Em tempos tão necessitados de Criatividade, volta e meia nos
deparamos com o termo Brainstorming, ou literalmente, “tempestade cerebral”.
Criado por Alex Osborn, publicitário americano, como uma
técnica para gerar mais idéias criativas na sua agência, extrapolou as
fronteiras da publicidade e invadiu as corporações, ansiosas por aplicar a
criatividade e gerar novas idéias para os seus negócios.
Apesar desta poderosa ferramenta, ou técnica, ser bem
conhecida, acaba sendo pouco ou mal utilizada dentro das empresas. Primeiro, um
Brainstorming não é uma reunião normal. Não há necessidade de tomar notas
(normalmente há um Secretário para isso), também não tem a vez de você falar, mas
é recomendável que haja um líder ou coordenador para conduzir o processo.
Não deve tomar uma manhã ou uma tarde inteira. A experiência
indica uma duração ideal de uma hora para esta atividade, no máximo, uma hora e
meia. Não é muito dentro da jornada de trabalho das empresas.
A ocasião não deve ser usada pela chefia como avaliação de
desempenho dos participantes, nem hora de fazer apresentações estruturadas.
Como investimento para gerar novas idéias, não é preciso alugar uma sala num
hotel paradisíaco, sob a justificativa de exercitar o ócio criativo.
Relembrando:
- A atividade pode ser realizada individualmente ou em grupos a
partir de duas a dez pessoas;
- Estas devem ser de setores ou com diferentes competências,
para enriquecer o processo com suas experiências diversas;
- As principais partes de um Brainstorming são:
- Encontrar
os fatos; cujas fases são: Definição do problema (O que está acontecendo?) e Coleta
de informações (Por que isto ocorre? Quando? Onde? Como? Etc.)
- Gerar idéias, e
- Encontrar a solução.
Fácil de falar, mas na prática, nem sempre funciona assim.
Um dos principais obstáculos é exatamente a famosa “cultura”
da empresa, o medo do novo (apesar de tão necessário), e uma freqüência que não
produz o que realmente poderia em termos de inovação. Uma pesquisa feita pela
Artur Andersen nos EUA indicou que mais de 70 por cento dos empresários adotam
o Brainstorming em suas organizações, e 76 por cento destes afirmaram que o faziam
menos de uma vez por mês (é só comparar com a quantidade de reuniões em que você
participa na empresa no mesmo período, e saberá por que certas coisas não mudam
tão facilmente).
O Brainstorming clássico é baseado em dois princípios e
quatro regras básicas:
Princípio 1: Não faça julgamentos, ou deixe-os para depois;
Princípio 2: Criatividade em quantidade e qualidade.
A tentação de avaliar uma idéia assim que é proposta no
grupo deve ser refreada para que a criatividade possa fluir em todo o seu
potencial. Uma crítica ou julgamento (até mesmo se positivos) pode quebrar o
processo e inibir as novas idéias de vir ao mundo.
Sobre quantidade, quanto mais idéias surgirem, mais provável
que uma delas seja “a boa”. Normalmente, o que acontece nos Brainstorming é que
uma idéia leva a outra, e mais outra, e mesmo que uma não seja lá estas coisas,
pode ser um trampolim para que surjam outras melhores.
Em cima destes princípios, funcionam as regras para a
ferramenta operar bem.
Regra 1: Críticas são rejeitadas. Temos uma forte tendência
a fazer julgamentos, e a quebra desta primeira regra é muitas vezes a causa do
insucesso da ferramenta nas empresas.
Regra 2: Criatividade é bem-vinda (Claro!). Todos devem ser encorajados a sugerir ou
expressar qualquer idéia que lhe venha à cabeça. Deixe seus preconceitos de
lado e o medo mais distante ainda (todos temos pavor de parecer ridículos!).
Quando as inibições iniciais são vencidas, forma-se o clima ideal para as
idéias aflorarem, e em grande número. Geralmente, algumas propostas que parecem
as mais improváveis acabam sendo aproveitadas para resolver o problema.
Regra 3: Quantidade é necessária. Mais idéias, mais
possibilidades de aparecer a que é melhor para a situação tratada. Quantidade
gera qualidade.
Regra 4: Combinação e aperfeiçoamento são necessários. A
associação de duas ou mais idéias pode gerar outra melhor ainda. Construa em
cima das sugestões de outros, aumentando a produtividade da sessão.
No próximo post, falaremos da “receita de bolo” para um
excelente Brainstorming.
Até lá e boa leitura.
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