segunda-feira, 8 de abril de 2013

Brainstorming – muito conhecido, mas pouco e mal utilizado



Em tempos tão necessitados de Criatividade, volta e meia nos deparamos com o termo Brainstorming, ou literalmente, “tempestade cerebral”.
Criado por Alex Osborn, publicitário americano, como uma técnica para gerar mais idéias criativas na sua agência, extrapolou as fronteiras da publicidade e invadiu as corporações, ansiosas por aplicar a criatividade e gerar novas idéias para os seus negócios.
Apesar desta poderosa ferramenta, ou técnica, ser bem conhecida, acaba sendo pouco ou mal utilizada dentro das empresas. Primeiro, um Brainstorming não é uma reunião normal. Não há necessidade de tomar notas (normalmente há um Secretário para isso), também não tem a vez de você falar, mas é recomendável que haja um líder ou coordenador para conduzir o processo.
Não deve tomar uma manhã ou uma tarde inteira. A experiência indica uma duração ideal de uma hora para esta atividade, no máximo, uma hora e meia. Não é muito dentro da jornada de trabalho das empresas.
A ocasião não deve ser usada pela chefia como avaliação de desempenho dos participantes, nem hora de fazer apresentações estruturadas. Como investimento para gerar novas idéias, não é preciso alugar uma sala num hotel paradisíaco, sob a justificativa de exercitar o ócio criativo.
Relembrando:
- A atividade pode ser realizada individualmente ou em grupos a partir de duas a dez pessoas;
- Estas devem ser de setores ou com diferentes competências, para enriquecer o processo com suas experiências diversas;
- As principais partes de um Brainstorming são:
                - Encontrar os fatos; cujas fases são: Definição do problema (O que está acontecendo?) e Coleta de informações (Por que isto ocorre? Quando? Onde? Como? Etc.)
- Gerar idéias, e
- Encontrar a solução.
Fácil de falar, mas na prática, nem sempre funciona assim.
Um dos principais obstáculos é exatamente a famosa “cultura” da empresa, o medo do novo (apesar de tão necessário), e uma freqüência que não produz o que realmente poderia em termos de inovação. Uma pesquisa feita pela Artur Andersen nos EUA indicou que mais de 70 por cento dos empresários adotam o Brainstorming em suas organizações, e 76 por cento destes afirmaram que o faziam menos de uma vez por mês (é só comparar com a quantidade de reuniões em que você participa na empresa no mesmo período, e saberá por que certas coisas não mudam tão facilmente).
O Brainstorming clássico é baseado em dois princípios e quatro regras básicas:
Princípio 1: Não faça julgamentos, ou deixe-os para depois;
Princípio 2: Criatividade em quantidade e qualidade.
A tentação de avaliar uma idéia assim que é proposta no grupo deve ser refreada para que a criatividade possa fluir em todo o seu potencial. Uma crítica ou julgamento (até mesmo se positivos) pode quebrar o processo e inibir as novas idéias de vir ao mundo.
Sobre quantidade, quanto mais idéias surgirem, mais provável que uma delas seja “a boa”. Normalmente, o que acontece nos Brainstorming é que uma idéia leva a outra, e mais outra, e mesmo que uma não seja lá estas coisas, pode ser um trampolim para que surjam outras melhores.
Em cima destes princípios, funcionam as regras para a ferramenta operar bem.
Regra 1: Críticas são rejeitadas. Temos uma forte tendência a fazer julgamentos, e a quebra desta primeira regra é muitas vezes a causa do insucesso da ferramenta nas empresas.
Regra 2: Criatividade é bem-vinda (Claro!).  Todos devem ser encorajados a sugerir ou expressar qualquer idéia que lhe venha à cabeça. Deixe seus preconceitos de lado e o medo mais distante ainda (todos temos pavor de parecer ridículos!). Quando as inibições iniciais são vencidas, forma-se o clima ideal para as idéias aflorarem, e em grande número. Geralmente, algumas propostas que parecem as mais improváveis acabam sendo aproveitadas para resolver o problema.
Regra 3: Quantidade é necessária. Mais idéias, mais possibilidades de aparecer a que é melhor para a situação tratada. Quantidade gera qualidade.
Regra 4: Combinação e aperfeiçoamento são necessários. A associação de duas ou mais idéias pode gerar outra melhor ainda. Construa em cima das sugestões de outros, aumentando a produtividade da sessão.

No próximo post, falaremos da “receita de bolo” para um excelente Brainstorming.

Até lá e boa leitura.

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