segunda-feira, 25 de março de 2024

BMW 3.0 CSL - 1973


Entre os admiradores dos BMW, este 3.0 CSL com certeza, consta no topo da lista como um dos mais icônicos sedans esportivos da BMW, e quem sabe do mundo. O estilo, a mecânica e sua herança esportiva dão razão para que ele seja um dos favoritos da marca bávara.

Baseado no 3.0 CS/3.0 CSi coupé (codinome interno: E9), o CSL foi desenvolvido para participar no German Touring Car Championship, recebendo os upgrades que o regulamento permitia para sua homologação na categoria. Ademais, foi com esse modelo que surgiu a divisão BMW Motorsport, e a sigla CSL (Coupe Sport Licht - “L” de Leicht, “leve” em alemão) indicando um modelo aliviado em peso para alta performance.


Apresentado no Geneva Motor Show de 1971, o BMW 3.0 CSL era equipado com um motor (M30) seis cilindros em linha ─ ampliado de 2.985 cm3 para 3.003 cm3 ─ com carburadores duplos, que logo recebeu uma injeção de combustível BOSCH e na versão final, tinha 3,2 litros (3.153 cm3) com 206 hp e 215 lb-ft de torque. Seu câmbio era manual com quatro velocidades, atingia 220 km/h de velocidade máxima. Mas seu grande trunfo não eram os números de potência e torque, mas sim os materiais com que foi construído: várias peças da carroçaria eram feitas de alumínio, os vidros das janelas e a vigia traseira eram de Perspex (ou Plexiglass), não havia isolamento acústico, sua suspensão especial tinha amortecedores Bilstein pressurizados a gás, molas espirais progressivas com 20mm a menos na altura, o camber incrementado (1.1º na frente e 1.0º na traseira) comparado com os modelos de linha. Mesmo as peças de aço entraram no regime: o teto, a parede do motor, as caixas de roda, e os painéis laterais foram feitos de uma chapa mais fina do que as do modelo normal, e até as molas que mantinham o capô aberto foram eliminadas e substituídas por um varão mais leve. O banco do piloto foi especialmente feito para o CSL, mais leve do que o normal de linha. Não havia vidros elétricos, nem para-choques dianteiro ou traseiro. O peso total do CSL chegava a 1.100 kg, contra 1.310 do modelo normal.


Recebeu também um body kit com um grande spoiler dianteiro, pequenas aletas nos para lamas dianteiros, um spoiler no final do teto sobre a vigia traseira e a asa traseira apoiada em enormes aletas verticais no final dos paralamas traseiros. As caixas das rodas com 2 cm mais largas acomodavam as largas rodas de liga com sete polegadas de tala. O spoiler dianteiro criava pressão no eixo dianteiro e o enorme aerofólio traseiro dava mais tração nas curvas. Devido à proibição dos aerofólios na Alemanha, ele seguia com o modelo para o comprador instalar a peça no momento da compra. Por causa do design do aerofólio traseiro, o modelo ganhou o apelido de “Batmóvel”, e também é conhecido como “Shark” (Tubarão).


A primeira vitória surgiu nas 6 Horas de Nürburgring, com Hans-Joachin Stuck e Chris Amon ao volante, cruzou a linha de chegada depois de 42 voltas liderando desde o início. Em segundo, outro CSL, da Alpina, marcou a volta mais rápida com Niki Lauda cravando 8m21s3.


Correndo com Toine Hezemans em 1973, o CSL venceu o European Touring Car Championship, e com Dieter Quester como copiloto, conseguiu a vitória na classe em Le Mans do mesmo ano. A dupla ficou com o vice-campeonato no German Touring Car Championship de 1973, sendo que o título daquele ano foi obtido por Chris Amon e Hans-Joachin Stuck em outro 3.0 CSL. O BMW 3.0 CSL foi muito bem-sucedido, conquistando seis campeonatos europeus sucessivamente, até o ano de 1979.


Foram produzidos apenas 167 exemplares do BMW 3.0 CSL entre 1973 e 1975, tornando o modelo bem raro, e os que sobreviveram às competições são bem disputados pelos colecionadores, atingindo cifras em torno de 300.000 Euros.

O BMW 3.0 CSL comemorativo dos 50 anos

Para celebrar os 50 anos do lançamento do BMW 3.0 CSL em 2023, a empresa reeditou o modelo com base no cupê BMW M4 GT4, colocando mais de 100 profissionais para montar 50 unidades de um CSL do século 21, seguindo os mesmos princípios que nortearam a criação do CSL original. Liderados por Christian Waldherr, Diretor de Tecnologia, estará lá o aerofólio traseiro que se tornou a marca registrada do CSL de 1973, além da pintura em Alpine White, e as faixas decorativas azuis e vermelha características do CSL quando foi lançado.

BMW Motorsport GmbH

Von Falkenhausen no Formula 2, em Hockenheim

No início dos anos 1970, a BMW tinha uma presença tímida no campo esportivo, apenas fornecendo motores e apoiando preparadores como a Schnitzer e ALPINA. Sob a direção técnica do Barão von Falkenhausen, ex-piloto e preparador de motos BMW ─ é dele a criação da suspensão Paralever na segunda metade dos anos 1950 ─ passou para os automóveis BMW em 1957, Falkenhausen assumiu o desenvolvimento de motores, e junto com o engenheiro Paul Rosche criou o motor M10 de quatro cilindros de alta performance, que ficou conhecido como “New Class”, equipando o BMW 1500 de 1961. Em 1966, colocaram um cabeçote de quatro válvulas e um duplo comando na cabeça, tornando o motor de 2 litros recordista em Hockenheim, equipando o Brabham de Fórmula 2, pilotado pelo próprio Falkenhausen, aos 59 anos de idade!


Esse motor passou a equipar o novo modelo pequeno da BMW, serie 2, e recebeu o código 2002, tornando o modelo um sucesso entre os pilotos pois era muito competitivo, e muitos creditam ao seu sucesso a recuperação da BMW no mercado automobilístico e financeiro.

A decisão da BMW criar sua divisão esportiva era o passo natural para consolidar sua imagem, e o sucesso nas pistas seria uma ferramenta de marketing perfeita para estabelecer uma imagem jovial e dinâmica, ao contrário da Mercedes-Benz, focada em clientes mais maduros. Falkenhauser estava se aposentando, então Paul Rosche foi convidado a chefiar a nova divisão esportiva.

Bob Lutz, um apaixonado entusiasta do automobilismo, assumiu a Direção das Vendas em 1972. Ele resolveu “roubar” o chefe de equipe da Ford Alemanha Jochen Neerpasch. Ele trouxe junto o piloto Hans-Joachin Stuck, e o engenheiro Martin Braungart, e seu primeiro trabalho era lançar o BMW 3.0 CSL. Além de Stuck, outros pilotos fizeram história com o CSL: o sueco Ronnie Peterson, o holandês Toine Hezemans e o austríaco Dieter Quester, correndo na Europa e nos Estados Unidos (IMSA GT).

O logotipo da divisão Motorsport

Neste ponto, o logotipo da Divisão BMW Motorsport merece um aparte. A formação da Divisão envolvia a captação de um patrocinador, e a BMW decidiu abordar a TEXACO, que justamente era a patrocinadora da Ford alemã, para fazer a parceria nas competições. Os designers elaboraram então um logotipo com a letra “M” e três faixas coloridas, sendo uma delas na cor vermelha, da TEXACO. A faixa azul identificava a BMW, cor presente no logo circular da BMW, cor da bandeira da Baviera. Entre as duas faixas, uma na cor roxa (ou púrpura), que seria a cor resultante da mistura de azul e vermelho. No entanto, a negociação com a TEXACO não se concretizou, por motivos até hoje não divulgados. Mesmo assim, o logo já estava pronto e a direção da BMW gostou dele, mantendo o design, e com o tempo, a faixa central roxa mudou para um azul escuro.

O CSL no projeto BMW Art Cars

O CSL decorado com a arte de ALexander Calder

O BMW Art Car Project foi apresentado pelo piloto e leiloeiro francês Hervé Poulain, que queria convidar um artista para criar uma tela em um automóvel. Em 1975, Poulain contratou o artista e amigo americano Alexander Calder para pintar o primeiro BMW Art Car. Este primeiro exemplo seria um BMW 3.0 CSL que o próprio Poulain correria nas 24 Horas de Le Mans de 1975. Desde então mais de vinte carros da BMW foram decorados por renomados artistas com vários estilos, dentre os quais, o M1 pintado por Andy Warhol é o mais valioso entre os colecionadores.

O CSL decorado por Roy Lichtenstein, em 1977

O CSL decorado por Frank Stella, em 1976


Da minha coleção

O BMW CSL 3.0 da Hot Wheels, com o número 68

O modelo da Hot Wheels é baseado no CSL que venceu o European Touring Car Championship (ETCC), e nos modelos de 1975 a 1979. O primeiro modelo Hot Wheels veio na cor Alpine White e as faixas decorativas do logotipo da Divisão M, mas saiu com o número 68 na sportas, ao invés do original, que tinha o número 12.

O CSL da Série Retro Racers, de 2024


A miniatura da foto é da Série Retro Racers, de 2022; e sua decoração é inspirada nas cores da bandeira alemã.




O modelo laranja é um Matchbox, lançamento de 2024, da Série Moving Parts, com abertura do capô dianteiro (pouca) e um detalhamento mais caprichado, mas sacrificado no estilo e tamanho das rodas, que deixam a desejar.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/%2773_BMW_3.0_CSL_Race_Car

1973 BMW CSL 3.0 | Matchbox Cars Wiki | Fandom

https://www.bmwblog.com/2020/04/24/bmw-3-0-csl-one-of-the-most-iconic-cars-in-the-world/

https://www.bmwblog.com/2020/03/09/the-true-story-behind-the-meaning-of-the-bmw-m-colors/

https://www.bmwblog.com/2018/03/01/the-m-legacy-a-profile-on-jochen-neerpasch/

https://www.cbsnews.com/pictures/bmw-art-cars/39/

https://www.bmw-m.com/en/topics/magazine-article-pool/bmw-3-0-csl.html

https://www.hemmings.com/stories/article/baron-alexander-von-falkenhausen

https://flatout.com.br/paul-rosche-o-homem-que-inventou-os-supermotores-da-bmw/

https://www.bmw-m.com/en/topics/magazine-article-pool/bmw-3-0-csl-manufaktur.html

quarta-feira, 20 de março de 2024

Carros e Filmes: Volkswagen Jetta MK3 - Fast & Furious

Volkswagen Jetta MK3, Fast & Furious, 2001

O Volkswagen Jetta 1995 aparece no primeiro filme, dirigido por Jesse (Chad Lindberg), embora seja mencionado que seu pai preso é o dono e construtor do carro. É visto pela primeira vez quando Jesse dirige até a lanchonete de Dominic Toretto (Vin Diesel) junto com Leon (Johnny Strong), Letty (Michelle Rodriguez) e Vince (Matt Schulze)no momento em que Brian (Paul Walker) chega lá para investigação. No filme, o carro não participa de corridas de rua, mas tem uma performance dramática na Race Wars, quando Jesse corre contra o Honda S2000 de Johnny Tran (Rick Yune). Brian avisa Jesse para não correr com Tran, dizendo que o carro dele tem US$ 100.000 em preparação debaixo do capô. Jesse o ignora de qualquer maneira e corre com Tran. Jesse parece estar ganhando quando usa o NOS, mas Tran o domina usando seu próprio nitro e vence Jesse facilmente. Jesse entra em pânico e deixa Race Wars recusando-se a entregar o veículo para Tran. O carro é visto novamente quando Jesse chega à casa de Dominic para implorar por sua ajuda. De repente, Tran e seu primo Lance (Reggie Lee) disparam contra a casa, o carro é baleado e Jesse é morto no tiroteio. O carro possivelmente foi apreendido porque nunca mais foi visto nas sequências.


O Jetta pilotado por Jesse é da terceira geração do modelo da Volkswagen, internamente conhecido como A3, ou Typ 1H, e foi lançado em 1992. Era fabricado na planta de Puebla, Mexico, e enfrentou problemas de qualidade na linha de montagem, mas o sucesso do modelo nos Estados Unidos fez a direção da VW manter o nome Jetta, que era chamado de “Vento” na Europa. O design é de Herbert Schafer, e a terceira geração tem uma aerodinâmica bem melhor do que a anterior, registrando 0,32 de Cx, e tem os aperfeiçoamentos das normas mundiais de segurança em colisões. As suspensões evoluíram da geração anterior, com bitolas maiores, utiliza maior quantidade de plásticos recicláveis, sistema de ar condicionado livre de CFC, e a pintura utiliza pigmentos de que não contém metais pesados.

O Jetta de terceira geração teve um papel decisivo para a permanência da VW no mercado americano. À época da introdução do Jetta de 1993, as vendas da empresa eram as mais baixas desde os anos 1950, com vendas de 43.902 carros no ano. Entretanto, este número subiu dramaticamente nos anos seguintes, sendo a maioria do Jetta, que continua até hoje como um dos mais vendidos modelos da Volkswagen nos Estados Unidos.


Originalmente com um motor quatro cilindros e 2,0 litros, este Jetta está equipado com um turbo e o cambio de quatro velocidades automático; o visual foi preparado com um body kit da West Wing, capô de fibra de carbono, spoiler traseiro, bancos Sparco de competição, cintos e volante esportivo completando o visual. O modelo também tem um sistema de áudio customizado, com um console PlayStation 2 para entretenimento e botões NOS no volante. As rodas são Racing Hart de 17 polegadas, suspensão rebaixada, com pneus Michelin Cup Sport 2. A suspensão tem amortecedores Eibach, e a placa é 4VT0952. A decoração externa chama atenção e instiga a desafios para rachas nas ruas.

Jesse, competindo contra Johnny Tran no seu Honda S2000.

Para o filme, o carro foi alugado de Scott Centra e três exemplares foram construídos pela produção. Apenas nas tomadas internas em que Jesse corre contra Johnny Tran, na verdade não era o Jetta, mas um Nissan 240 com a cabine cortada, e como os caçadores de erros comentam, o modelo que compete com o Honda S2000 de Johnny Tran realmente não tem as pinças de freio dianteiras, porque é um dos “Stunt Cars”, e não o original de Scott Centra. Por sinal, ele não queria alugar o carro para as filmagens, mas depois de algumas negociações, aceitou um valor que se mantém em sigilo. O que se sabe é que o carro foi segurado durante as filmagens por impressionantes US$ 200,000.

Originalmente, Jesse deveria pilotar um BMW M3 ou um AUDI A4/S4, o que destacaria seu perfil de “Techie Guy”, porém, Craig Lieberman (Diretor Técnico da franquia) não conseguiu encontrar um destes modelos modificados a ponto de impressionar o diretor Rob Cohen, então o Jetta acabou ficando para Jesse.

Após as filmagens, o Jetta mudou de mãos diversas vezes, até que foi adquirido pelo ator Frankie Muniz, e participou de um episódio na Série  de TV Lizzie McGuire, do Disney Channel, em 2002. Em 2016, o Jetta foi levado a leilão pela Barret-Jackson na cidade de Scottsdale, sendo arrematado por US$ 42,000; no entanto, em 2018, o Luxury Auto Collection de Scottsdale, Arizona, listou o modelo como valendo US$ 99,900.

Da minha coleção




O Volkswagen Jetta MK3 1995 de Jesse entrou na coleção depois de muito anos, primeiro porque a Mattel foi bem parcimoniosa, e o modelo não aparecia frequentemente nas Séries de carros da franquia Fast & Furious; e depois pelos preços altos cobrados pelos que tinham o modelo e sabiam do interesse dos colecionadores pelo Jetta do primeiro filme de Fast & Furious.




Ele saiu somente em 2019, sendo que o primeiro Fast & Furious é de 2001; e teve re-edições com a mesma decoração do carro de Jesse em 2020, 2023 e agora em 2024. O mesmo casting saiu em outras cores nos anos de 2020 (duas versões) e 2024.

O modelo é bem detalhado, com o grafismo do filme, faróis, lanternas, base de metal, rodas especiais e pneus de borracha, terá um lugar de destaque na frota dos Velozes & Furiosos!

Referências:

https://fastandfurious.fandom.com/wiki/1995_Volkswagen_Jetta?file=1995_VW_Jetta.jpg

https://en.wikipedia.org/wiki/Volkswagen_Jetta

https://www.hotcars.com/jesse-vw-jetta-from-fast-furious/

https://www.imdb.com/title/tt0232500/

sexta-feira, 15 de março de 2024

Camaro Z28 - 1970

 


A segunda geração do Camaro foi produzida de 1970 a 1981, e era maior, mais larga e mais baixa do que a anterior, foi apelidada de “Super Hugger”, com uma plataforma totalmente redesenhada, mas com o mesmo conceito de monobloco com um subchassi dianteiro, braços de suspensão em “A” na frente e molas semielípticas atrás.

O modelo ganhou melhorias em performance e conforto, o acabamento melhorou o isolamento de ruídos e ganhou agilidade nas estradas, fruto da experiência dos engenheiros com as competições da geração anterior. Direção, freios e equilíbrio dinâmico eram fatores elogiados pela imprensa automotiva na época. Opcionais de alta performance eram disponíveis, mas com o advento da crise do petróleo e as demandas para redução de emissões acabaram tirando potência dos motores e priorizando a economia de combustível nos anos à frente.

O motor LT-1 do Corvette no cofre do Camaro Z28

A versão Z28 Special Performance Package vinha equipada com o V8 de 350 cid (5,7 litros) LT-1 do Corvette, com 360 hp a 5600 rpm, e 380 lb-ft de torque a 4000 rpm, bem melhor do que o V8 302 cid aplicado entre 1967-69 na geração anterior. O carburador quádruplo era um Holley com 780 cfm o câmbio de quatro velocidades manual podia ter um opcional de três marchas Turbo Hidramatic 400 pela primeira vez no modelo.

No teste realizado pela revista Car and Driver, o Z28 marcou 5,8 segundos para fazer de 0-60 mph; 14,2 segundos de 0-100 mph; fez o quarto-de-milha em 14,2 segundos a 100,3 mph. A velocidade máxima atingia 118 mph (190 km/h)

O Camaro Z28 foi descontinuado em 1975 (recebeu um face-lift em 1974), com o V8 de 350 cid gerando 145 hp, mas os números de potência seguiam a nova regulamentação para mostrar valores líquidos, ao invés dos brutos até então. O Z28 só voltou ao catálogo em 1977, mas como um modelo da linha, e não como um pacote opcional (RPO) como antes; em grande parte porque o Firebird Trans-Am estava vendendo mais de 46.000 unidades naquele ano.

Com o V8 de 350 cid agora com 185 hp, carburador quádruplo, a maioria dos Z28 era equipada com transmissão automática e ar-condicionado. Trazia também vários elementos do pacote RPO, como comandos especiais, pistões e cárter forjados, válvulas de maior diâmetro, bloco do motor com quatro mancais, compartilhando o motor do Corvette LT-1.

Camaro Z28, 1978

A reestilização de 1978 trouxe a frente e traseira em uretano, dispensando os para-choques, mas ainda os mantinham visualmente, para diferenciar dos Firebird, que não mais os possuíam. Os modelos 1981 foram os últimos Z28 da segunda geração, ainda com o V8 de 350 cid (5,7 litros), mas configurado com  as novas regulamentações de controle de emissões, vinha com o CCC (Computer Command Control) pela primeira vez. Era a primeira geração dos módulos eletrônicos de controle que mais tarde informatizaram os automóveis modernos. Entre os sensores e controles, havia o sensor de oxigênio, carburador eletrônico, sensor de aceleração, sensores no sistema de refrigeração, medidor de pressão barométrica, MAP (Manifold Absolute Pressure), e ferramentas de autodiagnóstico facilitando sobremaneira detectar falhas e defeitos no carro.

Camaro Z28, 1981


Da minha coleção



O Camaro Z28 apareceu pela primeira vez na linha dos Hot Wheels em 2011, na Série New Models. O modelo da foto é da Série HW Performance 4/10, de 2012. Vem com a decoração com o logo da Champion, famosa marca de velas de ignição. A pintura em Metalflake Black, no casting que traz o spoiler dianteiro e traseiro, com rodas comuns 5SP.




Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/%2770_Camaro_Road_Race

https://en.wikipedia.org/wiki/Chevrolet_Camaro_(second_generation)

https://www.caranddriver.com/reviews/a15141878/1970-chevrolet-camaro-z-28-road-test-review/

 

sexta-feira, 8 de março de 2024

Carros e Filmes: Batman & Robin Batmobile


Depois que o Charada destruiu o Batmóvel no filme anterior de Batman, ele construiu o novo Batmóvel para se deslocar por Gotham City. Batman (George Clooney), novamente com Robin (Chris O’Donnel) lutando ao seu lado, enfrenta Mr. Freeze (Arnold Schwarzenegger) e Poison Ivy/Dr. Pamela Isley (Uma Thurman), com Bane (Michael Reid McKay) como guarda-costas de Poison Ivy.

Dirigido por Joel Schumacher e escrito por Akiva Goldsman, foi lançado nos Estados Unidos e Canadá em 20 de junho de 1997, obtendo mais de 42 milhões de faturamento no fim de semana do lançamento. Apesar do elenco de sucesso, o quarto filme da franquia Batman dos anos 1990 não seguiu bem nos meses seguintes.


Alvo de críticas pelo tom irreverente, às vezes comparado ao clima do seriado de TV de 1966, o orçamento de produção entre 125/160 milhões de dolares, faturou 238,2 milhões de dolares no mundo inteiro. A Warner Bros. Reconheceu que a performance do filme não foi tão boa no território americano, mas teve boa recepção no restante do globo.




Além das críticas sobre a abordagem mais humorística ou cômica do roteiro, Desson Howe, do Washington Post, criticou o design de produção extravagante, chamando-o de “um desfile de moda de verão vagamente chamativo”, e profetizando que o filme deveria encerrar a série de Batman.


O Batmóvel deste filme teve o design de Harald Belker, parcialmente inspirado nos modelos Jaguar Type D e no Delahaye 165, com seu longo capô dianteiro e para-lamas estendidos. A TFX ficou responsável pela construção do carro, e equipou o modelo com um V8 da Chevrolet Small-Block que levava o carro até 220 km/h. Os pneus tinham o logo do morcego e as calotas iluminadas, com os LEDs pulsantes nas laterais e a tradicional turbina na traseira com enormes asas de morcego, e diferente dos anteriores, era um monoposto, somente para o Batman, pois Robin tinha o Redbird para se deslocar por conta própria.



Da minha coleção



O Batmobile de Batman & Robin é da Série Batman, que saiu em 2024, um novo casting na Mainline dos Hot Wheels. O modelo havia sido lançado em 2004 na Série Hot Wheels 100%, e em 2012 na Série de escala 1:50, um pouco maior e mais bem detalhados.



No entanto, este Batmobile não faz feio, as proporções são corretas, apenas as aletas de morcego acabam ficando espessas demais, devido às normas de segurança para as crianças. As rodas são as AeroDisc, de plástico.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/Batman_%26_Robin_Batmobile

https://batman.fandom.com/wiki/Batmobile_(Batman_%26_Robin)

https://www.imdb.com/title/tt0118688/

domingo, 3 de março de 2024

’71 Plymouth GTX

Plymouth Belvedere 1967

O Plymouth GTX foi apresentado em 1967 como Belvedere GTX, na divisão Plymouth da Chrysler. Era um modelo médio de luxo da linha, posicionada como o “Muscle-car dos gentlemens”, equipado como motores V8 de 440 (7,2 litros) Super Commando, ou 426 (7,0 litros) Hemi.

Utilizava a mesma plataforma B-Body de outros modelos Plymouth, e o modelo de 1971 recebeu uma reestilização com linhas mais aerodinâmicas (“fuselage”), com para brisa inclinado, com um para choque dianteiro envolvendo a grade e faróis recuados dentro dela. Este modelo foi o último GTX como modelo independente, disponível somente na carroçaria coupe, pois o conversível foi cancelado.

Plymouth GTX 1970

Plymouth GTX 1971

Os motores eram um V8 440 cid com carburador quádruplo, gerando 370 hp a 4600 rpm e 480 lb-ft de torque a 3200 rpm; outro 440 cid com três carburadores duplos (Six Pack) com 385 hp a 4700 rpm e 490 lb-ft de torque a 3200 rpm, e o 426 Hemi com 425 hp a 5000 rpm, com 490 lb-ft de torque a 4000 rpm. O câmbio podia ser um manual de quatro velocidades ou o Torque Flite automático de três. No início da década de 1970, os fabricantes aproveitavam ainda a onda dos Muscle-Cars, e a Chrysler conseguia boas vendas com o Dodge Charger, construído na mesma plataforma do Plymouth GTX acabando por canibalizar as linhas e fazer as vendas do Plymouth começarem a cair. Num teste da revista Car & Driver em novembro de 1970, o modelo básico do GTX com motor 440 cid e 370 hp fez de 0-60 mph (96,54 km/h) em 6,5 segundos, e o quarto-de-milha (402,25 m) em 14,9 segundos a 95,4 mph (153,49 km/h).

O modelo com o Air Grabber no capô

Um detalhe que era atraente para os que desejavam performance, era o “Air Grabber”, uma parte no centro do capô dianteiro que se abria como uma tomada de ar para forçar o ar para dentro do cofre do motor, controlado pelo motorista nas acelerações para conseguir mais desempenho.

O Interior do GTX

Posicionado como um Muscle-Car mais luxuoso, o interior era bem acabado e confortável. Bancos individuais, estofamento com materiais de alta qualidade, o painel com instrumentação voltada para o piloto, ar condicionado, vidros elétricos, console central, rádio AM/FM eram algumas das amenidades do GTX. Apesar do tamanho e peso, o GTX tinha um desempenho dinâmico muito bom nas estradas. A plataforma B-Body tinha uma boa estabilidade e era bem equilibrada ao fazer curvas, fazendo a pilotagem do GTX ser divertida e confiável aos motoristas que exigiam um pouco mais do carro. Nesse quesito, os componentes da suspensão eram reforçados, e os pneus voltados para melhor desempenho ajudavam na manobrabilidade do GTX.


As normas de restrições de emissões reduziram a taxa de compressão, fazendo os motores produzirem menor potência. Era um período em que o governo endurecia com normas de segurança cada vez mais rígidas, e modelos como os Muscle-Cars que esbanjavam potência e desempenho eram vistos como vilões da integridade dos motoristas e passageiros. Das 2.942 unidades produzidas em 1971, apenas 30 exemplares eram equipados com o 426 Hemi.

A partir de 1972, o Plymouth GTX foi descontinuado e as configurações disponíveis passaram para os modelos Road Runner, que passaram a utilizar a sigla GTX e eram identificadas com os emblemas do Plymouth GTX.




O Plymouth GTX de 1971 deixou um legado de design, motores potentes e performance impressionantes, que até hoje chama a atenção dos colecionadores e entusiastas, com sua reputação de um carro com alta performance, que oferecia luxo e conforto, marcou seu lugar na história dos Muscle-Car.

Ele é um testamento da Era de Ouro dos Muscle-Cars americanos, e pelos poucos exemplares que foram produzidos, são bastante valorizados entre os colecionadores e entusiastas de carros que marcaram época.

Da minha coleção





O Plymouth GTX de 1971 preto é da Série Fast & Furious Full Force, de 2021, reproduzindo o carro utilizado por Dom Toretto (Vin Diesel) quando Cipher (Charlize Theron) o obrigou a se voltar contra sua “família”. Ele tem base metálica e rodas especiais com pneus de borracha, e segue a decoração do modelo utilizado nas filmagens de The Fate of the Furious, o oitavo filem da franquia Velozes & Furiosos.






Já o modelo laranja, é da Série Muscle Mania, de 2023, apesar de ser um Mainline, com base de plástico, tem rodas Chrome RSW, saindo do lugar comum do estilo habitual da maioria dos modelos Hot Wheels.

O design é de Phil Riehlman, e reproduz bem as linhas que ficaram conhecidas como “fuselage”, no último modelo dos Plymouth GTX, em 1971.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/%2771_Plymouth_GTX

https://fastandfurious.fandom.com/wiki/Category:The_Fate_of_the_Furious_Cars

https://en.wikipedia.org/wiki/Plymouth_GTX

https://www.musclecarfacts.com/plymouth-gtx/48-1971-gtx/

https://classiccarsconnection.com/dalambai/the-1971-plymouth-gtx-a-muscle-car-legend-revisited/