Mostrando postagens com marcador comportamento. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador comportamento. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 28 de março de 2017

MUDANÇA DE COMPORTAMENTO - POR QUE É TÃO DIFÍCIL? Parte 1 de 2

Vivemos hoje num tempo de velozes mudanças na vida: a tecnologia, os costumes e estilos de vida, as empresas e os mercados se alteram rapidamente, exigindo de nós uma velocidade de mudança que muitos não estão conseguindo acompanhar.
Para os jovens, mudar é mais fácil, depois de passar pela adolescência - uma fase de grandes mudanças - eles ainda estão em transformação, formando sua identidade emocional, social e profissional; sendo mais maleáveis para se adaptar melhor a um cenário em transformação.
Já para alguém depois dos 30, 40 anos, com seus valores e comportamentos mais sedimentados, começam a ter dificuldade para assimilar essas mudanças e criar um novo comportamento de acordo com as mudanças que ocorrem em seu ambiente próximo.
Um dos grandes obstáculos para isso são os hábitos que desenvolvemos.
Hábito pode ser definido como um comportamento aprendido que é incorporado em nossa rotina. Nosso cérebro economiza trabalho quando repetimos regularmente certas atitudes ou comportamentos, tornando-os automáticos; assim ele não gasta energia para pensar sobre qual é o próximo passo naquele processo.
Um exemplo clássico é o processo de despertar e se arrumar para sair ao trabalho: acordar, desligar o despertador, levantar, fazer a toalete matinal, trocar de roupa, tomar café, sair. Depois de um mês fazendo isso, os processos ficam automáticos; exceto quando temos de escolher a roupa com que vamos hoje (no caso das mulheres, mais demorado...) em que gastamos um tempo maior para decidir o que combina com o que, para não pagar mico...
O hábito tem três componentes: o Gatilho, a Rotina e a Recompensa. Vejamos alguns detalhes sobre cada um deles:
GATILHO: É um evento (visual/sonoro/táctil - interno ou externo a nós) que o cérebro entende qual hábito deve selecionar para a sequencia automática a seguir;
ROTINA: Sequencia de atividades físicas, intelectuais ou emocionais pré-estabelecidas nas sinapses cerebrais que poupam a energia de escolher/decidir o próximo passo.
RECOMPENSA: Avaliação que o cérebro faz para ver se o processo automatizado vale a pena ser aplicado novamente no futuro.
Quanto mais esta sequencia é repetida, e a recompensa é confirmada como um bom resultado obtido, mais ela fica automática e o hábito vai ficando cada vez mais fortalecido, dificultando alterar o processo. Chegamos ao ponto em que apenas sendo expostos ao Gatilho, pulamos o processo da Rotina e focamos diretamente na Recompensa.
Os cães que Pavlov condicionou começavam a salivar quando ouviam o apito que indicava o fornecimento de alimento; e mesmo quando não recebiam a recompensa, salivavam apenas com o som do apito.
Será que somos diferentes dos cães de Pavlov?
Como nos comportamos quando ouvimos um "bip" do celular, indicando que chegou uma mensagem de e-mail, do Whatsapp, Messenger ou Facebook?
Quem será que enviou? Qual o "babado" que está rolando? 
Isso é uma verdadeira armadilha quando queremos mudar nossos hábitos, ou criar um novo comportamento necessário em novas circustâncias de nossas vidas.
Não é à toa que as situações que mais causam stress nas pessoas sejam aquelas em que há grandes mudanças em nosso universo pessoal: 
Morte do conjuge; divórcio e separação; prisão; morte de parente próximo; ferimento ou doença pessoal e casamento, nesta ordem, são as principais causas de stress, segundo um estudo feito pelos Drs. T. Holmes e R. H. Rahne — “Modern Maturity” (Maturidade Moderna).
São situações que exigem de nós novos comportamentos e novos hábitos, visto que nossas rotinas são drasticamente alteradas; se temos dificuldades para nos adaptar às novas situações, o sofrimento aumenta, até que desenvolvamos os comportamentos automáticos que nos trazem conforto e segurança, confirmando as recompensas desejadas de acordo com os novos "gatilhos" a que nos sujeitamos.
No próximo post, veremos como facilitar este processo e sofrer menos com as mudanças que nos atingem.

Referência: O Poder do Hábito, de Charles Duhigg.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Intolerância




Num mundo em que tudo acontece velozmente, e as transformações parecem cada vez mais rápidas, tornando-nos pessoas que desejam gratificações imediatas, e queremos que as coisas aconteçam sem demora.
Minutos em uma fila, o garçom que não vem à mesa assim que nos sentamos, a impaciência no saguão do elevador, o motorista que dirige à nossa frente em baixa velocidade, o e-mail que não chega em sua caixa postal, são coisas que nos deixam cada vez mais frustrados e irritáveis.
No extremo destas atitudes, chegamos à intolerância, não aceitando ou suportando determinadas situações e reagindo contra todo o bom senso da vida civilizada.
Tanto é que diversas leis são promulgadas visando proteger minorias étnicas ou sociais contra abusos e ofensas pelo fato de serem diferentes dos demais, em uma sociedade cada vez mais diversificada social, cultural e emocionalmente.
Parece que temos dificuldades para lidar com aquilo que é diferente ou incomum para nós; porém, numa sociedade cada vez mais global, como não se confrontar com pessoas, costumes, comportamentos, comida, roupas e crenças totalmente diversas daquelas com as quais convivemos uma vida inteira?
Segundo um estudo da ONU, as causas básicas da intolerância e a discriminação são a ignorância e a falta de compreensão.
O mesmo relatório diz então: "A Educação pode ser o instrumento primário de combate à discriminação e à intolerância".
Educação não apenas no sentido de adquirir conhecimento, mas de criar valores e guiar nosso comportamento, mesmo que muitos não concordem com nossas opiniões e crenças. A intolerância sem conhecimento leva a temer o que não conhecemos e tendemos a excluir aquilo que não combina com o que achamos "normal".
Claro, o oposto, que é a tolerância, não significa que todos devam pensar da mesma maneira, até porque é saudável que haja opiniões discordantes das nossas. "A verdadeira tolerância repousa em forte convicção" disse o sacerdote dominicano Claude Geffré, na revista Réforme. A pessoa satisfeita com suas convicções não se sente ameaçada pelas crenças dos outros, pois desenvolve sua capacidade de julgamento independente, pensamento crítico e raciocínio ético.
Portanto, devemos sempre examinar nossas convicções, encontrando conosco mesmos. Não pensemos que as pessoas estão contra nós, elas estão apenas a favor delas mesmas.
Num ambiente em constante mudança, é preciso sempre rever nossos comportamentos, ajustar as atitudes, mas mantenha sempre sua integridade, e se apegue aos seus valores.
Tenho certeza de que seremos mais felizes assim.