FAB-1, de Lady Penelope |
O FAB1 é o veículo utilizado pela agente do Resgate Internacional Lady Penelope Creighton-Ward, na Série de TV Thunderbirds, nos anos 1965-66; e apareceu também nos longas-metragens Thunderbirds Are Go (1966) e Thunderbird 6 (1968).
Seu design é baseado num Rolls-Royce modificado por Brains,
responsável pelos veículos do Resgate Internacional, e é dirigido por Aloysius
Parker, mordomo de Lady Penelope. O carro possui diversos armamentos e
dispositivos, como duas metralhadoras montadas na frente e duas na traseira, quatro
lançadores de cabos, emissor de cortina de fumaça para despistar perseguidores,
lançador de óleo na pista, dois canhões a laser, câmera de TV na traseira, blindagem
à prova de balas, os pneus inclusive; e tem cravos que surgem em terrenos de
pouca aderência, é equipado com um hidrofólio para se movimentar na água e
esquis para neve. O motor é uma turbina movida a gás, e o carro alcança mais de
200 mph (320 km/h), em terra e até 50 nós sobre a água.
Gerry Anderson, criador da série, disse sobre o FAB1: “Considerando a personalidade (de Penelope) e o papel que ela desempenhou no Resgate Internacional, só poderia ser um Roll-Royce”. A empresa consentiu no uso da sua marca, e por ocasião do remake “Thumderbirds” no cinema em 2004, o chefe de relações públicas da Rolls-Royce da década de 1960 disse que a empresa “não via nenhum mal no pedido (da APF – AP Films, produtora de Gerry Anderson) e, como a série era voltada para as crianças, pensamos que seria bom para dar-lhes os carros – dar-lhes uma imagem moderna e, nunca se sabe, inspirar uma criança a possuir um, um dia”.
Relata-se que a única contrapartida que solicitaram foi
que todas as referências ao carro nos episódios, usassem o nome completo:
Rolls-Royce, em vez do termo abreviado “Rolls”.
Derek Meddings era o designer responsável pela
construção do FAB1, e ele comenta que sua decisão de colocar seis rodas no
modelo era puramente estética: “Minha desculpa... foi que o motor era tão
grande e potente que precisava de seis rodas na frente, mas não havia nenhuma
razão técnica para isso”.
Vários exemplares foram produzidos para as tomadas,
alguns tão pequenos tendo 15 cm, e outros maiores, para acomodar os marionetes,
com 1,80 ou 2,10 m de comprimento. O último exemplar, feito de madeira
compensada, alumínio e latão cromado, custou aproximadamente £ 2,500 em 1966
(equivalente a £ 53,900 em 2021). Tinha direção funcional, faróis que acendiam,
as portas e capota removíveis, para facilitar a filmagem dos marionetes.
A Rolls-Royce aprovou o projeto e forneceu uma de suas
grades de radiador real, com a figura da Spirit of Ecstasy no topo, para ser
usada nos close-ups do modelo maior, como a foto que fechava os créditos finais
de cada episódio. Observando os armamentos e os dispositivos do FAB1, Robert
Sellers (psicólogo que assessorava a produção de James Bond) e Marcus Hearn
(biógrafo oficial dos Thunderbirds) comparam o carro com o Aston Martin de 007
nos filmes Goldfinger (1964) e Thunderball (1965).
International Rescue
Jeff Tracy
A International Rescue surgiu dos esforços do astronauta
aposentado e homem mais rico do mundo, Jeff Tracy, para evitar desastres que
provocasse a perda de vidas, como os eventos que ceifaram a vida de sua esposa.
Com a ajuda de seus cinco filhos Scott, John, Alan, Virgil, Gordon e Alan, e a
colaboração de Horatio Hackenbacker, que assumiu o codinome de Brains, engenheiro
que é o construtor e responsável por todos os veículos e naves que utilizam
para suas missões, e que tinha Tin-Tin Kyrano com sua assistente. Os nomes dos
filhos de Jeff foram inspirados na tripulação da Mercury 7: Scott Carpenter,
John Glenn, Virgil “Gus” Grisson, Gordon Cooper e Alan Shepard. A equipe conta
ainda com agentes de campo, sendo a principal Lady Penelope Creighton-Ward, e seu
fiel mordomo Aloysius “Nosey” Parker, ambos baseados em Londres. Outros agentes
são Roger Lyon (Londres), Sir Jeremy Hodge (Cientista, financiador e agente em
Londres), Jeremiah Tuttle (USA) e Gallup Din (India/Asia).
As marionetes tinham cerca de 22 polegadas de altura (50cm), portanto, todo o cenário e equipamentos do ambiente eram construídos para esta escala, cerca de 1/3 do tamanho real. Claro que muitas cenas e tomadas eram feitas com miniaturas, especialmente as que envolviam os veículos. O vídeo era gravado em 24 quadros/segundo, para reduzir os efeitos de movimentação truncada, e a iluminação era mais intensa do que o normal para criar um realismo maior nos cenários em miniatura. Os efeitos de exaustão de jatos ou explosões eram semelhantes aos que os japoneses utilizaram nos filmes de monstros, como o Godzilla.
Apesar das marionetes serem movimentadas com cordões, também possuíam componentes eletrônicos para a sincronização dos movimentos da boca e olhos através de solenóides embutidos nas cabeças (daí a proporção maior da cabeça em relação ao corpo). A energia era transmitida pelos fios que movimentavam as marionetes, que eram de tungstênio.
Baseados na Ilha Tracy, localizada no sul do Oceano
Pacífico, a partir daí são acionados os pilotos e veículos mais adequados para
atender às demandas do evento/desastre em andamento.
Thunderbirds
2004 e Thunderbirds Are Go (2013)
Para a filmagem com pessoas reais do filme de 2004, a
produtora Working Title contactou a Rolls Royce para licenciar a marca para o
novo FAB1, mas a empresa (agora de propriedade da BMW), recusou-se a se
envolver no projeto. Consultaram a Ford, que aceitou a oferta e usou a 11ª
geração do Thunderbird (ligação óbvia com o filme) para o redesenho do FAB1. O
chefe de Marketing da Working Title comentou que foi uma “oportunidade de
marketing loucamente perdida” para a Rolls-Royce, mas nesta área de
licenciamentos e merchandising nem tudo que se planeja acontece como pensamos.
O FAB1 de 2004
Os designers da Ford tiveram as restrições de seguir o
espírito do FAB1 original, mas conseguiram realizar um modelo totalmente
funcional para o filme, seguindo o design do Thunderbird renovado que haviam
feito.
O FAB1 de Thunderbirds Are Go, 2013
Para o remake do seriado para TV Thunderbirds Are Go
(2013), o FAB1 recebeu uma atualização no design, mas preservando a identidade
com o anterior de 1965 Roll-Royce, com a grade característica e a estátua no
topo do radiador, mas o logotipo “RR” foi substituído pelas letras “IR” de
International Rescue. O seriado passou para computação gráfica, com o visual
dos personagens lembrando os originais de 1965.
Da minha coleção
O FAB1 do seriado original é na escala 1:87, Hot Wheels, numa ação conjunta com a Bandai,) o modelo faz parte da Série Charawheels, com diversas miniaturas de seriados, quadrinhos e animês japoneses. Ela saiu em 2001, e não mais teve reedições por parte da Mattel, provavelmente por não ter renovação do licenciamento. O detalhamento e acabamento são muito bons, as rodas são proporcionais ao modelo original.
A Série Charawheels, em associação com a Bandai japonesa
Referências:
http://www.sixmania.fr/pt/la-fabuleuse-histoire-de-la-vraie-fab-1-premiere-partie/
https://en.wikipedia.org/wiki/FAB_1
https://hotwheels.fandom.com/wiki/Charawheels
https://hotwheels.fandom.com/wiki/FAB1
Assista ao filme de 2004 no link:
https://www.youtube.com/watch?v=ll0fJVyBczQ
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