O Batmóvel do filme de 1989. |
No verão de 1989, Batman voltou às telas pela primeira vez
desde 1966. Graças ao fantástico trabalho de Frank Miller, revitalizando o
personagem com O Retorno do Cavaleiro das
Trevas (1986), o público estava pronto para um novo e soturno Cruzado da
Capa. A Warner Brothers chamou Tim Burton, e este trouxe Anton Furst para ser o
designer de produção para materializar a nova Gotham City e o Batmóvel. Ele
queria um carro que fosse diferente de qualquer coisa anteriormente vista, uma
combinação de força bruta e uma estética clássica.
Desenhado especificamente para o filme de 1989, Batman, por Anton Furst, Designer de
Produção do filme, inspirou-se em elementos de aeronaves a jato, veículos de
guerra, e outros veículos que contribuíssem para o ar mais soturno do que visto
anteriormente nas histórias do Homem-Morcego. As influências impressionistas na
produção se juntaram às linhas dos carros “Flat Racers” da década de 1930 e o
famoso Sting Ray dos anos 1950 para produzir um carro que transmitisse a força
bruta e ao mesmo tempo tivesse um estilo atemporal para o Batman.
Nas discussões prévias de Tim Burton com Anton Furst havia
um grande preocupação com o Batmóvel, pois era um desafio definir um “novo”
Batmóvel, sem ‘derrapar’ no conceito e transformá-lo numa piada. Diversos
sketches foram preparados, até que se chegasse a um desenho que estivesse à
altura da importância do Batmóvel no universo de Batman. Furst tinha a visão de
que o Batmóvel deveria ser como uma armadura para o Batman, então desenhou o
carro como se fosse uma extensão do próprio Batman.
- “Eu nunca vi realmente o
Batmóvel como apenas um carro”, disse Furst. “Sempre pensei nele como se fosse
um complemento, uma extensão do próprio Batman, como o seu capuz e sua capa. Eu
temia que o carro ficasse com uma imagem caricata do personagem, como às vezes
acontece com alguns que não foram adequadamente desenvolvidos. Para mim, o
Batmóvel era um elemento puramente impressionista, e eu tentei dar a ele aquele
ar de um cavaleiro em sua armadura, agregando elementos dos carros que corriam em
Salt Flats, Utah, nos anos 1940, assim como linhas do Corvette Sting Ray dos
anos 1960, combinando-os com componentes de aviões a jato, para criar uma máquina
coerente em todo o seu design”.
Ele queria um carro com um ar ameaçador, como
uma combinação de um avião Stealth e uma armadura medieval; e também que
tivesse referências do design dos carros de recordes de 1950/60, porém
modernizados com elementos dos carros esportivos atuais. O resultado final era
um carro que Furst se referia como “alguma coisa que tinha uma força bruta, um
poder proibido, e uma forma esculpida. Uma coisa, francamente, tipo ‘rude’ ”.
A equipe que construiu o Batmóvel era formada por Terry
Ackland-Snow, John Evans e Keith Short. John Evans e sua equipe de 12 técnicos
prepararam dois carros num intervalo de oito semanas. É citado em muitos
artigos como “Keaton Batmobile”, pois rapidamente, alcançou a fama do Batmóvel
criado por George Barris para a Série de TV dos anos 1960. Mesmo os admiradores
do Batmóvel de 1966 rapidamente se apaixonaram por ele, e muitos adotaram o
seu design como o melhor Batmóvel de todos os tempos (até o momento). Até mesmo Bob Kane, o
criador do Batman, ficou impressionado com ele:
- “Fantástico! Eu realmente amei
o que foi feito. Parece algo grandioso”, disse ele. Infelizmente, Furst não
pode continuar seu trabalho depois de Batman. Cláusulas contratuais o impediram
de trabalhar na sequencia Batman – O Retorno, e em novembro de 1991, ele
cometeu suicídio depois de uma série de dificuldades, incluindo a separação de
sua esposa Penny e problemas com abuso de drogas.
A Bat-máscara frontal se foi, substituída por uma enorme
entrada de ar da turbina a jato, ladeada pelos para-lamas como se fossem
mandíbulas. Haviam as enormes tomadas de ar à frente das rodas traseiras, que
eram calçadas por gigantescos pneus Mickey Thompson, típicos dos Dragster de
arrancada. A traseira lembrava carros da década de 1930, com as famosas aletas
lembrando as asas de morcego.
O carro foi construído sobre dois chassis de Chevrolet
Impala comprados num desmanche, equipado com um motor V8, e sua carroceria foi
baseada num Corvette 1970 modificado, depois que tentativas feitas num Jaguar e
num Mustang falharam. Foi construído um segundo carro, desta vez, baseado num
Oldsmobile Cutlass conversível. Como o carro não tem retrovisores, duas câmeras
de vídeo projetam a visão traseira numa tela do painel.
Furst precisava fazer um Batmóvel de grande impacto
visual, mas também funcional, para que o carro pudesse desempenhar as cenas de
ação a contento. Furst comentou: “A GM leva dez anos para projetar e construir
um novo carro, e nós temos de fazer isto em apenas cinco meses”.
Todos os equipamentos do carro eram funcionais (à exceção
da blindagem externa), e o exaustor traseiro demorava cerca de 15 segundos para
desligar, devido ao combustível que precisava ser consumido. A turbina era
alimentada por uma mistura de gasolina, ar e pyrothane. Para conseguir o efeito
visual, a quantidade de chama produzida era muito grande, e isto produzia muito
calor no exaustor. Havia extintores de CO2 preparados para qualquer emergência,
e o piloto podia acioná-los se necessário. Devido ao calor, a parte traseira
recebeu um isolamento térmico para evitar que o calor danificasse qualquer
outra parte do carro.
O teto do carro e o assento tiveram de ser alterados no
decorrer das filmagens, por causa da altura das “orelhas” do Batman, que
precisavam de mais espaço no interior da cabine.O Batmóvel de Batman Returns (1992) tinha limpadores
de para-brisa, que não equipavam o modelo do filme anterior. Como o carro foi
esculpido artesanalmente, uma das barbatanas traseiras tem uma curvatura
diferente da outra, e devido ao carro ter sido escaneado para a produção de
modelos em miniatura, estes modelos também tem esta característica. Um dos
exemplares utilizados no filme foi adquirido pelo comediante Jeff Dunham, e é
habilitado para circular nas ruas normalmente. O carro tem placas normais, que
são ocultas quando o carro é ligado.
Apesar de o carro não ultrapassar os 100 km/h nas tomadas
de ação, depois que as filmagens terminaram, a equipe o levou para uma pista e
atingiu a velocidade de 94,7 mph (152 km/h) – “nada mal para um carro feito em
nossas oficinas”, disse John Evans.
FICHA
TÉCNICA:
Comprimento: 260,7 in. (6,62 m)
Largura: 94,4 in.
(2,40 m)
Altura: 51,2 in. (1,30
m)
Entre-eixos: 141,0 in. (3,58 m)
Rodas e pneus: de liga, aro 15 polegadas com pneus Dragster
Mickey Thompson L60-15 de 24 polegadas de tala.
Motor: Turbina a jato, empuxo de 1500 lbs a 103% ROS
Torque: 1750 lbs./fr a 98.7 % ROS
Combustível: Gasolina de alta octanagem 97% Special
Aceleração: 0-60 mph em 3,7 segundos
Velocidade Máxima: 530 km/h com compressor
ARSENAL:
Lançadores laterais de ganchos, lançadores de
projéteis-disco e bombas.
Macaco hidráulico central para rotação em 180º.
Armadura blindada para estacionamento protegido
Lançadores de óleo e emissor de fumaça traseiros.
Duas metralhadoras frontais Browning.
Exaustor da turbina
Modo operacional “BatMissil”, que descarta partes do
veículo e reconfigura eixos e rodas para passagem em espaços estreitos. Uma vez
empregado, necessita ser reconstruído para voltar a operar no modo normal.
BATMAN, THE MOVIE
Direção: TIM BURTON
Com Michael Keaton,
Jack Nicholson, Kim Bassinger, Robert Wuhl, Pat Hingle, Billy Dee Williamns,
Michael Gough, Jerry Hall e Jack Palance.
Numa Gotham City escura, perigosa, protegida apenas por um
departamento de polícia cheio de corrupção, Harvey Dent (Billy Dee Williams),
promotor de justiça, e Jim Gordon (Pat Hingle), comissário de polícia, tentam
torná-la um pouco mais segura. Criminosos covardes e supersticiosos começam a
ser aterrorizados por um morcego gigante, despertando o antagonismo da polícia,
e a curiosidade de Vicky Vale (Kim Bassinger), uma repórter fotográfica que se
propõe a descobrir o segredo do misterioso “bat-man”.
Carl Grissom (Jack Palance), que comanda o crime
organizado em Gotham, descobre que Jack Napier (Jack Nicholson), seu braço
direito, está de caso com sua mulher. Grissom envia Napier para a Axis Química,
e usando um policial corrupto, planeja eliminá-lo. Napier acaba matando o tira,
mas Batman aparece e enfrenta Jack Napier, que cai em um tanque de produtos
químicos, desaparecendo com a chegada da polícia. Sobrevivendo ao tiroteio e
desfigurado pelos produtos químicos do tanque em que caiu, Napier volta para
vingar-se de Grissom, que descobre um Jack Napier com sua sanidade mental
totalmente perdida. Na figura do Palhaço do Crime, o Coringa toma o controle do
submundo de Gotham e planeja envenenar toda a população com seu gás do riso,
durante as festividades do bicentenário da cidade.
BATMÓVEL
1992 – “Batmissile”
Para as filmagens de Batman
Returns, foi utilizado o mesmo veículo do primeiro filme de Tim Burton e
Michael Keaton, com as mesmas especificações. O detalhe mais visível do segundo
filme era que este modelo estava equipado com limpadores de para-brisa,
inexistentes no primeiro. O designer de produção responsável pela atualização
do Batmóvel para Batman Returns era Bo Welch.
- “Para mim, como designer, não há nada em comum entre o
primeiro e o segundo Batman, exceto para o próprio personagem. A sequência
apenas nos deu a licença para alavancar todas as idéias do primeiro filme e
levá-las mais longe e além”, comentou Welch.
O trabalho empreendido por Welch se concentrou em
atualizar a arquitetura de Gotham, nos ‘gadgets’, e os novos veículos –
Batmíssil, Batski e Duckmobile — mantendo praticamente inalterado o design do Batmóvel.
Na sequencia de perseguição pela polícia de Gotham, Batman
usa o recurso de transformar o Batmóvel no Batmíssil, descartando as partes laterais
do carro e permitindo escapar por um espaço muito estreito, onde os
perseguidores não puderam prosseguir.
Criado por Jay Ohrberg e sua equipe, o Batmíssil foi
originalmente concebido para ser uma carcaça com uma motocicleta por dentro
para movimentá-lo. Os problemas de produção fizeram com que a equipe
“fraudasse” o míssil, de modo que na filmagem, o carro foi puxado ao longo de
trilhos, com um cabo de aço.
O conceito retornou com o segundo filme de Christopher
Nolan, com Christian Bale como Batman, quando o Tumbler sofre um acidente em
que fica inoperante, Batman consegue escapar com o Batpod, motocicleta que se
forma com partes do Batmóvel danificado.
Quando Batman
Returns chegou às telas, muitos espectadores reclamaram que o filme era
muito sombrio e violento, sendo a diretriz de Tim Burton continuar nesta
direção, portanto, a Warner optou por atender os fãs amenizando o clima
soturno, contratando Joel Schumacher como o novo diretor para seguir com a
franquia do Batman.
BATMAN
RETURNS – 1992
Dos esgotos de Gotham City para cobertura mais luxuosa da
cidade, o Pinguim (Danny DeVito)
nasceu como uma criança deformada, que foi lançado pelos pais nos esgotos de
Gotham, indo parar na ala “Artic World”
do zoológico. Salvo pelos pinguins, depois foi sequestrado pelo circo de
horrores “Triângulo Vermelho”, sendo
apresentado como “O Garoto Ave Aquática”
devido às deformidades em seu nariz e mãos que lembravam as nadadeiras de um
pinguim. Trinta e três anos depois, ele ressurge, adulto, chantageando Max
Shreck (Christopher Walken) pelos
crimes corporativos que cometeu. O objetivo do Pinguim é descobrir a identidade
de seus verdadeiros pais. Max planeja construir uma usina nuclear para sugar
toda a energia de Gotham, e junto com o Pinguim, sequestra o filho do prefeito
de Gotham, para depois transformar o Pinguim num herói ao resgatar o filho do
prefeito.
O Pinguim monta um ataque para matar todas as crianças
primogênitas de Gotham, enviando pinguins com mísseis amarrados nas costas para
as casas dos que estão numa festa da alta sociedade de Gotham. Batman frustra
os planos do Pinguim e precisa controlar a Mulher Gato que quer matar o
Pinguim. Numa explosão, ela aparentemente sacrifica a vida para conseguir seu
intento, e o Pinguim ferido é resgatado por seus pinguins e levado novamente
aos esgotos.
EM ESCALA
O Batmóvel de 1989, da Hot Wheels na escala 1:18. |
O Batmóvel com o giro de 180 graus. |
Na versão Batmissile, em que perde as laterais para escapar da Polícia de Gotham, não há um modelo na escala 1:18, mas a Hot Wheels tem o modelo com o mecanismo de 180 graus visto no filme. Vários fabricantes de kits plásticos disponibilizaram em 1:25 (AMT) e o modelo da Kenner em 1:14 separa as laterais como mostrado no filme..
Kit Batmissile da Kenner em 1:14 e Die-Cast da Hot Wheels em 1:50 |
Interessante o modelo da Estrela, feito em plástico apenas, mas bastante fiel ao modelo do filme, com o mecanismo de descarte das laterais, e ainda traz a figura do Batman.
O Batmissile da Estrela |
https://en.wikipedia.org/wiki/Batman_Returns
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-776364212-batmovel-41cm-estrela-batman-filme-frete-free-batmissile-_JM
http://geoffstoys.blogspot.com.br/2010_12_01_archive.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário