Lotus 49, pilotado por Jim Clark, 1967
Colin Chapman marcou para sempre a história da Formula
Um com os carros que construiu, fundando a Lotus em 1952 e implementando seus
conhecimentos de engenharia aeronáutica para criar verdadeiras inovações no
mundo da Formula Um. Entre suas criações, estão o chassi monocoque com o motor
sendo parte integrante da estrutura do Lotus 25 (1965), a aplicação dos
aerofólios (1968) e o carro-asa Lotus 78 (1977), cujo fundo era uma asa
invertida, criando um downforce que colava o carro nas curvas. Também leva o crédito
por ser o primeiro a ter o patrocínio estampado nos seus carros, gerando enorme
riqueza para as equipes depois disso.
O Lotus 49, projetado junto com Maurice Philippe era o carro para a temporada de 1967, o primeiro Formula Um equipado com o motor Ford Cosworth DFV de 3 litros; outro crédito atribuído a Chapman, que convenceu a Ford a construir o motor que passou a década de 1970 equipando quase a totalidade dos monopostos de Formula Um. O motor era preso diretamente na parte posterior do monocoque e tinha as suspensões traseiras afixadas no motor, com tirantes para alinhar e manter os movimentos das rodas.
Jim Clark no Lotus 49, GP Holanda, 1967
Jim Clark venceu a
corrida de estreia do Lotus 49, o Grande Prêmio da Holanda, em 1967, e foi nele
que venceu sua última corrida, o Grande Prêmio da África do Sul, antes de
morrer na prova de Formula Dois pilotando um Lotus 48, em Hockenheim no dia 7 de
abril de 1968.
Os primeiros aerofólios eram bem altos
Grahan Hill acabou vencendo a temporada de 1968, provando a
competitividade do Lotus 49, que recebeu a sigla 49B quando foi equipado com os
primeiros aerofólios na Formula Um. Estes eram instalados diretamente nas
suspensões, em suportes bem altos, para máxima eficiência, porém, depois de vários
acidentes, estas asas altas foram banidas e a Lotus foi forçada a montar as
asas fixas no corpo do próprio carro.
O ano de 1968 também marcou a entrada da Imperial Tobacco, patrocinando o Team Lotus, que trocou o British Racing Green/Yellow pelas cores da embalagem dos cigarros Gold Leaf: branco, vermelho e dourado, mudando para sempre o lado financeiro das equipes, não só da Formula Um, mas de todas as categorias do automobilismo de competição. Entre 1968 e 1971, a Lotus venceu dois campeonatos de pilotos, dois de construtores, prosseguindo a parceria com a Imperial Tobacco com o negro e dourado da John Player Special até a temporada de 1986.
Como curiosidade, Wilson Fittipaldi correu com um Lotus
49C, obtendo o nono lugar no Grande Prêmio da Argentina de 1971, e Emerson Fittipaldi,
Nelson Piquet e Ayrton Senna também pilotaram os Lotus. No total, doze
exemplares do Lotus 49 foram construídos, entre as várias versões A, B e C; e
sete delas foram preservadas: o chassi #R3, pilotado por Grahan Hill, foi
vendido ao colecionador John Love, hoje está em exibição no National Motor
Museum, em Hampshire, Inglaterra.
O Lotus 49 vencedor do GP da Holanda, em 1967, com Jim Clark
O chassi #R4, com que Jim Clark correu e venceu o
Grande Prêmio da África do Sul em 1968, foi depois vendido para o Rob Walker
Team, correndo com Jo Siffert ao volante. Na Corrida dos Campeões, em Brands
Hatch, Siffert bateu o carro e ele foi enviado à sede da Rob Walker Team para
reparos. Lá, ele foi vítima de um incêndio, que quase reduziu a cinzas diversos
veículos valiosos. Vinte anos depois, Walker concordou em restaurar o 49B #R4,
e John Chisman, ex-mecânico-chefe da equipe foi encarregado da tarefa, mas não
conseguiu concluir o trabalho. Tom
Wheatcroft, então proprietário do autódromo de Donington Park, assumiu a
restauração do carro, mas nenhum progresso foi feito até 1995. Neste ano, um
consórcio liderado por David McLaughlin assumiu o desafio de finalmente colocar
o carro de volta à glória que realmente merecia, e o carro foi levado para as
oficinas dos renomados especialistas em carros de Grande Prêmio Hall &
Fowler. Concluído em 1998, foi exibido no Lotus 5th Anniversary Meeting, em
Brands Hatch, e no ano seguinte, Jackie Oliver pilotou o carro em Goodwood,
apenas para se chocar com Sir Jack Brabham ao volante de uma Mclaren M5A. Nesta
exibição, o 49 carregava as cores do Rob Walker Team.
Reparado, ficou decidido que seria restaurado com as
cores que correu no GP da África do Sul de 1968, e para manter a fidelidade, foram
utilizados como referência dois exemplares genuínos do 49. Coincidentemente, o
GP da África do Sul de 1968 foi a última corrida vencida por Clark, e a última
com as cores verde e amarela, antes de vestir as cores da Gold Leaf.
Mais de duas décadas depois de ser ressuscitado, o #R4
foi vendido a um colecionador japonês, e em abril de 2020, foi colocado em
leilão pela ChromeCars, na Alemanha, sendo estimado em atingir a cota do milhão
de dolares para trocar de mãos.
Da minha coleção
Lotus 25, Matchbox
Uma das primeiras miniaturas que tenho é um Lotus 25,
da Matchbox, dos idos anos 1960, que está na minha coleção até hoje. Ela tem o
acabamento da época, e foi customizada com decalques de carrinhos de autorama.
Tem muitos sinais de desgaste, mas é assim que ela irá permanecer comigo.
Jim Clark, Lotus 49, Quartzo, 1:43 Grahan Hill, Lotus 49B, Quartzo, 1:43
O Lotus 49 da Quartzo é na escala 1:43, reproduz o
carro da última vitória de Clark na Formula Um, e o 49B de Grahan Hill, também
da Quartzo, é da quarta vitória dele em Mônaco, em 1968. Ambas tem um excelente
acabamento, com detalhes de motor e decoração bastante fiéis aos originais,
peças bem valorizadas em qualquer coleção.
Hot Wheels, Serie Race Day, 2024
Em 2024, a Hot Wheels lançou o Lotus Type 49, de 1967, reproduzindo o carro de Jim Clark, um casting muito bem-feito, o piloto em branco foi escolhido para homenagear os uniformes brancos utilizados pelos pilotos da Lotus na época. Uma versão idêntica foi produzida com o piloto na cor preta.
Referências:
https://primotipo.com/2015/02/17/jim-clark-taking-a-deep-breath-lotus-43-brm/
https://www.topspeed.com/cars/car-news/history-of-the-1967-lotus-49-and-how-you-can-own-one/
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