos.” – ‘Seja
rápido no ouvir e vagaroso no falar’; ‘quem fala muito, fala besteira ou o que
não deve’; ‘Quem fala o que quer, ouve o que não quer’ – são
variações que indicam que devemos ser cuidadosos com aquilo que falamos, pois
podemos nos arrepender mais tarde.
“Deus nos deu a vida para cada um cuidar da sua.” – Procure
não se intrometer ou emitir opiniões sobre assuntos que não são de sua conta ou
responsabilidade. Guarde suas observações e opiniões para si, pois certas
colocações somente podem ser expressas se a pessoa solicitar que você se
pronuncie; aí, sim, pode ser uma boa hora para tocar no assunto de forma
adequada.
Casos
Marisa* ouviu boatos de que a divisão em que trabalhava no
banco iria fechar. Temerosa de perder o emprego, saiu em busca de uma nova
colocação, antes da tragédia anunciada. Mas refletindo sobre toda a situação,
procurou dar tempo ao tempo. Não é preciso dizer que ela ainda está no mesmo
emprego até hoje.
Já outro profissional deixou a empresa em que trabalhava
porque lhe disseram “em off” que a promoção que ele tanto esperava não
aconteceria. No dia em que informou aos seus superiores sua saída, seu chefe
imediato entristecido, disse: “Que pena, logo agora que sua promoção havia sido
aprovada pela diretoria!”
Jeanne, de 19 anos, era amiga de um rapaz, e as fofocas
sobre o relacionamento dos dois chegaram aos seus ouvidos. “Acabei evitando o
rapaz que diziam que eu estava namorando. Não achava isso justo, pois éramos
apenas amigos e, para mim, podíamos conversar sem que surgissem boatos.”
Miguel comentou: “Eu falei mal de uma moça — disse que
ela era louca por rapazes — e isso chegou aos ouvidos dela. Nunca vou
esquecer o tom de sua voz quando veio falar comigo. Ela estava muito magoada
por causa daquilo que falei sem pensar. Conseguimos resolver o problema, mas me
senti mal de saber que havia magoado alguém dessa forma.”
Vizinhos, parentes e colegas de trabalho, com interesses e
curiosidade, genuína ou não, são todos potenciais geradores e transmissores de
fofoca. Saiba que ‘tudo o que disser poderá ser usado contra você’, como dizem
nos seriados americanos. Não dê ouvidos a tudo o que se ouve, nem fale demais
sobre sua vida para quem você conhece superficialmente.
E toque sua vida em frente, pois há coisas mais importantes
para merecer sua atenção e seu tempo.
Leo Togashi, é publicitário, marketeiro e palestrante; já
falou o que não devia, já foi mal interpretado, vítima de fofoca; mesmo assim,
sobreviveu para contar histórias de como está evitando situações
constrangedoras e “não pagar mais mico”.
(*) Os nomes foram
mudados.
As fofocas, pintura
de Norman Rockwell (1894-1978), capa da revista The Saturday Evening Post publicado 06 de março de 1948; uma das
suas muitas ilustrações de cenas da vida estadunidense. O quadro também é
conhecido com o nome de “Cadeia da
fofoca”.
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