sábado, 28 de setembro de 2013

CERTO OU ERRADO?




No episódio “O Tirano” da série “House” que retrata o cotidiano de uma equipe médica num grande hospital um ditador é internado e sua vida passa então a estar nas mãos dos médicos.


O drama explorado passa pelo dilema moral de tratar do ditador e salvar sua vida, porém colocar em risco outras centenas ou milhares que ele prometeu eliminar por serem contrárias ao seu regime político.
Seria certo os médicos “sabotarem” os resultados dos exames e provocar a morte do ditador para salvar muitas vidas? Ou seria errado porque estariam violando seu código de ética médica de buscar preservar toda e qualquer vida que necessitar de seus conhecimentos?
Estaria certo o ditador porque deseja preservar seu regime político e assim obter vantagens para si e os que tomam seu partido no país em que dominam? Ou estaria errado porque estaria colocando seus interesses à frente e causando sofrimento e dor a outros que são seus compatriotas?
Nos dias de hoje, o certo e o errado se confundem e dificultam nosso posicionamento pessoal diante de muitas situações. Temos quatro aspectos a examinar quando abordamos o conceito do que é certo ou errado:
- Subjetivamente falando, cada um decide o que é certo ou errado, com base em seus próprios conceitos ou ideias.
- Culturalmente, podemos dizer que é ilegítimo um médico permitir que um paciente morra, pois o código de ética trata deste assunto. Porém, o mesmo país, ou sua cultura, pode condenar atos de genocídio ou repressão política contra pessoas ou grupos que discordam do regime estabelecido no país ou naquela cultura.
- Constitucionalmente, há leis que regem o assunto classificando como assassinato tirar a vida de um paciente; ao passo que o ditador pode promulgar uma lei dizendo que é legal prender e matar seus inimigos políticos. O que é legal em um país pode ser ilegal em outro.
- Objetivamente, não há como os médicos do episódio de House determinarem o que é certo ou errado, mas existe uma escolha que é a correta. Sempre haverá um padrão do que é certo ou errado para cada pessoa, mas em certas situações é difícil determinar tal padrão.
A filosofia, religião, juristas e humanistas tem debatido esta questão e não chegaram a nenhuma conclusão. Não é surpresa, porque o nível de decisão do que é certo ou errado está dentro de cada indivíduo, e cada um tem o poder de escolher qual será sua opção. O conceito do “livre-arbítrio” permite que a pessoa faça tanto o que é certo como o que é errado, neste caso, mesmo sabendo que não é a melhor opção.
Portanto, de um modo bem simples, o certo produz bons resultados, ou traz benefícios ao decisor e às pessoas afetadas pela decisão ou ação tomada. O errado, por sua vez, produz malefícios, ou prejudica outras pessoas, ou a sociedade em que o decisor está inserido.
No caso de Chase, o médico de House, o certo é salvar a vida do ditador. Por seu lado, o certo para o ditador seria ele não fazer o que faz: acabar com a oposição perseguindo ou eliminando seus desafetos. Os resultados das decisões determinam as ações certas que precisam ser tomadas em cada caso.
Precisamos utilizar o poder de decidir por nós mesmos, escolhendo sempre o caminho ou ações que produzam bons resultados. Que afetam a nós e outros à nossa volta, seja nossa família imediata, o condomínio ou a rua em que moramos, a cidade, o estado, o país em que vivemos; enfim, o mundo em que passamos esta curta existência.
Simples assim.

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