terça-feira, 19 de setembro de 2017

AUSTIN-HEALEY

Donald Mitchell Healey, apaixonado por automobilismo desde muito jovem, foi piloto de rallies (venceu o Rally de Monte Carlo de 1931) e trabalhou em algumas empresas automobilísticas (Riley, Triumph e Humber) antes de fundar a Donald Healey Motor Company, em 1945. Ela começou com uma pequena oficina em sua própria casa, em Warwick, construindo um pequeno carro baseado na mecânica do Austin 90 Atlantic.
Eram tempos difíceis, esses do pós-guerra, especialmente para os fabricantes de automóveis especiais, situação que piorou muito em 1948, quando entrou em vigor o imposto duplo para carros de preço superior a 1.000 libras.
No entanto, em 1951, os carros esporte estavam se tornando mania nos Estados Unidos, e Healey resolveu investigar a fundo esse mercado promissor. Descobriu que havia uma faixa vazia entre o sensacional Jaguar XK120 e o arcaico, mas atraente MG TD um espaço a ser ocupado por um carro mais leve, mais rápido e principalmente, mais baratos que a sua empresa produzia então, com motores Riley e Nash.
Era necessário criar um carro totalmente novo, que nem lembrasse os modelos anteriores , ou seja, o antigo motor Riley teria de ser dispensado. Depois de procurar muito, Healey decidiu que o motor ideal seria o do Austin de quatro cilindros e 2,6 litros que equipava um carro malsucedido, o Austin 90 Atlantic.
Depois de se assegurar do fornecimento de motores, ele projetou um chassi que permitia adaptar uma carroceria baixa e elegante. Aproveitava também o câmbio, a caixa de direção e a suspensão dianteira (independente, de braços triangulares e molas helicoidais) do A90. Mas a alavanca seletora das engrenagens do câmbio do A90 ficava na lateral da caixa (e não em cima): funcionava perfeitamente nos carros em que o volante ficava à esquerda destinado aos Estados Unidos , mas exigia uma alavanca de câmbio com chanfros para o mercado inglês. Além disso, os testes revelaram que a relação de marchas era curta demais, e foi preciso acrescentar uma engrenagem multiplicadora (overdrive) na quarta marcha para que o carro superasse a estratégica barreira das 100 milhas por hora. (161 km/h).  A nomenclatura do número “100” vinha justamente deste número mágico, a velocidade máxima que o carro alcançava.

O desenho, inspirado em carros italianos, foi de Gerry Coker, e Geoff Healey, filho de Donald, ficou com a parte técnica.
Depois de construído, o carro ficou bem de acordo com os objetivos de Donald Healey: pesava somente 862 kg. E o modelo básico custava apenas 850 libras, para escapar do imposto duplo.
Após alguns testes preliminares na Bélgica, aonde chegou a 178 km/h, o Healey 100 foi dado como pronto para ser lançado.
Em 1952, levou o seu Healey 100 ao London Motor Show, em Earls Court. Pouco antes, ainda em 1952, a Austin e a Morris tinham se unido para formar a BMC British Motor Corporation com Leonard Lord como seu presidente. A BMC estava no Salão em busca de um carro esporte para vender no mercado americano, um substituto para o A90, que não estava fazendo o sucesso que imaginavam. Lord havia encomendado protótipos de fábrica para a MG, Jensen e Frazer-Nash, mas ao se deparar com o Healey 100, seu design o impressionou bastante. Decidiu ali mesmo que esse seria o novo carro da BMC. Lord fechou um contrato com Healey para construir o seu veículo na fábrica da Austin em Longbridge. Healey, que imaginava fabricar no máximo 20 unidades por semana, ficou entre surpreso e maravilhado, pois a BMC iria produzir seu carro em massa. Claro, o carro foi renomeado como Austin-Healey 100.

A produção dos carros era finalizada em Longbridge, onde a carroceria era montada e pintada pela Jensen, utilizando chapas prensadas pela Boulton & Paul era acoplada aos chassis produzidos pela Jensen em West Bromwich, uma operação que as duas empresas executavam na produção do Austin 40 Sports.
Foi produzido de 1953 a 1956 (codificado como BN1), atingindo 14.634 unidades. Tinha um motor de quatro cilindros em linha com 2.660 cc, 90 bhp, câmbio de três marchas, depois atualizado para quatro marchas, manual. Era equipado com freios a tambor da Girling de 10 polegadas, depois substituídas pelos de 11, suspensão dianteira independente com molas espirais e traseira com eixo rígido e molas semielípticas. A revista Motor Magazine testou o carro em 1953 e assinalou 106 mph (171 km/h) de máxima, com aceleração de 0-60 (96 km/h) em 11.2 segundos. Os faróis foram ligeiramente levantados para obedecer a legislação americana.
Com o câmbio de quatro marchas, a partir de 1955 (BN2), outros melhoramentos foram acrescentados ao modelo: Carburadores maiores, caixa de ar do filtro que melhorava o fluxo de ar para os carburadores, novo eixo comando e nova taxa de compressão de 8,1:1 incrementaram a potência para 110 bhp a 4.500 rpm. A suspensão dianteira ficou mais rígida e o capô ganhou aberturas para melhor ventilação do cofre do motor. Neste ano, os carros começaram a ser pintados em dois tons.
O Austin Healey em Bonneville Salt Flats, em 1953
Para marcar a estreia do carro no mercado norte-americano em 1953, um exemplar modificado cobriu a milha a 229,5 km/h, em Utah. No ano seguinte, um exemplar especialmente preparado em Warwick chegou em terceiro lugar nas 12 horas de Sebring, o que resultou no lançamento do 100S (de Sebring), que incorporava as modificações feitas para a corrida. A Jensen fabricou uma carroçaria em alumínio, e o motor de quatro cilindros recebeu novo cabeçote em alumínio, ao invés do normal de ferro, que elevou o rendimento para 132 hp a 4700 rpm; e a velocidade máxima para cerca de 195 km/h. Com estes números de desempenho, os freios tiveram de ser a disco da Dunlop nas quatro rodas. Para reduzir o peso, os para choques foram eliminados, assim como a capota; a grade frontal foi reduzida e o para brisa foi feito de plástico, reduzindo em cerca de 91 kg no total. Dos 50 exemplares construídos, a maior parte foi exportada para os Estados Unidos, e em 1955 os 100S conseguiram um sexto lugar na classificação geral em Sebring, além do primeiro, segundo e terceiro lugares em sua classe.
O motor do 100-4 e a versão 100S, ambos de 1956
Um exemplar do Austin Healey 100S ano 1953, um ‘test-car’ da equipe de corridas, sem restauração que havia sido pilotado pelos pilotos de fábrica Lance Macklin, Gordon Wilkins e Marcel Becquart, foi vendido num leilão por incríveis 843,000 libras (US$ 1,323,915) em 01 de dezembro de 2011, na Bonham’s December Sale. Este carro estava envolvido no trágico acidente das 24 Horas de Le Mans de 1955, no qual 84 pessoas perderam a vida e 120 ficaram feridas, causando o abandono na Mercedes-Benz das corridas por décadas.
Em agosto de 1955 foram feitas algumas modificações poucas e pequenas  nos 100 de produção em série. Embora quase idêntico ao original  codificado de BN1 no jargão da BMC  esse carro, com o código BN2, teve a caixa de câmbio de três marchas substituída por uma de quatro, com overdrive na terceira e quarta. Além disso, buscando a racionalização de componentes, a BMC adotou o eixo traseiro baseado no Morris. Também por essa época, foi produzida uma versão especial do BN2, o 100M, que era fabricado em Longbridge e depois despachado para Warwick, para modificações no motor de 110 hp e melhoramentos na suspensão. Foram produzidos 1.159 desses 100 especiais em 1955 e 1956, terminando em 1957, quando modelos de quatro cilindros foram substituídos pelo 100/6.
O modelo BN2 de 1956
O Austin-Healey 100 foi o primeiro dos três modelos Austin-Healey que vieram a ser conhecidos como Big Healey.

Austin-Healey 100-6
O Austin Healey 100-6 de 1958
Desde 1955, a BMC já usava seu motor de seis cilindros e 2,6 litros, no Austin A90 e no Wolseley 6/90. Quando seu uso foi estendido ao Austin Healey, este foi rebatizado como 100/6. O novo modelo  chamado BN4  tinha a mesma velocidade máxima que seus antecessores de quatro cilindros, mas a aceleração melhorou muito. O 100/6 era 4,2 cm mais longo do que o modelos com motor quatro cilindros (que, retrospectivamente, passou a ser conhecido como 100/4), permitindo a incorporação de dois pequenos bancos atrás, que só serviam para crianças.
Em 1956, com o entre eixos aumentado, toda a carroceria recebeu um redesenho, mesmo mantendo o mesmo estilo, tinha vários elementos diferenciados. O para brisa era fixo (antes retrátil), a grade ganhou um desenho mais baixo e ovalado com barras horizontais (antes eram verticais); o capô recebeu uma entrada de ar; a carroceria podia vir com os dois lugares adicionais, e principalmente, o motor de quatro cilindros foi substituído pelo de seis em linha, de 2.639 cc, baseado no BMC-C-Series, montado no Austin Westminter.
Bancos traseiros no modelo 1957
Inicialmente, produzia 102 cv, mas foi preparado para 117cv em 1957, com coletores e cabeçote revisado.  Atingia 103,9 mph (167,2 km/h) e acelerava de 0-60 em 10,7 segundos. O consumo indicava 20,8 milhas/galão imperial (13,6L/100km). Neste ano, a produção foi transferida de Longbridge para a fábrica da MG em Abingdon.
Em 1958, surgiu o BN6, uma versão do 100/6 que significou um retorno à concepção original dos 100, um roadster aberto de apenas dois lugares. Ambas as carrocerias (a de dois lugares e a 2+2) foram produzidas até o início de 1959, quando o 100/6 deu lugar para o 3000, que seria o mais rápido dos Big Healey.
O Austin Healey 3000 de 1960
A mudança de nomenclatura (BN7 para o dois lugares e BT7 para o 2+2) deveu-se ao aumento de cilindrada do motor de seis cilindros e 2,6 litros para 2,9 litros, com uma transmissão robustecida para suportar o aumento de potência. O rendimento dos motores subiu para 124 hp e a velocidade máxima foi até 183 km/h. Externamente, o carro manteve a mesma aparência, apenas com o acréscimo de um modesto emblema 3000 sobre a grade do radiador para indicar o aumento do motor.
Tanto o publico europeu como o americano ficaram impressionados com o Austin Healey 3000 Mark I. A fábrica estava interessada sobretudo na reação dos norte-americanos. A revista Road & Track achou os 3000 “agradavelmente semelhante ao XK 120 original”, o que era um elogio correto. Mas criticava os bancos e o sistema de ventilação/aquecimento, preferindo nestes aspectos o antigo carro de quatro cilindros. A revista inglesa Motorsport mostrou-se impressionada com a potência: “Em comparação com outros carros esporte que passam das 100 mph, o 3000 tem uma aceleração simplesmente furiosa, deixando-os para trás.”
A versão Mark I de 1959
Mesmo assim, a Autosport encontrou o que criticar: achou que a embreagem e o freio foram colocados próximos demais e que a alavanca de câmbio era mal colocada nos modelos com direção do lado direito (e era!), além de muito dura.
O teste da Road & Track registrou 100 km/h em 9,8 segundos e velocidade máxima de 180 km/h. No teste da Autosport, o 3000 foi mais lento para chegar aos 100 km/h (10,8 segundos), mas atingiu a velocidade máxima de 185,7 km/h embora, teoricamente, os carros vendidos nos Estados Unidos e na Inglaterra fossem idênticos na época.
As primeiras grandes mudanças no 3000 aconteceram em 1961. O Mark II (BN7 para o dois lugares, BT7 para o 2+2 de 61-62 e BJ7 para o 2+2 de 62-63) apareceu com grades verticais no radiador, imitando o 100 original, mas as mudanças mais radicais estavam no motor. O comando de válvulas teve o seu desenho alterado e os carburadores SU passaram de corpo duplo para triplo, o que elevou a potência para 132 hp. Essa versão durou até 1962, quando o 3000 recebeu janelas acionáveis por manivelas e teve as linhas do capô redesenhadas. Essas modificações destinadas a atrair um numero maior de clientes  quase transformaram o 3000 num cupê conversível, afastando-o das características esportivas originais. Ao mesmo tempo, foi encerrada a produção do modelo de dois lugares, restando apenas o 2+2 BJ7. Entre as modificações mecânicas, a mais notável foi o rápido retorno aos carburadores de corpo duplo.
Por essa época, o Big Healey já começava a aparentar sua idade, mas ainda era respeitado por seu desempenho impressionante em competições. Já em 1956, a equipe Healey voltara a Utah com um 100/6 superpotente e a firme intenção de quebrar a barreira das 200 mph: o carro atingiu 203,6 mph (327,6 km/h). 
A fábrica de Warwick, que até 1957 já era responsável pela preparação dos carros de competição, a partir de 1958 concentrou-se exclusivamente em corridas. Os demais Austin Healey usados em rallies tornaram-se responsabilidade do Departamento de Competições da BMC.
Pat Moss e Ann Wisdon vencedoras do
Rally Liège-Paris-Liège em 1960
Foi só em 1959, porém, com a chegada do 3000, que o Austin Healey começou realmente a causar impacto em competições. Logo no primeiro ano, a inglesa Pat Moss (irmã de Stirling Moss) chegou em segundo lugar no Rally da Alemanha. No ano seguinte, obteve a mesma colocação no Rally Alpino. Quando venceu o Rally Liège-Roma-Liège de 1960, junto com Ann Wisdon, ela provou definitivamente que o Big Healey era um grande carro para rallies. Até 1965, quando a BMC retiraria o 3000 das competições, seguiram-se quatro importantes vitórias: o Rally Alpino de 1961 e 1962, O Rally Alpino Austríaco de 1964 e, ainda nesse ano, o Rally Spa-Sofia-Liège. O Big Healey acumulou ainda uma série extensa de segundos e terceiros lugares, e classificou-se em quase todos os rallies em que foi inscrito  praticamente todos os rallies europeus de sua época.
Austin Healey Mark III 1965
A experiência em disputas inspirou alguns aperfeiçoamentos no chassi e revisão na suspensão traseira do 3000 de produção em série no primeiro semestre de 1964  um ano depois que os 3000 Mark III foram lançados (BJ8 Phase 1 2+2 de 1964 e BJ8 Phase 2 2+2 de 64-68), e quando já haviam sido produzidos 1.290 carros. Houve aperfeiçoamentos no comando de válvulas, na carburação e no sistema de escapamento. Assim, a potência do Mark III era de 148 hp e a velocidade final de 194 km/h  era o mais rápido dos 3000 de série.Mas, algum dia a carreira do 3000 teria de terminar, e a BMC já pensava num substituto para ele desde 1960. Predominava a idéia de se fazer um carro com motor de seis cilindros e que usaria tanto o nome MG como Austin Healey. O projeto foi denominado ADO51, e a versão MG chamou-se ADO52. Infelizmente, o motor concebido para os novos carros mostrou-se mais pesado e com potência apenas igual à do motor que deveria substituir, o que inviabilizou o projeto.
A tentativa seguinte foi o Firrere, nome inventado pela BMC para uma criação exótica: uma carroçaria Pininfarina de 1962 montada sobre um chassi do Austin Healey 3000. O modelo, (codificado como XC 512) foi uma combinação um tanto forçada de componentes, pois usava a suspensão do modelo de passeio 1800 e o motor (seis cilindros, quatro litros, admissão superior e exaustão lateral) do modelo Vanden Plas Princess R da BMC, que não atingira suas metas de vendas. Donald Healey, irreverentemente, chamava esta combinação de “A Coisa”, inconformado com o fato de que viessem a oferecê-la como substitutivo de um genuíno carro esporte. Afinal, o projeto foi suspenso depois de consumir um milhão de libras.
O motor FB60 da Rolls-Royce
Donald Healey dedicou-se então ao projeto de usar o motor Rolls-Royce FB60 feito de alumínio e de quatro litros no chassi e carroceria do 3000 Mark III. Um exemplar foi especialmente alargado em seis polegadas para acomodar o motor, juntamente com a transmissão automática e o eixo traseiro do Princess 4 litros R. Novo painel acolchoado, revestimentos das portas, coluna de direção não invasiva, novos assentos e outros recursos exigidos pela regulamentação de segurança dos EUA transformaram o carro.
O motor FB60 nunca havia sido instalado num carro esportivo, mas era 73 kg mais leve do que o Mark III, e oferecia 173 hp com 218 lb-ft (296 Nm) de torque. Ele não era muito potente (cerca de 180 hp), mas era particularmente suave e dava ao carro uma grande tração, mesmo com o câmbio automático. Ao mesmo tempo, a largura extra proporcionava uma estabilidade excepcional. A BMC e a Rolls-Royce firmaram um acordo em 1962 para fornecer os motores FB60 para os carros grandes da BMC, mas o único modelo de produção a usar esse motor foi o Vanden Plas Princess 4 litros da Austin, que foi um desapontamento comercial. A consequência foi que a BMC nunca comprou a quantidade de motores que havia previsto, deixando a Rolls-Royce com uma capacidade ociosa na fábrica.
Foram completados apenas três modelos com motor Rolls-Royce (dois com transmissão automática e um manual)  e segundo os que os testaram, saiu bem diferente do 3000. Era muito mais fácil de dirigir, tinha uma posição de pilotagem mais confortável, melhor dirigibilidade e dava mais segurança ao motorista, devido à faixa mais ampla de potencia e à distribuição de peso mais equilibrada. Não era um carro esporte genuíno, mas um carro de passeio muito bom e capaz de atingir altas velocidades, com características do Jaguar E-Type.
Os executivos da Austin ficaram muito impressionados na apresentação do carro em Longbridge no início de 1967. A análise de custos da BMC indicava que o carro com motor FB60 não seria mais caro de produzir do que os 3000, e adicionalmente, elevava o novo modelo a um novo nível de luxo e refinamento. Fechou-se a encomenda de mais seis protótipos, codificados como ADO24; a versão de produção seria denominada Austin Healey 4000, substituindo os 3000 no início de 1968.
Infelizmente, o ADO24 foi cancelado menos de seis meses depois, por várias razões: a condição financeira da BMC estava se deteriorando; a direção da Roll-Royce percebeu que a quantidade de motores não chegaria perto do combinado, e começou a descartar o ferramental de produção; e Geoff Healey suspeitava que Sir William Lyons, que havia vendido a Jaguar em 1966 para o grupo e ganhado uma cadeira no conselho da BMC, iria fazer forte oposição ao novo modelo; justamente porque seria um competidor forte demais e 700 libras mais barato, oferecendo um desempenho comparável ao E-Type de 1968.

Os três protótipos que foram completados na casa da família Healey em Cornwall às suas próprias custas, após o fim do projeto, foram vendidos para colecionadores particulares. Geoff Healey acreditava que havia um quarto chassi modificado, porém se for verdade, seu destino é desconhecido até hoje.
O fim dos Austin Healey foi decidido de uma vez por todas em dezembro de 1967, quando a produção do 3000 Mark III cessou oficialmente  embora o último chassi só fosse montado em março do ano seguinte.

Em 15 anos de produção incessante, de 1953 até 1968, haviam sido fabricados 72.022 Austin Healey. O 100 original com motor de quatro cilindros (100/4) contribuiu com 14.662 para o total. O 100/6 chegou quase ao mesmo número: 14.436. E o modelo 3000 (Mark I, II e III) foi o mais produzido, com 42.924 unidades.
O Austin Healey foi principalmente um grande sucesso de exportação, que até ultrapassou as expectativas que Donald Healey tinha quando elaborou as linhas gerais do projeto em 1951/52. Dos 51.315 carros fabricados entre 1957 e 1968, 45.596 cruzaram o Atlântico em direção aos Estados Unidos, o que equivalia a 88,8% do total. No mesmo período, foram vendidos 3.019 Austin Healey na Inglaterra. Houve 234 carros exportados em forma de kit para montar e 2.466 vendidos para o resto do mundo (excluindo os Estados Unidos). A maior produção do Big Healey foi em 1959 e 1960, quando saíram da fábrica, respectivamente, 7.900 e 7.005 carros. No último ano de produção, 1967, esse número tinha caído para 3.051.

Em maio de 1968, a BMC fundiu-se com a Leyland Motors, para formar a British Leyland Motor Corporation, e as medidas de saneamento financeiro acabaram por rescindir os acordos com parceiros como Healey e John Cooper. Em 1969, Kjell Qvale, um dos maiores distribuidores da Austin Healey do mundo, assumiu a Jensen Motors, pela qual lutava desde a aposentadoria dos |irmãos Jensen alguns anos antes. Sabendo que o contrato de Healey estava no final, sugeriu que se juntasse a ele na Jensen, para criar um substituto para o Austin Healey 3000. Em 1970, Donald e Geoff se tornaram membros do conselho da Jensen, levando à criação do Jensen-Healey em 1972.

EM ESCALA
O Austin Healey feito pela ERTL na escala 1:18.
O Austin Healey 100/6 de 1956 reproduzido pela ERTL na escala 1:18 é bem detalhado, com sua pintura em azul metálico e branco, típico da época. O interior traz os bancos e acabamentos de portas, assim como o painel e seus instrumentos fiéis ao original. O típico roadster inglês (com o volante à direita) ainda tinha um pequeno banco traseiro, mas somente crianças se acomodavam ali.
Austin Healey Coupe, da Kyosho em 1:18
Outros fabricantes também disponibilizam o Austin Healey, como a AutoArt (MK II de 1961), Cult Scale Models (100S de 1955), Bandai (1:18); e Kyosho (1:18 e 1:64), Resilient Resins (em resina, 1:24), Vitesse, NOREV, DelPrado, Spark (3000 Roadster e Coupe), Vanguard, IXO, Corgi, Dinky e outras (1:43); Danbury Mint (1:36); Aurora, NINCO (1:32) e tanto a Revell como a AMT/Monogram e Tamya (em kits para montar) tem o modelo em seus catálogos. 

REFERÊNCIAS


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