domingo, 15 de setembro de 2024

MAD MAX I


Lançado em 1979, mostra um futuro distópico, numa sociedade em colapso por falta de combustível, onde gangues aterrorizam as pequenas cidades, roubando os moradores e gasolina para manter seus carros e motos rodando. A MFP, uma agência policial é responsável para manter a ordem nesse caos, com pouco sucesso.

Mad Max foi dirigido por George Miller, que era um médico que trabalhava na emergência de um hospital em Sydney, Austrália, e estava familiarizado com muitos dos ferimentos e mortes como as mostradas no filme. Ele também acompanhou o crescimento dos acidentes na área rurais de Queensland, e perder três de seus amigos em tais acidentes quando jovens.

Enquanto fazia a Residência no hospital de Sydney, Miller conheceu Byron Kennedy, um cineasta amador em uma escola de cinema no verão de 1971, e juntos fizeram o curta metragem “Violence in the Cinema”, exibido em vários festivais, ganhando muitos prêmios.

Com a ideia de desenvolver o conceito do seu curta, Miller achava que a narrativa tinha de ser básica e simples, como um filme mudo com som, com cenas de ação e movimento como os de Buster Keaton e Harold Lloyd.


Ele sabia que não tinha como fazer um roteiro, então convidou James McCausland, editor de finanças do The Australian, de Melbourne, que conhecera justamente em uma festa de cinéfilos. McCausland levou um ano para fazer o roteiro e recebeu US$ 3,500 pelo trabalho.

Miller só tinha feito o seu curta, e McCausland nunca escrevera um texto para o cinema, e fazia o seu trabalho das 19 até as 24 horas de cada dia, fora do seu trabalho formal. Miller chegava às 6 da manhã e revisava os textos. Ambos foram a incontáveis sessões de cinema, discutindo as estruturas dramáticas, para construir os diálogos e a dinâmica das cenas de ação que Miller queria desenrolar na tela.

Como editor financeiro, McCausland acompanhou de perto a Crise do petróleo a partir de 1973, e nas filas que se formavam nos postos, às vezes geravam violência dos motoristas que queriam gasolina a qualquer custo para manterem sua mobilidade automobilística.

Conseguiram levantar os fundos estimados em US$ 350,000 sem a ajuda dos órgãos governamentais, e Miller, junto com Kennedy, trabalharam três meses atendendo a ligações de emergência, Kennedy dirigindo a ambulância e Miller fazendo os atendimentos.


Mitch Matthews entrou como diretor de casting e ajudou Miller a encontrar atores locais, não muito conhecidos, que podiam desempenhar bem os papéis definidos no roteiro. Muitos dos extras motociclistas da gangue eram de moto clubes australianos, que pilotavam suas próprias motos no filme. Eles tinham de se deslocar de Sydney para os locais de filmagens em Melbourne por si mesmos, pois o orçamento não tinha como pagar o frete para transportar os veículos.


As filmagens estavam programadas para dez semanas: seis no primeiro bloco e quatro para as cenas com dublês e sequencias de perseguição. Mas com quatro dias de gravação, Rosie Bailey, originalmente escalada como esposa de Max, sofreu um acidente de moto e teve de ser substituída por Joanne Samuel, atrasando em duas semanas o primeiro bloco, terminando em dezembro de 1977. O segundo bloco levou mais seis semanas de trabalho, e em maio de 1978 houve mais duas semanas de correções e cenas refeitas de algumas acrobacias.


Eles filmavam nas estradas sem licença das autoridades para bloquear alguns trechos, e não usavam comunicadores walkie-talkies porque sua frequência coincidia com a da polícia. Mas a polícia de Victoria acabou descobrindo as filmagens, e no fim, colaborou para interditar as estradas e escoltar os veículos quando necessário.

A pós-produção do filme foi feita no apartamento de um amigo em North Melbourne, com Miller e Kennedy na sala de estar, usando uma pequena máquina de edição caseira que o pai de Kennedy, um engenheiro, havia construído para eles. Depois, Tony Patterson levou quatro meses editando o filme, e saiu quando foi contratado para outro emprego, em 1979. Assim Miller reassumiu a edição com Cliff Hayes, e Roger Savage, mixando o som, por mais três meses, finalizando o material.

Mad Max foi apresentado na Austrália pela Roadshow Film Distributors (hoje Village Roadshow Pictures), e os direitos de distribuição nos Estados Unidos foram para a American International Pictures (AIP), e a Warner Bros ficou com o restante do mundo.

O filme faturou US$ 100 milhões no circuito mundial, e constou do Guinness como o mais lucrativo até então. Credita-se a Mad Max a abertura do mercado mundial à nova onda de filmes australianos.

Mad Max teve as sequências: Mad Max 2 (1981), Mad Max Beyond the Thunderdome (1985) e Mad Max: Fury Road (2015), além do spin-off intitulado Furiosa: A Mad Max Saga (2024).

OS VEÍCULOS DE MAD MAX

Falcon XB Sedan

Em 1976, os produtores Byron Kennedy e George Miller começaram a pré-produção de Mad Max. Eles tinham um orçamento de US$ 350,000 para o filme, incluindo meros US$ 20,000 para investir nos carros, e cerca de US$ 5,000 para mantê-los rodando durante as filmagens. A estrela do filme era o Pursuit Special, preparado pelas oficinas da Main Force Patrol para perseguir os violadores da estrada.

Foram a um leilão em Frankston, Estado de Victoria, onde três carros foram comprados por menos de US$ 20,000 dois Ford Falcon XB V8 sedans da polícia de Victoria e um Ford Falcon XB GT branco cupê que haviam sido reformados.

Falcon XB Sedan

Os sedans ganharam a pintura amarela dos Interceptors da MFP, um seria pilotado por Max e o outro, Big Boppa, pelos oficiais Roop e Charlie. Ambos eram equipados com motor V8 Cleveland de 302 cid. Outro sedan adquirido era um taxi com motor de seis cilindros, se tornou o March Hare, pilotado pelos oficiais Sarse e Scuttle. O XB GT 1973 branco seria o Pursuit Special de Max, e tinha um motor V8 Cleveland de 351 cid.

Falcon XB GT cupê 2 portas

Murray Smith era o mecânico contratado em 1977 na equipe de filmagens, e uma de suas tarefas era preparar o Interceptor. A escolha inicial era usar Mustangs adaptados, mas Murray considerou que um carro estrangeiro teria dificuldades para encontrar peças de reposição, ainda mais com um orçamento baixo, e os inevitáveis reparos que as tomadas iriam exigir desencorajaram os produtores a usar os Mustangs. Então, os produtores decidiram pelos Ford australianos, para ficar com a mesma marca de carro.

Era uma fase em que a Van mania estava em alta na Australia, e o estilo Monza da dianteira dos Holdens poderia ser adaptado nos Ford Falcons para dar o aspecto que eles queriam. Alguns acessórios, como os spoilers e arcos nos para lamas foram acrescentados para dar um visual mais futurista.

A Frente Concorde no carro customizado

O GT cupê deveria receber uma frente Monza, mas descobriram que Peter Arcadipane, um designer que trabalhava para a Ford, estava fazendo algo parecido no mercado. Inspirado no nariz do Plymouth Superbird das corridas da NASCAR americana, ele havia proposto que a Ford aplicasse um kit de alta performance aerodinâmica para tornar os Falcon mais competitivos, mas o projeto não foi adiante. Esta frente apareceu num show car que ele construiu em segredo, um Falcon adaptado para Panel Van (tipo furgão de entregas), com a frente que ele havia idealizado, exposto no Melbourne Motor show de 1977.

Peter acabou comercializando o kit frontal com o nome de “Concorde”, e chamou a atenção de Ray Beckerley, que trabalhava na Graf-X International, preparadora contratada para customizar os carros e motos do filme.

Body Kit

Escapes funcionais nas laterais

Jon Dowding, diretor de arte do filme, havia contratado a Graf-X, e Ray, junto com Alan Hempel, John Evans e o pintor Rod Smithe tornaram realidade a visão que Jon havia criado para o filme.


Das motos da gangue de Toecutter, muitas eram de seus proprietários, como extras na filmagem, a maioria do  Moto Clube Vigilantes, de Victoria. Quatorze unidades eram Kawasaki KZ 1000, cedidas por um concessionário de Sydney, e foram customizadas pela Melbourne La Parisienne, e uma delas era a pilotada por Jim Goose.

A pequena van azul destruída na colisão de Big Bopper era um Mazda Bongo 1966, de propriedade de George Miller, mas para a cena do filme, foi adquirida num ferro velho, uma idêntica, bem surrada, sem motor, e as latas de tinta no teto continham leite, que era mais fácil de limpar depois do choque.

Ao final, quatorze veículos foram destruídos nas cenas de perseguição e colisão.

CUSTOMIZAÇÃO

Originalmente o Ford Falcon XB GT 1973 era branco, equipado com um motor V8 351 Cleveland (5,8 litros), e diferencial de nove polegadas. O câmbio era de quatro marchas manual. Fazia de 0-60 mph em 8,2 segundos.



Murray Smith, Peter Arcadipane, Ray Berkeley e vários outros procederam às mudanças nos carros para atender às necessidades do filme. O carro recebeu o compressor saindo do capô, montado sobre o filtro de ar (ele não era funcional, era ligado a um motor elétrico que fazia girar a roldana que aparecia na frente do rotor); oito escapes individuais foram adicionados; o nariz Concorde foi instalado na oficina de Arcadipane, enquanto os spoilers foram feitos por Errol Platt da Purvis Fiberglass Products. De fato, foram pirateados do Holden Monaro Sports Sedan de Bob Jane, corredor local. Ele também resolveu adicionar um spoiler no final do teto, depois de examinar o carro de perfil, mais como apelo visual, pois não tinha efeito aerodinâmico real.

As caixas das rodas foram feitas por Rod Smythe e seu irmão, baseados em apliques do Holden A9X. A pintura era preta, descrita como “Black on Black” pelo diretor de arte do filme, Jon Dowding; preto fosco na parte inferior e brilhante da cintura para cima.

Quatro saídas de escape saíam de cada lado, à frente da caixa das rodas traseiras, e eram funcionais.

As rodas eram de aço, modelo Sunraysia, calçadas com pneus B.F. Goodrich Radial T.A. 245/50 R14 na dianteira e 265/50 R15 na traseira.



Por dentro, o Falcon XB GT recebeu poucas modificações. O interior é praticamente original, com exceção da sirene no painel, do rádio comunicador no teto e do volante de três raios Maxrob “semi-dished”, com a foto do filho e da esposa de Max no botão da buzina.

O carro levou três meses para ficar pronto, e a produção ofereceu royalties para a Graf-X, que recusou. A verba era tão pequena que a Graf-X teve de colocar gasolina no carro para eles irem embora. Eles estavam céticos e acharam que o filme não seria um sucesso, no entanto, como muitos de seus clientes não tinham muito dinheiro, eles faziam o trabalho porque se divertiam muito ao preparar os carros; e terminaram o serviço.

Não há dados ou informações adicionais sobre a preparação mecânica (motor ou suspensões), visto que a produção considerava o desempenho do Falcon suficiente para as tomadas previstas no roteiro.



Depois das filmagens, o compressor foi retirado e o carro foi exibido em diversos Shopping Centers para a promoção do filme; depois foi dado a Murray com parte do pagamento pelos seus serviços. Murray vendeu o carro para Miller filmar Mad Max 2, em 1981, e depois das filmagens a produção tentou vender o carro, mas sem sucesso, e o Interceptor ficou num ferro velho em Adelaide.

Bob Forsenko encontrou o carro e o restaurou, trocou o kit Concorde, refez os danos da carroçaria, mantendo os tanques cilíndricos no porta malas. O Interceptor ficou um tempo no National Motor Museum, em Birdwood, Adelaide. Peter Nelson, um colecionador inglês soube que o Interceptor estava à venda, e o carro seguiu para a Inglaterra, ficando no Cars of the Stars Motor Museum, em Cumbria, Inglaterra. Quando o museu fechou em 2011, o carro foi para a coleção Dezer, do Miami Auto  Museum em Miami, Florida.

Em fevereiro de 2020, o Pursuit Special, junto com diversos outros modelos, foi colocado à venda pelo Miami Auto Museum.

MAD MAX - PLOT

Num futuro não muito distante, a Lei e a Ordem começam a ruir num cenário pós-apocalíptico. Depois que uma grave crise energética desestabilizou a sociedade, uma gangue de motociclistas aterroriza as estradas e pequenas cidades, roubando os habitantes e gasolina para suas jornadas pelas ermas estradas da região, conhecida como Wasteland.

Maximillian Rockatansky (Mel Gibson) é um policial rodoviário da MFP (Main Force Patrol, uma das remanescentes agencias responsáveis para manter a lei), é o melhor em perseguições contra a gangue liderada por Toecutter (Hugh Keays-Byrne). As prisões são inúteis, pois a justiça é impotente para punir os violadores.

Crawford “Nightrider” Montazano (Vincent Gil), da gang de Toecutter, mata um policial da MFP, rouba seu carro (um Holden HQ Monaro cupê 1972) e foge com sua namorada (Lulu Pinkus) correndo pela estrada e zombando da MFP no rádio. Max se põe na perseguição a ele, e rapidamente provoca um acidente que resulta na morte de Nightrider e sua namorada.

Apesar de ser conhecido como o melhor perseguidor da MFP contra os infratores, Max quer deixar a força policial e se dedicar à família. Na garagem da MFP, o Pursuit Special V8 é mostrado a Max, o novo carro patrulha equipado com um motor V8 Supercomprimido, capaz de alcançar as altas velocidades das motos da gangue de Toecutter. O Comissário de Polícia Labatouche (Jonathan Hardy) e o Capitão Fred “Fifi” Macaffee (Roger Ward), chefe de Max, garantem que ele seria de uso exclusivo de Max, para permanecer no quadro de policiais da MFP.

A gangue de Toecutter invade uma pequena cidade e aterroriza a população, fazendo um jovem casal fugir (Hunter Gibbs e Kim Sullivan), mas são alcançados por eles e destroem seu carro e os violentam. Max e seu parceiro Jim “Goose” (Steve Bisley) chegam ao local e encontram Johnny the Boy (Tim Burns), jovem protegido de Toecutter drogado na cena do crime. Ele é preso, mas ninguém aparece na corte para acusá-lo e ele é libertado sob alegação de problemas mentais, ficando em custódia de Buba Zanetti (Geoff Parry), braço direito de Toecutter.

Como vingança, Johnny sabota a moto de Jim “Goose”, causando um acidente em alta velocidade; mas Jim consegue sobreviver e tenta levar a moto para a oficina da MFP pegando carona numa picape de um lavrador. Johnny tenta cumprir sua missão e intercepta Jim “Goose”, tirando-o da estrada e incendiando os destroços, queimando-o vivo. Jim sobrevive, e Max vai vê-lo na UTI do hospital, ficando chocado ao ver o parceiro todo queimado, e imediatamente informa “Fifi” que está abandonando a MFP para salvar sua sanidade. “Fifi” o convence a tirar férias em vez de se demitir, e voltar depois que se recuperar.

Max pega sua esposa Jessie (Joanne Samuel) e seu pequeno filho “Sprog” (termo australiano para “criança”, Brendan Heath), e partem numa viagem para o campo. Com um pneu furado, Max vai atrás do conserto, enquanto Jessie vai tomar sorvete com Sprog, mas encontra membros da gangue de Toecutter, que a assediam, mas eles conseguem escapar, e se instalam numa remota fazenda de uma idosa amiga, May Swaisey (Sheila Florence).

No entanto, a gangue consegue encontrar o carro na fazenda de May e perseguem Jessie no bosque e capturam Sprog, enquanto Max tenta localizá-los. May ajuda Jessie a libertar o menino e o trio foge no carro em que vieram, mas ele quebra na rodovia, e Jessie pega Sprog e sai correndo pela estrada, sendo atropelados pelas motos da gangue, Sprog morre na hora e Jessie fica mortalmente ferida, e é levada à UTI em estado comatoso.

Max passa uns dias sozinho, em casa, e em dado momento, decide se vingar, veste novamente seu uniforme policial e se apossa do Pursuit Special, sem autorização, para perseguir e eliminar os membros da gangue que acabaram com sua família e seu parceiro.

Ele persegue e elimina diversos deles, e acaba caindo numa emboscada armada por Toecutter, Bubba e Johnny the Boy. Bubba atira na perna de Max, e passa por cima do seu braço quando ele está caído no asfalto, mesmo assim, consegue atirar em Bubba com sua espingarda de cano serrado. Toecutter e Johnny fogem, com Max se arrastando para o carro e perseguindo Toecutter, até que ele bate de frente com um caminhão e acaba eliminado. Restando Johnny the Boy, Max passa dias e noites pelas estradas na sua caçada, e finalmente o encontra junto a um carro acidentado, roubando as botas do motorista morto.

Max o domina, e mesmo pedindo misericórdia, ele o algema pelo tornozelo no carro capotado. Pega uma calota e a põe no fio de gasolina que vaza do tanque. Acende isqueiro de Johnny, dá um arco de serra a ele e diz que a gasolina vai se inflamar em 10 minutos, mas cortar o tornozelo leva 5 minutos, se quiser sobreviver.

O filme fecha com a cena de Max se afastando do local enquanto ocorre uma enorme explosão atrás dele. 

DA MINHA COLEÇÃO


Interceptor 1:43

Os Interceptor são da Greenlight, na escala 1:43 e 1:64. Na escala maior, o detalhamento é melhor, o casting é muito bem feito, e reproduz o carro do primeiro filme de Mad Max. Ele não tem partes móveis, mas vem numa base e caixa de acrílico. 

Interceptor 1:64

O modelo em 1:64 tem menos detalhes, mas é o mesmo casting na escala menor, e acaba sacrificado pela proporção, mas é uma bela mini que consta na coleção.  

https://driving.ca/auto-news/news/the-original-ford-interceptor-from-mad-max-is-up-for-sale

https://www.carandclassic.com/magazine/mad-max-pursuit-special-the-cars-the-star/

https://jesusbehindthewheel.com/2020/02/10/original-screen-used-mad-max-interceptor-is-for-sale/

https://en.wikipedia.org/wiki/Mad_Max_(film)

https://www.imdb.com/title/tt0079501/


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