Porsche 356A Super - Sunroof Coupé 1958 |
Herdeiro do desenvolvimento realizado com o 356/1, trazia
um design evoluído do austríaco Erwin Komenda, quando Karl Rabe era o Chief
Designer da Porsche. Nas configurações Coupé e Roadster aberto, com o motor
posicionado atrás do eixo traseiro, trazia o layout que se tornou uma marca
registrada da Porsche até hoje. Diferentemente do 356 Number 1, o chassi
tubular foi substituído por uma carroçaria monobloco, que passou a ser feita de
aço, e não alumínio, como o 356 Number 1; mais fácil e econômica de produzir,
pois no período pós-guerra o alumínio era caro e difícil de obter.
Em abril de 1965, a produção do 356 foi encerrada, sendo
substituído pelo fantástico 911, que havia sido lançado no outono de 1963.
Dos cerca de 76.000 originalmente produzidos,
aproximadamente metade sobreviveu, nas mãos de pilotos, admiradores,
apaixonados por carros que fizeram a história sobre quatro rodas.
HISTÓRIA
Porsche 356 Number 1 |
Como seu primo, o Volkswagen Beetle (que Ferdinand Porsche (pai) havia criado), o trabalho que “Ferry” Porsche (filho) desenvolveu em cima do 356/1 se mostrou um sucesso. Diferentemente do Beetle, o 356 trazia um chassi monocoque, totalmente novo criado por Erwin Komenda; ao passo que diversos componentes mecânicos eram baseados nos do Volkswagen, incluindo o motor e as suspensões.
Numa entrevista à
A carroçaria era de chapas de alumínio,
batidas à mão em formas de madeira.
As primeiras carroçarias do 356 produzidas em Gmünd eram
feitas de alumínio batidas à mão em formas de madeira, mas quando a produção se
transferiu para Zuffenhausen, Alemanha, em 1950, as carroçarias passaram a ser
feitas de chapas de aço.
A Porsche necessitava de peças e a Volkswagen era a
fornecedora natural, visto que o projeto do Volkswagen era do Porsche "Pai".
Ferry Porsche concluiu com o Diretor Geral da Volkswagen, Heinrich Nordhoff, um
contrato em 17 de setembro de 1948 para fornecimento de peças e uso da rede de
distribuição da VW. Além de ser um engenheiro de destaque, mostrou ser um homem
de negócios e empreendedor visionário, pois Ferry Porsche conseguiu que a VW
pagasse royalties por cada VW construído, já que o Beetle era um projeto de
autoria da Porsche. Com este respaldo, Ferry fundou a Porsche-Salzburg
Ges.m.b.H, para gerenciar as importações, vendas e atendimento aos clientes da
VW na Áustria, tornando-se o embrião do que viria ser a Porsche como construtora
de carros esportivos.
A empresa levou dois anos, a partir do primeiro protótipo,
para fabricar 44 unidades para venda no mercado, e os colocou basicamente na
Áustria e Alemanha. Claro que estes carros foram parar nas mãos dos poucos
entusiastas do esporte automobilístico, o que favoreceu a propagação das boas
qualidades dinâmicas do modelo entre a comunidade dos aficcionados por carros e
corridas. Não há dados exatos, mas Louise Porsche, que se casou com Anton
Piëch, permaneceu em Gmünd quando a Porsche retornou a Zuffenhausen, e se
tornou uma distribuidora da Porsche na Áustria; cerca de 11 exemplares do 356
ficaram inacabados, e até 1950, foram terminados por trabalhadores da Tatra
Motors, e depois enviados para Zuffenhauen. Louise e Anton tiveram três filhos,
sendo que um deles, Ferdinand Piëch, se tornou o Chairman e CEO da VW de 1993 a
2015, tendo um papel decisivo para tornar a VW no conglomerado que é hoje,
integrando a Bugatti, Lamborghini, Bentley, Skoda, SEAT e AUDI, assim como a
fusão com a Porsche, em 2011.
Com o fim da II Guerra, as fábricas em condições de
produzir ficaram sob o controle dos aliados, e as instalações da Porsche em
Zuffenhausen eram controladas pelos americanos. A empresa Dr. Ing. h.c. F.
Porsche GmbH, o escritório de projetos, fundado em 1930 por Ferdinand Porsche "pai", assumiu a produção do 356, em 1950, alugando uma fábrica bem defronte à
empresa Reutter Karosserie ̶ que já havia colaborado com a Porsche ao
construir protótipos do VW Beetle ̶ para construir as carroçarias de aço do 356.
Em 1963, a Porsche acabou adquirindo a empresa, e a parte remanescente da
Reutter, que fazia a manufatura de bancos mudou de nome, tornando-se a Recaro,
famosa até hoje pelo design e qualidade dos bancos que produz. Em 1952, a
Porsche construiu uma linha de montagem do outro lado da rua da Reutter
Karosserie, a estrada principal em frente ao edifício mais antigo da Porsche, é
agora conhecida como Porschestrasse.
Já no início dos anos 1950, o 356 havia ganho algum renome
nos dois lados do Atlântico, pela sua aerodinâmica, maneabilidade e qualidade
de construção; no que a vitória em sua classe nas 24 Horas de Le Mans de 1951
ajudou bastante. Leia mais sobre o carro que venceu no link: “O PORSCHE 356 EM LE MANS – primeira
participação, primeira vitória”Porsche 356 "Gmünd Coupé" em Le Mans 1951
Sempre foi comum aos proprietários dos Porsche (e de
outros automóveis esportivos desta época) usarem o carro nas ruas, mas também
correr com eles em algumas competições. No final de 1954, surge o modelo
“Carrera”, que recebeu este nome numa referência ao bom desempenho dos Porsche
na famosa Carrera Panamericana. Com o motor de quatro comandos de válvulas no
cabeçote, o acréscimo de desempenho esportivo alavancou as vendas durante os
anos seguintes; batendo o recorde de 10.000 unidades em 1964.
Carrera Panamericana 1953
O Porsche 356 foi construído em quatro séries distintas: o
original (depois do Number 1 e do Gmünd Coupé, muitos artigos referem-se aos
modelos fabricados em Zuffenhausen como 356/2, mas quando as versões começaram
a receber as letras, convencionou-se chamá-los de “pre-A”), seguida pela 356 A,
356 B, e, em seguida, finalmente a 356 C. Para distinguir entre a principais
versões do modelo pré-A, eles são geralmente classificados em grandes grupos.
Os 356 cupês e “cabriolets” (soft-top) construídos até 1955 são facilmente
identificados pela divisão do para-brisa (1948-1952) ou com o centro vincado
(1953-1955); estes são considerados “Pré-A”.
No final de 1955, surgiu o 356A, com o para-brisa curvo,
sem o vinco central, e foi neste modelo que a Porsche oferecia como opção o
motor com os quatro comandos de válvulas no cabeçote configurando a versão
Carrera.
No final de 1956, o 356B T5 apareceu, seguido pela série
356B T6 redesenhado em 1962. A versão final foi a 356C, que pouco mudou em
aspecto do T6 356B, mas que trazia freios a disco nas quatro rodas.
Porsche 911, projeto de Butzi Porsche
Já sentindo necessidade de desenvolver um novo modelo, em
1959, Ferry designou seu filho Butzi Porsche para projetar o 901, o carro de
estrada que levaria o nome Porsche para frente. Mais potente, maior e mais
confortável para substituir com méritos o 356, primeiro carro da empresa.
Porém, a Peugeot protestou sobre o uso da sigla em território francês, em que
ela possuía a exclusividade de uso de nomear os carros com três números com o
zero no meio. Então, em vez de vender o novo carro com outro nome na França, a
Porsche mudou o nome para 911. E o resto, é uma outra história...
Porsche 912 Targa, com o motor do 356
Interessante que o 356 ganhou uma sobrevida, tendo o seu
motor transplantado no chassi do (agora) 911: a premissa de Ferry de fazer o
911 maior, mais potente e mais confortável levou o carro a um novo patamar de
desempenho, elevando também correspondentemente o seu preço. Assim, já em 1963,
enquanto o 911 estava prestes a ser lançado, os executivos da Porsche decidiram
introduzir um modelo de “entrada”, um 911 com o motor de quatro cilindros, ao
invés do de seis cilindros boxer; o 902, que naturalmente se tornou o Porsche
912. Com 1,6 litro, baseado na última versão do motor que equipava o 356 SC de
corrida de 1964-65 (Type 616/16); com
menor taxa de compressão e novos carburadores Solex, o motor Type 616/36
produzia 90 hp (5 hp a menos que o anterior), mas entregava o mesmo torque
máximo a 3.500 rpm em vez de 4.200 rpm do 616/16. Comparado ao 911, sua
distribuição de peso era melhor, o que ajudava na maneabilidade. Para manter o
preço próximo ao do 356 que saía de linha, a Porsche eliminou alguns
equipamentos do 911.
Como o 911 custava quase 50 por cento a mais do que o 356,
entusiastas compraram perto de 33.000 unidades do 912 (Coupés e Targa)
equipados com o motor quatro cilindros 616/36, e sua produção somente foi
encerrada em julho de 1969. A medida do sucesso do “coração” do 356 combinado
com o “corpo e alma” do 911 pode ser confirmada com a escolha da Porsche para
representar o seu 100.000º carro produzido: saiu das linhas de montagem em
abril de 1967, um Porsche 912 Targa, que foi entregue ao Departamento de
Polícia de Baden-Wurttemberg, estado alemão onde fica a cidade de Stuttgart,
sede da Porsche atual.
O 100.000º Porsche, um 912 Targa entregue ao Departamento de Polícia de Baden-Wurttemberg. |
PORSCHE
356 “pre-A”
Porsche 356 Pré-A Cabriolet |
Os designers da Porsche tomaram a decisão de utilizar as
especificações do motor que eles originalmente haviam projetado para o
Volkswagen Beetle. Era um motor quatro cilindros refrigerado a ar, deslocando
1086 cc, com comando simples no cabeçote, na configuração boxer, ou opostos em
180º. Para uso no 356, eles projetaram novos cabeçotes, comandos de válvulas,
virabrequim, coletores de admissão e escape, com carburadores duplos, para
conseguir 60% a mais de potência do que no VW: 40 hp. Lembramos que no 356
Number 1 o motor ficava posicionado entre eixos, e nos 356 de produção o motor
foi deslocado para trás do eixo traseiro.
Em agosto de 1951, o motor foi ampliado para 1286 cc, com
44 hp e logo para 1488 cc, gerando 55 hp. A engenharia da Porsche trabalhava
muito e em 1952 o motor recebeu um virabrequim roletado, sendo designado 1500S
com 70 hp, atingindo 90 mph (145 km/h), fazendo de 0-60 mph em 13,8 segundos.
As primeiras caixas de câmbio não eram sincronizadas, mas a partir de outubro
de 1952 todos os 356 receberam o câmbio sincronizado. Desde cedo, os Estados
Unidos eram o destino de muitos Porsche, devido ao grande interesse dos
americanos, gerada pela simpatia que os pequenos esportivos europeus ganharam
dos soldados americanos que lutaram na II Guerra.
O 356 Pré-A na versão America Roadster era um dos
preferidos dos americanos para colocar o carro nas pistas, e fazia sucesso
contra os grandes e potentes, mas pesados sedans, com seu peso reduzido (esse
modelo era feito em alumínio em vez de aço) e agilidade nas curvas, logo fez a
fama da Porsche nas pistas americanas.356 Pré-A America Roadster
No final de 1954, Max Hoffman, o único importador da
Porsche nos Estados Unidos, convenceu a empresa a elaborar uma versão despojada
do America Roadster com um mínimo de equipamentos e um para-brisas bem mais
baixo, pretendendo melhorar a aerodinâmica do modelo. Surgiu assim o Porsche
356 Speedster. Leia mais sobre este modelo no tópico mais abaixo: “ESTILOS DE
CARROÇARIA”.
O 356 com o emblema "Continental" |
PORSCHE
356 A
Porsche 356A Speedster 1954 |
Em setembro de 1955, no Salão do Automóvel de Frankfurt, com pequenas e numerosas, mas significativas mudanças, o 356A foi apresentado. O design estava mais elaborado, no que o para brisa de uma só peça curva ajudava; os detalhes e o acabamento indicavam um produto de qualidade, deixando a austeridade para trás. Na designação interna da fábrica, “Type 1”, acabou se tornando “T1”, apelido para identificar a versão entre os aficcionados. Os motores eram 1300 cc ou 1600 cc, com virabrequim normal ou roletado (Super) e produziam 44 ou 60 hp no 1300, e 60 ou 75 hp no 1600 respectivamente. Havia três estilos de carroçaria: Coupé, Cabriolet e Speedster, este com a moldura do para brisa de altura reduzida e capota baixa (sob encomenda de Max Hofmann – veja mais sobre ele no tópico “ESTILOS DE CARROÇARIA”). Este, por sua vez, foi substituído no final da produção do 356ª pelo Conversível D, um pouco mais prático.
Porsche 356A Super 1600 Coupé
No começo de 1957, uma segunda revisão no 356A era feita,
e foi nomeada Type 2, ou “T2”. A produção do Speedster atingiu 1.171 unidades e
declinou depois disso. O motor “Carrera” de quatro comandos, inicialmente
disponível somente nos Spyder de corrida, veio a ser ofertado como opção no 356
A.
PORSCHE
356B
Porsche 356B - com dupla grade no capô traseiro |
Em fins de 1959, alterações significativas de estilo e desenvolvimento mecânico deram origem ao 356B (Type 5 ou T5). Seguindo a filosofia de evoluir, o 356B trazia para choques maiores e montado mais acima, os faróis ficaram um pouco mais verticais, a tampa do motor e do porta-malas foram ampliadas para melhorar o acesso. Os modelos disponíveis eram o Coupé, um Cabriolet, e um Roadster básico. Mais tarde, em setembro de 1961 surgiu o Hardtop Coupé, feito pela Karmann (vide detalhes no tópico “ESTILOS DE CARROÇARIA”. Todos eram equipados com o boxer de 1582cc: o básico com 60 hp, o 1600S com 75 hp e o 1600 Super 90 com carburação dupla e 90 hp.
Em 1962 vieram as grades duplas no capô traseiro, o bocal externo para abastecer o tanque de combustível no para-lama dianteiro direito, e uma janela traseira maior para o coupé (Type 6 ou T6). Estas mudanças não foram suficientes para que o modelo ganhasse uma designação com uma letra diferente; mas quando os freios a disco foram instalados, sem outras alterações visuais, o modelo passou a ser chamado de 356C, ou ganhava a sigla SC quando vinha equipado com o motor 616/36.
Outro modelo 356B, conhecido como
“Notchback” ou “Karmann Hardtop” foi produzido em 1961 e 1962, sendo que o 1961
era essencialmente um Cabriolet (T5) com a capota de aço soldada no lugar. Já o
356B de 1962 (T6) era um projeto muito diferente, em que a capota hardtop era
integrada ao design do carro desde a construção básica da carroçaria. Ambos os modelos
destes carros exclusivos acabaram sendo nomeados com o nome de “Karmann
Notchback”, pois a Reutter montava o 356 e o enviava à Karmann para finalizar a
capota, soldando-a ao corpo do carro. Reporta-se cerca de 1750 unidades construídas,
mas muitos acabaram cortando suas capotas para transformá-los num Speedster,
mais desejados na época. Hoje temos registros de 157 exemplares que
sobreviveram ao tempo e às serras que deceparam os tetos destes raros Porsches.O 356 Hardtop, ou Notchback, feito pela Karmann
PORSCHE
356 C
Porsche 356C Coupé 1965 |
A última revisão do 356 foi o 356C apresentado para o ano modelo 1964. Vinha com freios a disco ATE nas quatro rodas, e o mais potente motor Porsche já produzido: o SC com 95 cv. Com o planejamento para lançar o 911, a Porsche não mudou muito o visual, tornando quase impossível distinguir um 356B de um 356C; apenas pelo detalhe em que o 356C tinha calotas quase planas ao passo que o 356B tinham o centro delas adesivado.
As opções de carroçaria eram o Coupé, Cabriolet e o Coupé Hardtop feito pela Karmann. Os motores disponíveis eram o 1582cc padrão com 75 hp e o SC com 95 hp, equipado com cilindros de liga leve, atingia a máxima de 113 mph (182 km/h), fazendo de 0-60 mph em 14,0 segundos.
Porsche 356 SC Super 1600 1965
ESTILOS
DE CARROÇARIA
356 Coupé
A construção em monocoque da carroçaria do 356 dificultava
a recuperação em carros que circulavam em climas propensos à ferrugem, como
praias de ar salino ou climas muito úmidos. O projeto básico do 356 permaneceu
o mesmo durante a sua vida útil; com melhorias funcionais evolucionárias em vez
de mudanças superficiais de estilo anuais. No entanto, uma variedade de modelos
em ambas as formas coupé e conversível foram produzidos a partir de 1948 até
1965.
Depois do coupé, a versão sem capota seria inevitável, mas há muita confusão sobre a designação destas versões, como Cabriolet, Conversível, Speedster, Roadster, Soft-Top ou Spyder. Enfim, tentamos padronizar a expressão sempre que tratar do carro seguindo o ano-modelo e o mercado em que era comercializado (Europa ou Estados Unidos).
O Porsche 356 America Roadster era a designação do modelo
sem capota exportado para os Estados Unidos (possivelmente desde 1952). Ele
tinha uma carroçaria de alumínio, fabricado à mão na Erich Heuer
Karosseriefabrik em Ullersricht perto de Weiden no Alto Palatinado, Alemanha.
Graças ao alumínio, pesava 160 kg a menos que o 356 Coupé
e sua velocidade máxima de 180 km/h com seu motor boxer de quatro cilindros de
70 cv era impressionante na época. O carro esportivo exclusivo, desenvolvido
para o mercado norte-americano e apenas 16 exemplares construídos, já
apresentava elementos-chave do design Speedster como janelas deslizantes para
as portas, capota dobrável e assentos leves.
356A Speedster 1954
Um dos modelos mais cobiçados pelos colecionadores é o 356
“Speedster”, introduzido no final de 1954, por influência de Max Hoffman, que
sugeria uma versão mais espartana aberta de custo mais baixo para vender no
mercado norte-americano. Com carroçaria feita de aço, seu para-brisa de altura
reduzida, e que poderia ser removido para participar de corridas nos fins de
semana, assentos individuais envolventes, e uma capota mínima, o Speedster foi
um sucesso imediato, especialmente no sul da California. Foi substituído ao
final de 1958 pelo modelo “Convertible D”, que apresentava um para-brisa mais
alto e prático (a capota ficava um pouco mais alta quando levantada). Abertura
vertical dos vidros das janelas, e assentos mais confortáveis. O modelo atingiu
seu auge em 1957 com o 356A 1500 GS Carrera GT Speedster: seu motor de 1,5
litro produzia 110 cv. Foi o primeiro modelo de produção da Porsche que atingiu
uma velocidade máxima de 200 km/h.
356 Convertible D 1957
No ano seguinte, o conversível 356B “Roadster” substituiu
o modelo D, mas o caso de amor do mercado de carros esportivos com os modelos
espartanos estava em declínio; as vendas do 356 soft-top diminuíram
significativamente nos anos 1960.
356 Karmann Notchback 1962
Modelos Cabriolet (Conversíveis com um para-brisa completo
e capota externa) foram oferecidos desde o início, e no começo de 1950, por
vezes chegava a 50% da produção total. Os modelos “Karmann Notchback” já
citados, tinham traços da carroçaria Cabriolet mas o teto era fixo e
permanente.
MOTORES
Quando o motor de quatro comandos “Carrera” se tornou
disponível no final de 1955, este motor entrou na lista de opcionais com o 356
A e se manteve disponível durante toda a vida do 356 no mercado. Este motor
havia sido projetado para o Spyder 550, em 1954; com os mesmos quatro
cilindros, tinha quatro comandos de válvulas no cabeçote, dupla carburação,
duas velas por cilindro, bloco de alumínio e virabrequim roletado. Iniciando
com 1498cc e 100hp, em 1958 foi ampliado para 1588cc com 105 hp, chegando aos
115 hp em 1959.
Porsche 356 Carrera 2 1963
Na primavera de 1962, a Porsche lançou o mais poderoso 356
de todos: o Carrera 2, equipado com o boxer de 1966cc com 130 hp na versão
padrão e 155 hp na versão GS e GT de competição, chegando a 125 mph (202 km/h),
e fazendo de 0-60 mph em 9,0 segundos. Apenas 436 exemplares do 356 Carrera 2
foram produzidos, tornando-o um dos mais raros 356 para os colecionadores. No Museu da Porsche a Ficha Técnica do 356 Carrera 2 indica 175 hp, com máxima de 220 km/h.
Porsche 356B Carrera 2 1960, no Museu da Porsche |
HERANÇA
ou LEGADO (?)
O Porsche 356 sempre foi muito popular entre os
jornalistas especializados. Em 2004 a revista Sports Cars International
classificou o 356 C como o décimo em sua lista de Top Sports Cars da década de
1960
O Porsche
356, nas versões A, B e C, continua sendo um carro de colecionador altamente
considerado, atingindo regularmente entre US $ 20.000 e bem mais US $ 100.000
em leilões. A produção limitada do Carrera Speedster (com seu motor de corrida
DOHC especial), modelos SC, Super 90 e Speedster estão entre os mais
desejáveis. Várias variantes restauradas do Carrera (das quais apenas cerca de
140 foram feitas originalmente) têm sido vendidos por valores superiores a US$
800.000, sendo a grande maioria vendida por mais de US$ 300.000 em leilões. Em
dezembro de 2015, o 356 mais caro já vendido era o carro de uso diário da
roqueira Janis Joplin que foi vendido em Nova York pela RM Sotheby's por $
1.760.000.
O Porsche 356 de Janis Joplin
Para um carro que era vendido ao preço original de US$
4,000 no final dos anos 1950 ─ que era próximo do preço de um Cadillac novo ─ não
é nada mal. Diversos carros atingem preços entre US$ 20,000 e 100,000 nos
leilões em que são ofertados.
Milhares de proprietários em todo o mundo buscam manter a
tradição do 356, preservando seus carros e dirigindo-os regularmente. O 356
Registry dos Estados Unidos afirma em seu site americano que é “... o maior
clube do mundo de Porsche Clássico”.
O
PORSCHE 356 EM COMPETIÇÕES
Porsche 356 Speedster nos Estados Unidos
O Porsche 356, como saía de fábrica ou altamente
modificado, obteve muito sucesso em Rallies, nas 24 Horas de Le Mans, nos 1000
Km de Buenos Aires, na Mille Miglia, na Targa Florio, na Carrera Panamericana,
assim como em muitas outras importantes competições automobilísticas.
Eles eram despojados de todos os elementos supérfluos, e
modificados de modo a ter um melhor desempenho e dirigibilidade para estas
corridas. Alguns exemplos notáveis incluem o modelo 356 SL, e a 356 A Carrera
GT.
O
primeiro 356 com que a Porsche participou de competições foi denominado 356/2,
com carroceria de alumínio e um dos 55 cupês feitos em Gmünd. Ao se transferir
para Stuttgart, a Porsche reservou cinco unidades, já com os olhos voltados
para as competições, pois Ferry Porsche acreditava que o caminho para aumentar
as vendas era vencer nas corridas. Nesta mudança, alguns chassis inacabados
foram completados por trabalhadores da Tatra Motors, e depois enviados para
Zuffenhausen. (Veja a matéria completa sobre este modelo no link: ....................)
No início de 1960, a Porsche colaborou com a Abarth e
construiu o coupé Porsche 356 B Carrera
GTL Abarth, que teve algum sucesso nas competições em que participou.
Porsche 356 Carrera 2 GT - Um dos 33 exemplares construídos com o motor 2000cc |
Porsche 356 Carrera Abarth |
LINHA DO TEMPO DO PORSCHE 356
1948 – Em 08
de junho de 1948, foi homologado em Gmünd, Áustria, o primeiro carro construído
pela Porsche, o 356 Number 1.
1949 –
Primeiro Cabriolet 356 construído. Até 1950 os 356 são feitos em Gmünd, ficando
conhecidos pelo apelido de “Gmünd Coupés”.
1950 – A
Porsche muda-se para Zuffenhausen (ao norte de Stuttgart), próxima à Reutter e
começa a produção do 356, estes com carroceria de aço, e não mais de alumínio
como os “Gmünd Coupés”. A produção continuou até 1965, com cerca de 80.000
exemplares produzidos. A Gläser também participou em produzir carroçarias do
356 para a Porsche.
1951 - O
motor cresce para 1.300 cc, o câmbio tem todas as marchas sincronizadas. O
chassi #063 vence as 24 Horas de Le Mans na classe de 1.100 cc. Morre Ferdinand
Porsche aos 75 anos.
1952 – O
motor sobe para 1488 cc, com 70 hp DIN, as versões são denominadas “1500
Super”.
1953 – Max
Hoffman negocia a importação do 356 para os Estados Unidos, e nomeia
concessionários no país para vender os Porsche. O para brisa perde a divisão
vertical e passa a ser de uma só peça, curva.
1954 –
Hoffman convence a Porsche a fabricar um modelo mais barato e sem capota, para
o Mercado da costa oeste, surgindo assim o modelo Speedster, que vendeu mais de
4.100 unidades nos cinco anos seguintes. Diferia do Cabriolet, também chamado
de 356 America Roadster, pelo acabamento simplificado e a moldura do para brisa
mais baixo e destacável, para os que desejavam competir com ele.
1955 – Entra
em produção o motor 1.600 cc. O motor 1.500 GS Type 547 Carrera pode ser
instalado por aqueles que desejam competir com o 356. Chega ao Mercado o 356A,
com diversas mudanças sutis na aparência do carro, praticamente metade da
produção é de versões Cabriolet/Speedster. O modelo A é denominado internamente
como “Type 1”, e atualmente os aficionados chamam o 356 A também por modelos
“T-1”.
1956 – O
10.000º exemplar da Porsche sai das linhas de montagem.
1957 – Uma
nova transmissão 644 substitui a anterior 519 com desempenho melhor, e outros
aperfeiçoamentos resultam no 356 Type 2 ou “T-2”.
1958 – O
motor para corrida Carrera recebe aumento de Potência. O Conversível D fica
entre o Speedster e o Cabriolet, sendo mais leve e luxuoso que ambos. Os vidros
das janelas agora subiam e desciam, e o para brisas era mais alto, mas ainda
removível, para quem queria correr nas pistas.
1959 – Último
Speedster produzido. O motor 1300 sai de linha. O 356B é introduzido e o
Conversível muda o nome para “Roadster”, com o renovado “T-5”.
1960 – O 356B
ganha o sobrenome de Super 90, com o novo virabrequim com contrapesos
balanceados, válvulas com miolo de sódio e o carburador Solex P40-II.
1961 – A
Karmann Carroçarias é contratada para fazer o modelo Hardtop, que é o Cabriolet
com um teto rígido fixo. O perfil do carro ganha o apelido de “Notchback”; 1750
exemplares são feitos nesta configuração até 1963.
1963 – Surge
o 356C, conhecido como “T-6”, assim como o motor SC com 95 hp. É equipado com
freio a disco nas quatro rodas, Sistema elétrico de 12 volts. O motor Carrera 2
desenvolve 130 hp DIN.
1964 – A
produção do 356 chega a ultrapassar 10.000 unidades no ano, mais do que toda a
produção somada dos 10 anos anteriores. É apresentado o modelo 911, em
preparação para o encerramento do 356.
1966 – O
ultimo dos 10 Porsche 356 Cabriolet sai da linha de produção, ainda como modelo
1965. O motor Carrera de quatro cilindros continua sua carreira nas pistas
equipando o Porsche 904. Foram mais de 78.000 exemplares produzidos e estima-se
que metade deles ainda permanece rodando ou em coleções de aficionados da
Porsche no mundo inteiro.
VOLUMES DE PRODUÇAO
356 Pré-A: de
1948 a 1955, 7.627 unidades
356A: de 1955
a 1959, 21.045 unidades
356B: de 1959
a 1963, 30.963 unidades
356C: de 1963
a 1965/66, 16.678 unidades
Total de
todas as versões: 76.313 unidades.
DA MINHA COLEÇÃO
Porsche 356A Speedster, 1959, da Burago em 1:18
O Porsche 356A
Speedster 1959 é da Burago, na escala 1:18, na tradicional cor prateada,
reproduz muito bem o original. Pintura bem feita, cromadas caprichados,
emblemas corretos, tanto os em relevo como os adesivos. Abre as portas, capô
dianteiro e traseiro; as rodas dianteiras esterçam conforme se vira o volante.
Faróis bem acabados, lanternas dianteiras e traseiras, para choques bem
proporcionados, limpadores de para brisa, moldura cromadas, maçanetas, tudo
correspondendo ao original da época. O motor tem o padrão da Burago, com os principais
elementos, dá margem para uma customização mais detalhada dos elementos no
cofre do motor. O mesmo pode ser dito do pequeno porta malas dianteiro, com o
estepe e o reservatório de fluido dos freios.
O interior traz os
bancos, volante, painel de instrumentos bem resolvido com os mostradores e
botões, pedais e alavanca do câmbio, e as forrações das portas com as
maçanetas. Espelhos retrovisores, rodas e calotas correspondentes finalizam o
bom aspecto geral da miniatura. A grade do motor poderia ser photo-etched,
assim como os emblemas, para incrementar a qualidade do modelo, mas mesmo sendo
de plástico, são bem feitos.
Porsche 356B Coupé 1961
O 356B 1961 Coupé
também é da Burago, com a mesma qualidade de acabamento, estão lá os para
choques maiores, a dupla grade do motor, o vidro traseiro um pouco maior do que
os 356A, e as calotas mais planas, e claro, o teto e interior onde consta o
banco traseiro configurando a classificação 2+2 deste coupé.
Porsche 356A Cabriolet 1963, da BRUMM, 1:43
Em 1:43 temos o 356A
Cabriolet, da BRUMM, bem caprichado, com as molduras de faróis e lanternas
cromadas, para choques, limpadores do para brisa, friso no capô dianteiro e a
grade do motor cromadas. As rodas com design correspondente e com calotas cromadas,
e o volante branco com aro da buzina cromado dão o toque no interior do modelo.
Porsche 356B Coupé da Hot Wheels
Na escala 1:64, temos
os 356B Hot Wheels com o mesmo casting nas três decorações da Outlaw, do
restaurador de Porsches Rod Emory, da California, EUA. Com as limitações
naturais da escala, os detalhes acabam se perdendo, ficando o atrativo pelo
design geral e as decorações de cada edição. O Coupé amarelo é um Real Riders, com as rodas diferenciadas de metal e pneus de borracha.
Porsche 356A Coupé e o 356B Speedster da Maisto
Os 356 da Maisto são
um 356A Coupé Vermelho, e um 356B Speedster prateado, e uma diferença muito significativa entre os dois castings. Enquanto o Speedster tem um bom detalhamento, pecando
só pelas rodas-padrão, o Vermelho parece mais um brinquedo do que uma miniatura…
Porsche 356A Speedster da TOMICA
O Speedster vermelho da
TOMICA é um 356A da Mainline, e tem um detalhamento mediano do casting,
deixando a desejar as rodas, que são as padrões da TOMICA. Conta a seu favor os
faróis prateados e os adesivos laterais, e os para choques bem proporcionais, e
o parabrisas com os limpadores.
REFERÊNCIAS:
356 Registry. "Timeline for the 356". Retrieved 2011-09-05.
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History - Milestones". Retrieved 2006-11-08.
Long, Brian (2008). Porsche
356. Dorchester: Veloce Publishing. p. 188. ISBN 978-1-84584-035-8.
Porsche 356 & RS
Spyders, Gordon Maltby ISBN 0-7603-0903-5
"The Porsche
Book, Lothar Boschen and Jurgen Bath, page 66
"The Porsche
Book, Lothar Boschen and Jürgen Bath, page 199
Lewandowski, Jurgen
(2010). "Porsche 901: The Roots of a Legend. Germany: Delius
Klasing Verlag GMbH.
"Porsche 356 ‘Continental’: A short story about a
well-known name".
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Designed and
maintained by ToTheWeb LLC, www.ToTheWeb.com. "Porsche Convertible D
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http://en.wikipedia.org/wiki/Porsche_356
https://pt.wikipedia.org/wiki/Porsche_64
https://en.wikipedia.org/wiki/Porsche_912
http://www.renncars.com/Porsche_356_1949.html
https://leithporsche.com/about_us/racing-history.html
https://www.youtube.com/watch?v=ox6jDa0j40o
https://www.youtube.com/watch?v=NQCu7Ee8k6M
https://porsche356registry.org/article/215
https://www.porscheroadandrace.com/porsche-356-sl-at-le-mans/
https://presskit.porsche.de/models/en/porsche-911-speedster/topic/history.html
https://1car.one/1961-porsche-356-karmann-notchback-66107.html
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