O Mustang fastback 1968, na cor Dark
Highland Green, era movido por um V8 Big
Block de 390 cid (cubic inch displacement, ou deslocamento
em polegadas cúbicas). As modificações necessárias para o filme foram feitas
por Max Balchowsky, um amigo de McQueen em 5 semanas de trabalho. Retratando um
carro dirigido por um policial, o Mustang teve seus emblemas removidos,
inclusive o “cavalinho” na grade frontal, e os faróis de neblina.
Dois veículos foram preparados, e de acordo com McQueen, um deles
praticamente se desintegrou durante os saltos nas ladeiras de São Francisco,
apesar das molas reforçadas e amortecedores Koni na suspensão, e as barras de
amarração extra no subchassi. Eles tinham números de chassi sequenciais: 8R02S125558 e 8R02S125559, e o de final 8 foi usado para as tomadas de ação, ao passo que o outro ficou para as tomadas internas, fotos e promoção do filme, e foi o que sobreviveu para contar a história. Balchowsky colocou um comando de válvulas de competição,
usinou os cabeçotes aumentando a taxa de compressão, modificou o sistema de
ignição para alto desempenho e os carburadores foram retrabalhados. As rodas
eram as Torq Thrust, da American Racing, calçadas com pneus BF Goodrich Radiais. O detalhismo de McQueen o levou a instalar um volante Secura e refazer todos os bancos em couro preto com o tapeceiro Tony Nancy.
Em 1968, o auge da guerra de potência entre os muscle-cars levou a Ford a oferecer o novo motor V8 de 390 cid no lugar do small block de 289 cid (4,7 litros) e 315 hp. O novo motor exigiu diversas alterações na plataforma do Mustang, para acomodar o motor maior, aumentando a largura do carro em 6,5 cm e as bitolas em duas polegadas, de modo que a carroçaria rolava menos. O Mustang ganhou em estabilidade e o desempenho em curvas ficou muito melhor.
O motor V8 390 cid (correspondendo
a 6.388 cc) tinha 325 hp, com um câmbio manual de quatro marchas, e os carros foram
emprestados pela Ford Motor Company, para a Warner Bros, como parte de um acordo
promocional. Tanto o motor, freios e suspensões foram profundamente
modificados, para suportar os saltos nas colinas de San Francisco, que a
produção imaginava que as filmagens exigiriam dos veículos. Inicialmente, a
Ford cedeu dois Galaxies, para usarem nas cenas com o Mustang, mas com poucos
testes, os produtores perceberam que eles eram muito pesados para fazer os
saltos. Eles foram substituídos por dois Dodge Charger 1968, um azul (não R/T)
e outro amarelo, equipado com o V8 Magnum 440 cid de 375 hp, cujos motores foram deixados como originais, mas as suspensões
receberam vários ajustes para as performances dos dublês.
O planejamento das sequências indicava um máximo de 75-80 mph (121-129
km/h) para as velocidades dos veículos, mas em alguns momentos, chegou-se a 110
mph (180 km/h). Em muitas tomadas, usou-se o ponto de vista dos pilotos para os
enquadramentos de cena, para dar aos espectadores a real sensação da
perseguição.
As filmagens levaram três semanas, resultando em 9 minutos e 42 segundos de
perseguição. Com as habituais refilmagens, há problemas com a continuidade: a
lateral do passageiro do Mustang mostra danos bem antes dos choques que os
causaram. O Dodge perde oito calotas nas ruas de São Francisco, e ainda assim,
numa cena da estrada, ele aparece com a calota na roda traseira.
As tomadas de uma mesma cena em vários angulos, após a edição, dão a
impressão que os carros percorrem diversas ruas, mas um Volkswagen acaba
se sobrepondo em duas delas, assim como um Pontiac Firebird branco 1968, um
Cadillac e outros carros se repetem nas tomadas. Uma das razões era que
diversos carros estacionados nas ruas eram da Warner, para o caso do Mustang ou
do Dodge perderem o controle, evitariam ressarcir os danos a muitos
proprietários.
Quando McQueen pilota o Mustang, o espelho retrovisor interno reflete seu
rosto, mas quando o dublê de McQueen, Loren Janes pilota, o espelho está virado
para baixo.
Um dos dois Mustangs usados nas gravações acabou destruído após as cenas,
mas o outro estava praticamente inteiro; e ambos foram vendidos a um
funcionário da Warner Bros, Robert M. Ross. Quando o editor do site Mustang360º (www.mustangandfords.com) o
contactou, depois de localizar o carro remanescente, Ross concordou em prestar
algumas informações, pois estava firmemente disposto a não falar nada, devido
às anteriores tentativas de outros jornalistas não resultarem em matérias
fidedignas sobre o carro.
Robert sugeriu que falasse com Bill Norton, que era dono de uma loja de
carros em North Hollywood, e que havia dirigido o Mustang algumas vezes. Bill
disse que o carro não estava tão danificado como o outro que fez os saltos.
“Era muito divertido de pilotar. Muito potente e arisco, também era muito
barulhento, porque haviam removido todo o material de isolamento acústico. O
pessoal do filme deve ter feito isso para gravar diretamente de dentro do carro
as acelerações que ouvimos no filme”.
Bill ainda conta que Robert ficou com o carro por um ano ou mais, e depois
o colocou à venda na Hemmings Motor News. “Ele foi vendido para um policial do
leste, e foi enviado por trem, pois era mais barato do que transportar de
caminhão”. Os faróis de neblina estavam numa caixa de papelão quando Robert
comprou os carros, mas eles acabaram não indo para o novo dono.
Ninguém sabe o nome do segundo dono. Robert não forneceu o dado, e Bill não
conseguiu lembrar o nome dele, nem tinha nenhum registro disso em outras entrevistas que dera. Sabiam apenas
que ele era da Costa Leste, e o palpite era que ele ficou com o carro por cerca
de dois anos, após o que o atual proprietário o viu em um anúncio num jornal.
Em 1972 o carro foi adquirido pelo seu proprietário atual, com a condição
de permanecer anônimo. Na época, ele tinha 24 anos de idade e fez o negócio de
sua vida, ao pagar um “preço incrivelmente baixo” pelo Mustang Bullit. Hoje um empresário bem sucedido,
não tem intenção de vender o carro, mas o editor do site conseguiu convencê-lo
a dar informações sob a condição de manter o seu anonimato.
Ele forneceu diversos documentos, incluindo o cartão do primeiro
proprietário (em nome de Robert Ross em 14 de dezembro de 1968) e o registrado
em seu nome em 7 de março de 1978. Eles contém o VIN 8R02S12559, que corresponde
ao número da documentação da Warner Bros, confirmando que este e um outro
identico foram os carros enviados para o sul da California para as filmagens de
Bullit.
Ele não fez nenhuma alteração no carro, a não ser trocar a alavanca de
câmbio e o volante na época em que o comprou. Em uma ocasião em que ele dirigia
o carro em uma tempestade, perdeu o controle e rodou com o veículo, danificando-o
levemente. O carro tinha 40.000 milhas no hodômetro, e o compartimento do
motor, o interior e a pintura estão como no original.
O próprio McQueen fez uma tentativa frustrada de compra em 1977, mas apesar
de lisonjeado com a oferta, o dono não cogita em se desfazer do carro.
Em 1997, o editor do site Mustang360º
conheceu Chad McQueen, filho de Steve, e este ficou muito interessado ao saber
que o Mustang ainda existia. Chad ficou entusiasmado para fazer algo com o
carro, e junto com o editor, tentou adquirir o carro, mas sem sucesso.
Um ano mais tarde, o Museu Automotivo de Petersen, em Los Angeles, planejou
uma mostra comemorativa dos 30 anos de Bullit,
com vários itens de memorabilia do filme. O contato do Museu até mesmo aventou
a possibilidade de Jay Leno, que era membro do conselho, telefonar para o dono
do Mustang.
No contato que fizeram, o dono não ficou muito satisfeito com as demandas
sobre o carro, que havia sido transferido de lugar por duas vezes em 10 anos.
Ele foi levado para a garagem de seu pai em 1990, e depois, foi levado para um
haras da família no meio-oeste, onde ficou armazenado num celeiro. Enquanto
esteve lá, um empregado da fazenda comentou com um entusiasta de Mustang sobre
um fastback verde escondido na fazenda com uma história interessante. As
suspeitas de que era o Mustang Bullit foram imediatas, e este fanático
conseguiu fazer algumas fotos sem permissão. Assim que o fato vazou para o
público, o dono removeu o carro de lá e o trouxe para sua garagem no Sudeste,
onde ele recebeu o editor do site nesta ocasião. Ele agradeceu por manter sua identidade
em segredo, e mais uma vez reforçou sua intenção de não considerar qualquer
oferta para vender ou mesmo exibir o carro. O Museu acabou realizando sua
mostra exibindo uma réplica do Mustang, de propriedade de Dave Kunz.
Em 2000, em novo contato do editor com o proprietário, este relatou que ele
não era o único a saber da existência do Mustang. Os produtores do filme “As
Panteras” o localizaram e queriam que a atriz Drew Barrymore tivesse sua
personagem dirigindo o Mustang. Fizeram várias tentativas para convencê-lo a
ceder o carro, enviando presentes e aumentando substancialmente a oferta em
dinheiro; além de uma viagem a Hollywood, e até um jantar com Drew Barrymore.
Porém, como sua privacidade é muito prezada, ele teve de ameaçar os produtores
com um processo caso não deixassem de incomodá-lo com suas investidas. Ele
argumentou que ainda manterá o carro em segredo, pois seu filho quer dirigí-lo,
assim que puder tirar a licença de motorista.
No entanto, ele considera que num futuro próximo, ele poderá exibir o carro
ao público, se e quando um museu oficial do Mustang for organizado. “Caso
contrário” diz ele, “é ficar na minha garagem”.
Sobre o outro exemplar do Mustang, que ficou danificado, surgiu uma notícia
no forum Vintage Mustang de que ele havia sido levado ao Mexico e ficado lá
desde o final das filmagens, e que seu proprietário tinha intenções de
transformá-lo numa réplica do Mustang GT 500 Eleanor.
Fede Garza, que tem uma loja de distribuição de parafusos, teve acesso ao dono
da oficina que iria transformar o Mustang, e o mesmo forneceu o número do
chassi e a documentação que comprova a origem do carro.
Garza, então,
decidiu olhar o carro por conta própria e ficou surpreso ao constatar que o
número de chassi batia com o do Mustang usado no filme. Ele também encontrou os
reforços estruturais nas torres dos amortecedores, alguns buracos onde
provavelmente foram instalados equipamentos de filmagem e um diferencial Ford
de 9”, outra modificação realizada nos carros do filme.
Além disso, o carro
tem várias avarias, como o assoalho amassado e uma das longarinas trincadas, comprovando
que foi bastante judiado.
Alguns participantes
do fórum ficaram bastante entusiasmados com a possibilidade do carro ser o
outro exemplar do Mustang Bullit, usado por McQueen, mas outros expressaram
ceticismo, argumentando que pode-se muito bem forjar um número de chassi. De
todo modo, aparentemente o dono desistiu de transformar o carro num clone do GT
500 Eleanor, e em vez disso, vai restaurá-lo para recuperar a forma que tinha
quando as gravações de Bullit foram feitas.
Historicamente, isso
pode ser um erro, pois veículos como este podem ter o seu valor aumentado no
estado em que se encontram, pois trazem as marcas como cicatrizes de guerra,
feitas por Steve McQueen ao pilotar o Mustang nas ruas de São Francisco.
Em 2018, a Ford deve
apresentar uma edição do Mustang Bullit em comemoração aos 50 anos do
lançamento do filme, no North American International Auto Show em Detroit, e no
momento, estão sendo feitos preparativos para exibir o Mustang original que foi
pilotado por Steve McQueen nas gravações de 1968. Depois de vários anos em que se
proprietário permaneceu no anonimato, revelou-se que o carro pertence a Sean
Kiernan, cujo pai Robert Kiernan Jr. o havia comprado em 1974 por míseros 6.000
dolares.
Ele mantém sua
intenção de não se desfazer do Mustang, apesar de algumas estimativas o
avaliarem em quatro milhões de dolares, quantia que os especialistas consideram
que seria facilmente atingida caso fosse a leilão.
DODGE CHARGER –
COADJUVANTE DE PESO
Derivado da plataforma do Coronet, o Charger foi uma resposta da Chrysler para
ter um competidor à altura do Mustang da Ford. Com design elaborado por Carl
“CAM” Cameron, que definiu o perfil da capota em fastback e os faróis
escamoteáveis, o Charger começou a conquistar seu espaço no mercado.
Em 1967, o motor 440 cid “Magnum”
(7.210 cc) foi agregado ao 361 que substituiu o 383 cid. Ele produzia 375 hp e era alimentado por um carburador
quádruplo. Vinha com um câmbio Torqueflite de três marchas automático. Fazia de
0-60 mph em 5.2 segundos, atingia 136 mph (218 km/h). O comentário dos pilotos
sobre o Dodge era “brutalmente rápido, com manejo inadequado”.
Em 1968 Richard Sias realizou uma reestilização que ficou conhecida como
perfil “Coke Bottle” devido às curvas dos para-lamas traseiros. A frente e
traseira foram idealizadas por Harvey J. Winn, com as lanternas duplas que
identificam o ano-modelo.
Os motores eram o V8 318 cid (5,2
litros); o 383 que voltava à linha e um novo pacote de alta performance R/T
(“Road/Track” sem o “and” entre as palavras) era de série para o motor 440 cid e opcional para o 426 cid. Bill Hickman trocou os pneus,
colocando mais estreitos, para reduzir a estabilidade do Dodge, de modo ao
Mustang poder acompanhá-lo mais facilmente; mas mesmo assim, em alguns
momentos, tinha de aliviar o pé para não se distanciar demais do Mustang de
McQueen.
Estes modelos foram os selecionados pela produção para as filmagens, e
diversos reforços nas suspensões foram feitos para suportar os saltos e
melhorar a performance em alta velocidade.
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Mike (Phil Genge) e Phil (Bill Hickman) no Charger R/T |
Pilotado por Bill Hickman nas ruas de São Francisco, fazendo o papel de um
dos gangsters que começam a seguir o Mustang de Frank Bullit, passam de repente
de caçadores para caça, e tem de acelerar forte para escapar do Mustang que
insiste em permanecer no seu retrovisor. Indo para a estrada, os bandidos perdem
o controle e acabam numa explosão quando se chocam com o posto de combustível à
beira da rodovia.
O Dodge Charger remanescente das filmagens também foi utilizado como Camera-Car, em algumas tomadas, originalmente
era amarelo, sendo pintado de preto pela produção. Foi vendido de volta para a
Glendale Dodge, concessionária onde havia sido comprado; repintado de amarelo e
depois recebeu outra pintura, em dourado, ao ser vendido na California em 1970.
Bill Hickman (o dublê que pilotou o Charger), que participou na compra dos
carros para a produção, relatou que adquiriram um azul e outro amarelo (este
era R/T, VIN XS29L8B259549), e os dois foram repintados de preto.
Arnold Welch é um aficcionado dos carros MOPAR, e claro, dos carros da
Chrysler. Ele havia tentado comprar um Dodge Charger em 1996, mas o dono não
quis fazer o negócio. Cinco anos depois (2002), ele soube que havia três Dodge
Charger 1968 da California sendo anunciados em Tucson, no Arizona, e foi até lá
para ver os carros. Ele encontrou o Dodge amarelo, e argumentou com o vendedor
que não era a cor original, e também que as rodas de 10 polegadas não eram
originais. Conseguiu fechar o negócio por um preço abaixo do pedido e ao
reformar o carro, retirando as forrações do porta-malas, encontrou vários furos
que não deveriam estar lá. Encontrou também diversas outras perfurações no piso
do passageiro, na soleira das portas e em outras áreas do carro.
Com 62,000 milhas, aparentemente, o vendedor desconhecia a origem do carro,
buscando mais informações do veículo, não houve como confirmar sua origem pelo
VIN (Vehicle Identification Number) pois a Warner Bros alegou que a
documentação sobre o assunto havia sido perdida ou destruída. Os dados
referentes ao carro existente são de que sua construção terminou em 15 de
janeiro de 1968, sendo que as filmagens de Bullit começaram em abril de 1968; e
o carro foi revendido em outubro de 1968.
Arnold restaurou o carro durante os anos seguintes e o levou para exibição
no SEMA SHOW em outubro de 2011, como o “Mais conhecido dos Chargers”. Em
janeiro de 2013 o carro foi colocado à venda por 1 milhão de dolares, mas não
há informações se o carro mudou de dono.
BULLIT – O FILME
Filme de ação
dirigido por Peter Yates e produzido por Philip D’Antoni. Estrelado por Steve
McQueen, Robert Vaughn e Jacqueline Bisset. O roteiro foi escrito por Alan R.
Trustman e Harry Kleiner; baseado no romance Testemunha Muda, de Robert L. Fish (cujo pseudônimo era Robert L.
Pike), em 1963. Lalo Schifrin compôs a trilha original, inspirada na pontuação
do jazz, marcada para metais e percussão. Robert Duvall faz uma ponta como um
motorista de taxi que fornece informações para McQueen.
O filme foi feito pela empresa Solar
Productions de McQueen, com seu então parceiro Robert E. Relyea como
produtor executivo. Originalmente, os direitos para produção foram comprados
pela produtora de televisão de Philip D’Antoni como uma “virada para a
aposentadoria” de Spencer Tracy, que fizera vários filmes no papel de policial.
O interesse de McQueen trouxe várias mudanças no roteiro, incluindo a adição de
cenas de perseguição intensa. O diretor britânico Peter Yates entrou no projeto
pois era um ex-piloto que trabalhara como chefe de equipe com Stirling Moss.
McQueen era diretamente interessado no filme, e credita-se a ele o poder de
persuasão para com a prefeitura de San Francisco para conseguir as licenças
para as filmagens de dois carros disparando nas ruas da cidade a 100 milhas por
hora.
Lançado pela Warner Bros-Seven Arts
em 17 de outubro de 1968, o filme foi um sucesso de crítica e de bilheteria,
depois de ganhar o Oscar de Melhor Montagem (para Frank P. Keller) e receber
uma nomeação para Melhor Trilha Sonora. Os roteiristas Trustman e Kleiner
ganharam o Edgar Award em 1969
promovido pela Mystery Writers of America
para Melhor Roteiro de Filme. Bullit
é notável pela cena de perseguição de carro pelas ruas de San Francisco, e é
considerado um dos mais influentes da história do cinema; sendo incluída na listagem
das “Melhores seqüências de edição de todos os tempos”. McQueen praticamente
rodou todas as cenas da perseguição, pilotando seu Mustang na cola do Dodge
Charger preto, que era pilotado por Bill Hickman, um dos melhores dublês para
este tipo de trabalho. Há um relato não confirmado que McQueen capotou três vezes numa das curvas mais difíceis do trajeto, e acabou substituído por dublês nas cenas mais arriscadas, mas boa parte
delas foi feita por ele mesmo.
O realismo das cenas foi conseguido com o uso da nova câmera Arriflex, um equipamento leve que deu ao
diretor de fotografia William Fraker uma tremenda mobilidade e flexibilidade.
As cenas que acompanhavam os carros em disparada eram feitas de um Corvette,
que foi adaptado como Camera-Car.
Além do Mustang e do Dodge, Jacqueline Bisset, a namorada de Bullit dirige
um Porsche 356B Cabriolet.
SINOPSE
Frank Bullit (Steve McQueen) é
tenente da polícia de São Francisco, e junto com mais dois policiais, são
designados por Walter Chalmers(Robert
Vaughn), um político ambicioso, para proteger Johnny Ross (Pat Renella), uma
testemunha que deporá na segunda feira contra sua organização criminosa. Ross é
baleado no sábado, sob custódia dos policiais, e levado ao hospital, ainda
sofre uma segunda tentativa de assassinato, que é frustrada por Bullit.
Perseguindo os assassinos com seu Mustang verde pelas ruas de São Francisco
em alta velocidade, protagoniza uma das melhores sequências de perseguição
automobilística do cinema. Ambos vão para a estrada e o Dodge Charger em que
estão os criminosos acaba explodindo em um posto de gasolina, matando os seus
ocupantes.
A trama se complica quando Ross morre devido aos ferimentos e se descobre
que ele ligou para Dorothy Renick (Brandy
Carroll) em um hotel na cidade vizinha de San Mateo. Os policiais encontram
uma mulher estrangulada no quarto de Dorothy Renick, juntamente com a bagagem,
passaportes, folhetos de viagem sobre Roma, e vários milhares de dólares em
cheques de viagem feitas em nome de Albert e Dorothy Renick.
Chalmers confronta Bullit, querendo sua cabeça por Ross morrer enquanto
estava sob sua custódia, frustrando seus planos de conseguir projeção política
em cima da delação de Ross contra sua antiga organização criminosa.
Descobrem que o Ross baleado e agora morto é na verdade Albert Renick, um
vendedor de carros usados de Chicago. Bullit conclui que Ross usou Chalmers
para que Renick fosse morto em seu lugar, e depois matou a esposa dele para não
deixar rastros.
Ross, com os documentos de Renick, tenta embarcar para Roma, mas o avião é
interceptado na pista, obrigando Ross a fugir pela pista e dentro do terminal
de passageiros numa tensa perseguição de gato-e-rato entre a multidão inocente.
Bullit consegue atirar em Ross, matando-o e deixando Chalmers de mãos
vazias.
EM ESCALA
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Mustang 390 - AutoAt, ERTL e Greenlight |
Há três fabricantes produzindo o Mustang de Frank Bullit na escala 1:18 – a
ERTL, a Greenlight e a AutoArt. Num primeiro exame, o modelo da AutoArt parece
mais exato. Os espelhos retrovisores são redondos como no carro do filme (o da
ERTL e o da Greenlight tem espenhos retangulares), e a parte traseira do
retrovisor interno é preta (AutoArt e Greenlight) como no filme (o da ERTL é
prateado).
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Mustang 390 - AutoArt |
As maçanetas das portas no AutoArt e a fechadura são corretos, ao
passo que no ERTL são ligeiramente diferentes; mas na dianteira, o ERTL
reproduz corretamente a frente do carro, sem o friso cromado em torno dos
faróis (AutoArt e Greenlight tem cromado), e não traz nenhum emblema (ERTL e
Greenlight - característica de um carro de policial nos EUA), ao passo que o da
AutoArt traz a palavra Mustang no capô traseiro.
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Mustang 390 da AutoArt |
Em todos os casos, os modelos abrem as portas, capô dianteiro e
porta-malas, e as rodas dianteiras esterçam. O da AutoArt é mais detalhado, o
compartimento do motor apresenta cabos de velas, mangueiras de água, filtro de
ar e carburação detalhados, com decalques de fábrica; freios a disco
dianteiros, suspensão detalhada e estepe no porta-malas. A grade dianteira em
metal reproduz o padrão do carro do filme, e os frisos que emolduram as janelas
são bem acabados, e trazem até os pinos de travas das portas. Os cintos de
segurança são feitos de tecido e os terminais de travas são feitos de metal, e
o interior é carpetado. Por sua vez, o modelo da Greenlight traz a figura de
McQueen ao volante.
O Dodge Charger R/T na escala 1:18 é feito pela Greenlight e AutoWorld,
ambos com otimo nível de detalhamento, abrem as portas, capô dianteiro e
traseiro. O motor tem cabos de velas e o modelo da Greenlight reproduz o mecanismo
de abertura com molas por baixo do capô dianteiro.
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Charger R/T da Greenlight |
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O Mustang 390 da Greenlight na escala 1:64 |
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O Dodge Charger R/T 440, Greenlight 1:64 |
REFERÊNCIAS