S-Class 1984
O sedan S-Class era o
topo de linha da Mercedes-Benz (lançado em 1972), e a segunda geração tinha a
designação interna de W126, que sucedeu a anterior W116. Nas configurações
Sedan/Saloon (1979-1991) e coupé (1981-1990), foi a primeira vez que a
Mercedes-Benz separou a designação do S-Class de entre eixos mais longo (V126)
e o coupé duas portas (C126), este recebendo a sigla SEC, em setembro de 1981.
Os S-Class W126 começaram
a ser planejados em outubro de 1973, com as diretrizes de proporcionar uma
condução aprimorada, melhor maneabilidade e melhor desempenho, além de se
reduzir o consumo de combustível. Os anos 1970 viram a crise do petróleo afetar
o mundo, e o aumento da regulamentação de emissões e normas de segurança cada
vez mais rigorosas nos Estados Unidos, fizeram com que o desenvolvimento do
W126 elevasse o nível das especificações técnicas e consequentemente, a
qualidade e performance desta geração a tornaram um sucesso no mercado.
S-Class 500 SEC 1983
Os itens de segurança
que passaram a integrar esta geração do S-Class foram os freios ABS que passaram
a ser padrão nos 500SEL e 500SEC, e opcionais no restante da linha. Chassis com
zona de deformação diferenciada na frente e traseira reduziram as chances de
ferimentos nos passageiros em casos de colisão, assim como cintos de segurança
com pré-tensionadores. Lanternas traseiras caneladas proporcionavam maior
visibilidade mesmo com sujeira acumulada nas bordas externas; airbags foram
introduzidos em 1981 como opcionais para o motorista, e em 1987 passaram a ser
opcionais também para os passageiros. No mercado americano, airbags para o
motorista eram padrão em 1987, e opcionais para os passageiros até 1987,
tornaram-se padrão para os equipados com motor V8 em 1989 e para toda a linha
S-Class em 1991. Sistemas de controle de tração estavam disponíveis a partir de
1989 e para os americanos em 1991.
S-Class 560 SEC 1987 S-Class 560 SEL 1989
Conseguir uma boa
aerodinâmica num grande sedan como o S-Class não é fácil, por isso Bruno Sacco,
designer-chefe da Mercedes-Benz, realizou longos testes em túnel de vento,
remodelando especialmente o painel dianteiro e para-choques, ocultando os limpadores
sob o capô, procurando manter o estilo e os elementos de design do S-Class. Os coeficientes
de arrasto eram de 0,36 para o sedan/saloon e 0,34 para o coupé.
A redução de peso foi
conseguida com o uso de chapas de alta resistência, material deformável de
poliuretano nos para-choques e revestimentos laterais. Ligas mais leves foram
aplicados nos motores V8 M116/M117 e resultaram num consumo 10% menor em
relação aos motores antigos.
Depois de seis anos de
desenvolvimento, o W126 foi apresentado no IAA Frankfurt (Internationale
Automobil-Ausstellung – Frankfurt Auto Motor Show) em setembro de 1979.
Disponível com entre eixos padrão e longo, havia três opções de motor: um seis
cilindros em linha e dois motores V8. A opção de motor diesel ficou disponível
em setembro de 1981, mas somente para o mercado americano.
No mesmo evento, em
1981, foi apresentada a versão coupé do S-Class, o C126, com as siglas 380 SEC
e 500 SEC. Os motores foram revisados no “Energiekonzept” (Conceito de Energia,
em alemão), para melhorar a eficiência do consumo de combustível.
S-Class "Segunda Série 1986
Uma revisão maior no
S-Class foi feita em 1985, e a “Segunda Série” foi apresentada no IAA Frankfurt
de 1986, com novos motores a gasolina e diesel de seis cilindros e os V8 ampliados
para 4,2 e 5,5 litros (o V8 de 5 litros foi descontinuado). O sistema ABS dos
freios passou a ser standard em toda a linha do S-Class após 1985. O “facelift”
incluiu mudanças nos para-choques e revestimentos laterais, rodas de liga leve
“Gullydeckelfelge” (Tampa de Bueiro, em alemão) revisadas e para-choque
dianteiro com spoiler integrado.
Entre as diversas
tecnologias dinâmicas desta geração do S-Class podemos citar a transmissão
automática de quatro velocidades com sensor topográfico, que monitorava a
posição do veículo no plano, subida ou descida, associado à posição do
acelerador. Isso impedia uma aceleração involuntária numa descida, e segurava o
veículo ao partir numa subida (hill-hold). Havia uma opção de partir em
primeira marcha (padrão) ou selecionar a segunda, para o inverno, quando estava
nevando; o sistema se completava com o controle de cruzeiro, ajustando o
acelerador de forma suave, sem acelerações ou freadas repentinas para manter a
velocidade desejada.
A suspensão era autoajustada
hidro pneumaticamente (HPF – Hydropneumatische Federung), controlando a altura
do carro dependendo da distribuição de peso na presença de passageiros ou bagagem.
Na “Segunda Série” o sistema foi revisto (HPF III), e reduzia a altura da
suspensão em 24 mm a partir dos 120 km/h, melhorando a aerodinâmica e a
estabilidade, assim como os amortecedores eletrônicos se ajustavam conforme a
velocidade e as condições da pista, trazendo mais conforto e melhor
dirigibilidade. O motorista podia aumentar a altura do veículo em 35 mm para
trafegar em alagamentos, pisos acidentados ou transpor algum obstáculo, com a
velocidade limitada a 80 km/h.
No IAA Frankfurt de
1983, a Mercedes-Benz introduziu o “Reiserechner” (computador de bordo) para o
modelo 1984. Uma tela LCD no console central cercada de botões, cada um para
uma determinada função/informação, como relógio, rota/mapa, velocidade, consumo
de combustível. Possibilitava inserir a distância a ser coberta, e o computador
ia fornecendo os dados sobre o trajeto coberto, consumo, tempo de viagem
percorrido e previsão de chegada; mas era muito complexo, vinha com um manual
de 18 páginas para operar o equipamento, e poucos anos depois foi eliminado da
linha.
Sobre os motores, da
Primeira Série (1979-1985) havia um seis cilindros em linha de 2,8 litros,
duplo comando no cabeçote para o 280/SE/SEL; ao passo que os V8 eram de bloco
de alumínio, um com 3,8 litros (380SEL específico para o mercado americano) e
outro com 5 litros. O motor diesel de cinco cilindros em linha de 3,0 litros
era exclusivo para o mercado americano, e somente em 1994 foi introduzido o 3,5
litros turbodiesel na Europa.
Para a Segunda Série,
o motor de seis cilindros em linha foi substituído por um novo, com 2,6 e 3.0
litros, ambos com injeção de combustível. O V8 de 3,8 litros foi aumentado para
4,2 litros e o 5,0 foi substituído por um novo de 5,5 litros, que produzia 296
hp. Pa201ra os Estados Unidos e Canadá, um novo 3,0 litros diesel entoru no
lugar do antigo cinco cilindros; e em 1988 o motor foi aumentado para 3,5
litros por conta da regulamentação de emissões que reduziu a potência.
Esta geração
permaneceu no mercado por 12 anos, tornando-se a mais bem-sucedida e longeva da
S-Class, com 818.063 sedans/Saloons e 74.060 coupés vendidos, totalizando
892.123 exemplares.
Mercedes-Benz 560
SEC AMG
S-Class 560 SEC "Wide Body" |
Apesar de ainda não ter se fundido com a Mercedes-Benz, a AMG (preparadora independente que incrementava o desempenho dos Mercedes-Benz, e foi adquirida para ser o braço esportivo da corporação), disponibilizava diversos componentes como Body Kits, especialmente para o coupe. Os carros assim equipados ficaram conhecidos como “Wide Body”, devido aos para-lamas salientes para acomodar rodas e pneus mais largos, assim como spoilers dianteiros e traseiros e soleiras que davam um visual bem agressivo aos sisudos sedans da Mercedes-Benz.
Claro que isso era só a ponta do iceberg, pois o forte da AMG era a preparação dos motores e suspensões, com upgrades nos V8 de 5,0, 5,6 e 6,0 litros; sendo o que ficou mais famoso e raro o DOHC 6,0 litros que produzia 385 hp. Outras modificações contemplavam o diferencial Gleason Torsen com várias relações, câmbios manuais com relações de marcha diversas e itens de acabamento interno, como bancos, painel e consoles variados. Estima-se que cerca de 50 exemplares do 560 SEC AMG foram produzidos.
Alguns exemplares em
leilões na Inglaterra e Estados Unidos tem alcançado entre 190 e 250 mil dolares,
e em fevereiro de 2019 um exemplar de 1989 atingiu a soma de US$ 338,972 num
leilão da RM Sotheby’s Youngtimer Collection.
Da minha coleção
O Mercedes-Benz 560 SEC AMG da Hot Wheels foi lançado na Mainline em 2023; e ironicamente a Série se denominava “HW Turbo”, apesar do modelo tanto originalmente, com o preparado pela AMG não ser equipado com turbocompressor. Enfim, o visual “Wide Body” característico está presente na miniatura, e o modelo na cor preta destaca os faróis e a estrela de três pontas na grade dianteira, e a traseira conta com as lanternas pintadas e o logotipo da AMG na placa, assim como os emblemas “560 SEC”, o logo da Mercedes e a sigla AMG na tampa do porta-malas.
Referências:
https://hotwheels.fandom.com/wiki/%2789_Mercedes-Benz_560_SEC_AMG
https://en.wikipedia.org/wiki/Mercedes-Benz_560
https://en.wikipedia.org/wiki/Mercedes-Benz_W126#Special_variants
https://mercedes-world.com/s-class/mercedes-benz-560-sec-amg-v8-w126
https://www.sportscarmarket.com/profile/1989-mercedes-benz-560sec-amg-6-0-wide-body
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