segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Volkswagen SP2


O Volkswagen SP2 é um carro esporte desenvolvido pela Volkswagen do Brasil, para o mercado interno, de 1972 a 1976. O nome é uma homenagem a São Paulo, onde a VW tem a sua fábrica. Em 1º de março de 1968, Rudolf Wilhelm Karl Leiding (O presidente da VW local e que mais tarde se tornou o CEO da VW Mundial) assumiu a gestão da Volkswagen do Brasil, em São Bernardo do Campo, as importações de carros estavam proibidas na época, e a VW não tinha nenhum modelo esportivo, pois o Karmann-Ghia saíra de linha e sua reestilização TC não foi o sucesso esperado. Em 1970, Leiding lançou o “Projeto X”, liderado pelo engenheiro Paulo Ivanyil, e posteriormente por Wilhelm Schmiemann; em que Marcio Lima Piancastelli e José Vicente Novita Martins eram os designers para fazer um carro digno da herança dos Karmann-Ghia; Jorge Yamashita Oba e Antonio Carlos Martins também participaram da equipe que criou o SP2. A sigla SP associava imediatamente à cidade de São Paulo, mas outras fontes atribuem a sigla à expressão “Special Project”, ou ainda a “Sport Prototype”.

O motor "plano" da VW

Baseado na arquitetura do Typ 3, com 2400 mm de entre eixos e motor plano - na verdade, a caixa de ar era afixada diretamente no eixo do virabrequim, para rebaixar a altura do motor; o radiador de óleo, a bobina de ignição também foram reposicionados também com o mesmo objetivo. As diretrizes eram fazer um cupê de capô longo e posição do piloto recuada, apenas dois lugares e altura reduzida, como convém a um esportivo. Um estudo foi apresentado em 24 de março de 1971, na Feira Industrial da Alemanha, realizado no Pavilhão da Bienal no Parque do Ibirapuera.


Apenas em 1972, no Salão do Automóvel de São Paulo, o SP2 foi lançado, seguindo o visual frontal das TL e Variant, sem grade, com dois filetes ao lado do logo VW centralizado na dianteira, com quatro faróis. Na verdade, havia o SP1, equipado com motor 1,6 litro com 65 cv a 4600 rpm e 12 kgfm de torque a 3000 rpm, permitindo ao SP1 atingir 150 km/h. Não tendo o desempenho esperado para um esportivo, após 88 unidades produzidas, o SP1 saiu de cena ainda em 1972, poucos meses depois do lançamento.

O interior era caprichado

Já o SP2 vinha com um motor boxer quatro cilindros ampliado de 1584 cc para 1678 cc, carburado com dois Solex 34 PDSIT, gerando 75 cv a 5000 rpm e 13,2 kgfm de torque a 3400 rpm. O manual do proprietário recomendava o uso de gasolina Azul, na época a de maior octanagem, que reduzia as “batidas de pino” (pré-detonação). O carro fazia de 0 a 100 km/h em 13 segundos e tinha máxima de 161 km/h, com um consumo médio de 10,5 km /l de gasolina.

O SP2 tinha freios a disco na dianteira, amortecedores recalibrados e barras de torção mais firmes na suspensão. Com 4,21 m de comprimento, 1,61 m de largura e 1,158 m de altura, mesmo com a carroçaria feita em aço, pesava 890 kg. O pequeno porta-malas dianteiro tinha 140 litros, e devido ao motor plano, havia um espaço com 205 litros atrás dos bancos e sobre o motor.

Em 1976, o SP2 deixava de ser produzido, somando 10.205 unidades, sendo 670 exportadas, sendo 155 para a Nigéria. O alto preço, pela baixa economia de escala, junto com o fraco desempenho mesmo com o motor 1700 cc foram as causas para o fim deste belo carro.

Um exemplar de 1973, repintado pela VW do Azul Astral Metálico para Lotus White pode ser visto na coleção do Volkswagen AutoMuseum Foundation em Wolfsburg, Alemanha.

Da minha coleção




O SP2 na cor laranja, foi o primeiro carro brasileiro a ser reproduzido pela Hot Wheels, na estratégia da Mattel de conquistar mercados além do americano e europeu, os carros japoneses sempre em alta e agora os brasileiros também aparecem, mas com poucos modelos na linha.

O casting é muito bem feito, melhor do que muitos outros cujo detalhamento deixa a desejar, parecendo que saíram de uma forma de carrinhos de plástico. Os recortes dos capôs dianteiro e traseiro, assim como das portas são caprichados e as ranhuras das entradas de ar na base do para-brisa e atrás das janelas laterais, assim como as que ficam abaixo do para-choque traseiro estão bem fiéis ao original. A base é de plástico, mas vem na cor preta, dando mais realismo à miniatura, e o interior é o padrão, com os assentos e o volante bem simples.

O volante e alavanca de câmbio

Escapamento de tubo

A mini foi customizada com rodas da AC Custon, cujos pneus trazem o logo “Goodyear” e “Eagle”; pintei as lanternas traseiras de vermelho, os faróis dianteiros, os filetes da “grade” que não existe, o para-choque em preto, coloquei um volante e alavanca de câmbio, e troquei os vidros por outros escurecidos. Coloquei também uma ponteira no escape.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/Volkswagen_SP2

https://en.wikipedia.org/wiki/Volkswagen_SP2

https://www.noticiasautomotivas.com.br/vw-sp2/

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