sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Amizade verdadeira - jóia rara nos dias de hoje

Num mundo cada vez mais competitivo, em que as pessoas estão concentradas em sim mesmas, ou numa carreira profissional, a amizade acaba ficando em segundo plano. O egocentrismo é um sentimento bastante comum nos vários ambientes em que frequentamos, no trabalho, no lazer, e até mesmo dentro de nosso círculo familiar e de amigos.
O sentimento de amizade verdadeira pode ser ilustrado pelo amor e carinho que um cão tem pelo seu dono. Independentemente da atenção que o dono dá para o seu animal de estimação, ele sempre o recebe abanando a cauda quando chega em casa, os olhos brilhando e aquela animação de "agora vamos brincar?"
Não há "segundas intenções", não pedem nada em troca senão uns afagos e atenção. Não reclamam se ficam sozinhos, e renovam seu animo apenas com um chamado.
Não comparando os amigos com os cães, o mesmo sentimento deve valer numa amizade verdadeira: não se pede nada em troca, senão uma atenção, uma palavra, um alô só pra saber como ele está...
Fortes e duradouras amizades surgem quando as pessoas se doam, sem interesses ou vantagens, apenas porque tem um amor 'fileo' entre si.
Não o amor romântico, que vem do grego 'eros', filho de Afrodite, que andava com um arco e flechas, provocando o amor entre os que eram atingidos por elas.
Este amor entre duas pessoas, sejam homens ou mulheres sem interesse romântico é denominado 'fileo', um vocábulo grego que identifica o amor entre irmãos (carnais ou 'de sangue'), amizade fraternal, que podemos encontrar na palavra 'filantropia' (“fileo”, amizade, e “antropos”, homem) significando “amor humano”e no nome Teófilo (“Teos”, Deus, e “fileo”, amizade ou amigo) que quer dizer “amigo de Deus”.
Esta amizade verdadeira é mantida pelo respeito, afeto e consideração que se tem pela outra pessoa, além da lealdade, a disposição de ajudar sempre, até de proteger um ao outro, seja de ameaças físicas ou emocionais.
Não necessariamente se conhecem há muito tempo, ou tem os mesmos gostos e preferências, além de algumas opiniões em comum...mas há uma grande confiança mútua e apego entre os verdadeiros amigos. E às vezes, eles falam ou fazem coisas que não gostamos tanto, mas a motivação por trás de algo desagradável para nós pode ser um alerta para o nosso benefício, que é algo que um verdadeiro amigo deve fazer. Da nossa parte, nunca deixar que estas situações diminuam o sentimento de união que temos com alguém que é tão especial para nós, porque ele deseja que nos tornemos uma pessoa melhor; ele tem de ser uma influencia positiva para você.
Seu melhor amigo é alguém com quem se pode falar tudo, confidências e sentimentos, sem temer que o assunto vá se espalhar, ou ele achar ridícula ou menosprezar sua preocupação.
A amizade verdadeira é tão bela que é cantada em canções, é base para muitas literaturas e exaltada em filmes que nos emocionam de verdade.
Davi e Jonatã criaram uma amizade verdadeira, apesar de Jonatã ser o filho do rei Saul, e legítimo herdeiro do trono, abriu mão de seu direito quando percebeu as qualidades que Davi tinha e a escolha que Deus havia feito para um novo rei sobre Israel, mesmo a diferença de idade entre eles (30 anos) não impediu que tivessem uma forte amizade.
Mas certamente, a melhor amizade que podemos desenvolver é com o nosso Criador, como Abraão foi considerado um amigo de Deus (carta de Tiago, cap.2, versículo 23), porque confiava plenamente em Deus e o obedecia integralmente.
Apesar da música 'Amigo" de Roberto Carlos, homenageando Erasmo ser muito famosa, selecionei a canção de James Taylor para fechar este post. Podem acessar o link e ver o clip com a tradução desta bela canção.

James Taylor: You've got a friend
https://www.youtube.com/watch?v=B3iz7AwzbEg

Um abraço de amigo, e até a próxima.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Marketing da escassez - turbinando os nossos desejos

Baixa oferta para a demanda. O Princípio da escassez gera altos preços. 
Dentre as muitas técnicas que o marketing moderno lança mão, a regra da escassez é a que mais explora nossa vontade, ou desejo de possuir algo que é raro, caro ou difícil de obter.

Todos nós somos vulneráveis ao princípio da escassez. Ouro, prata, platina, assim como diamantes,  esmeraldas e outras pedras preciosas tem altos preços devido à pouca quantidade disponível no mercado.
Obras de arte, antiguidades, passando pelos itens de colecionismo, desde carros antigos até álbuns de figurinas, tem seus preços ditados pela escassez de cada item. Um Bugatti Royale, o "Carro dos Reis", do qual foram fabricados apenas oito exemplares, vale milhões, e mesmo assim, os milionários que tem um deles na garagem não cogitam em vendê-los.
Num universo mais próximo de nós, recentemente, quando as chuvas em excesso danificaram as lavouras de tomate, reduzindo a oferta no mercado, o preço do quilo disparou dos R$ 3,00 para R$ 10,00, assim como a quebra da safra de feijão fez o preço subir dos habituais R$ 6,00 para R$ 16,00 em alguns supermercados.
O princípio da escassez também pode assumir o aspecto da restrição de escolha, ou redução de sua liberdade de ação.
Será que caso não houvesse a rixa entre as famílias Montecchio e Capuleto, o amor de Romeu e Julieta não fosse tão forte e intenso? Será que o amor proibido e a resistência das famílias contra o relacionamento dos jovens não contribuiu para que tomassem a atitude trágica que os levou ao duplo suicídio? Todo pai e mãe sabe que quando se restringe alguma liberdade dos filhos, parece que se torna mais desejável para eles, só porque foram restritos na sua liberdade ou acesso a alguma coisa que era normal na rotina deles.
Podemos perceber este sentimento na propaganda da cerveja cuja marca é "Proibida", não por acaso, seu slogan é "Tudo o que é proibido é mais gostoso!". Além disso, há uma associação velada à proibição de consumo de bebida alcoólica pelos menores de 18 anos, que pode sensibilizar uma parcela dos jovens a experimentar a "Proibida".
Comerciais que anunciam uma liquidação numa cadeia de lojas mostram uma multidão tentando entrar na loja para comprar, ao passo que o locutor enfatiza: "É só amanhã!. Aproveite!".
A mesma técnica é usada nos leilões, em que o item é disputado por mais de um interessado. Peças de vestuário ou objetos usados por astros de cinema nos seus filmes alcançam valores estratosféricos, apenas porque os fãs disputam a posse de algo único - mesmo que haja dezenas ou centenas de outros igauis à venda na loja ou supermercado da esquina - aquele item não tem igual, e "vale o preço que estou disposto a pagar".
Como se defender quando somos confrontados a obter algo que só está disponível no momento? Ou que você sabe (ou tem a impressão) que não terá outra chance de obter ou usufruir o que está sendo oferecido naquela ocasião?
Preste atenção às expressões mais comuns: "Só temos este no estoque", "Amanhã o preço volta ao normal", "A promoção vai só até sábado", e assim por diante. Quando você sente seu ritmo cardíaco aumentar, pelo receio de perder aquela chance de obter um produto, ou serviço, ou mesmo de pagar menos para fechar o negócio na hora, você está sendo um alvo da regra da escassez.
Pare e pense: "Serei mais feliz por usufruir (usar, comer, vestir) o produto que estou comprando AGORA, ou estou querendo apenas satisfazer meu desejo de POSSUIR este item?"
Não devemos confundir nosso desejo de possuir algo raro, que pode nos deixar mais felizes psicologicamente, com o valor utilitário de qualquer item, quer possamos comer, beber, tocar, ouvir, dirigir ou usá-lo de qualquer outra forma.
É vital lembrar que tais itens "escassos" não tem um gosto melhor, não soam melhor, não são melhores para dirigir ou usar por causa de sua pouca disponibilidade no mercado, e claro, há várias coisas que desejamos usufruir, mas que passamos muito bem sem eles, não são indispensáveis para vivermos.
Vale a pena refletir no valor real das coisas materiais à nossa volta, pois a nossa vida não depende das coisas que temos, mas sim do que somos aos olhos de Deus.

Um abraço e até a próxima!

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Carros e Filmes: James Bond e o Aston Martin DB5



Sean Connery e o DB5

O Aston Martin DB5, usado no filme de James Bond, Goldfinger, se tornou o mais antológico do cinema. Desenvolvido do DB4, o motor seis em linha tinha 4,0 litros e produzia 282 hp a 5.500 rpm, levando o carro a 233 km/h. O carro oficial de 007 era um Bentley, mas no livro de Ian Fleming (escrito em 1959), Bond dirigia um Aston Martin DB Mark III.
Para as filmagens de Goldfinger (1963) a Aston Martin tinha o DB5 no forno, mas ainda em desenvolvimento, e a produção convenceu a diretoria da Aston a ceder o DB5 para as cenas. Como não havia carros de produção na linha, a Aston cedeu o carro-mula, um protótipo com todas as modificações que seriam implementadas no novo modelo, feito pela engenharia da fábrica.
John Stears, responsável pelos efeitos especiais do filme, levou o carro para a Pinewoods Studios e incrementou o modelo com metralhadoras, escudo à prova de balas, assentos ejetáveis, radar, telefone, e outras traquitanas dignas do espião mais famoso do mundo. A produção teve de preparar mais um exemplar para as filmagens, sem os equipamentos; e a Aston Martin cedeu mais dois carros (agora já em linha de produção) para a promoção dos filmes a partir do lançamento nos cinemas da Europa e Estados Unidos.
Foi um sucesso no filme Goldfinger, e apareceu também na sequência Thunderball, mas como a produção não tinha dinheiro para comprar os carros, eles foram apenas emprestados pela Aston Martin, usados nas duas películas, então depois foram devolvidos à empresa; e não se sabe porque, nem quem deu a ordem para desmontar todas as traquitanas que John Stears havia colocado no carro original, e a empresa o vendeu como um carro usado.
 
 
 O comprador, Gavin Keyzar, percebendo o valor que os outros exemplares (o dublê de filmagens e os usados na promoção dos filmes) do DB5 estavam subindo, com o interesse do público, instalou equipamentos similares no seu carro, que era o original/original do filme. Vendeu o carro em 1971 para Richard Loose, que por sua vez, o vendeu num Leilão da Sotheby’s em 1986, em Nova York por US$ 275,000 para Anthony Pugliese; empresário e colecionador de cultura pop na Florida.
Pugliese havia comprado o carro em parceria com seu cunhado Robert Luongo, que promovia o carro, expondo-o em diversos museus e feiras de automóveis. Pugliese viu o valor do DB5 subir para estratosféricos 4 milhões de dólares, e fez um seguro com a Grundy Wordwild, uma agência de seguros especializada em carros clássicos.
Em vez de guardar o carro na sua garagem, armazenou o DB5 num hangar no aeroporto de Boca Raton, Florida. Numa noite de junho de 1997, ladrões roubaram o carro, e o levaram num pequeno avião e até hoje não se sabe o destino do famoso carro.



O modelo das fotos é da ERTL/Joy Ride, na escala 1:18, embora rica em detalhes, o acabamento deixa um pouco a desejar. Ele representa o DB5 usado no filme Casino Royale, de 2006. A ERTL/Joy Ride tem o modelo do filme Goldfinger, este com todos os gadgets usados no carro das filmagens, e é bem valorizado pelos colecionadores de miniaturas por causa destes itens. A AutoArt também fabrica o DB5 na escala 1:18, que é muito mais detalhado e bem acabado, porém não traz os equipamentos especiais do filme.

No caso dos modelos feitos pela ERTL/Joy Ride, a única miniatura que vem com os equipamentos modificados para o filme é a identificada como sendo de Goldfinger. As demais, apesar de terem inscrições na caixa do nome dos filmes em que participaram, não trazem os gadgets do espião mais famoso do mundo.
A IXO Models, de Macau, China, faz uma coleção de todos os carros que participaram dos filmes de James Bond, na escala 1:43, entre eles, o famoso Aston Martin DB5.
A Eaglemoss Publications (do Reino Unido) distribuiu uma coleção de 134 modelos (na escala 1:43) dos carros usados nos filmes de James Bond, e em países como a França, Finlândia, Alemanha, Holanda e também no Brasil, e disponibilizou assinaturas para a Irlanda, Áustria, Suíça, Luxemburgo, Bélgica, Grécia, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul.
A maioria dos modelos era da Universal Hobbies, mas no final da série, eram da IXO chinesa. Nos pré-testes de cinco edições da coleção feitos em duas regiões da França (2005), foram usados modelos da Eligor e Norev, mas quando a série saiu em 2007, o contrato foi feito com a Universal Hobbies.


Os modelos tinham uma base diorama (alguns incluíam gadgets nos carros e personagens – vilões ou aliados), retratando uma das cenas em que o carro aparecia no respectivo filme. Esta coleção teve até um exemplar do MP Lafer, réplica brasileira do MG TD inglês. Ele participou de uma tomada no filme Moonraker, em que Bond dava um rolê na praia de Ipanema, no Rio de Janeiro.

Veja a matéria completa sobre o Aston Martin DB5 de James Bond:
http://leotogashi.blogspot.com.br/2016/09/aston-martin-db5-o-carro-de-james-bond.html

terça-feira, 6 de setembro de 2016

ASTON MARTIN DB5 - o carro de James Bond



O mortal DB5 preparado contra os inimigos de Bond.

O Aston Martin DB5 é um luxuoso Grã-Turismo construído pela Aston Martin e concebido pelo estúdio italiano Carrozzeria Touring. Apresentado em 1963, é uma evolução do final da série DB4. Este modelo vinha com chassi tubular, no qual eram acoplados painéis da carroceria em alumínio, muito leve denominado Superleggera. Esta tecnologia foi desenvolvida pelo estúdio italiano para o Aston Martin DB4; que causou sensação ao ser apresentado no London Motor Show de 1958. Apesar do design e da tecnologia de construção serem italianos, o DB4 foi o primeiro carro da Aston a ser construído na fábrica de Newport Pagnell, em Buckinghamshire, Inglaterra. A sigla homenageia Sir David Brown, presidente da empresa de 1947 a 1972. Apesar de não ser o primeiro carro utilizado pelo agente secreto de Sua Majestade, James Bond, o DB5 na cor “Silver Birch” ficou mundialmente conhecido pela sua aparição no filme Goldfinger, de 1964. O DB5 é raríssimo, pois entre 1963 e 1965 foram fabricadas apenas 1.021 unidades, dos quais 123 conversíveis e alguns station-wagons, denominados na Inglaterra de “shooting-brakes” adaptados pelo construtor independente Harold Radford a partir da versão cupê. Nick Candee, um historiador especializado em Aston Martin, estima que 886 exemplares ainda sobrevivam sob os cuidados de zelosos colecionadores.
A principal diferença entre a Série V da versão DB4 e a DB5 era o motor seis cilindros em linha, com duplo comando de válvulas no cabeçote, aumentado de 3,7 litros para 4,0 projetado por Tadek Marek, construído todo em alumínio; uma nova e robusta caixa ZF de cinco marchas (exceto para alguns modelos iniciais que vieram com um câmbio de quatro marchas com uma opcional overdrive) e três carburadores SU. Uma caixa Borg-Warner DG Automatic de três velocidades era disponível, e no final da produção foi substituída pela Borg-Warner Model 8 logo antes de chegar à versão DB6. Apenas 65 exemplares receberam a opção de três carburadores Weber, gerando 314 HP. São muito raros e valorizados, sendo que diversos modelos normais tem sido modificados com esta especificação.
O motor da versão normal produzia 282 hp a 5.500 RPM, com 288 lb.ft de torque a 3.850 rpm; que levava o carro a 145 mph (233 km/h), e já estava disponível na versão Vantage da Série DB4 desde março de 1962. Ao ser lançada em 1963, a Série DB5 era equipada com este motor, pesava 1.502 kg, e acelerava de 0-60 mph (97 km/h) em 8 segundos.
Era equipado com freios a disco servo-assistidos nas quatro rodas, inicialmente da Dunlop, depois substituídos pelos da Girling. As rodas tinham 15 polegadas de diâmetro e eram raiadas. A suspensão dianteira independente vinha com braços triangulares e juntas esféricas, molas helicoidais e a traseira com eixo flutuante e barra Watt. Direção com pinhão e cremalheira, diferencial com relação de 3,54:1, sendo que os exemplares destinados ao mercado americano tinham 3,77:1 e opcionalmente 3,31:1 para os clientes que preferiam um carro com velocidade final mais alta.
Um modelo com relação final de 3,54 testado pela revista The Motor em 1960 atingiu 139,3 mph de velocidade final (224,2 km/h), e a aceleração de 0-60 mph (97 km/h) em 9,3 segundos. O consumo registrou 17,7 milhas por galão imperial (16,0 litros/100 km ou 14,7 mpg). O carro de teste custava na época 3.967 libras esterlinas, incluindo os impostos.
Alguns equipamentos de série incluíam assentos reclináveis, carpetes de lã no piso, vidros com acionamento elétrico, dois tanques de combustível, rodas raiadas cromadas, radiador de óleo, carroceria construída em liga de magnésio em sistema patenteado pela Superleggera, acabamento interno dos bancos e revestimentos em couro e extintor de incêndio. Todas as versões eram na configuração cupê, duas portas e 2+2 lugares. O DB5 media 4.570 mm de comprimento, 1.676 mm de largura e 1.320 mm de altura, pesando 1468 kg em ordem de marcha.

JAMES BOND – ASTON MARTIN DB5 - GOLDFINGER
Sean Connery e o DB5.

O Aston Martin DB5 com suas linhas clássicas é considerado por muitos como um dos mais belos carros já construidos. Além disso, sua participação nos filmes de James Bond, catapultou sua fama a um dos ícones que permanecem com o passar do tempo. Prova é que em diversos filmes do espião mais famoso do mundo, o Aston Martin DB 5 volta a aparecer, tendo sido utilizado no filme seguinte a Goldfinger (1964), Thunderball (1965), e anos depois, surgiu no filme Goldeneye (1995); novamente em Tomorrow Never Dies (1997); foi escalado para aparecer em The World is Not Enough (1999), mas teve as suas tomadas cortadas na edição final; Casino Royale (2006), e por último, em Skyfall (2012).
O DB5 não foi o primeiro carro utilizado por James Bond. No filme Dr. No (em portugues, 007 Contra o Satânico Dr. No – 1962), 007 utiliza o Sumbeam Alpine Series 2, um pequeno conversível que ele dirige até a estrada de terra em que cai numa armadilha, sendo perseguido por um carro funerário que tenta empurrá-lo para um penhasco. O segundo, no filme From Russia with Love (em portugues, Moscou contra 007 - 1963), Bond usa um Bentley Drophead 3,5 litros de 1935, como no original escrito por Ian Fleming. O DB5 foi a escolha para Goldfinger (1964), e daí em diante, virou o clássico que conhecemos.
Antes de Goldfinger, o Aston Martin DB5 começou sua vida em 1962 como um protótipo da companhia, como desenvolvimento para o modelo que substituiria a versão DB4. Sua cor original era a Dubonnet Red, mas foi repintado na cor Silver Birch para as filmagens. Nick Candee, comenta que o carro era realmente a última versão de produção do DB4 Serie V, com a cobertura dos faróis dianteiros, característica que já aparecia na versão DB4 GT. Mantendo as linhas elegantes de um cupê 2+2 da Serie V do DB4, o DB5 tinha os faróis recuados, cobertos por lentes convexas, como o detalhe mais visível da nova versão. No entanto, a engenharia da Aston Martin relatava que havia mais 107 outras alterações que foram implementadas para designar o novo carro como DB5.
Este exemplar era um carro-mula, como a indústria designa os exemplares que são modificados e são testados para analisar se as mudanças atendem as exigências técnicas de performance e durabilidade para serem depois incorporadas nos modelos de série.
Quando Ian Fleming escreveu Goldfinger, em 1959, ele colocou seu herói James Bond para dirigir um Aston Martin DB Mark III, aparentemente, seguindo uma sugestão de um membro do AMOC (Aston Martin Owner’s Club). Bond estava usando temporariamente o Aston Martin, no lugar de seu Bentley oficial do Serviço Secreto de Inteligência. Bond ficou entre o Aston e o Jaguar, mas o Aston ganhou sua preferência. Ironicamente, a mesma decisão teve de ser tomada durante a pré-produção de Goldfinger. O produtor Albert R. (Cubby) Broccoli queria o Jaguar E-Type para ser o carro de Bond, mas Sir William Lyons se recusou a emprestar três exemplares para as filmagens. Cubby virou-se então para o Aston Martin DB5.
A história de Fleming se passava em 1959, e, claro, em 1963, a Aston já preparava um substituto para o DB4, modelo posterior ao Mark III; e naquele momento, tinha apenas o carro-mula em trabalho de desenvolvimento.
Depois de muita negociação, a EON Productions, na figura de Ken Adam, Designer de Produção de Goldfinger, conseguiu a cessão do DB5, o carro-mula com chassi de código DP216/1 (The Gadget Car), pois não havia outro exemplar disponível.
Cessão, porque a EON não tinha as 4.500 libras para pagar pelo carro. Mas a Aston Martin tinha a perspectiva de divulgar um novo modelo a nível mundial, quando o filme de Bond fosse lançado no mercado, em especial o mercado americano, principal alvo do marketing do filme. Então, os interesses se alinharam e todos ficaram contentes com o resultado, até o momento; sem imaginar que o cenário para um dos mais bem sucedidos exemplos de merchandising já produzidos estava pronto, e uma das mais longevas franquias do cinema começava a decolar, hoje com mais de 50 anos associando a Aston Martin e James Bond.
O Aston Martin DB5 se tornou um dos mais famosos carros do mundo, e o maior símbolo automotivo britânico; graças ao expert em efeitos especiais e vencedor do Oscar, John Stears (1934-1999, Best Visual Effects por Thunderball, em 1965 e Star Wars Episode IV: A New Hope, de 1977), que criou o mortal DB5 prateado usado pelo agente secreto do MI-6, James Bond, que segundo consta, tinha licença para matar.
O DB5 foi para a Pinewoods Studios, na Inglaterra, em janeiro de 1964, para que John Stears, pudesse trabalhar no carro. Depois que a equipe de Stears terminou, todos os equipamentos acrescentaram 300 libras (137 kg) de peso ao carro, custaram o dobro do preço do carro e reduziram sua agilidade pela metade.


Cortina de Fumaça, Escudo á prova de balas e Metralhadora Browning 0.30.
Assim, o diretor Guy Hamilton precisou providenciar outro carro para as filmagens em que as cenas exigiam um carro mais rápido e ágil. Um DB5 normal de chassi DB5/1486/R (The Road Car) foi usado como ‘dublê’, sem as modificações que John Stears preparou no original.
No roteiro, o carro tinha apenas a cortina de fumaça como equipamento para despistar os perseguidores, mas a equipe de produção começou a sugerir diversos outros recursos que o carro de Bond deveria ter. Assim, foram adicionados a placa com três números de licenças diferentes: BMT216A – Inglaterra; , 4711-EA-62 – França e LU6789 – Suíça (idéia do diretor Guy Hamilton); o assento do passageiro ejetável; o lançador de óleo na traseira; as serras giratórias no centro das calotas (inspiradas nas bigas de Ben-Hur); as metralhadoras Browning calibre .30 nas luzes de direção; vidros à prova de balas; escudo protetor do vidro traseiro; compartimento de armas junto ao assento do motorista; rádio-telefone camuflado no compartimento da porta; scanner de radar no espelho retrovisor externo, acoplado à tela de rastreamento no cockpit (alcance de 150 milhas). Havia ainda extensores dos protetores dos para-choques, mas estes não foram utilizados nas filmagens. As mudanças levaram cerca de seis semanas para ficarem prontas.
Três números da placa de licença, Assento do passageiro ejetável e Telefone celular integrado.
Navegador por satélite (seria o Google Maps?), Lançador de óleo contra os perseguidores e as serras giratórias.
Para promover o filme, foram preparados mais dois carros pela Aston Martin, para serem expostos no 1964 World’s Fair, como o “Mais famoso carro do mundo”. Quando Goldfinger foi para as telas em Setembro de 1964, o sucesso foi monumental, tanto para o filme como para o carro e a Aston Martin começou a ver as vendas do DB5 subirem. Inicialmente, o DP216/1 era o único exemplar com os equipamentos extras criados para as filmagens, e o exemplar DB5/1486/R era utilizado somente para as tomadas nas ruas e estradas nas sequências de filmagens externas. Mas tal era a demanda para o DB5 aparecer ao redor do mundo para divulgar os filmes de 007 que a Aston Martin foi obrigada a instalar os extras também no exemplar DB5/1486/R.
Dentro do universo de James Bond, o mesmo carro (placas BMT 216 A) foi usado novamente no filme seguinte, Thunderball (007 Contra a Chantagem Atômica), um ano depois; com a adição de um pacote Jet no porta-malas traseiro, que era um canhão de água disparado sobre perseguidores.

O ASTRO DESAPARECIDO
Aqui começa a parte bizarra desta história.
Em 1968, o chassi DP216/1 (original), e o DB5/1486/R (dublê) como eram de propriedade da Aston Martin, foram devolvidos depois que as filmagens de Thunderball  finalizaram. Não se sabe de quem foi a decisão, mas alguém deu a ordem de remover todos os equipamentos adicionais do chassi DP2161/1, e vendê-lo como um carro usado com cerca de 50.000 milhas marcados no odômetro. A Aston Martin re-registrou o chassi com o número 6633PP. O comprador, Gavin Keyzar, um ano depois da compra (1969), reparou que os outros carros (o dublê de filmagem e os de exposição com os equipamentos de Bond) estavam sendo exibidos como originais de produção dos filmes, e seus preços estavam subindo, acompanhando o crescente interesse do público pelos ‘Bond Cars’. Então, ele instalou armas semelhantes no seu exemplar (um customizador em Kent fez o trabalho, mas não ficaram como os originais), num esforço de fazer o preço de seu carro subir aos patamares que o mercado estava pagando. Este carro foi vendido em 1971 a um colecionador americano, Richard Losee, de Utah, e apareceu no filme The Cannonball Run (Quem não corre, voa, de 1981). As imagens foram espelhadas no filme, porque o carro tinha a direção do lado direito, mas a posição dos limpadores de pára-brisas mostra a real configuração do carro. 

Em 1981, houve uma batalha entre três proprietários dos DB5, sobre a autenticidade dos exemplares que possuíam. Jerry Lee, Richard Losee e Frank Baker, alegavam que tinham em mãos o carro original de James Bond, e o prêmio não era apenas uma questão de orgulho, mas também de dinheiro, pois o carro original/original de Bond era mais valioso do que “apenas” um “Bond car”. Lee pediu para a Aston Martin autenticar qual carro era o quê. A empresa identificou-os pelos números dos chassis e resolveu a disputa: Losee tinha o carro original/original, Lee ficou em segundo com um dos dublês de filmagens, e empatados em terceiro com os carros “Press Cars” usados na promoção dos filmes, ficaram Baker e o Car Museum Smokey Mountain (de Pidgeon Forge, Tenesse), que não havia entrado na briga pela autenticação dos exemplares. 

Mais tarde, Losee vendeu o DB5 num leilão da Sotheby’s em New York, no ano de 1986, por US$ 275,000, para Anthony V. Pugliese III, empresário e colecionador da cultura pop, da Florida, que exibia o carro em ações promocionais. Pugliese comprara o carro por intermédio de seu cunhado Robert Luongo, que iniciou uma campanha agressiva para promover seu DB5, exibindo-o em diversos museus, feiras de automóveis e eventos, documentando cuidadosamente cada exposição.
Nos anos 1990, Pugliese viu o valor do DB5 subir para estratosféricos 4 milhões de dólares, e fez um seguro com a Grundy Worldwide, uma agência de seguros especializada em carros clássicos. Grundy aceitou o negócio e fechou uma proposta com a Chubb Insurance que pagava 80% do valor (cerca de 3,2 milhões de dólares) para o carro. E ao invés de guardar o carro em sua garagem, armazenou o veículo num hangar seguro do aeroporto de Boca Raton, Florida. Que se mostrou não tão seguro assim.
Tarde da noite, em junho de 1997, numa missão digna do próprio James Bond, o carro foi roubado. O ladrão, ou ladrões, cortaram a moldura da porta do hangar, inutilizaram o alarme, e usaram um caminhão para remover a porta cortada, evidenciado pelas marcas de pneus deixadas no local. Arrastaram então o Aston Martin para um pequeno avião de carga, e ele desapareceu desde então. A polícia de Boca Raton verificou imediatamente os aeroportos dentro do alcance desta pequena aeronave, para ver se qualquer veículo havia sido descarregado ou transferido. Não descobriram nenhum traço do DB5. Alguns especulam que ele se tornou um recife artificial cerca de 75 milhas ao largo da costa da Florida, mas nada foi comprovado até hoje.
Houve então a questão do motivo – fraude de seguros – e não era a única possibilidade. Robert Luongo e Anthony Pugliese não eram mais cunhados, e tiveram muitos desacordos em como lidar com o carro. Ciúme? Vingança? Ou um colecionador obcecado que queria esconder o carro em sua sala de estar e acariciá-lo todas as noites antes de dormir?
Ninguém sabe. Grundy e Chubb pagaram o seguro feito por Pugliese, e Jim Grundy recorda o episódio com algum desgosto: “Eu fiz um mau julgamento em aceitar este negócio” diz ele. “Dou a Pugliese um crédito por ter feito um negócio esperto. Mas eu cometi um erro... 500 mil dólares ou um milhão teriam protegido o seu investimento”.
Em poucos meses, Luongo processou Pugliese para obter uma parte do dinheiro do prêmio do seguro. Pugliese contestou alegando extorsão, descartada por um juiz, mas que foi a julgamento no ano 2000. O advogado de Luongo alegou que seu cliente havia feito todo o trabalho de promoção do carro com base em um acordo verbal de que receberia 10% do valor final de venda. O preço do carro subiu de 275 mil dólares para 4 milhões; mas ele foi roubado, não vendido. Sim, Pugliese havia feito a oferta dos 10% do preço de venda a Luongo, mas só se tivesse feito a operação dentro de uma janela de seis meses em 1993. Pugliese não pagou a Luongo o combinado, mas este havia ficado obcecado com o carro, e continuou a promover o veículo mesmo depois que Pugliese o demitira em 1992.
O júri levou 42 minutos para deliberar a concessão de 1 milhão de dólares a Luongo: 10% do valor do seguro e metade do valor que o carro tinha em 1996, menos os honorários advocatícios e impostos.
O outro exemplar, o DB5/1486/R (O Road car, ou dublê das filmagens, com placas FMP 7B, que alternavam as placas 007 JB na dianteira e JB 007 na traseira), usado tanto no filme Goldfinger, como em Thunderball, foi adquirido em 1969 por Jerry Lee por US$ 12.000, presidente e dono da WBEB Rádio, de Filadélfia, Pensilvânia, e desde então, foi raramente visto em público. O proprietário decidiu vender o carro, e em 26 de junho de 2010, depois de quase 40 anos longe dos olhos do público, foi apresentado em uma recepção em noite de black-tie para convidados especiais no Stoke Park Club, localizado fora de Londres. Os fãs de Bond reconhecem este local como o primeiro cenário em que se confrontaram 007 e Goldfinger. Em 27 de outubro de 2010, e a RM Auctions, de Londres o vendeu por $2.912.000 libras para outro colecionador americano, Harry Yeaggy.
Os dois exemplares adicionais (conhecidos como “Press Cars”) preparado para as ações promocionais dos filmes foram vendidos para Anthony Bamford (presidente da JCB) por meras 1.500 libras cada um. Um destes carros (PR Car#2 chassis DB5/2017/R, com placas BMT 216 A, posteriormente DP/261/1) foi trocado com Sandy Luscombe-White em 1970 por uma Ferrari 250 GTO. Sandy o vendeu por US$ 21,600 no mesmo ano para Frank Baker, de Vancouver, que o exibia no Attic Restaurant Vancouver até 1983. Foi vendido para Alf Spence, que o vendeu para Ernest Hartz Consortium, de São Francisco, que o vendeu para o piloto Bob Bondurant. Este, por sua vez, o vendeu para Robert Pass, da Pass Transportation, que o vendeu para Robert Littman, que o estacionou numa concessionária da Jaguar, em New Jersey. Dali, foi vendido em fevereiro de 2009 para o Dutch National Automobile Museum, antigo nome da coleção de carros mantida pela Família Louwman, de Haia, Holanda. Foi para leilão em 2010, e o nome de seu proprietário atual é desconhecido.
O outro carro de exibição (PR Car #1 Chassis DB5/2008/R – com placas YRE 186H alternando com as placas JB007 e 007JB; provavelmente alteradas em algum momento para BMT 216 A and 4711-EA-62) vendido para Bruce Atchley, passou 35 anos em uma gaiola de arame no Car Museum Smokey Mountain, em Pigeon Forge, Tennessee, foi leiloado em 20 de janeiro de 2006 por US$ 2,09 milhões pela RM Auctions no Arizona para um colecionador privado suíço; que em linguagem de filme de espionagem, pediu para permanecer anônimo.
Outro exemplar chassis DB5/1550/R, placas YHH 28 B, uma réplica fiel do carro, mas que não participou de nenhum dos filmes ou das ações promocionais, foi montado por um ortodontista inglês, e exibido na exposição “Cars of The Stars” do Motor Museum em Keswick até 2011. Neste ano, foi transferido para a Dezer Collection, no Miami Auto Museum, e hoje ostenta as placas BMT216 A.
Um Aston Martin DB5 diferente (chassis DB5/2175/R e placas BMT 214 A) foi usado no filme Goldeneye (007 contra Goldeneye, 1995), onde três exemplares foram utilizados para as cenas protagonizadas pelo ator Pierce Brosnan. O carro principal foi adquirido pela Dezer Collection, e está no Miami Auto Museum, com placas alternando para JB Z6 007. Distingue-se pelos quatro parafusos nas molduras dos faróis, em vez de um nos demais modelos. O exemplar com chassis DB5/1484/R era um dos “Stunt Cars” comprado em más condições e restaurado pela Stratton Motor Company, de Norwich, Inglaterra. Foi levado a leilão pela Coys Auction em 21 de março de 1994, mas não foi arrematado, e seu atual proprietário é desconhecido. O outro chassis DB5/1885/R (Stunt Car), originalmente com placas FBH 281 C, foi re-registrado como BMT 214 A, também restaurado pela Stratton, foi vendido para Max Reid num leilão da Christie’s, em South Kensington, em 14 de fevereiro de 2001, por 157,750 libras, e tem sua própria página na web: HTTP://db5.co.uk
O BMT214 A também retornou no filme Tomorrow Never Dies (O Amanhã Nunca Morre, 1997), e era para aparecer em algumas tomadas na Escócia no filme The World is Not Enough (O Mundo Não É o Bastante, 1999), mas estas tomadas foram cortadas na edição final do filme. Ainda outro DB5 aparece em Casino Royale (Cassino Royale, 2006 – chassis DB5/1339/L), com placas das Bahamas, mas com volante à esquerda (todos os outros seguem a posição britânica do volante à direita). Dono atual desconhecido.
Outro DB5 prateado, com as placas BMY 216 A foi usado para o 23º filme de James Bond, Skyfall (Skyfall, 2012), durante o 50º ano do primeiro lançamento do personagem (Dr. No, 1962). Neste filme, “M”, representada por Judy Dench, descreve o carro como “não muito confortável”. Na história, o DB5 é destruído por um míssil, mas claro que era um “mock-up”, uma réplica da carroceria apenas para ser explodida no filme.
Há informações contraditórias sobre o Aston usado nas filmagens:

  1.  Chassis DB5/1484/R, originalmente com placas AJU 519 B.
  2.  Chassis DB5/2007/R, originalmente com placas COJ 483 C – era um modelo na cor verde com interior bege que a Aston Martin transformou num “Silver Birch” com interior preto, adquirido de um colecionador que estava aguardando a restauração numa oficina. Foi exibido no Beaulieu Motor Museum em Novembro de 2012, com suas placas originais, e seu proprietário atual é desconhecido.

Don Rose, especialista e avaliação da RM Auctions, disse que o preço de venda para o DB5 original “é ainda um recorde para um DB5 vendido em leilão”. Ele comentou, no entanto, que “o preço não tem relação com qualquer outro DB5 ‘Bond’ ou qualquer outro carro civil, pois sua valorização é decorrente do fato de que é o único sobrevivente dos dois carros originais que apareceram em Goldfinger e Thunderball. Desde estes filmes, outros DB5 participaram em diversos filmes de Bond, devido ao carisma icônico do carro, mas nunca alcançarão o valor ou serão tão especiais como o original”.
Dave Worrell, passou seis anos compilando informações sobre o destino dos DB5 que participaram dos primeiros filmes de James Bond, e escreveu o livro “O mais famoso carro do mundo”, e algumas passagens deste artigo tiveram o seu livro como fonte de matéria.

RECRIAÇÃO DO ASTON MARTIN DB5
Em 2020, a Aston Martin decidiu fabricar 25 unidades de seu mais icônico modelo, com todos os 'gadgets' que o espião mais famoso do mundo tinha em seu carro. Numa ação conjunta da Aston Martin com a EON Productions, detentora dos direitos dos filmes de Bond, e a colaboração de Chris Corbould, encarregado dos efeitos especiais de 11 filmes de James Bond; os exemplares serão vendidos pela bagatela de £2.75 milhões cada um.
Os carros serão produzidos na unidade de Newport Pagnell, o mesmo local onde foram produzidos os modelos originais nos anos de 1963 a 1965.
Estarão lá as metralhadoras saindo dos piscas dianteiros, mas serão apenas simuladas, assim como o lançador de óleo na traseira, e o ejetor do banco de passageiro. Mas o gerador de fumaça, o escudo à prova de balas, o telefone na porta do motorista, a tela de radar, os para choques telescópicos, as placas giratórias com três números de licença diferentes, as serras giratórias no centro das calotas, o compartimento de armas sob o banco do motorista estão todos lá.
A única restrição é que o modelo não será homologado para rodar legalmente nas ruas, pois não tem os equipamentos legais exigidos em alguns países.

SEAN CONNERY
Thomas Connery, nascido em Fountainbridge, Edimburg, Escócia, em 25 de agosto de 1930. Começou a trabalhar nos bastidores do King's Theatre no início dos anos 1950; ganhou um pequeno papel quando uma produção itinerante buscava figurantes na temporada que faria em Edimburg. No ano seguinte, quando a produção retornou à cidade, Connery foi promovido a um papel mais significativo, com o papel do Tenente Buzz Adams, que Larry Hagman havia desempenhado quando a peça estava em West End. Tornou-se amigo de Michael Caine em 1954, e começou a participar de várias produções ganhando visibilidade no meio artístico.
A partir de 1962, com os filmes de James Bond, apesar de não gostar, entendia que isso poderia projetá-lo em sua carreira de ator. Até 1967, como Bond, filmou "Dr. No", "From Russia With Love", "Goldfinger", "Thunderball" e "You Only Live Twice", todos pela Eon Productions. Deixando a franquia Bond, voltou ao papel em "Diamonds are Forever", de 1971. Connery teve sua última aparição como Bond em "Never Say Never Again", uma refilmagem de Thunderball, de 1983.
Connery foi casado com a atriz Diane Cilento de 1962 a 1973, embora tenham se separado em 1971. Eles tiveram um filho, o ator Jason Connery. Depois foi casado com a pintora franco-marroquina Micheline Roquebrune (nascida em 1929) de 1975 até a sua morte. 
Ele morreu dormindo em 31 de outubro de 2020, aos 90 anos, em sua casa na comunidade Lyford Cay de Nassau, nas Bahamas. Sua morte foi anunciada por sua família e pela Eon Productions; embora eles não revelassem a causa da morte, seu filho Jason disse que não estava bem há algum tempo. Um dia depois, a esposa de Connery, Micheline Roquebrune, disse que ele teve demência em seus últimos anos. Na cópia de seu atestado de óbito, listou as causas da morte como pneumonia, insuficiência respiratória, velhice e frequência cardíaca irregular. A hora da morte foi listada como 1:30 da manhã.

SOBRE A MINIATURA DA ERTL – JOY RIDE

A miniatura da ERTL/Joy Ride na escala 1:18 faz parte de uma grande coleção que a marca licenciou. Seu grande diferencial é ter algumas das armas representadas no modelo, mas a réplica não é das melhores. Embora seja rica em detalhes, o acabamento é ruim. O modelo da AutoArt, não reproduz o carro com os equipamentos, é ligeiramente mais caro, porém, muito mais detalhado e bem acabado. É possível encontrar o DB5 nas escalas mais populares, como 1:64, 1:48 e 1:24, feitas por diversos fabricantes, tais como Corgi Toys, Hot Wheels, SunStar, Danbury Mint e outras.

O Aston Martin DB5 das fotos é da ERTL/Joy Ride, escala 1:18, mas é a versão de Casino Royale, de 2006. 

A IXO Models, de Macau, China, faz uma coleção de todos os carros que participaram dos filmes de James Bond, na escala 1:43, entre eles, o famoso Aston Martin DB5.
A Eaglemoss Publications colocou no mercado inglês (publicada também na França, Finlândia, Alemanha, Holanda e Brasil) uma série de 134 fascículos com todos os carros dos filmes de Bond, cuja base era um diorama de uma das cenas em que os modelos apareciam nos filmes. A maioria da coleção eram modelos da Universal Hobbies, mas a linha foi complementada com exemplares da IXO, e na França, foram usados exemplares da Eligor e Norev. Um detalhe interessante é que o MP Lafer, réplica brasileira do MG TD inglês consta na coleção, pois no filme Moonraker houve uma tomada de Bond no Rio de Janeiro, em que a produção utilizou o Lafer nas filmagens na praia de Ipanema.
O DB5 e o MP Lafer brasileiro da coleção da Eaglemoss.

No caso dos modelos feitos pela ERTL/Joy Ride, a única miniatura que vem com os equipamentos modificados para o filme é a identificada como sendo do filme  Goldfinger. As demais, apesar de terem inscrições na caixa do nome dos filmes em que participaram, não trazem os gadgets do espião mais famoso do mundo.
O Aston Martin DB5 da Hot Wheels com as placas BMT 216A.


REFERÊNCIAS



Fim