segunda-feira, 8 de maio de 2017

Carros e Filmes: Pontiac GTO em Triplo X

O Pontiac GTO era um dos primeiros “muscle-car” americanos, carros compactos com enormes motores V8 que faziam as delícias nos rachas de semáforo na década de 1960. Baseado no Pontiac Tempest, John De Lorean, Bill Collins e Russ Gee decidiram colocar o motor V8 de 389 cid (6,4 litros) do Bonneville e Catalina no cofre do pequeno Tempest, que estava para receber uma reestilização.
A ideia era embarcar no mercado recém descoberto por Lee Iacocca, onde o Mustang estava fazendo sucesso entre os jovens e a Ford já preparava um upgrade para o seu Falcon.
A expressão GTO foi inspirada na nomenclatura da Ferrari 250 GTO (Gran Turismo Omologato), que significa um carro oficialmente certificado para competir na classe GT. GTO era na verdade um pacote do Tempest em 1964, que por US$ 295 podiam colocar um motor V8 de 389 cid com 325 hp, com carburador quádruplo simples, com duplo escapamento, tampas de válvulas e caixa do filtro de ar cromados, ventilador com sete lâminas, câmbio no chão com três marchas manuais e alavanca da Hurst, molas mais rígidas e barra estabilizadora de maior diâmetro, largas rodas de 7,5 polegadas de tala e aro 14, calçadas com pneus com um friso vermelho em torno, abertura (falsa) no capô do motor e emblemas GTO por todos os lados.
Os opcionais ainda podiam ser um câmbio de quatro marchas manual, um automático Super Turbine com duas marchas, uma carburação mais potente “Tri-Power” (Rochester 2G) que levava a potência a 348 hp, tubulação metálica do sistema de freios, diferencial com deslizamento limitado, radiador maior, amortecedores mais firmes e direção mais rápida.
Na reestilização de 1965, o GTO acabou ganhando status de modelo diferenciado do Tempest, com seus quatro faróis na vertical e uma nova carroçaria com design mais limpo. O V8 de 389 cid foi revisado e gerava 335 hp a 5000 rpm com carburador quádruplo e 360 hp com o Tri-Power. Ele incorporou a transmissão de três marchas manual, com opcional de quatro ou automático de duas marchas. O pacote “Tri-Power” vinha com direção hidráulica, freios com pastilhas metálicas, rodas Rally, diferencial com deslizamento limitado com relação 4:11.
Outras modificações foram os freios com mais eficiência, amortecedores recalibrados, uma barra estabilizadora dianteira de maior diâmetro, ignição transistorizada, cabeçotes retrabalhados e coletor de admissão maior, painel redesenhado com conta-giros e pressão do óleo mais legíveis.
Num teste da revista Car Life, o GTO de 1965 fez de 0-60 mph em 5,8 segundos, o quarto-de-milha em 14,5 segundos a 160 km/h, chegando numa máxima de 182,4 km/h.
A versão de 1967 tinha poucas modificações, entre elas o pacote “Tri-Power” vinha com um novo carburador Quadrajet quádruplo; o motor V8 389 foi ampliado para 400 cid (6,5 litros), com três configurações: Economy, Standard e High Output.
A Economy vinha com um carburador duplo apenas e produzia 265 hp a 4400 rpm e 397 lb-ft de torque a 3400 rpm. O Standard produzia 335 hp a 5000 rpm e tinha o maior torque dos três: 441 lb-ft a 3400 rpm. O High Output tinha a maior potência: 360 hp a 5100 rpm e 438 lb-ft de torque a 3600 rpm. Os carros vendidos na California já tinham os equipamentos de controle de emissões exigidos no estado.
Equipamentos de segurança para atender às normas do governo eram a coluna de direção retrátil em caso de colisões, painel de instrumentos acolchoado, com botões não protuberantes e Pisca-alerta para emergências. Cinto de segurança e sistema de freios com cilindros duplos e circuito hidráulico de reserva em caso de falha no principal; e freios a disco eram opcionais.
O câmbio automático de duas marchas foi substituído pelo de três Turbo-Hidramatic TH-400. Esta caixa vinha equipada com o trambulador da Hurst denominado Dual Gate. O condutor podia escolher entre deixar o câmbio no automático normal, ou encaixar a alavanca no trilho da direita, tornando o câmbio para mudanças no manual.
O PONTIAC GTO 1967 DE TRIPLO X
O modelo 1967 foi escolhido por Eddie Paul da E.P. Industries, contratado para produzir o carro para as filmagens de Triplo X. Com um histórico de mais de 30 anos fornecendo seus serviços para a indústria de filmes em Hollywood, Eddie já havia feito o Mercury de Stallone/Cobra, 58 carros tunados para o primeiro The Fast and The Furious, e o segundo "2 Fast 2 Furious", Grease, "Streets of Fire", e havia sido piloto-duble em Gone in 60 Seconds.
Foram adquiridos sete exemplares do Pontiac GTO, em diversos estados de conservação e configurações de motor e acabamento, desde um impecável do Arizona, e o único Le Mans legítimo não tinha motor nem transmissão, e era um poço de ferrugem. Só nele foram gastos 1.500 dolares para cortar a capota e deixa-lo como conversível. Na média, foram investidos de 15 a 20 mil dolares em cada veículo para deixá-los prontos para as filmagens.
Cerca de 10 pessoas de sua oficina, mais 20 contratados para as diversas áreas (Mecânica, funilaria, elétrica, pintura, tapeçaria e painel) trabalharam nos veículos para deixarem todos prontos em tempo hábil. . 
“Todos tinham motores GM, mas decidimos preparar dois com unidades ZZ4 Chevy 350 cid, por conta dos custos, ” diz Eddie. “Inicialmente, pensamos que estes seriam usados como veículos dublê nas filmagens, mas ao retornarem à oficina, notamos que não tinham nenhuma marca de danos ou arranhões, e concluímos que eles foram usados apenas para as tomadas em close e não em movimento ou ação. ” finaliza Eddie.
“Levamos um mês para terminar todos os carros, o que é tempo mais do que suficiente. Drenamos os tanques de combustível e outros fluidos, limpamos e lavamos os carros, verificamos as suspensões, freios, porcas, parafusos e condutos de combustível e freios. Aliás, todos foram equipados com ABS e tinham freios a disco nas quatro rodas. Colocamos portas com comando elétrico de abertura remota, amortecedores triplos e reforços com barras de aço nas torres de suspensão.
Os carros com câmbio manual foram convertidos para automáticos, para facilitar a condução pelos pilotos-dublês. O que mais deu trabalho foi o sistema elétrico, em todos os carros havia um problema diferente, e piorava naqueles que tinham os gadgets especiais de um agente secreto. ” conclui Eddie.
Outro problema surgiu quando Rob Cohen, diretor do filme, decidiu pintar os carros num tom de púrpura da Dupont. Eddie recebeu uma amostra da cor e ao consultar a Dupont, foi informado que a cor estava fora de linha naquele ano, e que somente no ano seguinte poderia voltar ao catálogo.
Eddie contatou rapidamente a House of Kolor, que tinha um tom bastante similar, chamado Dazzleberry. Entregues no dia seguinte, cada carro recebeu um galão de tinta e outro de verniz, e todos os belos Pontiac ficaram prontos para serem enviados a Praga para as filmagens.
Claro, os carros foram bastante judiados durante as tomadas; relata-se que consumiram pelo menos 200 jogos de pneus para todas as cenas. Alguns carros que ficaram mais danificados foram deixados em Praga (não se sabe o destino deles). Quanto ao resto, um deles foi vendido no eBay, outros devem ter ficado com a Revolution Studios (que produziu o filme) e foram construídos alguns clones para ações promocionais.
George Barris colaborou para dar um charme em três exemplares do GTO: acrescentou foguetes, lança-chamas e escapes laterais e viraram carros de exibição. Um par de carros construídos por uma terceira empresa rodou pelo país em exposições e eventos automobilísticos.
Um GTO Le Mans apareceu no eBay ofertado pela empresa Rainmakers, de Los Angeles, que vende objetos de filmes e memorabilia cinematográfica no site da Internet. Kurt Brenlinger, da Rainmakers, afirma que este é um dos veículos dublê equipado com o Chevy ZZ4 350 cid, e o vendeu por US$ 38,300. Quanto a outros, permanecem dissimulados do público, talvez na espera para uma sequência de Triplo X.

TRIPLO X - 2002
Xander Cage (Vin Diesel), um entusiasta de esportes radicais, dublê e atleta-rebelde, é cooptado para ser espião da Agência de Segurança Nacional (para não passar a vida numa prisão). Ele recebe uma missão de se infiltrar no Anarchy 99, um grupo de potenciais terroristas russos na Europa Central, que pretende disparar uma arma bioquímica chamada “Silent Night”, desaparecida desde a queda da União Soviética.
Suprido com os mais avançados equipamentos de espionagem, Xander Cage vai para a República Tcheca e descobre que o grupo vai disparar o “Ahab” em Praga, carregando a “Silent Night” e contaminando milhões de pessoas.
Yelena (Asia Argento), namorada de Yorgi (Marton Csokas), o líder terrorista, é uma agente da FSB (Federal Security Service) infiltrada no grupo, mas que perdeu os contatos com a agência russa, com a queda da União Soviética, e sobrevive como pode, sem o apoio dos russos.
Quando Xander ataca a Anarchy 99, ela vê uma chance de sabotar os planos de Yorgi e se alia a Xander para conseguirem seu intento. Ainda assim, Yorgi consegue disparar o Ahab pelo rio, em direção a Praga, onde explodirá, contaminando toda a cidade.
Xander e Yelena conseguem matar Yorgi e perseguem o Ahab com o Pontiac, valendo-se de todo o armamento do carro. Xander consegue interceptar o Ahab e pouco antes da bomba bioquímica explodir, faz o foguete afundar no rio, e mesmo explodindo, a água neutraliza o poder da bomba, tornando-a inofensiva.
A franquia teve uma sequência xXx: State of Union, estrelado pelo rapper Ice Cube e dirigido por Lee Tamahori. Nem Vin diesel, Rob Cohen ou Rich Wilkes (criador de xXx) estiveram envolvidos na produção desta sequência. O estilo do filme mudou, abandonando o cunho dos esportes radicais e da trilha sonora (hip hop e rap no lugar do rock); recebeu duras críticas do público e foi um fracasso de bilheteria.
Diesel retornou à franquia em xXx: Return of Xander Cage (2017), dirigido por D.J. Caruso e escrito por F. Scott Frazier. Samuel L. Jackson retorna como Gibbons, recrutando ninguém menos do que Neymar Jr; quando um satélite é desviado de órbita e cai no local onde estão, aparentemente, matando os dois. Um equipamento chamado de “Caixa de Pandora”, capaz de controlar qualquer satélite é roubado da CIA por Xiang (Donnie Yen) em Nova York, e Cage é chamado para recuperá-lo.
Perseguindo-o nas Filipinas, Cage descobre que Xiang faz parte do Programa xXx, recrutado por Gibbons, que receava que o equipamento seria usado para o mal, e não para o bem. Os russos também estão atrás da Caixa de Pandora, e atacam Cage e Xiang numa ilha remota, que conseguem destruir o equipamento.
No entanto, logo depois, um satélite cai na Rússia, e eles concluem que apenas destruíram um protótipo, e que o Diretor da CIA Anderson estava envolvido numa conspiração e a Caixa de Pandora estava em suas mãos.
Cage e Xiang unem suas equipes e perseguem Anderson até Detroit, seguindo o sinal da Caixa de Pandora. Anderson revela que ele provocou a queda do satélite no Brasil para matar Gibbons, e acaba morto por Adele Wolff (Ruby Rose).
Xiang é preso pela CIA, que pretende treiná-lo para futuras ações contra a Russia, e Cage é avisado que o Programa xXx será encerrado. A Agencia envia assassinos para eliminar Cage e sua equipe, que aguardam sua extração em um armazém da NSA, mas recebem ajuda de outro operativo do xXx, Darius Stone (Ice Cube), e conseguem escapar do ataque.
O filme termina no funeral de Gibbons, onde Cage é abordado pelo próprio, que simulou sua morte e elogia Cage pelo bom trabalho, e comunica que está reorganizando o Programa xXx da sua própria maneira, começando com Neymar Jr, como o mais novo recruta. Cage decide então continuar em serviço, para novas missões visando preservar a liberdade.
EM ESCALA
O carro de Xander Cage é reproduzido pela ERTL na escala 1:18, bem fiel ao modelo desenvolvido para o filme, na cor púrpura e com o painel cheio dos instrumentos para controlar as traquitanas dignas de um espião moderno. As linhas do Pontiac são bem desenhadas e a customização feita por Eddie Paul está bem representada, especialmente no painel cheio de instrumentos da AutoMeter no carro real.




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