sexta-feira, 22 de setembro de 2023

BMW 507

BMW 507

O BMW 507 é um esportivo conversível de dois lugares, produzido pela BMW de 1956 a 1959. Em 1954, Max Hoffman, importador americano da BMW (e também da Porsche e Mercedes-Benz), convenceu a BMW a criar um roadster baseado no 501 ou 502 Saloon, para ficar entre o caro 300SL da Mercedes-Benz e os baratos, mas pouco potentes Roadsters da Triumph e MG. O engenheiro Fritz Fiedler ficou encarregado de projetar o chassi, usando o máximo de componentes já existentes, e Ernst Loof ficou com a responsabilidade de criar o design do novo modelo. Hoffman, quando viu os desenhos de Loof, achou que não tinham o apelo necessário, e insistiu com a BMW para encontrar outro designer para o carro. Albrecht Graf von Goertz foi contratado pela BMW e acabou fazendo tanto o 507 como o 503, em 1954/55.

BMW 507 - 1959

A primeira série do 507 teve 34 unidades, produzidas em 1956 e 1957. Estes modelos tinham o tanque de combustível de 110 litros situado logo atrás dos bancos; e além de ocupar muito espaço, exalava um forte cheiro de gasolina quando a capota do conversível era fechada, ou o teto rígido estava afixado no lugar. A solução foi deslocar o tanque para o porta-malas, reduzindo seu volume para 66 litros e encaixando o novo tanque no espaço do estepe. A Série II teve 218 unidades construídas.

O chassi do 507 era encurtado do 503 de 2.835mm para 2.480mm, e as chapas utilizadas eram de 2,5 mm em vez das 1,75 mm anteriores; para dar mais rigidez torcional à estrutura. O carro media 4.385mm de comprimento, e sua altura era de 1.257 mm, com peso de 1.330 kg. A carroçaria era quase totalmente feita à mão, em alumínio, por isso não havia dois carros exatamente iguais.

A suspensão dianteira era de braços duplos paralelos com barras de torção e barra estabilizadora, enquanto a traseira era um eixo rígido, também com barras de torção e barra Panhard, com um braço em “A” central para controlar os movimentos de aceleração e frenagem. Os freios eram da marca Alfin a tambor, com 284,5mm de diâmetro. Auxílio a vácuo era opcional, e os últimos exemplares tinham feios a disco Girling, e pneus radiais Pirelli Cinturato 185VR16.


O motor era um V8, OHV com 3.168 cc, bloco e cabeçote de alumínio, com dois carburadores duplos Zenith 32NDIX, bomba de óleo acionada por corrente, comando de válvulas com maior abertura, câmaras de combustão polidas e taxa de compressão de 7,8:1. O motor produzia 147 hp DIN a 5000 rpm. O câmbio ZF tinha quatro marchas manuais; num teste da revista motor Revue, o BMW 507 marcou 11,1 segundos de 0-100km/h com uma velocidade máxima de 196,3 km/h.

O interior do BMW 507

O modelo foi apresentado nos Estados Unidos, no verão de 1955, no requintado Waldorf Astoria Hotel, em Nova York. Hoffman planejava vender cerca de 5.000 unidades/ano, a um preço médio de US$ 5,000; porém os custos na Alemanha subiram para DM 26,500 e depois para DM 29,950; fazendo o preço nos Estados Unidos chegar a US$ 9,000 no lançamento e subir para US$ 10,500 (US$ 106,500 em 2023). Apesar de algumas celebridades adquirirem o BMW 507, o modelo nunca atingiu mais do que 10% do volume de vendas do Mercedes-Benz 300SL.

O BMW 507 deveria ser a vitrine para reviver a imagem esportiva da marca, mas acabou sendo um fracasso de vendas, causando um enorme prejuízo para a companhia, que estava passando por sérios problemas econômicos, podendo até ir à falência. A BMW perdeu 15 milhões de marcos até o final da produção do 507, em 1959; e apenas 252 unidades (mais os dois protótipos) foram produzidas. O lançamento dos novos modelos BMW 700 e ‘New Class’ 1500 ajudaram a companhia e se recuperar financeiramente.

Elvis e seu BMW 507, quando servia na Europa

Alguns donos notáveis do BMW 507 foram Elvis Presley, quando serviu o exército na Europa, comprou o 507 modelo 1957 que Hans Stuck havia usado como demonstrativo numa apresentação à imprensa. As fãs enchiam o carro de beijos, pois ficava estacionado defronte à casa em que ele morava, por isso, Elvis pintou o carro de vermelho. Ele trouxe o carro para os Estados Unidos em 1960, e vendeu o modelo que recebeu um motor Chevrolet V8, foi pintado de preto, e o interior mudado para vermelho. Com o tempo, foi novamente pintado de vermelho, e adquirido por Jack Castor, um engenheiro americano do Arizona, em 1968, era usado por ele para dar umas voltas na cidade, mas encostou o carro num galpão, onde ficou pelos próximos 50 anos. Em julho de 2014, a BMW conseguiu resgatar o carro de Elvis, restaurando-o para as condições originais, e exibiu-o no BMW Museum, em Munich; depois disso, foi exibido por algum tempo no BMW Zentrum da unidade fabril da BMW em Greer, Carolina do Sul, e hoje ele está à mostra no BMW Museum em Munich.

Ele ficou num galpão por 50 anos, até ser resgatado pema BMW

Elvis comprou outro 507, com que presenteou Ursula Andress, que haviam estrelado juntos o filme “O Seresteiro de Acapulco”. John Derek, marido de Ursula, tinha um 507, mas vendeu-o a Fred Astaire, e agora tinha um 507 novamente, mas este era customizado, era branco e foi pintado de azul claro, e o motor trocado por um Ford V8 289 cid. Ursula Andress vendeu o caro em 1997 para George Barris (que faz o Batmóvel do seriado de 1966) por US$ 300,000; trocando de mãos, o carro teve o motor BMW V8 recolocado por um dos proprietários, e foi repintado de preto posteriormente. Um colecionador conseguiu fazer uma restauração mais acurada, tanto na mecânica, como no visual, devolvendo a sua cor branca original, esse exemplar foi leiloado nos anos 2000 por US$ 350,000, e novamente ofertado num leilão em 2011, foi arrematado por US$ 1,072,500.

Bernie Ecclestone tinha um 507, que foi leiloado em outubro de 2007 em Londres, sendo arrematado por £430.238 (US$ 904,000).

John Surtees recebeu um 507 do Conde Agusta, por vencer o Campeonato Mundial de Motociclismo de 500cc de 1956 com uma moto MV Agusta. Sua ligação com o 507 vinha do trabalho que fez com a Dunlop para desenvolver os freios dianteiros a disco para o 507, e o seu carro tinha freios a disco nas quatro rodas. Surtees manteve a posse do 507 até a sua morte. Logo após, seu exemplar foi leiloado pela Bonhams por £ 3,809,500 (US$ 5,040,500), o maior valor já pago por um exemplar do 507.

Da minha coleção




O BMW 507 saiu na Série Factory Fresh, de 2023, na característica cor branca e interior vermelho, um design de Fraser Campbell, da Mattel. A miniatura reproduz bem as linhas do modelo, mas como é um Mainline, tem as rodas comuns, e o acabamento é simples. A base é de plástico cromado, e os faróis e lanternas traseiras são da cor do carro, nada que alguns decalques possam valorizar um pouco mais este carro que faz parte da história da BMW.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/BMW_507

https://en.wikipedia.org/wiki/BMW_507

https://www.motortrend.com/news/bmw-507-history/

https://revistacarro.com.br/classicos-bmw-507/

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