quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Intolerância




Num mundo em que tudo acontece velozmente, e as transformações parecem cada vez mais rápidas, tornando-nos pessoas que desejam gratificações imediatas, e queremos que as coisas aconteçam sem demora.
Minutos em uma fila, o garçom que não vem à mesa assim que nos sentamos, a impaciência no saguão do elevador, o motorista que dirige à nossa frente em baixa velocidade, o e-mail que não chega em sua caixa postal, são coisas que nos deixam cada vez mais frustrados e irritáveis.
No extremo destas atitudes, chegamos à intolerância, não aceitando ou suportando determinadas situações e reagindo contra todo o bom senso da vida civilizada.
Tanto é que diversas leis são promulgadas visando proteger minorias étnicas ou sociais contra abusos e ofensas pelo fato de serem diferentes dos demais, em uma sociedade cada vez mais diversificada social, cultural e emocionalmente.
Parece que temos dificuldades para lidar com aquilo que é diferente ou incomum para nós; porém, numa sociedade cada vez mais global, como não se confrontar com pessoas, costumes, comportamentos, comida, roupas e crenças totalmente diversas daquelas com as quais convivemos uma vida inteira?
Segundo um estudo da ONU, as causas básicas da intolerância e a discriminação são a ignorância e a falta de compreensão.
O mesmo relatório diz então: "A Educação pode ser o instrumento primário de combate à discriminação e à intolerância".
Educação não apenas no sentido de adquirir conhecimento, mas de criar valores e guiar nosso comportamento, mesmo que muitos não concordem com nossas opiniões e crenças. A intolerância sem conhecimento leva a temer o que não conhecemos e tendemos a excluir aquilo que não combina com o que achamos "normal".
Claro, o oposto, que é a tolerância, não significa que todos devam pensar da mesma maneira, até porque é saudável que haja opiniões discordantes das nossas. "A verdadeira tolerância repousa em forte convicção" disse o sacerdote dominicano Claude Geffré, na revista Réforme. A pessoa satisfeita com suas convicções não se sente ameaçada pelas crenças dos outros, pois desenvolve sua capacidade de julgamento independente, pensamento crítico e raciocínio ético.
Portanto, devemos sempre examinar nossas convicções, encontrando conosco mesmos. Não pensemos que as pessoas estão contra nós, elas estão apenas a favor delas mesmas.
Num ambiente em constante mudança, é preciso sempre rever nossos comportamentos, ajustar as atitudes, mas mantenha sempre sua integridade, e se apegue aos seus valores.
Tenho certeza de que seremos mais felizes assim.


Um comentário:

  1. Muito bom Léo , gostei desta , não somos contra ninguém, mas muito a favor de nós mesmos. Boa reflexão

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