Primeira aparição de Batman - 1939 |
Na esteira do sucesso de
Superman, os editores da National Comics Publications lançaram mais títulos com
o tema dos “super-heróis”. Bob Kane criou “O Batman”, e Bill Finger ficou
encarregado de dar um visual para o “Homem-Morcego”. Kane tinha alguns
desenhos, parecido com o Superman, com calças vermelhas e botas, mas com duas
asas parecendo asas de morcego, algo inspirado no ‘Ornithopter’, de Leonardo Da
Vinci.
Finger sugeriu colocar uma
máscara e capa no personagem, eliminar as calças vermelhas (!)... É dele também
o nome de Bruce Wayne para a identidade secreta de Batman. “O nome veio de
Robert Bruce, um patriota escocês. Sendo um playboy milionário, Bruce teria de
ter um sobrenome oriundo do colonialismo. Tentei Adams, Hancock,... então
pensei em Mad Anthony Wayne (um oficial da Revolução americana), e ficamos com
‘Bruce Wayne’.” comenta Finger.
Diferentemente do Superman,
Batman não tinha superpoderes, muito menos o dom de voar, ou a super velocidade
para se deslocar rapidamente de um ponto a outro. Assim, ele precisava de um
veículo, e claro, o automóvel era o melhor meio para isso. Sendo um milionário
e playboy, Bruce Wayne tinha os recursos para construir um veículo especialmente
preparado para suas rondas noturnas e o combate ao crime na Gotham City.
O Sedan vermelho de 1939 |
A primeira aparição do
Batmóvel foi no número 27 da Detective Comics (Maio de 1939). Originalmente era
um sedan vermelho, ainda não era chamado de “Batmóvel”, sendo citado simplesmente
como “seu carro”. Nas histórias subsequentes, o carro começou a receber
“bat-detalhes”, como as típicas barbatanas em forma de asas de morcego, na
traseira. Com o tempo, diversos equipamentos e armas foram incorporados ao
Batmóvel, inclusive blindagem e complexos sistemas de controle remoto e de
camuflagem dignos dos melhores exércitos do planeta.
O Batmóvel em 1941 |
O nome “Batmóvel” foi
aplicado ao carro na edição 48 da Detective Comics (Fevereiro de 1941),
somando-se ao Bat-plano, Bat-lancha, Bat-cóptero e Bat-ciclo. Robin, com a
evolução das histórias, saindo da Mansão Wayne para ir à faculdade (anos 1970),
e assumindo nova identidade de Nightwing (Asa Noturna), abriu vaga para Jason
Todd (1983), o novo Robin que foi morto pelo Coringa. Assim, Tim Drake entra em
cena (1991) e mesmo não tendo idade para dirigir, pilota o Redbird em algumas
histórias.
Com o rápido crescimento do
interesse por parte do público, já na edição cinco da Revista Batman (primavera
de 1941), o Batmóvel mudou de cor, ficando o preto ou em tons bem escuros, e
contando com uma máscara frontal, como uma criatura da noite, atemorizando os
que violavam a lei. As barbatanas em forma de asas de morcego se firmaram como
uma das marcas registradas para identificar o Batmóvel.
Das histórias em quadrinhos
para os seriados de TV, que faziam sucesso nos anos 1940, foi um passo. Batman
e Robin usavam um Cadillac 1943 preto para se deslocar às cenas dos crimes, e
Alfred Pennyworth era o motorista da Dupla Dinâmica. Eventualmente, uma
limousine substituía o Cadillac preto. Na sequencia de 1949, o Cadillac foi
substituído por um Mercury 1949.
BATMÓVEL – 1943
Lewis Wilson e Douglas Croft e o Cadillac 1939 |
Pouco divulgado, logo depois
do sucesso de Batman nos quadrinhos, a partir de 1939, apenas quatro anos
depois, em 1943 a Columbia Pictures lançava The
Batman, um seriado com 15 capítulos com Lewis Wilson personificando Batman
e Douglas Croft como Robin. Não havia um Batmóvel, mas um Cadillac 1939
conversível preto era utilizado por Bruce Wayne e Dick Grayson (dirigido por
Alfred, com a capota recolhida) e também quando estavam caracterizados como
Batman e Robin (com a capota fechada). Aliás, Mark S. Reinhart, autor do
seriado, comenta que a inclusão de Alfred se deve ao seriado, deduzindo que os
roteiristas estavam em contato com Bob Kane, e o informaram que haviam criado
Alfred para o seriado, aparecendo nos gibis alguns meses antes do seriado ser
lançado. Bob Kane havia desenhado um Alfred baixo, calvo e gordinho, mas
William Austin, ator que foi contratado depois, era alto, magro e tinha um
bigode, visual que acabou prevalecendo até hoje.
BATMÓVEL – 1949
Robert Lowery , Johnny Duncan e o Mercury Conversível |
A Columbia dá sequência com Batman and Robin, mais 15 capítulos,
desta vez com Robert Lowery como Batman e Johnny Duncan como Robin. Ainda não
era desta vez que o Batmóvel entraria em cena. O orçamento baixo não permitia a
produção de um carro exclusivo, e o Cadillac foi aposentado, substituído por um
Mercury Conversível 1949. Da mesma forma, o mesmo carro era utilizado tanto em
suas identidades civis como mascarados. O Comissário Gordon (Lyle Talbot) faz
sua primeira aparição, e claro o Bat-sinal é usado para pedir socorro ao
Batman.
As produções destes seriados não
receberam muitos cuidados da Columbia, eram de baixo custo e ficaram com uma
qualidade ruim, e o tom beirava a comédia; mas quem levava a sério histórias de
super-heróis nos anos 1940?
BATMÓVEL 1963
O Batmóvel de Forrest Robinson - 1963 |
No começo dos anos 1960, Forrest
Robinson, um grande fã de Batman, gastou três anos customizando um Oldsmobile
88 de 1956, com um motor Rocket 324 cid (cubic
inch development – deslocamento em polegadas cúbicas), para materializar em
1963 a sua visão do que seria o Batmóvel.
Com a carroçaria em fibra de
vidro, e um perfil afilado e baixo, sem capota, está presente a barbatana
central no capô traseiro. As portas eram deslizantes, e o para-brisa era de um
Buick, instalado de cabeça para baixo. Robinson foi enviado ao exterior quando
serviu o exército, e o seu Batmóvel ficou até 1966 acumulando poeira. Quando
ele retornou, a Bat-Mania estava em plena efervescência; e ele conseguiu
licenciar o carro como um veículo promocional pela All-Star Dairies, que tinha
um acordo legal com a National Periodical Publications (dona da DC Comics na
época).
Mais tarde, o carro foi
vendido, trocando de dono várias vezes, e ficou esquecido até 2008, quando foi
redescoberto por Bobby Smith de Swanzey, New Hampshire, Estados Unidos. O carro
foi então enviado para a Borbon Fabrications, de Sacramento, California, onde
foi totalmente desmontado e restaurado. O carro começou sua vida pintado na cor
prata, mas depois recebeu uma pintura em preto, e detalhes filetados em
vermelho, numa referência ao Batmóvel do Seriado de 1966.
Em dezembro de 2014, foi
ofertado no Heritage Auctions e arrematado por US$ 137,000. Apesar de o carro
não ter participado de nenhum seriado ou filme, e não ter o seu design baseado
em uma história em quadrinhos do Batman, ele é aceito pelos fãs e pelos
registros históricos comprovados, é considerado como o primeiro Batmóvel que
veio à existência.
EM ESCALA
O Sedan Vermelho e o Batmóvel dos anos 1940 - Escala 1:43 |
O Sedan vermelho foi reproduzido pela Corgi numa série a partir de 2005, na escala 1:43. Havia na coleção também o dos anos 40, com a máscara do morcego.
O Batmóvel da Corgi e o da Dambury Mint na escala 1:24 |
Tanto a Corgi como a Dambury Mint fizeram o Batmovel dos anos 1940 na Escala 1:24, com leves diferenças entre si, mas com o mesmo estilo.
Siga lendo em breve a parte 2 sobre os Batmóveis do Homem-Morcego.
Siga lendo em breve a parte 2 sobre os Batmóveis do Homem-Morcego.
Referências:
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