Lançado em julho de 1957,
como Nuova 500, junto com a motoneta Vespa e a Ferrari, pode ser considerado um
dos ícones que estão ligados universalmente à Itália. Derivado do FIAT 500
Topolino (“Ratinho” em italiano), foi pensado para ser um carro pequeno e
acessível a todos.
O design é de Dante
Giacosa, muito bem adequado para as estreitas ruas de Roma, mede apenas 2,97 m
de comprimento, e é impulsionado por um motor de dois cilindros e 479 cc
(centímetros cúbicos), refrigerado a ar, o que o levou a receber o título de
primeiro carro verdadeiramente urbano, para a crescente população motorizada da
Itália do pós-guerra.
Seguindo a formula
da Volkswagen, com seu motor traseiro e baixo preço de venda, foi produzido de
1957 a 1975, conquistou um lugar no coração não só dos italianos, mas dos
vários países da Europa para onde foi exportado. Seus trunfos eram o baixo
custo de manutenção e a economia de combustível.
Os primeiros FIAT
500 eram carros básicos de dois lugares, um meio de transporte econômico, portas
com abertura “suicida”, e o motor de 479 cc com 13 cavalos de potência, que o
levava a 85 km/h. Infelizmente, o modelo não atendeu às expectativas de vendas,
de modo que a Fiat incrementou a potência do motor para 15 cv, e adaptou um
assento traseiro para acomodar duas pessoas.
A Giardinera com entre eixos aumentado |
Com o passar dos
anos, o teto de lona corrediço passou a ser um teto “solar”, trazendo mais
conforto aos ocupantes, e as portas com abertura suicida passaram a ter
dobradiças dianteiras a partir do modelo 1965; o que levou a reclamações gerais
por parte do público masculino, que perderam a chance de ver as pernas das
mulheres quando elas desciam do carro. Em 1968, o pequeno 500 já atingia 120
km/h de velocidade máxima; e aparece o FIAT 500 L ou Lusso (Luxo em italiano).
Este tinha para-choques tubulares, painel com desenho renovado, acabamento
estofado nas laterais das portas, maçanetas realocadas com porta-objetos e o
volante revestido em preto e raios cromados. Trazia também assentos reclináveis
e carpetes no piso, e pela primeira vez, o logotipo traseiro vinha com as
letras FIAT em maiúsculas.
O modelo 500 Lusso |
Apesar do final da
produção, as estradas italianas estão cheias de um grande número desses
pequenos 500; e não é difícil encontrar um deles muito bem conservado, e por
conta do interesse e carisma do FIAT 500, os preços foram subindo, à medida que
o tempo passa: alguns exemplares alcançam até 3.000 euros na cotação do
mercado. Um dono de oficina que restaura automóveis, tem quatro deles na
garagem, e pagou 2.600 euros por uma carcaça sem motor de um modelo 1957, com a
ferrugem incluída gratuitamente.
Percebendo o apego
emocional que as pessoas tem pelo carro, e na onda do Retro/Vintage Style, a
FIAT repaginou o 500 em 2007, preservando os elementos do design
característico, mas com toda a tecnologia moderna para o consumidor de hoje. O
Cinquecento provou ser um best-seller; embora maior e mais caro do que seu
antecessor, evoca todo o carisma que tornou o 500 um ícone dos anos 1960,
reeditado 60 anos depois.
FIAT 500 ABARTH
Preparou carros de
diversas marcas, mas os FIAT eram os mais destacados, pelo desempenho que
obtinham nas corridas. Abarth pegou o 600 lançado em 1955, aumentou o motor
para 750 cc com o dobro da potência de fábrica, com a carroceria de alumínio adaptada
por Zagato; foi o primeiro de uma parceria que levou a FIAT a adquirir sua
empresa em 1971.
Em 1957, Abarth
pegou o recém-lançado 500, com tímidos 13 hp, aumentou o motor para 595 cc, 27
hp, comandos mais bravos e maior taxa de compressão, com pistões especiais, carburador
duplo Solex C28 PJB, cabeçote, dutos de admissão e filtros de ar modificados, cárter
especial, escapamento duplo; foi o bastante para transformar o pequeno 500 num
feroz adversário para carros com motores bem maiores e mais potentes.
Em outubro de 1958,
um 500 equipado com um kit aerodinâmico especialmente preparado por
Pininfarina, bateu 28 recordes de velocidade, pilotado por Giancarlo Baghetti, Mario
Poltronieri e Corrado Manfredini. Um deles foi de 7 dias sem parar, na média de
111 km/h.
Em 1963, foi
apresentado o 595, que foi produzido até 1971 em duas séries: a primeira, de
1963 a 65, era feita sobre a versão 500D, e a segunda, de 1965 a 71, era com
base na 500F. A Abarth recebia da FIAT os carros incompletos, e instalava novo
painel de instrumentos, com velocímetro, conta-giros, odometro, marcador de
combustível e temperatura do óleo, volante especial, o motor de 595 cc alterado
como no carro de 1957, além de modificações no capô do motor traseiro, para
melhor captar o ar para refrigeração, para maior eficiência. Uma vez montado, o
595 Abarth era vendido nas mesmas concessionárias da FIAT.
Em fevereiro de
1964, foi apresentado o 595 SS que atingia a velocidade de 130 km/h, e a versão
com motor de 695 (normal e SS) atingiam 140 e 150 km/h respectivamente. Em
setembro de 1965, foi introduzido o 695 SS Assetto Corsa, e em 1969, atualizado
para 695 SS Competizione.
Os motores eram
sempre de dois cilindros, refrigerados a ar, duas válvulas por cilindro,
acoplado a uma caixa de quatro velocidades manual e tração traseira. As
suspensões eram independentes na dianteira e traseira. Media entre 2,95 e 3,0
m; largura entre 1,35 e 1,40 m e altura entre 1,25 e 1,35 m dependendo da
versão e preparação esportiva.
PEQUIM-PARIS REEDITADA
A corrida foi
reeditada nos anos de 1990 e 1997, mas na edição de 2005, um FIAT 500 de 1973
saiu de Bari, na Itália, em 18 de abril de 2005 em direção a Beijing, distante
16.000 km, fazendo uma rota similar à corrida original. Os pilotos eram Danilo
Elia e Fabrizio Bonserio, acompanhados no trajeto por jornais e emissoras de TV
de diversos países. Elia escreveu o livro La Bizarra Impresa, narrando a
aventura, que também saiu publicada na National Geographic Deutschland, da
Alemanha.
Em 15 de maio de
2005, cinco carros liderados por Lang Kidby deixaram Beijing, seguindo a mesma
rota de 1907, com carros similares aos originais; um Spyker 1907, um De
Dion-Bouton 1907 e outro 1912, um Itala 1907, e uma réplica do Contal
Cycle-car. A corrida foi televisionada pela Australian Broadcasting Corporation
num documentário em quatro partes intitulado “De Pequim a Paris”. A
apresentação foi de Warren Brown, um dos dois pilotos do Itala, e um cartunista
do jornal de Sidney, Daily Telegraph. O grupo dirigindo para oeste, encontrou
com o FIAT 500 que ia para o leste, em algum lugar perto de Krasnojarsk, na
Russia.
EM ESCALA
O modelo do FIAT 500 em miniatura da Burago na escala 1:1 |
Burago e Road Signature em 1:18 |
O 500 da Hot Wheels e o da Coleção de Michael Schumacher da Minichamps |
REFERÊNCIAS:
FIAT 500 2007
FIAT 500 ABARTH
Nenhum comentário:
Postar um comentário