A Nissan era um fabricante relativamente pequeno no mercado automobilístico japonês, e quando os carros japoneses começaram a ser exportados para o mundo, especialmente para os Estados Unidos, a direção da empresa decidiu que necessitavam de um modelo esportivo, que servisse de vitrine para a marca. Em 1964, numa parceria com a Yamaha, começaram a desenvolver o protótipo de um esportivo de dois lugares, mas concluíram que o motor DOHC 2,0 litros que a Yamaha havia projetado não atendia às expectativas do projeto e cancelaram o acordo. A Yamaha então, finalizou o protótipo e o apresentou à Toyota, resultando no hoje famoso Toyota 2000GT.
A Nissan, assumiu o projeto inicial feito pela Yamaha
e levou mais um tempo para finalizar o esportivo que tanto desejavam, e
lançaram o Fairlady Z em outubro de 1969. Os Fairlady até então eram Roadsters,
de 1,6 a 2,0 litros, produzidos desde 1959, copiando o estilo consagrado dos roadster
ingleses, como os Triumph e MG.
O Fairlady Z (para os mercados externos era denominado
Datsun 240Z) era um coupé dois lugares, com motor 2,0 litros, seis cilindros em
linha, código L20A, produzindo 130 hp para o mercado japonês, enquanto o Datsun
240Z vinha com o motor com 2,4 litros e equipado com dois carburadores Hitachi
SU-Type, produzindo 151 hp. Um terceiro modelo, o Z432 era equipado com o motor
2,0 litros DOHC de seis cilindros em linha compartilhado com o Nissan 2000 GT-R
(432 era o código para 4 válvulas, 3 carburadores e 2 comandos de válvulas).
Datsun 240Z 1969, lançado nos EUA
O Datsun 240Z foi lançado nos Estados Unidos em 22 de
outubro de 1969, vendendo mais de 45.000 unidades em 1971, mais de 50.000 em
1972, e mais de 40.000 em 1973.
Em 1974, o carro recebeu o motor de 2,6 litros,
ganhando a denominação de Datsun 260Z, e acrescentou mais 30cm na medida entre
eixos, tornando o coupé um modelo 2+2.
Motor agora gerava 154 hp, e exceto em algumas áreas dos EUA, era
declarado com 139 hp, devido à exigência de informar a potência líquida SAE, e
às alterações com novo comando, carburadores, e uma taxa de compressão mais
baixa, para atender às novas exigências de emissões do governo americano.
Datsun 260Z, coupé 2+2, 1974 Datsun 280Z, 1976
Logo mais em 1975, o 280Z foi apresentado para
comercialização apenas nos Estados Unidos, com o motor ampliado para 2,8
litros, agora equipado com uma injeção de combustível BOSCH, aposentando os
carburadores SU. A potência subiu para 170 hp (SAE Bruta), e com as novas
normas de segurança, os para-choques aumentaram de tamanho, e um acabamento
mais luxuoso também contribuiu para subir o peso. Outros mercados continuaram
com o 260Z, até o 280ZX ser disponibilizado em 1978.
Datsun 280ZX Turbo, T-Top, 1981
A segunda geração do Datsun/Nissan 280ZX para os
mercados externos chegou em 1978, e substituiu definitivamente o Fairlady 2,0
litros ainda presente no mercado japonês. Neste mesmo ano, a Toyota lançou o
Supra, para combater o Fairlady, apesar de ainda manter o Celica no mercado
como reforço no segmento dos esportivos no JDM (Japan Domestic Market).
Neste ano, o 280Zx manteve o motor seis cilindros em
linha de 2,8 litros L28, acoplado a uma transmissão de cinco velocidades
manual, e o restante era uma nova plataforma, com um acabamento mais luxuoso, conforme
a demanda do mercado. O carro vinha com T-Tops, e em 1981 chegou o 2,8 litros turbo-charger
gerando 180 bhp e 203 lb-ft de torque, complementando os aspirados NA (2
lugares e 2+2 lugares) que tinham 135 hp e 144 lb-ft de torque.
O Datsun/Nissan 280 ZX se tornou bastante popular nos Estados Unidos, eleito pela revista Motor Trend como Carro Importado do ano em 1979, e levando as vendas para o recorde de 86.007 unidades no seu primeiro ano de vendas.
O Datsun 280ZX de Paul Newman O 280ZX de Newman, na pista de road America
Paul Newman, famoso ator amante do automobilismo, disputou diversas provas nos EUA e até as 24 Hortas de Le Mans, em 1979, com um Porsche 935, chegando em segundo lugar na geral e vencendo na sua classe. Correndo no SCCA (Sports Car Club of America) nos anos 1970 e 1980, Newman pilotava os Datsun pela Bob Sharp Racing Team, na Trans-Am Series. Ele até fez comerciais para a Nissan no Japão, ganhando a homenagem de nomear uma edição especial do Nissan Skyline, durante os anos 1980. Newman competiu com o 280ZX, e o 300ZX, vencendo quatro campeonatos da categoria.
Nissan 300ZX Nissan 300ZX Turbo, 1989
A terceira geração foi renomeada, seguindo a escalada dos motores, 300ZX, abandonando o nome Datsun e consolidando o Nissan. Completamente redesenhada em 1984, veio com os novos motores V6 de 3,0 litros, de código VG. Com a versão GTP ZX-Turbo, a Nissan dominou as corridas da IMSA GTP nas temporadas de 1988 e 1989.
Para o mercado normal, o 300ZX era equipado com os
motores VG30E aspirado e o VG30ET com turbo, que produziam 160 e 200 hp
respectivamente. Alguns modelos exportados para outros países que não os
Estados Unidos tinham o VG30ET com 228 hp, devido ao comando mais bravo, e
menos restrições de emissões. Seu estilo em forma de cunha ficou bem elegante,
o acabamento ficou mais luxuoso, e o alto desempenho fizeram os consumidores
reagiram bem, e o 300ZX foi o segundo modelo mais vendido da série, com mais de
70.000 unidades vendidas. No Japão, o 300ZX era o carro de rua mais potente do
mercado na época.
Nos anos seguintes, o 300Zx recebeu diversas
alterações como paralamas mais largos, apliques aerodinâmicos de carroçaria,
frente e traseira redesenhadas em 1987, e um novo câmbio manual, acompanhado de
freios maiores e mais eficientes, além do diferencial de deslizamento limitado.
Em 1988, o turbo Garret T3 foi substituído por um de baixa inércia T25, e a
motor teve a taxa de compressão aumentada de 7,8:1 para 8,3:1, visando reduzir o
efeito turbolag em todas as rotações. Para 1989 o 300Zx não recebeu maiores
modificações, visto que o modelo do ano seguinte seria totalmente redesenhado,
para a quarta geração da Série Z e segunda geração do 300ZX.
A Nissan utilizou o supercomputador Cray-II para
projetar no CAD a nova geração (1990) do 300ZX, um dos primeiros carros de
produção a ser desenvolvido em um programa CAD. Entre as tecnologias aplicadas
no modelo Turbo, era a direção nas quatro rodas denominado Super HICAS (High Capacity
Actively Controlled Steering – Direção ativamente controlada de alta
capacidade). Por este sistema CAD, o motor, os turbos, intercoolers e todo o
encanamento de admissão e escapamento necessário
pode ser acomodado no compartimento do motor, com tudo se encaixando
perfeitamente.
Nissan 300ZX Bi-Turbo, 1991 Nissan 300ZX Bi-Turbo, 1991, visão do motor
Mantendo o motor V6 de 3,0 litros, mas agora DOHC
(Double Over Head Camshaft – duplo comando de válvulas no cabeçote), com
aberturas variáveis (VVT – Variable Valve Timing), produzia 222 hp e 198 lb-ft
de torque na versão aspirada. Já o motor turbo recebeu dois turbocompressores
Garret, com dois intercoolers, produzindo 300 hp com 283 lb-ft de torque.
Levava o carro de 0-60 mph entre 5 e 6 segundos, com velocidade máxima de 155
mph (249 km/h).
Mais uma vez, a revista Motor Trend concedeu ao 300Zx
o título de “Carro Importado do Ano” em 1990, assim como “Um dos 10 carros de
maior performance”. Já a Automobile Magazine considerou o 300Zx/300ZX Turbo
como “Design do Ano”, adicionando o modelo na lista “All Stars”. A revista Road
& Track nomeou o 300ZX Turbo como “Um dos dez melhores carros do mundo”, e
a Car and Driver incluiu o 300ZX por sete anos como um dos “Dez melhores carros
em produção na América”; assim a Série Z atingia em 1990 um milhão de unidades
vendidas.
As versões disponíveis eram o coupé normal de dois
lugares, outro coupe 2+2, com o T-Top como padrão, embora poucas unidades
saíram com o teto inteiriço (conhecido por “Slick Tops”) e em 1993 surgiu a
versão conversível, visto que muitas oficinas faziam esta adaptação nos 300ZX.
A década de 1990 viu o avanço dos SUV’s, e somado ao câmbio desfavorável em
relação ao dólar, influenciaram decisivamente para o fim do 300ZX no mercado
americano, mesmo com vendas no patamar de mais de 80.000 unidades em 1997,
deixou de ser comercializado nos Estados Unidos. O modelo teve uma sobrevida em
outros países e no Japão durou mais alguns anos, recebendo facelift no painel
frontal, lanternas traseiras, faróis, e acessórios, como o spoiler traseiro.
Depois de um hiato entre 1997 e 2002, em que a Nissan
focava mais nos SUV’s e passava por alguns problemas financeiros, e em 1999 a
Renault francesa adquiriu 44,4% do capital da Nissan, e Carlos Ghosn, nomeado
CEO, declarou: “Nós construiremos o Z. E o faremos lucrativo.”
Nissan 240Z Concept, 1999.
Nesse mesmo ano de 1999, a Nissan apresentava no North
American International Auto Show o Nissan 240Z Concept, com estilo inspirado no
240Z original, trazia um motor de quatro cilindros de 2,4 litros KA24DE com 200
hp e 180 lb-ft de torque. Parece que ele não foi muito bem recebido pelo
público, pois em 8 de janeiro de 2001 a Nissan apresentava no mesmo evento um
novo conceito, resultado de uma competição interna entre os estúdios do Japão,
Europa e vencida pelo La Jolla, dos Estados Unidos; e já no verão de 2002 o
Nissan 350Z era lançado com grande sucesso, com preço em torno de US$ 30.000,
competindo com o Porsche Boxster.
Nissan 350Z
Equipado com o V6 de 3,5 litros VQ35DE DOHC
compartilhado com diversos modelos da Nissan, inclusive o Skyline e o
Pathfinder. Produzia 287 hp e 274 lb-ft de torque, mas em 2005 a potência subiu
para 300 hp e 260 lb-ft de torque. O cambio podia ser um manual de seis marchas
ou automático de cinco. Havia apenas a versão hardtop, o conversível foi
apresentado em 2004.
Em 2005 foi lançada uma edição especial comemorativa
dos 35 anos da Serie Z, somente com transmissão manual e motor revisado, mas
com a mesma potência de 300 hp.
Os modelos de 2007-2008 receberam o V6 de 3,5 litros
VQ35HR com duas válvulas na admissão e limite de 7.500 rpm e 306 hp, com uma
curva de torque mais plana e melhor para as rotações mais baixas. Os fãs do
350Z apreciam muito os modelos de 2007-08, especialmente devido à transmissão
revisada (CD009) e à nova arquitetura do motor (VC35HR) que o tornava muito
rápido. A versão “Track” teve o nome trocado por “NISMO” (Nissan Motorsports),
que vinha com freios Brembo com quatro pistões na frente e dois atrás, rodas da
Rays Engineering, com 18 polegadas na frente e 19 atrás, spoilers frontais e
traseiros, complementando o visual com um difusor na saia inferior traseira.
Nissan 350Z Convertible, 2009
A sexta geração da Série Z, agora denominada 370Z, foi
apresentada como ano-modelo 2009, atualizando também a versão “NISMO”, e incluindo
o 370Z Roadster no verão de 2009. O motor foi atualizado para o VQ37VHR, um V6
com 3,7 litros, que produzia 328 a 250 hp, com pico de torque de 268 a 275 lb-ft,
dependendo dos mercados para onde era exportado. Oficialmente, fazia de 0-60
mph em 5,1 segundos, mas no teste feito pela Motor Trend, o carro marcou 4,7
segundos de 0-60 mph; o quarto de milha era feito de 13,1 a 13,6 segundos,
tornando o 370Z agora o mais rápido da Série Z. O câmbio tinha seis marchas
manuais ou sete no automático com borboletas no volante. Um detalhe
interessante no cambio manual era o recurso denominado SynchroRev Match, que
acelerava automaticamente o motor para alinhar a rotação com o câmbio nas
reduções de marcha, obtendo assim o mesmo efeito da técnica de “punta-tacco”, recurso
que os pilotos utilizavam para não perder rotação nas freadas e desacelerações
de curvas, de modo a ter o motor “cheio” na saída da curva e conseguir mais
velocidade.
Nissan Fairlady Z, Concept, 2021
A sétima geração da Série Z foi confirmada que estava
em desenvolvimento por Alfonso Albaisa, vice-presidente sênior de design global
da Nissan, à revista australiana WhichCar. Essa declaração foi reforçada em 19
de março de 2020, quando a Nissan apresentou seu novo logotipo corporativo, e
uma imagem do novo logo da Série Z, e ainda mais quando foi postado um vídeo no
canal oficial da Nissan no YouTube, com um minuto e doze segundos apresentando
sua nova linha de automóveis, como parte do plano de reestruturação global
denominado “Nissan Next”. As imagens mostravam o novo Z com um estilo retrô,
com estilo inspirado no 240Z original, com faróis redondos. Em 15 de setembro
de 2020 a Nissan revelou o protótipo “Nissan Z Proto”, e sua versão de produção
foi revelada em 17 de agosto de 2021, em Nova York, como ano-modelo 2023; e
será o primeiro carro da Série sem a referência do motor, grafado apenas como
Nissan Z.
Da minha coleção
Nissan Fairlady Z, Hot Wheels da Série Car Culture: Japan Historics 2
Na coleção, constam somente na escala 1:64, o Datsun
240Z é trabalho do Jun Imai (veja sobre ele no link do meu blog a matéria “De
carrinhos a modelos em escala”), designer da Mattel que praticamente introduziu
os carros japoneses na linha da Hot Wheels. O Datsun 240Z amarelo é da Série
Car Culture: Japan Historics 2; um Real Riders com rodas especiais e pneus de
borracha, um casting com para lamas alargados, para choque dianteiro
personalizado, spoiler traseiro; mas com boa proporção. Os decalques são de
preparadores e as lanternas traseiras são minimamente acabadas.
Nissan Fairlady Z, do Nissan Collector Set, 2020
O branco e vermelho veio no Nissan Collector Set, de
2020, uma caixa com um caminhão “flat bed” Aero Lift, um Datsun 510 Wagon (que
reproduz o carro real do Jun Imai), o Nissan Laurel 2000 SGX, e este Nissan
Fairlady Z, o mesmo casting do amarelo.
Nissan 300ZX Twin Turbo
Não tenho os 260Z nem o 280Z, mas tem o Nissan 300ZX
branco, destaque apenas para as lanternas traseiras com a placa “300ZX”. As
rodas ainda são Mainline, mas um pouco de cuidado no visual a mini deve ficar
mais atraente na coleção.
Nissan 370Z, Hot Wheels, Mainline. |
Os próximos são os Nissan 370Z, todos Hot Wheels, trabalho de Alec Tam, lançado em 2010. Mesmo casting, apenas com cores diferentes. O amarelo é de 2010, do lançamento; assim como o azul, uma variação de cor. O Branco é de 2011, mesmo casting, cor diferente para o Mainline do ano.
Nissan Fairlady 370Z NISMO, da Polícia Japonesa, TOMICA 1:57 |
O Fairlady 370Z da Polícia japonesa é da TOMICA, na escala 1:57, abre as portas e traz a decoração dos carros de polícia do Japão, branco com detalhes em preto, grafismo lateral identificando POLICE e em caracteres japoneses, Giroflex no teto, faróis prateados sem muitos detalhes e lanternas traseiras pintadas; capricho nos emblemas “Fairlady Z”, “Nissan” e “NISMO” na tampa traseira, bem pequenos, mas bem-feitos. O modelo é da linha comum da TOMICA, mas tem até suspensão nas rodinhas, que são de plástico, com um filete cromado no aro.
Referências:
https://hotwheels.fandom.com/wiki/Nissan_Fairlady_Z
https://en.wikipedia.org/wiki/Nissan_Z-car
https://leotogashi.blogspot.com/2021/06/de-carrinhos-modelos-em-escala.html
https://en.wikipedia.org/wiki/Nissan_Z-car
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