quarta-feira, 6 de setembro de 2017

FIAT 500 - Um ícone italiano

Lançado em julho de 1957, como Nuova 500, junto com a motoneta Vespa e a Ferrari, pode ser considerado um dos ícones que estão ligados universalmente à Itália. Derivado do FIAT 500 Topolino (“Ratinho” em italiano), foi pensado para ser um carro pequeno e acessível a todos.
O design é de Dante Giacosa, muito bem adequado para as estreitas ruas de Roma, mede apenas 2,97 m de comprimento, e é impulsionado por um motor de dois cilindros e 479 cc (centímetros cúbicos), refrigerado a ar, o que o levou a receber o título de primeiro carro verdadeiramente urbano, para a crescente população motorizada da Itália do pós-guerra.
Seguindo a formula da Volkswagen, com seu motor traseiro e baixo preço de venda, foi produzido de 1957 a 1975, conquistou um lugar no coração não só dos italianos, mas dos vários países da Europa para onde foi exportado. Seus trunfos eram o baixo custo de manutenção e a economia de combustível.
Os primeiros FIAT 500 eram carros básicos de dois lugares, um meio de transporte econômico, portas com abertura “suicida”, e o motor de 479 cc com 13 cavalos de potência, que o levava a 85 km/h. Infelizmente, o modelo não atendeu às expectativas de vendas, de modo que a Fiat incrementou a potência do motor para 15 cv, e adaptou um assento traseiro para acomodar duas pessoas.
Logo no ano seguinte (1958-1960), surgiu a versão esportiva, com um motor de 499 cc e 21,5 cavalos de potência, vendido na cor branca com faixas vermelhas e teto de metal (até então, o carrinho vinha com um teto de lona retrátil). A versão fez sucesso entre os jovens, aumentando a popularidade do pequenino 500.
A Giardinera com entre eixos aumentado
Outra versão bastante popular era a “Giardiniera”, com entre eixos aumentado em 10 cm e estilo perua, para um maior espaço no banco traseiro, e freios do FIAT 600. O mesmo modelo com as laterais fechadas era a versão “van” conhecida como 500 Furgoncino. Com o sucesso do carrinho, preparadores começaram a trabalhar no motor para conseguir mais potência, e a FIAT assumiu a versão Abarth, vendida pela própria fábrica como uma opção de linha. Outro preparador famoso foi a Giannini, dos irmãos Attilio e Domenico Giannini, de Roma.
Com o passar dos anos, o teto de lona corrediço passou a ser um teto “solar”, trazendo mais conforto aos ocupantes, e as portas com abertura suicida passaram a ter dobradiças dianteiras a partir do modelo 1965; o que levou a reclamações gerais por parte do público masculino, que perderam a chance de ver as pernas das mulheres quando elas desciam do carro. Em 1968, o pequeno 500 já atingia 120 km/h de velocidade máxima; e aparece o FIAT 500 L ou Lusso (Luxo em italiano). Este tinha para-choques tubulares, painel com desenho renovado, acabamento estofado nas laterais das portas, maçanetas realocadas com porta-objetos e o volante revestido em preto e raios cromados. Trazia também assentos reclináveis e carpetes no piso, e pela primeira vez, o logotipo traseiro vinha com as letras FIAT em maiúsculas.
O modelo 500 Lusso
Os últimos 500 no período de 1972 a 1975 tiveram um retorno à filosofia original do carro, simplificando o acabamento; e do ponto de vista mecânico, o modelo R (Rinnovata) trazia o motor com 594 cc do FIAT 126 (que iria substituí-lo) e uma caixa de câmbio melhorada com todas as marchas sincronizadas
Apesar do final da produção, as estradas italianas estão cheias de um grande número desses pequenos 500; e não é difícil encontrar um deles muito bem conservado, e por conta do interesse e carisma do FIAT 500, os preços foram subindo, à medida que o tempo passa: alguns exemplares alcançam até 3.000 euros na cotação do mercado. Um dono de oficina que restaura automóveis, tem quatro deles na garagem, e pagou 2.600 euros por uma carcaça sem motor de um modelo 1957, com a ferrugem incluída gratuitamente.
Percebendo o apego emocional que as pessoas tem pelo carro, e na onda do Retro/Vintage Style, a FIAT repaginou o 500 em 2007, preservando os elementos do design característico, mas com toda a tecnologia moderna para o consumidor de hoje. O Cinquecento provou ser um best-seller; embora maior e mais caro do que seu antecessor, evoca todo o carisma que tornou o 500 um ícone dos anos 1960, reeditado 60 anos depois.

FIAT 500 ABARTH
Karl Albert Abarth era designer automobilístico; nascido em Viena, Áustria, mas depois naturalizado cidadão italiano, mudando para a Itália em 1934, e o nome para Carlo Abarth. Fundou a Abarth & C. com o piloto da Cisitalia Guido Scagliarini em Bologna, no ano de 1949, e o logo do escorpião se deve ao fato de ser o seu signo do horóscopo; e logo a empresa se mudou para Turim.
Preparou carros de diversas marcas, mas os FIAT eram os mais destacados, pelo desempenho que obtinham nas corridas. Abarth pegou o 600 lançado em 1955, aumentou o motor para 750 cc com o dobro da potência de fábrica, com a carroceria de alumínio adaptada por Zagato; foi o primeiro de uma parceria que levou a FIAT a adquirir sua empresa em 1971.
Em 1957, Abarth pegou o recém-lançado 500, com tímidos 13 hp, aumentou o motor para 595 cc, 27 hp, comandos mais bravos e maior taxa de compressão, com pistões especiais, carburador duplo Solex C28 PJB, cabeçote, dutos de admissão e filtros de ar modificados, cárter especial, escapamento duplo; foi o bastante para transformar o pequeno 500 num feroz adversário para carros com motores bem maiores e mais potentes.
Em outubro de 1958, um 500 equipado com um kit aerodinâmico especialmente preparado por Pininfarina, bateu 28 recordes de velocidade, pilotado por Giancarlo Baghetti, Mario Poltronieri e Corrado Manfredini. Um deles foi de 7 dias sem parar, na média de 111 km/h.
Em 1963, foi apresentado o 595, que foi produzido até 1971 em duas séries: a primeira, de 1963 a 65, era feita sobre a versão 500D, e a segunda, de 1965 a 71, era com base na 500F. A Abarth recebia da FIAT os carros incompletos, e instalava novo painel de instrumentos, com velocímetro, conta-giros, odometro, marcador de combustível e temperatura do óleo, volante especial, o motor de 595 cc alterado como no carro de 1957, além de modificações no capô do motor traseiro, para melhor captar o ar para refrigeração, para maior eficiência. Uma vez montado, o 595 Abarth era vendido nas mesmas concessionárias da FIAT.
Em fevereiro de 1964, foi apresentado o 595 SS que atingia a velocidade de 130 km/h, e a versão com motor de 695 (normal e SS) atingiam 140 e 150 km/h respectivamente. Em setembro de 1965, foi introduzido o 695 SS Assetto Corsa, e em 1969, atualizado para 695 SS Competizione.
Os motores eram sempre de dois cilindros, refrigerados a ar, duas válvulas por cilindro, acoplado a uma caixa de quatro velocidades manual e tração traseira. As suspensões eram independentes na dianteira e traseira. Media entre 2,95 e 3,0 m; largura entre 1,35 e 1,40 m e altura entre 1,25 e 1,35 m dependendo da versão e preparação esportiva.

PEQUIM-PARIS REEDITADA
A Corrida Pequim-Paris foi realizada em 1907, saindo de Pequim (hoje Beijing), na China, até Paris, na França; numa distância de 9,317 milhas ou 14.994 km. O Desafio foi organizado pelo jornal francês Le Matin, e os carros partiram de Pequim em 10 de junho de 1907. Os vencedores foram o Príncipe Scipione Borghese e Ettore Guizzardi, que chegaram em Paris no dia 10 de agosto de 1907, pilotando um Itala com motor de 7 litros.
A corrida foi reeditada nos anos de 1990 e 1997, mas na edição de 2005, um FIAT 500 de 1973 saiu de Bari, na Itália, em 18 de abril de 2005 em direção a Beijing, distante 16.000 km, fazendo uma rota similar à corrida original. Os pilotos eram Danilo Elia e Fabrizio Bonserio, acompanhados no trajeto por jornais e emissoras de TV de diversos países. Elia escreveu o livro La Bizarra Impresa, narrando a aventura, que também saiu publicada na National Geographic Deutschland, da Alemanha.
Em 15 de maio de 2005, cinco carros liderados por Lang Kidby deixaram Beijing, seguindo a mesma rota de 1907, com carros similares aos originais; um Spyker 1907, um De Dion-Bouton 1907 e outro 1912, um Itala 1907, e uma réplica do Contal Cycle-car. A corrida foi televisionada pela Australian Broadcasting Corporation num documentário em quatro partes intitulado “De Pequim a Paris”. A apresentação foi de Warren Brown, um dos dois pilotos do Itala, e um cartunista do jornal de Sidney, Daily Telegraph. O grupo dirigindo para oeste, encontrou com o FIAT 500 que ia para o leste, em algum lugar perto de Krasnojarsk, na Russia.

EM ESCALA
O modelo do FIAT 500 em miniatura da Burago na escala 1:1
Diversos fabricantes produzem o FIAT 500, entre eles a Bburago italiana, que reproduz o FIAT 500 da Corrida Pequim-Paris de 2005 na escala 1:16.
Burago e Road Signature em 1:18
Outras companhias tem o modelo em diversas escalas, como a própria Bburago em 1:18, 1:24 e 1:43, Solido, Road Signature em 1:18, Mondo Motors em 1:24 e 1:43, Motormax, Kinsmart em 1:24, Vitesse, BRUMM, Spark, EBBRO, e outras em 1:43, além de outras séries em escalas não tão comuns, como 1:32, 1:38, 1:55.
O 500 da Hot Wheels e o da Coleção de Michael Schumacher da Minichamps
Na escala 1:64, a Hot Wheels lançou um FIAT 500 modificado na Série Car Culture/Air Cooled com rodas maiores e decoração especial, bastante valorizada pelos colecionadores; e Minichamps lançou várias miniaturas (1:64) numa série de Michael Schumacher, principalmente os Formula Um, mas havia uma Fiat 500 com teto retrátil entre os carros dentro deste tema,

REFERÊNCIAS:

FIAT 500 2007

FIAT 500 ABARTH








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