quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

AUDI SPORTSWAGEN ROSEMAYER

O Audi Sportswagen Rosemayer é um carro conceito construído inicialmente para a Autostadt 2000, e outros auto-shows após este evento. Apesar de não ter a intenção de colocá-lo em produção, seu design marcante e sua vocação esportiva atraiu as atenções do público à marca, ao ponto de muitos compradores em potencial expressarem o desejo de adquiri-lo, mas sem sucesso.
Seu design é claramente inspirado no “Tipo 52” de Ferdinand Porsche e do Dr. Erwin Komenda, na década de 1930, como uma possível versão de estrada das “Flechas de Prata”, mas que nunca viram a produção efetiva.
A engenharia era a mesma dos antigos “Silver Arrows” dos Auto Union de competição da década de 1930, notadamente no carro de 16 cilindros pilotado por Bernd Rosemayer para quebrar o recorde mundial de velocidade.

O TIPO 52
No início dos anos 1930, antes de ter a sua própria fábrica de carros esportivos, Ferdinand Porsche fundou a Hochleistungs Motor (motores de alta potência) com o parceiro e ex-piloto Adolf Rosenberger. Mesmo sem contratos em vista, passaram a construir um carro para disputar os Grand Prix (que eram os precursores dos Grandes Prêmios de Formula um).
Raio-X baseado nos esboços de Porsche
O carro com um motor V16 sobre alimentado, posicionado logo atrás do piloto, englobava tudo o que os dois haviam aprendido sobre engenharia de competições. Esta máquina seria o seu cartão de visitas.
Ao mesmo tempo, as montadoras alemãs Audi, Horch, DKW e Wanderer se fundiram e formaram a Auto Union GmbH. Em 1933, Adolf Hitler anunciou um programa de corridas patrocinada pelo estado alemão. A Auto Union ganhou uma injeção de dinheiro para desenvolver o maior carro de corrida do mundo (competindo com a compatriota Mercedes Benz). Devido aos planos de Porsche já elaborados, a Auto Union comprou o projeto de Porsche e foi para as competições.

Os carros da Auto Union ganharam 25 corridas entre 1935 e 1937, trazendo reconhecimento internacional para nomes como Nuvolari, Rosemeyer e Colagem. Mas, mesmo antes de as vitórias surgirem, Porsche (que trabalhava simultaneamente no “carro do povo” de Hitler) e o engenheiro-chefe Karl Rabe sempre pensaram em aplicar os princípios dos “Flechas de Prata” no desenvolvimento de um carro esportivo que pudesse rodar nas estradas.
Assim surgiu o Tipo 52, desenhado por Porsche e Erwin Komenda. Equipado com o V16 de 4,4, litros com 200 HP, o piloto se posicionava no centro do carro (como no recente McLaren F1, 60 anos depois), com um passageiro de cada lado. Com máxima prevista para 125 mph (201 km/h) em quinta marcha, o Tipo 52 faria 0-60 mph em cerca de 8,5 segundos, um patamar inédito para a época.
O estilo desenvolvido por Komenda foi futurismo puro, fortemente influenciado pelos avanços da aviação da época. Não se sabe por que o Projeto do Tipo 52 não foi adiante. A única aprova de sua existência são alguns desenhos e plantas encontrados no arquivo de Ferdinand Porsche.
Mas ainda que jamais construído, pode-se considerar que o Tipo 52 foi o avô do Porsche 911 e também do Audi R8, sem contar o McLaren F1 e o Ferrari 365P Guida Centrale desenhado por Pininfarina.

O CONCEITO DE 2000
O motor do conceito Audi Rosemayer é um W16, com 8004 cc, cinco válvulas por cilindro, que desenvolve 780 cavalos e tem o sistema de tração nas quatro rodas permanente Quattro, da Audi. É equipado com uma transmissão manual de seis velocidades. Com um torque de 761 Nm a 4000 rpm, chegava à velocidade máxima (prevista) de 350 km/h.
A carroceria era de alumínio polido, sem pintura, mas com acabamento fosco, com muita eletrônica embarcada e sua aerodinâmica não deixavam dúvidas sobre a herança dos velozes Auto Union de antigamente. Até os espelhos retrovisores foram substituídos por câmeras, que projetavam as imagens em pequenas telas no interior do carro.
Enormes rodas de 20 polegadas pareciam sobressair da carroceria, abrigando também enormes discos de freios ventilados e perfurados para melhor desempenho.
Um dos fatores que impediram de chegar à produção comercial foram os altos custos da tecnologia empregada no veículo e a possível competição interna que haveria com a Lamborghini, que o Grupo Volkswagen havia adquirido na década de 1990.
De todo modo, o motor W16 foi parar no cofre do Bugatti Veyron, lançado em 2005, mas com dois turbo-compressores, entregando 1.001 cv. Pode-se notar alguns traços que remetem ao AUDI, como a aparência frontal e a cabine avançada, com o design do teto traseiro sem visão do piloto para trás.
De certa forma, o Lamborghini Gallardo e o Audi R8 (eles tem a mesma plataforma estrutural), apesar de serem equipados com um motor V10, podem ser considerados os sucessores do Rosemayer.

HOMENAGEM A BERND ROSEMEYER
Piloto alemão da equipe da Auto Union, tinha várias vitórias em sua carreira, incluindo três pódios consecutivos na pista de Nurburgring, além de vitórias na Copa Vanderbilt, dos Estados Unidos, ficando famoso também fora das pistas européias. Ficou famoso por ser o primeiro homem a quebrar a barreira dos 400 km/h em estradas abertas.
Rosemeyer faleceu em 28 de janeiro de 1938, aos 28 anos, em um acidente quando tentava quebrar o recorde mundial de velocidade na autopista que unia Frankfurt a Darmstadt. Em diversas tentativas, junto com Rudolf Caracciola, buscava atingir os 432 km/h.
Registros indicavam que já havia atingido os 429,6 km/h, um km/h mais rápido do que Caracciola, naquele dia. Ele estava em sua terceira e última tentativa, apesar de informações de que estava ventando no momento. Às 11:47, perdeu o controle do carro, talvez por uma rajada de vento, que desestabilizou o carro de Rosemeyer, para a esquerda. Ele ainda tentou corrigir a trajetória, conseguindo puxar o carro um pouco à direita, mas saiu da pista, voando em direção a um barranco e girando no ar. Rosemeyer foi lançado para fora do carro e morreu ao lado da pista.

EM ESCALA
O modelo em escala 1:18 da Maisto traz o design agressivo do Audi Rosemeyer, com sua cor prateada e as aberturas de ventilação no capô traseiro, remetem diretamente às “Flechas de Prata” que venceram várias competições antes da Segunda Guerra. A cabine avançada dá espaço ao enorme motor W16, porém o capô não abre, somente as portas são articuladas.
As rodas dianteiras esterçam e a qualidade do acabamento é muito boa, assim como a pintura. Os pneus são de vinil e as rodas impressionam pela proporção em relação à carroceria.


REFERÊNCIAS:
https://www.flatout.com.br/auto-union-type-52-quando-audi-criou-um-supercarro-moderno-em-1934/

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