quinta-feira, 28 de março de 2013

Feriadão


Na sempre ansiosa expectativa de mais um feriadão (sexta da Paixão, domingo de Páscoa), todos buscamos momentos de lazer e descontração, antecipando reduzir a grande carga de estresse acumulada na semana.
Diante das estatísticas cruéis de que centenas de pessoas sofrerão acidentes no trajeto, seja na ida ou na volta; faço sinceros votos de que você esteja lendo isto na segunda feira, retornando de sua viagem são e salvo.
De objeto de desejo e utilitário inestimável, o automóvel e demais veículos automotores hoje passam a vilão da tragédia de mais de 61.000 mortes e 352.000 inválidos permanentes em 2012 (números do DPVAT).
Se os números preocupam, mais ainda a progressão destas estatísticas:
Em 2011 a mesma fonte indica 58.400 mortes e 2010 apontou 40.989 óbitos em acidentes de trânsito.
Outro número que nos deixa estarrecidos são as perdas, estimadas em 20 bilhões de reais, entre seguros e bens materiais. Quanto não poderia se fazer com 20 bilhões aplicados em benefícios à sociedade? Entretanto, este é o custo que todos nós pagamos, um custo social bastante oneroso em tempos ditos “de crise”.
O que dizer do valor destas 61.000 vidas perdidas? Mesmo que muitos tivessem um seguro de acidentes, que minimizaria os efeitos financeiros do desaparecimento de um pai de família, ou de um filho ou filha que ainda ajuda financeiramente em casa, não podemos dar um valor para alguém que se foi. Os custos emocionais são impagáveis, e nunca serão compensados junto àqueles que perderam um ente querido.
Portanto, fica aqui a reflexão de que todos nós possamos atravessar mais um feriadão, e chegar vivos na segunda feira. Sempre encarada com maus olhos, estar vivo numa segunda é realmente um forte motivo para agradecer a Deus, e começar mais uma semana de bom trabalho.
Bom feriadão a todos, se beber não dirija, não corra, não mate, não morra. E que Deus nos proteja.


quinta-feira, 21 de março de 2013

Fazer o que gosta ou gostar do que faz?

Fantasia 2000 - Buscando a felicidade na Nova York dos anos 30.

Sempre que abordamos o tema empreendedorismo, uma premissa para ter sucesso é abrir um negócio na área que você mais tem conhecimento, ou se empenhar num setor em que mais gosta de atuar.
Também, diversos consultores tem citado o aspecto de se fazer o que mais aprecia como um item para melhorar a qualidade de vida, e combater o ‘stress’ da atividade profissional.
São argumentos válidos nesta grande diversidade de situações e cenários em que o mundo se transformou nas últimas décadas, e seguramente, aumentam as possibilidades de sucesso em qualquer empreendimento ou negócio.
O que não podemos desperceber é que em toda atividade que exercemos, há aspectos dos quais gostamos mais, e outros que não apreciamos tanto. Romário ficou famoso por não gostar de freqüentar os treinos, polarizando as opiniões sobre se ‘o que é bom já nasce feito’; em contraponto com o que se relata sobre Ayrton Senna, que treinava com seu kart, por horas a fio, mesmo debaixo de chuva, aperfeiçoando sua habilidade de andar forte no molhado.
Seja em que atividade exerça sua profissão, todos nós passamos por esta situação, e com certeza, a maioria das pessoas trabalha naquilo que não é o que mais gosta de fazer.
Pagar contas e sobreviver sozinho ou com uma família acaba priorizando nossas escolhas, e mesmo que você seja um felizardo que trabalha no que mais gosta, há alguns aspectos do trabalho que delegaria a outros sem piscar.
A saída pode ser passar a gostar daquilo que faz, pois sabemos que isso pode gerar motivação para fazer o nosso melhor.
Por falar nisso, uma comparação que uso em minhas palestras é o ocorre quando se faz uma solicitação de tarefa para nós, brasileiros:
- “Você pode fazer isso ou aquilo para mim?”
- “Claro. Vou fazer o possível!” é a resposta normal.
Já os americanos, quando recebem o mesmo pedido, respondem:
- "I’ll do my Best!” ou “Vou fazer o meu melhor!”
Fazer “o que é possível” é muito diferente de “fazer o meu melhor”.
Então, para fazermos sempre o nosso melhor, é preciso não só gostar daquilo que faz, mas também, mesmo não gostando tanto do seu trabalho, fazer o seu melhor, se empenhar por entregar um trabalho de qualidade, que vá além de “cumprir tarefa”, antecipar o prazo, ou encantar o seu “cliente”; a pessoa que solicitou a sua ajuda.
Na animação dos Estúdios Disney, Fantasia 2000, o segmento Rhapsody in Blue, de George Gershwin, narra as insatisfações de três personagens da Nova York nos anos 30 – no estilo consagrado de Al Hirschfeld, cartunista do New York Times  –  e a alegria de fazer aquilo que realmente gostam. Conta-se que quando foi contactado para que Rhapsody in Blue fosse baseado no estilo de suas caricaturas, disse que se fosse 50 anos mais jovem, teria pegado um trem no dia seguinte para trabalhar no projeto. A animação foi mostrada a ele pouco antes de completar 96 anos, e sua esposa Louise comentou que foi o melhor presente de aniversário que poderia ter recebido.
Entre tantas demandas para ser um ou uma excelente profissional, um zeloso pai ou mãe de família, um amigo ou amiga leal, é fundamental cuidar de nossa felicidade. Uma pessoa de bem consigo mesma, com sua auto-estima equilibrada, e uma visão otimista do mundo, sempre terá um rendimento melhor.
E quem é que não quer ser o melhor?



quinta-feira, 14 de março de 2013

Resiliência


Muito se fala hoje em resiliência, uma qualidade desejável em muitos profissionais, devido às grandes pressões que sofremos dentro das organizações, seja pela carga de trabalho, seja pela busca de resultados, seja pela competitividade dos mercados globais.
Resiliência é um substantivo, do ramo da Física; denomina a característica mecânica que define  resistência aos choques de materiais.
Emprestado à psicologia, define a qualidade de um individuo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas, sem entrar em surto psicótico.
O termo ganhou maior popularidade após o ataque terrorista ao World Trade Center, nos EUA, em 11 de setembro de 2001. O governo americano distribuiu uma cartilha às pessoas envolvidas com a tragédia para estimulá-las a retomar a vida normal, de modo a superar o trauma.
Aplicado ao mundo corporativo, o termo ganhou o significado de pessoas que sofrem fortes influências do meio em que estão, às vezes até o limite, mas que depois que as influências mudam ou são removidas, voltam ao seu normal, preservando suas características, e principalmente, enriquecidas com o aprendizado daquilo que sofreram, saindo renovadas e mais fortalecidas do que antes.
Claro que, em maior ou menor medida, todos temos tal característica, somos pressionados por situações que não desejamos passar, trabalhos estressantes, colegas e superiores nem sempre amigáveis, resultados que nem sempre nos satisfazem, o que dirá de nossos chefes?
Junte-se a isso as demandas de nossa vida familiar; esposa ou marido, namorada ou namorado, filhos ou sobrinhos, sogra, cunhado, cachorro, papagaio; a saúde que nunca é perfeita; o trânsito numa cidade grande (agora infestando também as pequenas); e temos aí um cenário perfeito para praticarmos nossa resiliência em toda a sua plenitude.
Um dos melhores exemplos, que até utilizo nas palestras sobre Mudanças & Valores que faço, é o do bambu, que diante de uma tempestade com fortes ventos, se verga quase até o chão, se balança pra lá e pra cá; mas depois que a tormenta passa, ele volta à sua posição normal, sem se quebrar, devido à flexibilidade de seu caule.
Outro ponto que nos chama a atenção sobre o bambu é que ele nunca está sozinho. Vários deles crescem juntos, formando um bloco bastante compacto, e isso nos lembra de que precisamos uns dos outros para resistir às pressões da vida.
Magali de Souza Alvarez, professora da Faculdade de Saúde Pública da USP, analisou o comportamento de moradores de rua em São Paulo por dez anos, vivendo num cenário agressivo, violento e cheio de preconceito e marginalização. Ela chegou à conclusão de que a interação com outros indivíduos; homens, mulheres e crianças, era fundamental para superar as dificuldades de tais moradores de rua; o relacionamento com outras pessoas fortalecia a determinação de lutar todos os dias contra um mundo desfavorável a eles.
Os bambus não crescem sozinhos...
Também esta qualidade não é nova; temos uma citação na Bíblia pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios, cap. 3, versículos 12 e 13 que diz:  “Ora, se alguém construir sobre o alicerce ouro, prata, pedras preciosas, materiais de madeira, feno, restolho, a obra de cada um se tornará manifesta, pois o dia a porá à mostra, porque será revelada por meio de fogo; e o próprio fogo mostrará que sorte de obra é a de cada um.”  Falando sobre a edificação dos discípulos de Jesus, alguém que era como ouro ou prata poderia sofrer reveses, até mesmo se derretendo com o calor aplicado a ele, mas depois de novamente solidificado, seria de novo ouro ou prata; diferente da madeira, feno, que submetidos ao fogo, se tornam cinzas, e não mais adquirem suas características originais.
Todos podemos aprender ou desenvolver nossa resiliência, ou aumentar o grau de resiliência que já temos. Ter mais tolerância com e aceitar as mudanças, definir objetivos claros em sua vida (pessoal e profissional), ser mais otimista, respeitar o seu próprio comportamento e fortalecer sua estrutura emocional são passos decisivos para enfrentar as turbulências da vida.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Bem humorado!


Em tempos de grande pressão econômica, crises mundiais, alta de juros e baixa auto-estima, o (bom) humor pode ser uma ferramenta que muitos não levam em conta para enfrentar o estresse da vida corporativa, familiar e pessoal.
Estudos comportamentais indicam estresse crônico apresentado pela maioria dos executivos, devido às condições de exigências dos cargos que ocupam. Perda de eficiência, aumento do risco à saúde, e perda de qualidade de vida, são apenas a ponta do iceberg na rotina destes profissionais.
O senso de humor poderia combater tais situações, com uma boa risada para fazer uma catarse diante dos embaraços da vida.
O bom humor pode nos ajudar em situações estressantes, ajudando-nos a compreender com mais flexibilidade os fatos que estão ocorrendo e não permitindo que tais fatos derrubem o nosso ânimo.
Segundo Rod Martin, autor do livro The Psycology of Humor (A Psicologia do Humor), há quatro tipos de humor, e todos temos em maior ou menor grau, estes quatro tipos em nosso temperamento.
O que chama nossa atenção é que o humor faz a diferença em nossos relacionamentos. Ninguém gosta de ficar junto de alguém que usa o humor corrosivo, para criticar, provocar ou manipular outros pelo sarcasmo ou expondo-os ao ridículo.
Outros tipos usam o humor para agregação social, tornando-se populares atraindo pessoas para junto de si. Já alguns, mais necessitados de atenção, podem utilizar seus próprios defeitos para divertir os que estão à sua volta, tipo “sei rir de mim mesmo”.
Apesar de não podermos dizer qual a melhor forma de humor, aquele que está de bem com a vida é considerado pelos psicólogos como o mais saudável.
"Quem está sempre bem-humorado apesar dos contratempos dificilmente fica ansioso por longos períodos e isso mantém o organismo sob controle", diz Rod Martin.
Isso não quer dizer que você fique rindo de tudo e de todos o tempo inteiro. Representa, na verdade, uma forma mais descontraída de ver o mundo, e enfrentar os seus demônios interiores com uma atitude mais positiva, tal como “Não deu certo desta vez, mas na próxima vamos acertar!”.
O bom humor, e o riso associado aos acontecimentos aproximam as pessoas, relevam os descontentamentos, ajuda-nos a aceitar os outros e transforma a nossa forma de sentir o mundo.
Se existem muitas coisas que nos chateiam e tiram nossa alegria, ver estas mesmas coisas por outro ponto de vista pode ser fundamental para termos prazer na vida. Ainda bem que somos flexíveis, mutáveis e estamos sempre em transformação.
Podemos aprender a rir, chorar, amar e ter prazer em viver nossa vida.