segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Ferrari 250 LM

Ferrari 250 LM
Com o sucesso cada vez maior dos carros de corrida com motor entre eixos na traseira, a Ferrari construiu em 1962 a 250 P, um protótipo para correr no Campeonato Mundial da Carros Esporte. O primeiro carro a levar o motor V12 de 3,0 litros da Testarossa na traseira foi um sucesso: em 1963, venceu as 12 Horas de Sebring, as 24 Horas de Le Mans e os 1000 km de Nurburgring.

Para a temporada de 1964, a Ferrari apresentou no Paris Motor Show a 250 LM, praticamente a 250 P com teto fechado. Outras modificações incluíam tubos de maior diâmetro no chassi, para conseguir mais rigidez, e o motor V12 aumentado para 3,3 litros, mas por motivos de homologação, manteve a designação de 250 LM.




No caso da 250 GTO, a Ferrari conseguiu evitar a exigência da FIA de produzir pelo menos 100 unidades, alegando que a GTO era um 250 GTB SWB remodelado (o que definitivamente, não era verdade).  Para o 250 LM, a FIA rapidamente negou o pedido de homologação, pois julgava que a Ferrari jamais iria produzir os 100 exemplares do LM. Enzo ficou muito frustrado coma negativa da FIA e perdeu o interesse em desenvolver a 250 LM, direcionando os exemplares para equipes privadas em vez da equipe de fábrica; assim, a 250 LM veio a ser a primeira Ferrari com motor traseiro a ser vendida para outras equipes. O temor da FIA mostrou ter fundamento, pois apenas 32 chassis do LM foram construídos.

Assim, a Ferrari 250 LM ficou elegível para correr apenas na classe de Protótipos, contra adversários mais bem preparados, mas não a impediu de conquistar dez vitórias em 35 corridas em que foi inscrita.



A Ferrari 250 LM com o chassi 5893, foi a sexta unidade construída em 1964, e vendida para a NART (North American Racing Team), de Luigi Chinetti, ex-piloto vencedor três vezes em Le Mans, e que se tornou distribuidor da Ferrari nos Estados Unidos. Lá, a Ferrari foi vendida para a Sra. Irene Young, de Wilton, Connecticut; ela e seu marido Walter possuíam outra 250 LM, de chassi 5901. Aparentemente, o casal considerou que ter duas Ferrari do mesmo modelo não fazia sentido, então vendeu a 5893 de volta para Luigi Chinetti, que colocou o carro para correr pela NART.

Para as 24 Horas de Le Mans de 1965, cinco Ferrari 250 LM alinharam, e a Nº 21 da Escuderia NART, pilotada por Masten Gregory, Jochen Rindt e Ed Hugus chegou em primeiro, seguida por outra LM de Nº 26, da equipe privada P. Dumay. Outro fato notável é que a 250 LM foi a primeira Ferrari de uma escuderia privada a chegar à frente dos carros de fábrica.

Ed Hugus, em Le Mans, 1965

Normalmente, dois pilotos se revezavam ao volante em Le Mans, mas quando Gregory, exausto demais para continuar pilotando, encostou no box para trocar com Rindt, ele não foi encontrado, e a escuderia colocou Ed Hugus para pilotar por algumas horas, mas ele estava inscrito em outra Ferrari, que não conseguiu a classificação. Hugus não perdeu a oportunidade, e conseguiu reduzir a distância para o líder a cada volta, mas nunca foi reconhecido porque a NART ficou temerosa de ser desclassificada por colocar um piloto não-designado para correr. Tanto os pilotos, como a NART e a Ferrari se mantiveram em silêncio até os anos 2000 sobre este incidente, mas a história real veio a tona quando uma carta que Hugus havia escrito a Hubert Baradat, um torcedor fanático de Le Mans, relatando os fatos, foi publicada na edição de Outubro de 2020 na revista Motor Sport. Hoje, Ed Hugus é alistado como um dos pilotos vencedores das 24 Horas de Le Mans de 1965.

A Ferrari 250 LM nas 24 Horas de Daytona, em 1968

A competitividade da Ferrari 250 LM pode ser vista quando a NART voltou a inscrever o chassi 5893 nas 24 Horas de Le Mans em 1969, cinco anos depois de fabricada. Correndo com o nº 17, Sam Posey e Teodoro Zeccoli se qualificaram em 24º lugar e chegaram num honroso 8º lugar na classificação geral, um testamento da longevidade da 250 LM. Mais ainda, em Janeiro de 1970, a NART inscreveu o chassi 5893 nas 24 Horas de Daytona, pilotada por Luigi Chinetti Jr., e Greg Young correndo com o icônico nº 21, classificando-se em 44º lugar no grid e conquistando o 7º lugar na geral. Sete anos depois da sua primeira corrida, a 250 LM correu contra adversários muito mais avançados tecnologicamente, equipados com motores maiores e mais potentes, escrevendo seu nome entre os maiores carros de corrida, e se aposentando com todas as honras possíveis de um grande vitorioso.

A Ferrari 250 LM nas 24 Horas de Daytona, em 1970

Esse modelo é representativo porque foi a última vitória da Ferrari nas 24 Horas de Le Mans, até a edição de 2023, quando James Calado, Antonio Giovinazzi e Alessandro Pier Guidi levaram a Ferrari 499P nº 51 ao primeiro lugar, repetindo a dose com Antonio Fuoco, Miguel Molina e Nicklas Nielsen com outra 499P em 2024. Outros dados apontam a 250 LM como um dos seis modelos Ferrari que correu três vezes em Le Mans, e também o único exemplar que competiu em seis corridas de 24 horas, debaixo da gestão de “Il Commendatore” (1947-1988); o primeiro Ferrari de corrida com motor V12 na traseira, o primeiro Ferrari privado a chegar à frente dos carros de fábrica em Le Mans, um verdadeiro guerreiro de resistência com um registro memorável de sucesso.



Depois que se aposentou, em abril de 1970, o chassi 5893 foi vendido para o Indianapolis Motor Speedway Museum, desde então, mantido como uma jóia da coleção, eventualmente exibido em importantes eventos, exposições e concursos de elegância para carros antigos.

O exemplar é muito bem conservado, junto com extensa documentação histórica, estando equipado com o motor e transmissão original com que venceu em Le Mans em 1965. Entre os documentos do carro, estão os comprovantes de pesagem das inscrições em Le Mans, dos anos de 1965, 1968 e 1969.

Da minha coleção




A Ferrari 250 LM da Hot Wheels reproduz o chassi 5893GT, do carro vencedor das 24 Horas de Le Mans de 1965, mas este exemplar é na cor amarela. Ela é da mesma série de lançamento, em 2007, mas a Mattel produziu cinco variações dela (com os mesmos decais) na Série 2007 New Models: a vermelha, na cor oficial do carro que venceu em 1965, duas versões da amarela (um com base cromada e outra com base preta), e duas na cor azul clara com rodas diferentes.




Além destas, esta modelo só teve reedições em duas versões em 2008 e uma em 2009, porque a Mattel não teve mais licença para continuar reproduzindo as miniaturas da Ferrari; inclusive, é o último casting feito por Mark Jones, designer da Mattel.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/Ferrari_250_LM

https://en.wikipedia.org/wiki/1965_24_Hours_of_Le_Mans

ferrari-250-lm-won-1965-24-hours-le-mans-meet-our-concours-field | News | Classic Motorsports

https://rossoautomobili.com/blogs/magazine/ferrari-250-lm-the-last-prancing-horse-to-win-le-mans

https://rmsothebys.com/auctions/pa25/lots/r0008-1964-ferrari-250-lm-by-scaglietti/

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Ferrari Roma

Ferrari Roma, 2019

A Ferrari Roma (Type F169) é um modelo GT, com motor dianteiro e tração traseira, na configuração cupê 2+2. Foi apresentada em 14 de novembro de 2019, durante um evento internacional no Stadium dei Marmi (Estádio de Mármore), em Roma, para ser o modelo de entrada da linha Ferrari.


Ela é baseada na Ferrari Portofino, com o mesmo motor V8 de 90º F154 BH de 3,9 L DOHC Twin-Turbo com 32 válvulas, gerando 612 hp entre 5.750 e 7.500 rpm, com 761 N-m de torque entre 3.000 e 5.750 rpm. O sistema turbo tem intercoolers e carter seco, garantindo a lubrificação do motor mesmo nas curvas mais velozes. O câmbio tem 8 velocidades, com dupla embreagem, como na SF90 Stradale. O bloco e o cabeçote são de alumínio, com injeção direta de combustível.


Seu design é trabalho de Flavio Manzoni, e foi influenciado pela Ferrari 250 GT Lusso e outros modelos 250 GT da casa de Maranello. O longo capô abriga o poderoso motor V8 na dianteira, com faróis em LED e também nas lanternas traseiras, e acima delas, o spoiler ativo se ergue automaticamente, posicionado para pressão média acima de 100 km/h, e pressão mais elevada para velocidades acima de 100 km/h em curvas e em frenagens, com downforce que chega a 95 kg a 250 km/h. Adicionalmente, o piso do carro gera um vórtex de efeito-solo de modo a evitar que a frente do carro se erga em alta velocidade.


Mesmo sendo um modelo de entrada, ele é muito veloz. Os dados de performance indicam velocidade máxima de 320 km/h (199 mph); aceleração de 0-100 km/h (0-62 mph) em 3,4 segundos e 0-200 km/h (0-124 mph) em 9,3 segundos.

Mesmo baseado na plataforma da Portofino, a Roma pesa 1.472 kg, cerca de 200 kg a menos, com aperfeiçoamentos na estrutura para maior rigidez e alívio de peso com uso de materiais mais leves e resistentes.


A Ferrari Roma segue a tradição dos famosos GT da Ferrari, homenageando a cidade de Roma, no seu 150º aniversário da declaração de Roma como capital da Itália Unificada, participando desta celebração em 2020. Desde então, tem sido premiada com o Red Dot, pelo seu belo design: “Ao renunciar a todos os detalhes supérfluos, o design da Ferrari Roma alcança um minimalismo formal que caracteriza a elegância atemporal deste carro esportivo.”

A Auto&Design Magazine também premiou a Ferrari Roma como o melhor design de produção em 2020, com o painel internacional de jornalistas automotivos declarando que “A Roma reinterpreta as linhas clássicas dos Gran Turismo, e se projeta no século 21 com um design sensual, evocativo e de vanguarda!” e o Esquire Car Award de 2021 nomeou a Ferrari Roma como o Best Design Car of the Year. 

Da minha coleção



A TOMICA reproduz a Ferrari Roma na escala 1:62, na cor cereja metálico, com suas belas linhas musculosas. O detalhe dos faróis em LED valoriza a frente da miniatura, apenas sacrificado pelo design das rodas comuns a outros modelos da linha, e o diâmetro dá a impressão de “brinquedo” ao modelo; e também a falta dos espelhos retrovisores.






Referências:

https://tomica.fandom.com/wiki/No._17_Ferrari_Roma

https://en.wikipedia.org/wiki/Ferrari_Roma

https://www.autoevolution.com/ferrari/roma/

https://www.continentalautosports.com/2024-ferrari-roma-engine-options/

domingo, 15 de dezembro de 2024

Plymouth Barracuda Formula S - 1968

Barracuda Formula S 1968, Fastback

A Segunda geração do Plymouth Barracuda (1967-69) foi totalmente redesenhada, mas ainda compartilhava alguns componentes com o Valiant, usando a plataforma A-Body, nas configurações conversível, cupê Notchback e Fastback. O novo design foi trabalho de John E. Herlitz e John Samsen, seguindo o estilo “Coke Bottle”, com a frente e traseira totalmente novas.

A linha do teto do cupê Fastback era mais aerodinâmica, com o final da capota bem inclinada e o vidro traseiro bem menor do que a geração anterior, e com menos cromados no acabamento.


Em 1968, o motor 273 cid foi substituído pelo V8 LA de 318 cid (5,2 L), como o menor disponível; havia o LA de 340 cid (5,6 L) com carburadores quádruplos gerava 275 hp a 5000 rpm e 340 lb-ft de torque a 3200 rpm; e o V8 big-block de 383 cid Super Commando recebeu um novo comando de válvulas, coletor de admissão, e cabeçotes do Road Runner e Super Bee, mas sua potência ficou limitada a 300 hp a 4200 rpm e 400 lb-ft de torque a 2400 rpm, para os carros com a plataforma A-Body. Também neste ano, a Chrysler disponibilizou cerca de 50 unidades do Barracuda Fastback equipados com o V8 de 426 cid (7.0 L) HEMI, para as corridas de dragster. Estes carros foram montados pela Hurst Performance, e tinham vidros das janelas laterais feitos de Chemcor, para lamas dianteiros e capô do motor de fibra de vidro, bancos mais leves, sem sistema de som, e outras itens de conforto, inclusive sem os bancos traseiros. Um adesivo no painel advertia que o carro não podia rodas em vias públicas.

Barracuda Formula S 1968, Conversível

O pacote Formula S disponibilizado para o modelo 1968, incluía uma suspensão de alto desempenho, com barras de torção na dianteira e eixo rígido com molas semi-elípticas de seis lâminas na traseira; amortecedores mais firmes, rodas diferenciadas com pneus E760-14 Red Strikes, novo escapamento duplo mais livre, emblemas nos para lamas dianteiros e novos apliques no capô do motor. O câmbio era o A-833 de quatro velocidades ou o 727 TorqueFlite automático de três velocidades. Foram produzidos 5.196 exemplares com motor 340 cid (2.857 fastbacks, 867 hardtops e 193 conversíveis) e 1.279 exemplares com o motor 383 (963 fastbacks, 252 hardtops e 64 conversíveis)

Da minha coleção

Plymouth Barracuda Formula S, 1968 - Hot Wheels

Serie HW Showroom: Muscle mania, 2013

O Plymouth Barracuda Formula S de 1968 é reproduzido pela Hot Wheels, com design de Phil Riehlman, baseado no carro de sua propriedade, e saiu na Serie HW Showroom: Muscle Mania, em 2013. Desde seu lançamento, só não teve edições nos anos de 2015 e 2019.





Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/%2768_Plymouth_Barracuda_Formula_S

https://en.wikipedia.org/wiki/Plymouth_(automobile)

https://en.wikipedia.org/wiki/Plymouth_Barracuda

https://www.hemmings.com/stories/1968-plymouth-barracuda-formula-s-340-and-383/

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

RAMCHARGERS


A história dos RAMCHARGERS começa por volta de 1958, onde um jovem grupo de engenheiros da Chrysler compartilhava sua paixão pelos Hot Rods, mexendo em seus carros nos fins de semana. Em dado momento, perceberam que se juntassem todo o dinheiro que investiam em seus carros fosse aplicado em um carro só, esse poderia ser muito mais competitivo do que qualquer outro concorrente nas pistas de um quarto de milha. Foi aqui que começou uma espécie de “Clube”.


Colaborando entre si, sempre fora do horário do expediente e buscando resgatar os conceitos dos irmãos John e Horace Dodge e de Walter Chrysler quando fundaram a companhia, começam a aplicar os melhores conceitos de engenharia que tinham à disposição nos carros que preparavam para participar nas corridas do “Clube”.

Logo começaram a usar o nome RAMCHARGERS, e sempre foram um grupo independente, financeira e operacionalmente da Chrysler, no entanto, os trabalhos diários de vários membros da Chrysler acabaram envolvendo o desenvolvimento do seu programa de corridas.

Podemos dividir as várias fases pelas quais o grupo passou como segue:

FASE 1 – 1958-1959

A formação do RAMCHARGERS, um Hot Rod Club sancionado pela NHRA, para seus membros poderem competir oficialmente nas provas da categoria;

FASE 2 - 1959-1961

Plymouth 1949, Ram Rod
1959 NHRA Nationals

Esta fase marca a consolidação dos interesses individuais, para estabelecer um interesse comum ao Ramchargers, e aí um Plymouth 1949 foi comprado, preparado pelo grupo e fez sua primeira aparição no 1959 NHRA Nationals, em Detroit, ainda pintado com um primer azul esverdeado, com o nome de Ram Rod. O carro parecia saído de uma fazenda, feito por caipiras do meio do mato, depois de vários goles do alambique que operavam ilegalmente. Era alto, os escapes eram enormes cornetas que saíam das caixas das rodas dianteiras, e o captador de ar do compressor ficava mais alto do que o teto.

O V8 de 354 cid, com as cornetas laterais



Ninguém esperava muito dele, pelo seu aspecto bizarro, até que ligaram o motor. “Foi muito engraçado quando ligamos o carro pela primeira vez. Todo mundo parece que de repente ficou quieto, e olhou para o nosso lado. Em alguns segundos, tínhamos uma platéia. Ele emitia um som que era só dele...” e ainda “...como um DC-7 sem esteroides – bem profundo e grave. Nada soava como ele. Era alto como os dragsters”, relatam dois participantes da equipe na época.

Pela primeira vez competindo, teve alguns problemas, e chegou apenas às semi-finais, mas o dia não foi perdido: bateu o recorde de velocidade final na categoria, cravando 13,37 segundos a 177 km/h.

Para 1960, no mesmo Detroit Nationals, ele já estava pintado de branco, patrocinado por uma revenda local da Plymouth, e veio com um novo nome gravado  “The High & Mighty” (numa referência a um filme de John Wayne), quebrando diversos recordes nos dois anos em que competiu, nascendo a lenda que se tornou o Ramchargers.

The High & Mighty, 1960

O aspecto um tanto bizarro do carro se devia ao conceito da distribuição de peso para conseguir maior tração nas arrancadas: as longarinas frontais foram levantadas a mais de 13 polegadas (30cm) do solo, e o motor foi montado a 36 polegadas do solo, de modo que nas acelerações, o peso transferido sobre o eixo traseiro proporcionasse mais tração aos ainda estreitos pneus utilizados nas arrancadas. Mais tarde, a NHRA regulamentou a altura, limitando a 24 polegadas no nível do virabrequim.

A suspensão traseira inovadora do The High & Mighty

Outro fator que fazia diferença no The High & Mighty era o entre eixos encurtado em cerca de 30 cm, com o eixo traseiro preso em quatro tirantes longitudinais e molas helicoidais de um velho Buick, as mais macias que puderam encontrar. Isto transferia mais carga para a traseira nas acelerações, e levou dez anos ou mais até que este tipo de suspensão se tornasse comum na categoria.

Dodge Dart 1961 Super Stock

Com o sucesso obtido, foi preparado o segundo carro, um Dodge Dart 1961 Super Stock, com um motor 413 cid e entradas Long-Ram no capô e dois carburadores quádruplos alimentando o V8. A equipe desenvolvia inúmeras inovações para as corridas de arrancada, quebrando recordes e vencendo várias provas, rapidamente se tornando um nome conhecido nas pistas de Dragsters da Super Stock.

FASE 3 – 1962-1967


A equipe se consolidou, e a partir de 1962, correndo com um Dodge Dart de nova geração, mais leve, adquirido da Chrysler para modificar e correr, o motor 413 Maximum Performance já veio com a inscrição “RAMCHARGER 413” nas tampas das válvulas. No ano seguinte, outro Dodge foi acrescentado à equipe e ambos foram pintados com o design que ficou consagrado: Carro todo branco, com sete listras longitudinais no teto, começando do para brisa e terminando no final da tampa do porta-malas; e “RAMCHARGERS” com letras de 16 polegadas de altura nas laterais do carro.

Nos anos seguintes, diversos Dodge foram usados pela equipe, tornando-se populares em qualquer pista do país, e contribuíram para o crescimento de todas as marcas da Chrysler: Dodge, Plymouth, Chrysler, Desoto e Imperial. Antes dos RAMCHARGERS, o comprador médio de um carro da Chrysler tinha 55 anos. Em pouco tempo, embora o design e estilo dos carros permanecesse praticamente inalterado, a idade do comprador médio foi reduzida quase pela metade. E apesar da Chrysler manter sua participação de cerca de 13% no mercado de carros novos, seu percentual no segmento de “carros de alto desempenho” chegava a 38%. Certamente o crescimento dos Muscle-Cars, em evidência a partir de 1964, e a MOPAR (sigla para “Motor Parts”), o departamento da Chrysler que distribuía peças para aumentar o desempenho dos motores normais para os que desejavam colocar os carros na pista; colaborou para a reputação dos Dodge e Plymouth rejuvenescessem, fazendo com os jovens desejarem ser os mais rápidos da cidade com tais modelos.

Nota-se a alteração dos entre eixos, com a
extensão do eixo dianteiro, prefigurando os Funny-Cars

Pode-se creditar aos RAMCHARGERS a quebra da barreira dos 9, 8, 7 e 6 segundos nas pistas da NHRA; criando o embrião para os Funny Cars, e introduziu o 426 Hemi na Top Fuel. Outros motores notáveis podem ser citados, como o Max Wedge, 440 Six Pack/Six Barrel, 340 Small Block e 340 Six Pack/Six Barrel. Outros aperfeiçoamentos que introduziram foram a entrada Cross-Ram, cabeçotes de escapes ajustáveis, cabeçotes de cilindro W-2, alteração da distância entre eixos, e carroçarias mergulhadas em ácido, todas criações dos RAMCHARGERS.

A partir de 1963, onze membros foram os mais ativos para organizar e coordenar os projetos do grupo, e mesmo trabalhando para as equipes internas de corrida da Chrysler, continuavam suas atividades após o expediente para o Ramchargers. Podemos alistar aqui Hartford “Mike” Buckel, que trabalhou como engenheiro de desenvolvimento de dinamômetros do Chrysler Race Program, e relata-se que tem o recorde de potência de todos os tempos, ao extrair 1.400 cavalos de um Hemi 426 com 100% de nitrometano.

Hartford "Mike" Buckel

Tom “Ghost” Coddington, era o encarregado do Laboratório de Sistemas de Combustível da Chrysler, desenvolvendo carburadores de alto desempenho e mais tarde coordenou o desenvolvimento do sistema de injeção de combustível Chrysler/Hillborn em 1965. Credita-se a ele a combinação deste sistema para os carros de transmissão automática, e em 1968 ele se tornou o Coordenador de Corridas de Arrancada, trabalhando com os Hemi Barracuda e Dodge Dart de 1968, e os Challenger e Barracuda de 1970.

Gary Congdon

Gary “Edgue” Congdon, era considerado como a pessoa que mais sabia sobre carburadores Holley do mundo. Além disso, ele cuidava das inscrições da NASCAR, e da homologação dos carros e motores que podiam equipar os modelos que competiam. Passou a ir às corridas para apoiar so pilotos, e conta-se que certa vez, o 426 Hemi se recusava a funcionar corretamente, até que Gary girou os Holley em 90º nos coletores de admissão. Jim Thornton (piloto) lembra: “Foi como se a mágica tivesse acontecido! De repente, o motor realmente começou a funcionar.”

Wayne Erickson, um dos fundadores dos Ramchargers, trabalhou ao lado de Tom Hoover no Laboratório de Sistemas de Combustível, e tinha paixão pelos dragsters. Ele equipou um Dodge 53 com um V8 A311 Indianápolis e dominou a classe C/Gas da NHRA. Mas no US Nationals de 1960, seu carro sofreu um incêndio e o fez perder a vida. Credita-se a ele dar o nome RAMCHARGERS ao grupo.

Tom "Ghost" Coddington e Tom "Chrome" Hoover

Tom “Chrome” Hoover, apaixonado pelo V8 A311 depois que ouviu o ronco deste motor, tornou-se o primeiro Coordenador de Corridas da engenharia da Chrysler. Ele coordenou a criação dos carros Max Wedge, 426 Hemi, 440 Six Pack / 440 6-Barrel, AAR small-block Trans Am, Hemi e small-block Pro Stock cars, juntamente com vários outros projetos. Além de construir motores e assessorar pilotos patrocinados pela Chrysler por todo o país, viajava para correr nos fins de semana, e ganhou o apelido de “Pai do 426 Hemi”, e foi premiado com o cobiçado “Ollie” da revista Car Craft. Atribui-se a Tom Hoover e Dan Mancini a criação do visual “Candy Stripper” (branco com listras vermelhas) que passaram a ser a marca registrada dos RAMCHARGERS.

Dan Knapp, tinha muita habilidade para construir carros, com 22 anos, já havia feito três dragsters, sendo que o #2 Drag News foi classificado como Top Gas Dragster no país. Com dois motores, Dan e Don Westerdale dominaram o meio-oeste americano, derrotando pilotos do calibre de Connie Kalitta. No final de 1962, Dan foi trabalhar na Woodward Garage, fazendo amizades com outros Ramchargers, e acabou envolvido praticamente com todos os protótipos de dragsters, carros de exposição, carros da NASCAR e Muscle-Car da Chrysler dos anos 1960, inclusive o Hurst Hemi Under Glass e o Little Red Wagon. Seu maior feito, sem dúvida, foi o Top Fuel com motor 426 Hemi, que em 1965, seu primeiro ano completo em competição, estabeleceu recordes em 93% das pistas em que disputou, o NHRA Top Fuel National Record e o primeiro de três ET’s baixos do Meet no USA Nationals.

Dan “The Nose” Mancini, oriundo de uma família de pilotos, entrou para a Chrysler como Técnico de Carburação e Dinamômetro. Logo fez amizade com os RAMCHARGERS, colaborando com seu conhecimento na área, tornando-se o expert em carburação, assistindo Tom Hoover a construir os motores da equipe. Com a formação do Chrysler’s Race Group em 1962, Tom Hoover nomeou Mancini para chefiar a famosa Woodward Garage, responsável pela construção de protótipos e testes de corrida da Chrysler.

Dick "Broom" Maxwell

Dick “Broom” Maxwell, não queria nada mais do que trabalhar na Chrysler e projetar motores. Chegando ao Instituto Chrysler, mergulhou na construção do primeiro carro dos RAMCHARGERS, o The High & Mighty C/Altered. Ele se integrou ao grupo e se juntou ao Race Group da Chrysler em 1964. Além de suas habilidades mecânicas, tinha outras responsabilidades, tais como interagir com órgãos sancionadores e negociar regras, selecionar e redigir contratos com pilotos para suporte de fábrica nas 44 zonas de vendas de Plymouth e Dodge, disseminação e implementação de informações técnicas para pilotos e projetos especiais como o streamliner Summers Brothers Goldenrod. Em 1972, em resposta às necessidades dos pilotos por um fornecimento confiável de peças, Dick desenvolveu o programa Direct Connection Parts, que acabaria se tornando o Mopar Performance. Ele ascendeu a diretor geral do Race Group em 1975, onde prosperou até sua aposentadoria em 1998, mas não antes de ser introduzido no Hall da Fama da SEMA. Durante grande parte disso, Dick passou as noites da semana e fins de semana com os RAMCHARGERS.

Jim "BB Eyes" Thornton

Jim “BB Eyes” Thornton, era muito bem-visto pelo coordenador de corridas de arrancada da Chrysler, Tom Hoover, por sua mente aguçada e capacidade de trabalhar com outras pessoas, Jim se tornou um pilar no programa de corridas da Chrysler como coordenador assistente de corridas de arrancada. Como especialista em suspensão, Jim foi catalítico no desenvolvimento do conceito de distância entre eixos alterada. A experimentação começou com os carros da equipe Ramchargers de 63, movendo as rodas cerca de uma polegada, o que eles simplesmente consideravam "variação de produção" e continuou com os agora famosos carros A/FX de 64, "2 por cento". Isso culminou com o AWB "Funny Cars" de 65. As impressões digitais de Jim também estão em outros carros Super Stock de 63-68, como o A990 de 65, às vezes chamado de criação de "folha limpa" de Thornton. "Dyno" Don Nicholson disse sobre ele como piloto: "Ele era muito afiado, tão duro quanto, ou mais difícil de vencer do que qualquer um, mas muitas vezes era ofuscado pelo carro porque era muito conhecido". Ainda assim, ele foi nomeado "Piloto do Ano" da Professional Drag Racing Association em 1965 e estava ao volante dos carros RAMCHARGERS quando eles quebraram as barreiras de 9, 8 e 7 segundos do Drag Racing.

FASE 4 – Após 1967 e avançando nos anos 2000

O grupo dos RAMCHARGERS colocou a Chrysler em pé de igualdade com a Ford e GM nas pistas de arrancada, e apesar de não receberem verbas de patrocínio, tinham recursos como equipamentos, motores, carros, caminhões de apoio e peças da empresa. Os custos das competições, viagens e preparação dos motores e carros eram feitos no tempo livre que tinham, fora do expediente normal da fábrica.

Sabe-se que cerca de 40 diferentes membros participaram do RAMCHARGERS no decorrer dos anos, não trabalhavam no vácuo, mas eram apoiados por outros colegas de trabalho que contribuíam nos seus vários projetos. A listagem destes se parece com uma enciclopédia de Muscle-Cars da Chrysler: O Valiant Hyper Pak de 1960, o Dodge Super Stock Opcional de 1961, o Super Stocks Max Wedge de 1962, 63 e 64, o Hemi Super Stocks e os Experimentais de Fábrica, o Super Stocks A990 de 1965, os carros com entre eixos encurtados, o Dodge Dart de 1966, o Pack Street Hemi Drag de 1967, os Hemi Dart e Barracuda de 1968, o Six Packs 440 de 1969, os Challenger e AAR Barracuda de 1970, o Barracuda de 1970-74, o Plymouth Duster, Dodge Dart e Challenger Pro Stock e o programa Motown/Mopar Missile, são os mais conhecidos.

Dean Nicopolis, com seu Barracuda


Digno de nota é o Plymouth Barracuda HEMI 1970, pilotado por Dean Nicopolis com a tradicional pintura RAMCHARGERS de 1974 a 1986, com um histórico de 37 vitórias e o título da Divisão 3 Super Stock de 1980. Considerado o único carro da história dos RAMCHARGERS que existe hoje, restaurado por Nicopolis e Jack Ottino, e reconhecido pela Chrysler Corporation e licenciado com a marca registrada da equipe.


Os participantes remanescentes dos RAMCHARGERS continuaram a fornecer peças e inovações às novas gerações de pilotos e amadores, que construíam seus próprios carros ou Muscle-Cars, mas o crescimento da Internet com um novo conhecimento e sistema de distribuição reduziram drasticamente os lucros das lojas físicas, tornando difícil competir financeiramente neste novo cenário. Em 2005, os últimos porta-bandeiras participantes da marca Dick Skoglund, Leroy Palarchio e Sam Messina, decidiram que haviam alcançado o final da pista, e encerraram as atividades dos RAMCHARGERS.

FASE 5 – 2005-2009

Com as oficinas e lojas fechadas, esvaziadas e vendidas, o nome e a marca registrada foram adquiridos por David Clabuesch, um juiz e entusiasta de Michigan. O fato triste é que ele não fez nada com a marca, o nome ficou adormecido pelo que parecia uma eternidade deprimente.

Super Stock Challenger de Mike e Lora Wagner

Até que em 2009 Mike e Lora Wagner, entusiásticos admiradores da MOPAR, decidiram construir um Super Stock Challenger, encomendando um Drag Pack 2009. Como esta modalidade vem semiacabada, precisa ser finalizada pelos pilotos, assim Wagner contactou Mike Pustelny, um colega piloto e proprietário da MPR Race Cars, uma loja de chassis em Almont, Michigan, que ao analisar o status de construção do Drag Pack, perguntou a Wagner se estaria interessado em usar o nome RAMCHARGERS com a pintura Candy Stripes no seu carro. Wagner fechou ali o acordo e correu quatro temporadas com seu Challenger Ramchargers Candy Stripes, e conseguiu fechar um acordo para comprar os direitos da marca do Juiz David Clabuesch, que decidiu que era o momento certo para reavivar o icônico nome nas pistas de dragsters.

FASE 6 – 2009-2021

Não há muito dados e informações sobre o que Mike Wagner realizou neste período, mas há alguns registros de que continuou a competir com seu Challenger Top Eliminator na categoria Drag Pack da NRHA, e em diversas ocasiões teve oportunidade de reunir antigos integrantes dos RAMCHARGERS nos eventos em que participou. Também empreendeu esforços para resgatar a marca licenciando brinquedos, especialmente Hot Wheels, Greenlight, Auto World e Acme, que começaram a colocar no mercado carros com o visual consagrado dos RAMCHARGERS.

Nos anos seguintes, Mike começou a formar um novo grupo, com o mesmo espírito dos Ramchargers originais, dedicando o máximo possível de seu tempo livre “depois do trabalho” para incrementar a divulgação da marca.

David Thomas e seu Challenger

Em 2019, David Thomas, que correu durante 17 anos com os Corvette na Drag Pack, buscava novos desafios e se tornou fã dos Viper; e quando a Chrysler disponibilizou os V10 pela MOPAR, logo adquiriu o Challenger com esta configuração. Ele foi até Dave Clabuesch e Mike Wagner, pedir permissão para decorar seu carro com as cores dos RAMCHARGERS, e teve seus autógrafos no carro. Mike Pustelny, da MPR Race Cars, também colaborou na finalização deste Challenger e Thomas bateu alguns recordes com ele.

O motor do Challenger de David thomas é um Viper V10

FASE 7 – 2022-ATUAL

Um dos pilotos que estavam tendo sucesso correndo com os Dodge na Drag Pack era A.J. Berge, piloto e proprietário da HemiTuner Performance, então Mike Wagner propôs a ele decorar seus carros com a tradicional pintura Candy Stripes dos RAMCHARGERS.

Para AJ Berge, é como se o Natal e seu aniversário estivessem reunidos em um só lugar. “Dizer que estou animado é um eufemismo! Eu não poderia estar mais orgulhoso de voar com as cores icônicas dos RAMCHARGERS nesta temporada. Quando criança, meu pai costumava compartilhar comigo as histórias dos antigos MOPAR Super Stockers e dos carros de corrida de fábrica que você podia comprar diretamente na concessionária. Ele me contou sobre a equipe de corrida RAMCHARGERS e como eles dominavam naquela época. O fato de eu fazer parte da dinastia e continuar esse legado é simplesmente incrível”, disse Berge exultante.




Por muitos anos, o nome RAMCHARGERS, quando mencionado, trouxe apenas imagens mentais pouco claras em preto e branco desbotado. É como pensar em algo tão distante no passado, que seu cérebro não consegue mais visualizá-lo em cores. Felizmente, "o certo" finalmente assumiu o controle da marca com um coração profundo e paixão para restaurá-la à sua antiga glória. Para deixar os proprietários e membros originais orgulhosos novamente, com o apoio total e entusiástico de cada membro original dos RAMCHARGERS, a missão dos Wagner e de sua equipe é colocar a marca e o nome de volta no topo. De volta ao círculo dos vencedores. E de volta àquelas imagens mentais brilhantes, vívidas, brancas e vermelhas, aterrorizando o subconsciente de seus competidores! O futuro é muito mais brilhante quando você pode imaginá-lo em cores!


A trajetória dos RAMCHARGERS é tão marcante, que Mike Buckel, um dos membros originais do grupo, escreveu suas memórias, e Dave Rockwell, outro membro original, escreveu e publicou pela SAE Publishing o livro “We Were The RAMCHARGERS” (Nós somos os RAMCHARGERS), contando como o grupo surgiu e o que fizeram durante cerca de vinte anos de trabalho conjunto. O livro reacendeu o interesse do público e muitos do grupo acabaram convidados para palestras e eventos automobilísticos, inspirando até um comercial do Super Bowl.

Tom “Chrome” Hoover, lendário “homem de motor” dos RAMCHARGERS, e peça fundamental no desenvolvimento do 426 Hemi, resume perfeitamente o que foi o grupo, no final do livro:

“Vários fatores nos levaram a conseguir tanta coisa com menos dinheiro que os outros times. Mas o principal é o fato de que a gente adorava aquilo. O pessoal tinha responsabilidade, eram interessados e confiáveis, porque todos adoravam fazer parte daquilo. Cada um podia dar a sua contribuição. Com os RAMCHARGERS, não havia distinção entre trabalho e a missão no clube. São os RAMCHARGERS, não sou eu, ou Mancini, ou qualquer outro... São os caras! Todos têm a camiseta, todo mundo tem a mesma aparência, ninguém se sobressai. É lindo! Éramos mais do que qualquer um de nós sozinho. NÓS ÉRAMOS OS RAMCHARGERS!”

Da minha coleção

’65 Dodge Coronet


Dodge Coronet 1965, RAMCHARGERS - Hot Wheels


O Dodge Coronet 1965 foi lançado em 2009, na Série Dragstrip Demons, com casting de Rob Matthes. A miniatura com a decoração RAMCHARGERS saiu em 2022, na Série Car Culture: Dragstrip Demons (por sinal, uma bela arte na cartela), reproduz um dos carros preparados pela equipe, e tem o entre eixos reduzido, correndo na categoria A/FX (sigla para “Altered/Factory Experimental”), modelos de série que podiam ser alterados especificamente para as corridas de Dragsters, com motores maiores, e entre eixos encurtados ou estendidos. A categoria durou pouco, mas foi um passo decisivo para que surgissem os “Funny-Cars” como o conhecemos hoje: novos chassis tubulares, com entre eixos maiores, motores enormes com compressores, e carroçarias em fibra basculantes (flip-up), mas com o design dos modelos de série.



’68 Dodge Dart

Dodge Dart 1968

Dodge Dart 1968, na cor vermelha, invertida

Este modelo foi lançado em 2004, na Série Auto Affinity: Motor City Muscle, um trabalho de Larry Wood, um dos maiores designer da Mattel. Denominado apenas “Dodge Dart”, quando saiu na Série “2005 Hot Wheels Classic Series” teve o nome alterado para 1970 Dodge Dart, e em 2006 mudou novamente para “1968 Dodge Dart; e finalmente quando saiu na 2006 Holiday Rods, o nome trocou novamente para “’68 Dodge Dart”, e até hoje está com esta denominação. Esta versão dos RAMCHARGERS saiu também na cor vermelha, com os decalques brancos, como habitualmente a Mattel faz para otimizar os custos de licenciamento e estimular os colecionadores a comprar todas as versões que lança.

Larry Wood fez o casting reproduzindo o Dodge Dart do seu colega e engenheiro Tom Sneddon.

’18 Dodge Challenger SRT Demon


Challenger SRT Demon, 2018 - Hot Wheels




Este modelo é baseado no SRT Demon, um Challenger de alto desempenho, com a Chrysler revivendo o nome “Demon”, na verdade, um Dragster para andar nas ruas. O Challenger SRT Hellcat já tinha 717 hp, e a Chrysler sobe mais um degrau com o Demon tirando 808 hp do mesmo motor 6,2 litros comprimido, mas com o detalhe: abastecendo o tanque com a gasolina de 100 octanas, e se tiver o “Demon Pack” de US$ 1, que destrava o limitador de potência, você tem 840 hp no pedal direito! Com diversos itens aliviados em peso em relação ao Hellcat, o Demon marca 9,5 segundos e 140 mph no quarto-de-milha.

O detalhe interessante sobre este casting é que ele tem um motor sob o capô, indicando que talvez fosse um casting Premium com abertura do capô (por exemplo, para vender no site Mattel Creations, ou ser uma mini exclusiva para uma convenção), e depois mudaram de ideia e resolveram lançar o modelo na linha normal.

Dodge Challenger Funny Car


Este casting reproduz um Funny-Car Dodge Challenger de terceira geração, mas foi aplicado para reproduzir dragsters desta categoria que usavam carroçarias do Challenger de primeira geração.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/%2768_Dodge_Dart

https://hotwheels.fandom.com/wiki/%2765_Dodge_Coronet

https://hotwheels.fandom.com/wiki/%2718_Dodge_Challenger_SRT_Demon

https://hotwheels.fandom.com/wiki/Dodge_Challenger_Funny_Car

https://www.motortrend.com/features/mopp-1006-the-original-ramchargers/

https://www.motortrend.com/features/the-original-ramchargers-february-1971-982-696-94-1/

https://www.ramchargers.com/index.php/history

https://www.macsmotorcitygarage.com/this-car-changed-drag-racing-the-ramchargers-high-mighty/

https://www.motortrend.com/features/what-is-mopar/

https://www.dodgegarage.com/news/article/racing/2023/02/the-ramchargers-ride-again.html

https://moparconnectionmagazine.com/gallery-the-ramchargers-are-back-with-hemituner-performance/

https://www.nhra.com/news/2019/david-thomas-honors-ramcharger-legacy-powerful-way

https://detroitmusclecarfilm.com/prod/220806_MoparsonthePond.html

https://www.jalopyjournal.com/forum/threads/super-stock-a-fx-match-race-photos.1101449/page-15#post-12657270