quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Mercedes-Benz 560 SEC AMG

S-Class 1984

O sedan S-Class era o topo de linha da Mercedes-Benz (lançado em 1972), e a segunda geração tinha a designação interna de W126, que sucedeu a anterior W116. Nas configurações Sedan/Saloon (1979-1991) e coupé (1981-1990), foi a primeira vez que a Mercedes-Benz separou a designação do S-Class de entre eixos mais longo (V126) e o coupé duas portas (C126), este recebendo a sigla SEC, em setembro de 1981.

Os S-Class W126 começaram a ser planejados em outubro de 1973, com as diretrizes de proporcionar uma condução aprimorada, melhor maneabilidade e melhor desempenho, além de se reduzir o consumo de combustível. Os anos 1970 viram a crise do petróleo afetar o mundo, e o aumento da regulamentação de emissões e normas de segurança cada vez mais rigorosas nos Estados Unidos, fizeram com que o desenvolvimento do W126 elevasse o nível das especificações técnicas e consequentemente, a qualidade e performance desta geração a tornaram um sucesso no mercado.

S-Class 500 SEC 1983

Os itens de segurança que passaram a integrar esta geração do S-Class foram os freios ABS que passaram a ser padrão nos 500SEL e 500SEC, e opcionais no restante da linha. Chassis com zona de deformação diferenciada na frente e traseira reduziram as chances de ferimentos nos passageiros em casos de colisão, assim como cintos de segurança com pré-tensionadores. Lanternas traseiras caneladas proporcionavam maior visibilidade mesmo com sujeira acumulada nas bordas externas; airbags foram introduzidos em 1981 como opcionais para o motorista, e em 1987 passaram a ser opcionais também para os passageiros. No mercado americano, airbags para o motorista eram padrão em 1987, e opcionais para os passageiros até 1987, tornaram-se padrão para os equipados com motor V8 em 1989 e para toda a linha S-Class em 1991. Sistemas de controle de tração estavam disponíveis a partir de 1989 e para os americanos em 1991.

S-Class 560 SEC 1987

S-Class 560 SEL 1989

Conseguir uma boa aerodinâmica num grande sedan como o S-Class não é fácil, por isso Bruno Sacco, designer-chefe da Mercedes-Benz, realizou longos testes em túnel de vento, remodelando especialmente o painel dianteiro e para-choques, ocultando os limpadores sob o capô, procurando manter o estilo e os elementos de design do S-Class. Os coeficientes de arrasto eram de 0,36 para o sedan/saloon e 0,34 para o coupé.

A redução de peso foi conseguida com o uso de chapas de alta resistência, material deformável de poliuretano nos para-choques e revestimentos laterais. Ligas mais leves foram aplicados nos motores V8 M116/M117 e resultaram num consumo 10% menor em relação aos motores antigos.

Depois de seis anos de desenvolvimento, o W126 foi apresentado no IAA Frankfurt (Internationale Automobil-Ausstellung – Frankfurt Auto Motor Show) em setembro de 1979. Disponível com entre eixos padrão e longo, havia três opções de motor: um seis cilindros em linha e dois motores V8. A opção de motor diesel ficou disponível em setembro de 1981, mas somente para o mercado americano.

No mesmo evento, em 1981, foi apresentada a versão coupé do S-Class, o C126, com as siglas 380 SEC e 500 SEC. Os motores foram revisados no “Energiekonzept” (Conceito de Energia, em alemão), para melhorar a eficiência do consumo de combustível.

S-Class "Segunda Série 1986

Uma revisão maior no S-Class foi feita em 1985, e a “Segunda Série” foi apresentada no IAA Frankfurt de 1986, com novos motores a gasolina e diesel de seis cilindros e os V8 ampliados para 4,2 e 5,5 litros (o V8 de 5 litros foi descontinuado). O sistema ABS dos freios passou a ser standard em toda a linha do S-Class após 1985. O “facelift” incluiu mudanças nos para-choques e revestimentos laterais, rodas de liga leve “Gullydeckelfelge” (Tampa de Bueiro, em alemão) revisadas e para-choque dianteiro com spoiler integrado.

Entre as diversas tecnologias dinâmicas desta geração do S-Class podemos citar a transmissão automática de quatro velocidades com sensor topográfico, que monitorava a posição do veículo no plano, subida ou descida, associado à posição do acelerador. Isso impedia uma aceleração involuntária numa descida, e segurava o veículo ao partir numa subida (hill-hold). Havia uma opção de partir em primeira marcha (padrão) ou selecionar a segunda, para o inverno, quando estava nevando; o sistema se completava com o controle de cruzeiro, ajustando o acelerador de forma suave, sem acelerações ou freadas repentinas para manter a velocidade desejada.

A suspensão era autoajustada hidro pneumaticamente (HPF – Hydropneumatische Federung), controlando a altura do carro dependendo da distribuição de peso na presença de passageiros ou bagagem. Na “Segunda Série” o sistema foi revisto (HPF III), e reduzia a altura da suspensão em 24 mm a partir dos 120 km/h, melhorando a aerodinâmica e a estabilidade, assim como os amortecedores eletrônicos se ajustavam conforme a velocidade e as condições da pista, trazendo mais conforto e melhor dirigibilidade. O motorista podia aumentar a altura do veículo em 35 mm para trafegar em alagamentos, pisos acidentados ou transpor algum obstáculo, com a velocidade limitada a 80 km/h.

No IAA Frankfurt de 1983, a Mercedes-Benz introduziu o “Reiserechner” (computador de bordo) para o modelo 1984. Uma tela LCD no console central cercada de botões, cada um para uma determinada função/informação, como relógio, rota/mapa, velocidade, consumo de combustível. Possibilitava inserir a distância a ser coberta, e o computador ia fornecendo os dados sobre o trajeto coberto, consumo, tempo de viagem percorrido e previsão de chegada; mas era muito complexo, vinha com um manual de 18 páginas para operar o equipamento, e poucos anos depois foi eliminado da linha.

Sobre os motores, da Primeira Série (1979-1985) havia um seis cilindros em linha de 2,8 litros, duplo comando no cabeçote para o 280/SE/SEL; ao passo que os V8 eram de bloco de alumínio, um com 3,8 litros (380SEL específico para o mercado americano) e outro com 5 litros. O motor diesel de cinco cilindros em linha de 3,0 litros era exclusivo para o mercado americano, e somente em 1994 foi introduzido o 3,5 litros turbodiesel na Europa.

Para a Segunda Série, o motor de seis cilindros em linha foi substituído por um novo, com 2,6 e 3.0 litros, ambos com injeção de combustível. O V8 de 3,8 litros foi aumentado para 4,2 litros e o 5,0 foi substituído por um novo de 5,5 litros, que produzia 296 hp. Pa201ra os Estados Unidos e Canadá, um novo 3,0 litros diesel entoru no lugar do antigo cinco cilindros; e em 1988 o motor foi aumentado para 3,5 litros por conta da regulamentação de emissões que reduziu a potência.

Esta geração permaneceu no mercado por 12 anos, tornando-se a mais bem-sucedida e longeva da S-Class, com 818.063 sedans/Saloons e 74.060 coupés vendidos, totalizando 892.123 exemplares.

Mercedes-Benz 560 SEC AMG


S-Class 560 SEC "Wide Body"

Apesar de ainda não ter se fundido com a Mercedes-Benz, a AMG (preparadora independente que incrementava o desempenho dos Mercedes-Benz, e foi adquirida para ser o braço esportivo da corporação), disponibilizava diversos componentes como Body Kits, especialmente para o coupe. Os carros assim equipados ficaram conhecidos como “Wide Body”, devido aos para-lamas salientes para acomodar rodas e pneus mais largos, assim como spoilers dianteiros e traseiros e soleiras que davam um visual bem agressivo aos sisudos sedans da Mercedes-Benz.


Claro que isso era só a ponta do iceberg, pois o forte da AMG era a preparação dos motores e suspensões, com upgrades nos V8 de 5,0, 5,6 e 6,0 litros; sendo o que ficou mais famoso e raro o DOHC 6,0 litros que produzia 385 hp. Outras modificações contemplavam o diferencial Gleason Torsen com várias relações, câmbios manuais com relações de marcha diversas e itens de acabamento interno, como bancos, painel e consoles variados. Estima-se que cerca de 50 exemplares do 560 SEC AMG foram produzidos.

Alguns exemplares em leilões na Inglaterra e Estados Unidos tem alcançado entre 190 e 250 mil dolares, e em fevereiro de 2019 um exemplar de 1989 atingiu a soma de US$ 338,972 num leilão da RM Sotheby’s Youngtimer Collection.

Da minha coleção



O Mercedes-Benz 560 SEC AMG da Hot Wheels foi lançado na Mainline em 2023; e ironicamente a Série se denominava “HW Turbo”, apesar do modelo tanto originalmente, com o preparado pela AMG não ser equipado com turbocompressor. Enfim, o visual “Wide Body” característico está presente na miniatura, e o modelo na cor preta destaca os faróis e a estrela de três pontas na grade dianteira, e a traseira conta com as lanternas pintadas e o logotipo da AMG na placa, assim como os emblemas “560 SEC”, o logo da Mercedes e a sigla AMG na tampa do porta-malas. 



 

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/%2789_Mercedes-Benz_560_SEC_AMG

https://en.wikipedia.org/wiki/Mercedes-Benz_560

https://en.wikipedia.org/wiki/Mercedes-Benz_W126#Special_variants

https://mercedes-world.com/s-class/mercedes-benz-560-sec-amg-v8-w126

https://www.sportscarmarket.com/profile/1989-mercedes-benz-560sec-amg-6-0-wide-body

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