quarta-feira, 28 de junho de 2023

Volvo P1800

 

Volvo P1800E - 1970

O Volvo P1800 vem de um projeto que começou em 1957, quando a Volvo decidiu criar um carro esportivo para competir nos mercados da Europa e Estados Unidos, apesar do modelo P1900 não ter feito sucesso, com apenas 68 unidades vendidas. Helmer Petterson, engenheiro consultor para a Volvo, que desenvolveu o PV444, um modelo duas portas para quatro passageiros, passou o trabalho para seu filho Pelle, que havia se graduado em design nos Estados Unidos e estava trabalhando com Pietro Frua, na Itália. Segundo a intenção da Volvo, buscavam um Estúdio italiano para projetar o carro, pois sabiam que isso poderia alavancar a imagem do modelo, então Helmer contactou Pietro Frua, em Turim, e contou ao seu filho Pelle que “seria uma grande oportunidade” para ele.

Helmer Petterson mal sabia do “imbróglio” em que estava se metendo: no mesmo ano de 1957, a empresa de Frua foi adquirida pela Ghia, também de Turim, e o acordo com a Volvo seguiu adiante. Quando Helmer foi apresentar os esboços para a diretoria da Volvo, e eles foram aprovados, Helmer (talvez como pai orgulhoso) revelou que o projeto era de seu filho Pelle. Isso foi o bastante para despertar a fúria dos dirigentes, porque o novo carro não foi projetdo por um designer italiano, além disso, Helmer envolveu seu filho no projeto sem a aprovação oficial da Volvo.

O conflito foi resolvido quando decidiram que o projeto seria assinado por Frua, e só em 2009 a Volvo reconheceu oficialmente a co-autoria de Pelle Petterson com Pietro Frua no modelo. Frua acabou deixando a Ghia, e Pelle seguiu com ele para a nova empresa, e a Volvo também concordou com a migração, pois queria a autoria de Frua para o novo carro.

P958 X1

A Carrozeria Frua construiu os três primeiros protótipos entre setembro de 1957 e o início de 1958, com as denominações: P958-X1, P958-X2 e P958-X3, onde P era a sigla para “Projeto”, 9 era o mês “9”, Setembro, 58 era o ano 1958 e a letra “X” era para “experimental”. Por razões econômicas, a mecânica  do novo carro deveria utilizar os componentes do modelo Amazon.

P958 X2

Em dezembro de 1957, Helmer dirigiu o X1 até a sede da Karmann, em Osnabrück, Alemanha Ocidental, onde se encontrou com Thor Berthelius, o engenheiro-chefe da Volvo, e os engenheiros da Karmann, para combinar os detalhes da construção do P1800, que poderia chegar ao mercado em dezembro de 1958. Porém, em fevereiro de 1958, o cliente mais importante da Karmann, a Volkswagen, proibiu a Karmann de seguir com o trabalho, pois o P1800 iria competir com o Karmann-Ghia, que ela estava preparando, e ameaçou cancelar todos os seus contratos se prosseguissem. Assim, o P1800 ficou ameaçado de ser extinto, antes mesmo de ser lançado.

Outras empresas da Alemanha, como a NSU, Drautz e Hanomag foram contactadas, mas a Volvo não ficou satisfeita e não acreditava que elas pudessem atender suas normas de qualidade e controle. Helmer Petterson até considerou levantar dinheiro com bancos para comprar componentes da Volvo, e ele mesmo construir e comercializar os carros. Nesse meio tempo, um comunicado à imprensa da Volvo apareceu com uma foto do protótipo, e a empresa teve de reconhecer sua existência, de modo que a Volvo teve de renovar seus esforços para seguir com o projeto.

O carro (P958-X2)  foi apresentado ao público pela primeira vez no Salão do Automóvel de Bruxelas, em janeiro de 1960, e com a criação da European Free Trade Association, os negócios entre a Suécia e Inglaterra ficaram favorecidos por redução de tarifas e taxas de operações conjuntas. A Volvo consultou a Jensen Motors, cujas linhas de produção tinham espaço ocioso, e foi fechado um contrato para produção de 10.000 unidades do P1800. Então, a Pressed Steel Fisher, de Linwood na Escócia, foi subcontratada pela Jensen para montar o monobloco do carro, que seria levado por trem para serem finalizados na planta da Jensen em West Bromwich, Inglaterra. Em setembro de 1960, o primeiro Volvo P1800 deixou a linha de montagem da Jensen, já como modelo 1961.

O motor era o B18 (“B” era a sigla para “Gasolina” em sueco, “Bensin”; “18” era a sigla para a cilindrada de 1800cc), um quatro cilindros em linha, com dois carburadores SU, produzindo 100 hp; acoplado a três opções de cambio: um manual M40 com quatro marchas; um M41 manual com quatro marchas e uma Overdrive e outra Borg-Warner 35 com três marchas automático. A maior velocidade máxima de 193 km/h era conseguida com o cambio manual de quatro marchas, pois os modelos que tinham o câmbio com Overdrive vinham com um diferencial com relação menor, e a Overdrive visava economia, e não desempenho.

Em 1963, depois de produzir 6.000 carros, a produção migrou para a Suécia, pois a Jensen começou a ter problemas com controle de qualidade (construção do monobloco e especialmente problemas de pintura), mas a Pressed Steel continuou a produzir as carroçarias, pois não houve um fornecedor que pudesse fazê-lo na Suécia. Assim, o P1800 passou a se chamar P1800S (“S” de Sverige, Suécia). O motor ganhou mais 8 hp, e em 1966 a potência subiu para 115 hp; e em 1969 o B18 foi substituído pelo B20B de dois litros com 118 hp; mas o modelo continuou sendo denominado P1800S.

Em 1970 diversas alterações foram aplicadas, sendo a mais notável a injeção de combustível no motor B20E (“E” de Einspritzung, injeção de combustível em alemão). Além da injeção BOSCH D-Jetronic, o motor ganhou um comando revisado, produzindo agora 130 hp sem sacrificar o consumo de combustível. A velocidade máxima alcançava 190 km/h e a aceleração de 0-100 km/h se fazia em 9,5 segundos. Adicionalmente, o modelo ganhou freios a disco nas quatro rodas; e em alguns mercados, havia a opção do motor B20F, com um cabeçote de menor taxa de compressão, que favorecia os índices de emissões, especialmente nos Estados Unidos.

Volvo P1800ES

Volvo P1800ES

Buscando aumentar o conforto e proporcionar mais espaço na cabine do P1800E, a Volvo apresentou em 30 de setembro de 1971 um modelo com o teto estendido e janelas traseiras amplas; mantendo o mesmo perfil dos para-lamas abaixo da cintura do carro, o novo design era de uma Shooting Brake, ou “perua” em português, sendo designado P1800ES.

Infelizmente, as novas regras de segurança dos EUA (o maior mercado do P1800), no final de 1974 inviabilizaram a adaptação do modelo para atendê-las; e a Volvo decidiu encerrar a produção, com o últimos P1800ES saindo da linha em 27 de junho de 1973.

O Santo, e o P1800

Simon Templar (Roger Moore) com seu P1800

O Santo era um seriado que foi exibido nos anos 1930, e no seu retorno à TV entre 1962 e 1969, os produtores escolheram o jaguar E-Type como o carro de Simon Templar. Consultada, a Jaguar não pôde disponibilizar o carro no prazo que a produção precisava. Mas Roger Moore, o ator que faria o personagem sugeriu que usasse o Volvo P1800, e quando contactaram a Volvo perguntando quão rápido poderiam entregar o carro, a resposta foi “dentro de uma semana”. Cinco dias depois, o Volvo P1800 branco com as placas 71DXC foi entregue na Associated Television, que produziria o seriado. O carro teve de ser pago, mas receberam também um mock-up do interior do carro, para as filmagens no interior do veículo. Um segundo carro foi comprado um ano depois (placas 77 GYL), e ao término dos episódios, está em exibição no Cars of the Stars Museum, em Keswick, Inglaterra. Poucos anos depois, outros dois P1800S (placas NUV647E e NUV648E) foram adquiridos para substituir os anteriores, e estes também estão hoje em Keswick.

Roger Moore também dirigia um P1800 como seu carro particular, após anos dirigindo o cupê na série inglesa. No seriado, após várias temporadas, o Volvo P1800 foi substituído finalmente por um Jaguar, mas um XJ-S nas filmagens do “Retorno do Santo”. No remake de 1997, estrelado por Val Kilmer, o Volvo retornou às telas como o carro de Simon Templar, mas desta vez era um Volvo C70 coupé.

Volvo P1800 de Irv Gordon

Irv Gordon com seu P1800


Quando tinha 25 anos, Irv Gordon (1940-2018), de East Patchogue, New York, EUA, viu um anúncio do Volvo P1800 na revista Car and Driver, e depois de um test-drive de três horas, comprou o carro em 1966. Como único proprietário do carro, rodou com ele mais de 3,2 milhões de milhas (mais de 5,148 milhões de km) até seu falecimento em 2018, e tem o registro no Guiness Book of Records, como o motorista e o carro particular que mais rodou em serviço não-comercial até hoje. Em 2 de abril de 2002, ele participou do The Tonight Show with jay Leno quando atingiu 2 milhões de milhas. No ano de 2011 participou de reportagens em revistas, entre elas na Hemmings Sport & Exotic Magazine, e em junho de 2013 a Volvo Cars North America lançou uma ação de relações públicas explorando os aspectos de durabilidade e performance da marca, e Irv atingiu a marca de 3 milhões de milhas numa viagem que fez ao Alaska em setembro de 2013.

“Não se trata apenas dos milhões de quilômetros, mas sim das viagens que me levaram a isso e o que experimentei ao chegar lá. Eu simplesmente gostei de dirigir e experimentar a vida através do meu Volvo", disse Irv Gordon na ocasião.

Volvo P1800 Gasser


Lee Johnstone, um mecânico de 71 anos de Somerset, Inglaterra, preparou um Volvo P1800 Gasser de 1969 para correr nas arrancadas de dragsters no Reino Unido, e seu carro foi o primeiro vencedor do Hot Wheels Legends Tour internacional, depois de 25 etapas, nos cinco continentes.

O Gasser, apelidado de “Ain’t No Saint”, estava em exibição no West Side Club de Manhattan, junto com o 2 Jet Z, vencedor de 2018, The Nash, vencedor de 2019 e o Pontiac Firebird 1970 vencedor de 2020, e entrou para a história dos Hot Wheels por se tornar uma miniatura na escala 1:64 que chegará ao mercado em 2023.

O Volvo P1800 Gasser de Johnstone é equipado com um motor V8 Big Block da Chevrolet, com 454 cid e compressor, gerando 600 hp, e fazendo o quarto-de-milha em 10,01 segundos a 133 mph. Ele compete com o carro e suas filhas Ellie, Tori e Sarah também pilotam o Volvo pela equipe JD Racing (Johnstone & Daughters) no Santa Pod Raceway, em Podington, Inglarerra. Eles levaram o Volvo aos Estados Unidos em 2019, na Hot rod Reunion na Califórnia, onde puderam ver como ele corria contra outros Gasser nos EUA.

O Volvo de Johnstone tem na lateral o adesivo “Ain’t No Saint”, uma referência ao seriado em que Simon Templar (Roger Moore) resolve seus casos pilotando um Volvo P1800. Como a Mattel não conseguiu o licenciamento para usar o logo, fez um novo parecido usando as palavras “Hot Wheels” e uma figura semelhante segurando uma taça de vitória.

Da minha coleção





O Volvo P1800 da Hot Wheels saiu na Série HW Dream Garage, em 2023, na linha normal. O casting é bem-feito, e Lee Johnstone é creditado em co-autoria do design, junto com Manson Cheung, da Mattel.

O acabamento é o normal da Mattel para a escala, ele usa as mesmas rodas de outros Gasser, como o Corvette 62.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/Volvo_P1800_Gasser

https://en.wikipedia.org/wiki/Volvo_P1800

https://autoesporte.globo.com/carros/noticia/2019/10/com-quase-5-milhoes-de-quilometros-este-volvo-p1800-e-o-carro-mais-rodado-do-mundo.ghtml

http://www.volvotips.com/index.php/p1800/history-1800/

https://www.uol.com.br/carros/colunas/mora-nos-classicos/2020/09/02/icone-da-volvo-nos-anos-1960-p1800-e-relancado-como-carro-de-corrida.htm

https://www.roadandtrack.com/news/a39693824/hot-wheels-legends-tour-winner-1969-volvo-p1800-gasser/

https://www.autoweek.com/car-life/events/a38255939/1969-volvo-p1800-gasser-next-hot-wheels/

https://www.motortrend.com/features/hot-rod-legends-volvo-p1800-gasser/

terça-feira, 27 de junho de 2023

McLaren Senna

 


O Mclaren Senna é um carro de produção limitada feito pela McLaren Automotive, o terceiro modelo a ser incluído na McLaren Ultimate Series, junto ao F1 e P1, não sendo na verdade sucessor direto de nenhum deles. O McLaren Senna foi apresentado via on-line em 10 de dezembro de 2017, no Geneva Motor Show.

O modelo é uma homenagem da McLaren a Airton Senna, que chegou na McLaren em 1988, como um jovem piloto excepcional, mas ainda não um campeão completo, como se tornou durante sua passagem pela equipe. Aos 28 anos, ele já tinha seis vitórias no seu currículo, mas ele venceu três campeonatos mundiais de Pilotos e trinta e cinco vitórias com a McLaren. Entre 1988 a 1993 a McLaren conquistou quatro campeonatos de Construtores consecutivos, com Senna e Prost. A McLaren tem a licença do nome Senna junto à família e ao Instituto Airton Senna para uso da marca Senna, e nenhuma outra companhia pode utilizar o nome para denominar qualquer outro carro.



Seguindo o espírito de Airton Senna, o carro tem o foco de atingir altas velocidades, para conseguir melhores tempos de volta; um carro de corridas legalizado para andar nas estradas; portanto o design buscou o menor peso e incorporou diversos acessórios aerodinâmicos para conseguir atingir as mais altas velocidades, até a tinta utilizada para pintura foi desenvolvida para dar maior cobertura com menos volume, reduzindo o peso do carro.


Com base no McLaren 720S, o novo chassi monocoque de fibra de carbono denominado MonoCage III, e o motor receberam modificações para aumentar a performance. O motor V8 M840TR de 3.994cc (234,7 cid) vem com dois turbocompressores, gerando 789 hp a 7.250 rpm e 800 N-m de torque a 5.500 rpm, e está acoplado a um câmbio de sete velocidades e dupla embreagem. Diferentemente do P1, o Senna não tem um motor elétrico auxiliar visando manter o peso baixo, de 1.198 kg. Dados divulgados pela McLaren informam que o carro faz de 0-100 km/h em 2,8 segundos, de 0-200 km/h em 6,8 segundos, e de 0-300 km/h em 17,5 segundos; com velocidade máxima de 335 km/h (208 mph).


O enorme spoiler traseiro tem vários ajustes eletrônicos para obter melhor performance conforme a velocidade, gerando até 1.700 libras de downforce; e funciona também como freio aerodinâmico. Há uma tomada de ar no teto, no estilo dos Formula Um, aberturas frontais e laterais com mini aerofólios nos condutos de ar, e amplas tomadas de ar traseiras para refrigerar o motor e os freios traseiros. As portas são diédricas (com aberturas estilo tesoura), e janelas opcionais aplicadas na parte inferior das portas. Até o design dos bancos buscou a redução de peso, com o uso de fibra de carbono, fabricados não com o método tradicional, mas com o que a Mclaren chama de “tecnologia de concha dupla”; e os clientes podem optar por cintos de segurança de competição, com seis pontos de fixação, para o piloto e passageiro.

Os freios são de uma nova geração da Brembo, com discos em carbono-cerâmica, e compostos que tem três vezes e meia melhor condutividade térmica que os da geração anterior, tornando os componentes menores e mais leves. As rodas são de liga especialmente desenhadas para acomodar os largos pneus Pirelli P-Zero Trofeo R, e o sistema de escapamento de titânio com três saídas proporcionam um som mais agressivo, controlando também as emissões. O sistema de suspensão hidráulica com braços duplos utiliza o RaceActive Chassis Control II (RCC II), que contribui para o melhor controle do carro em situações-limite de curvas e aderência. Para a configuração de maior desempenho, a suspensão dianteira reduz a altura em 1,5 polegada, e a traseira em 1,2 polegada, aproveitando todo o potencial do conjunto para melhorar a aerodinâmica e estabilidade do carro.

Da minha coleção

McLaren Senna, da Hot Wheels





O McLaren Senna Hot Wheels é um casting de Ryu Asada, designer da Mattel que faleceu em 2021 de câncer. Alvin Chan é alistado como co-designer, e o McLaren Senna foi lançado na Série HW Exotics (Mainline) em 2019. Já no ano seguinte o casting foi levemente retocado para ter uma melhor definição dos faróis, não alterando nada mais do restante.

O detalhamento é o normal para a escala, o spoiler vem integrado à carroçaria, por questão de economia, e por consequência, tem a mesma cor do carro, mas deveria ser preta. As rodas foram substituídas por outras especiais com pneus de borracha da AC Custon.

McLaren Senna da TOMICA



A McLaren Senna da TOMICA já é muito mais detalhada, em termos de casting, rodas e teto da cabine, assim como o aerofólio é uma peça em separado do corpo do carro. Os faróis são bem mais definidos, justificando o rótulo de "Premium".


McLaren Senna, da Majorette



Já o modelo da Majorette francesa é o único que abre as portas, no estilo "tesoura", e tem um bom detalhamento para a escala de 1:56. Vem na cor laranja, oficial da McLaren, mas o tom não reproduz exatamente o laranja que Bruce McLaren eacolheu para pintar seus carros.

Referências:

https://cars.mclaren.com/en/ultimate-series/mclaren-senna

https://en.wikipedia.org/wiki/McLaren_Senna

quarta-feira, 21 de junho de 2023

1970 Pontiac Firebird


O Pontiac Firebird Trans Am de 1970 é amplamente reconhecido como um dos mais "musculosos" Firebird's jamais construídos. Os modelos da segunda geração são muito apreciados pelos preparadores, e Riley Stair, da RS Motorsport, preparou um deles para o SEMA Show de 2019. Todos os anos, há um modelo que chama a atenção dos frequentadores, e o Pontiac Firebird 70 de Riley fazia as pessoas pararem defronte o carro, congestionando o entorno porque a cada olhada, você notava um detalhe diferente que atraía as multidões.

Riley havia comprado o Firebird em julho de 2016, e mexia nele todos os dias depois do trabalho na Ground Control Suspension, e nos fins de semana por 18 meses, para participar do SEMA Show de 2018.


Com 20 meses de trabalho, no galpão ao lado da casa de seus pais, Riley construiu um Firebird de dois metros de largura e ultra-baixo. Debaixo da carcaça do Pontiac, um chassi tubular com o motor V8 LS de 400 cid Dart LS Next Gen II situado no entre-eixos frontal, recuado 20 polegadas da posição normal, aspirado, sem nitro ou compressor, mas gira a 10000 rpm e chega a 700 hp de potência. As bielas de alumínio são da GRP, com pistões especiais da JE Pistons, com 16,25:1 de taxa de compressão; as válvulas Victory são de titânio e o comando é um Cam Motion. O sistema de injeção Holley EFI com bicos de 220 lb/hr alimentam o motor, que funciona com Methanol, e o câmbio G-Force GF4A tem quatro marchas.


Os escapes fabricados especialmente pela Vibrant Performance com tubos ovais de 4” tiveram de ser direcionados para a frente do motor, saindo pela lateral direita e abaixo da porta do passageiro. As saias laterais dos para-lamas são de chapa de aço moldadas à mão para acomodar as rodas Panasport C8-16x12 polegadas, e a suspensão independente nas quatro rodas são in-board pushrods.

Riley inscreveu o carro no Hot Wheels Legends Tour de 2020, evento que ocorre em diversas cidades dos EUA e inclui capítulos na Europa, América Latina e Asia, recebendo um público de mais de 110 mil pessoas e cerca de 5000 carros inscritos. Devido à COVID-19, o evento foi virtual, com o apoio da revista Road & Track, os carros tiveram as etapas de eliminação virtual e os selecionados tiveram uma avaliação final no programa Jay Lenos’s Garage, que contou com a presença da celebridade automotiva Jarod DeAnda, com os juízes Leno, Snoop Dogg, Gabriel ‘Fluffy’ Iglesias e Brionna Lynch.

O Pontiac Firebird de Riley Stair saiu na linha da Hot Wheels em 2022

O Firebird de Riley é o terceiro modelo a se tornar um Hot Wheels (os outros são o Nashole e o 2JetZ), e a miniatura só apareceu na linha de 2022, confirmando que os projetos de uma nova miniatura Hot Wheels que a Mattel resolve lançar, leva em média dois anos para chegar ao mercado.

Da minha coleção

O Pontiac Firebird de Riley, que saiu em 2022


O modelo que reproduz o carro de Riley saiu em 2022, na HW Dream Garage, na cor branca e com decalques (não muito fiéis ao original) dos patrocinadores dos equipamentos instalados por Riley na customização. Riley Stair é contado como designer do modelo, juntamente com Brendon Vetuskey e Manson Cheung, designers da Mattel. Por limitações da escala, o complexo escapamento 8x1 não é reproduzido no motor visível, e também não consta a saída do escape na parte inferior da porta do passageiro; porém, isso não tira o brilho e o atrativo da miniatura.

O Pontiac Firebird 1970 na cor Metallic Light Blue, saiu em 2023, na Série HW Modified. Assim que pude, troquei as rodas por um jogo da AC Custon, douradas, e fiz algum detalhamento no casting, como faróis, lanternas, para-choque e um par de escapamentos na saia traseira (na verdade eles saem na parte inferior da porta do passageiro). Certamente se o modelo sair em uma série Premium, com um acabamento mais caprichado, será muito mais atraente e cairá no gosto dos colecionadores.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/1970_Pontiac_Firebird

https://leotogashi.blogspot.com/2022/01/pontiac-firebird-trans-ampontiac.html

https://en.wikipedia.org/wiki/Pontiac_Firebird

https://www.autoweek.com/news/industry-news/a34753696/pontiac-hot-wheels-legend-car/

https://creations.mattel.com/pages/hw-legends-tour

Videos:

https://www.bing.com/videos/search?q=Firebird+1970+-+Riley+Stair&docid=603500693904625769&mid=06CD3319267647426DA106CD3319267647426DA1&view=detail&FORM=VIRE


segunda-feira, 19 de junho de 2023

Ferrari 512M


A Ferrari 512S era a designação dos 25 carros-esporte construídos pela Ferrari entre 1969/70, como motor 5 litros de 12 cilindros e corriam no Campeonato Internacional de Marcas de 1970; e logo mais tarde naquele mesmo ano, versões modificadas para combater os Porsche 917 ganharam a sigla 512M (de “Modificata”). Para 1971 a fábrica de Maranello concentrou-se no modelo 312 PB e passou os 512M para correr pelas equipes independentes; e com a mudança no regulamento de 1972, assim como o 917 da Porsche foram banidos do campeonato, e alguns 512 S e M passaram a correr na Can-Am e Intersérie européia.

O motor V12 a 60º da 512M gerava 610 hp a 9000 rpm, DOHC, 48 válvulas; o câmbio manual tinha cinco marchas, embreagem Borg&Beck, freios Girling a disco e um peso entre 815 e 840 kg. Comparado com seu competidor direto, o Porsche 917 refrigerado a ar, o motor Ferrari precisava de um radiador pesado e diversas tubulações para administrar a refrigeração do motor. O chassi tubular reforçado com placas de alumínio era cerca de 100 kg mais pesado do que o do Porsche; porém na pista, o desempenho se equivalia, em curvas ou retas, se enfrentavam igualmente; sua velocidade máxima atingia 310 km/h.

A Ferrari 512M ano 1971 de David Piper

Com a Porsche ganhando a preferência dos pilotos, e para as corridas de endurance, eram necessários dois pilotos por carro, a Ferrari acabou tendo dificuldades para ter pilotos de ponta para pilotar so 512S e M, e como “Il Commendatore” decidiu atuar com a equipe de fábrica SEFAC Ferrari, com Mauro Forghieri na liderança do time, as escuderias particulares que corriam com os Ferrari, como a Filipinetti, NART, Ecurie Francorchamps, Scuderia Picchio Rosso, Gelo Racing Team e Scuderia Montijuich nunca receberam o mesmo suporte que o time de fábrica, o que prejudicava sua competitividade em alcançar resultados significativos.

Ao fim da temporada de 1970, a Ferrari só havia vencido as 12 Horas de Sebring, e na corrida mais esperada do ano, as 24 Horas de Le Mans, a Ferrari sofreu problemas de confiabilidade, apesar de ser tão rápida como os 917. Quatro 512S foram inscritos, mas Vaccarella/Giunti abandonaram com sete voltas; Merzario/Regazzoni abandonaram com 38 voltas e Bell/Peterson na volta seguinte; e depois de cinco horas de corrida, Ickx/Schetty abandonaram com 142 voltas.

Para as corridas seguintes, novas alterações feitas designaram o 512M, que se provou mais rápido do as 512S, com Ickx/Giunti vencendo as 9 horas de Kyalami. Com a mudança de regulamento para o ano de 1971, a Ferrari decidiu abandonar os 512M em favor do novo 312PB, e os carros foram direcionados pelas escuderias independentes para outros campeonatos, como a Can-Am e Intersérie.

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A Ferrari 512M da Hot Wheels é um projeto de Mark Jones, e saiu na linha de 2007, quando a Mattel ainda tinha a licença para reproduzir as Ferrari. O casting é bem-feito, e o grande capô traseiro se abre, mostrando o motor V12 e as largas rodas de corrida. A decoração é genérica, não encontrei fotos de que existiu um carro que correu com o número 4 no curto período em que o modelo participou das corridas. Todas as Ferrari são muito apreciadas pelo carisma e histórico de vitórias da marca de Maranello, mas em 1970/71 a Porsche venceu praticamente tudo, ofuscando um modelo que era muito veloz e competitivo, e a mudança de regras da FIA para impedir o domínio da Porsche acabaram matando também a Ferrari com os seus 4512S e M.



Troquei as rodas padrão dos mainlines da Hot Wheel por outras especiais da AC Custon, que tem pneus de borracha e logotipos nas laterais, valorizando bastante o visual desta linda Ferrari.

Referências:

https://en.wikipedia.org/wiki/Ferrari_512

https://www.ferrari.com/en-EN/auto/512-m

https://hotwheels.fandom.com/wiki/Ferrari_512_M

domingo, 11 de junho de 2023

’70 Ford Escort RS1600

Ford Escort 1972

A primeira geração do Ford Escort foi projetada na Grã-Bretanha como um substituto para o envelhecido Ford Anglia e foi um grande avanço para a empresa nos mercados europeu e da Ásia-Pacífico. Apresentado no final de 1967 como modelo 1968, era um carro pequeno europeu, contrariando a tendência da tração dianteira que surgia em muitos desses carros, o Escort com chassi monobloco, suspensão MacPherson na dianteira e eixo rígido na traseira com molas semi-elípticas; era equipado com o pequeno motor 1,1 litro, baixa taxa de compressão e baixa potência visava mais a economia do que desempenho.

No entanto, seu ponto forte era a simplicidade do conjunto e a robustez do conjunto, aliados à agilidade pelo baixo peso, era apenas questão de tempo para receber um motor que pudesse usar todo o potencial do pequeno Escort.

Escort do 1970 London to Mexico
World Cup Rally 

A versão esportiva vinha com o 1,3 litro (Escort Sport), mas logo foi disponibilizado o 1,5 litro com duplo comando (Twin Cam – Group 2) feito pela Lotus com 8 válvulas no cabeçote para equipar o Lotus Elan da época. Uma vitória significativa foi no 1970 London to Mexico World Cup Rally (a Copa 70 em que o Brasil foi tricampeão), com o finlandês Hannu Mikola e seu co-piloto sueco Gunnar Palm, com um Escort Twin Cam de 1599cc de 85 hp a 5500 rpm e 124 N-m de torque a 4000 rpm. Em novembro de 1970, a Ford lançou uma edição comemorativa deste feito equipados com o motor de 1598 cc Cross-flow e vendeu 10.352 exemplares com reforços na carroçaria para os que desejavam colocar o carro em corridas.

Com as competições de Rally são comuns na Europa, foi um passo para a Cosworth pegar o motor BDA (Belt Drive A Series) de 1,5 litros e levá-lo a 1601 cc, ganhando a sigla RS (Rally Sport), com o bloco do motor “Cross-Flow” e o cabeçote de 16 válvulas da Cosworth. Imediatamente, o pequeno Escort RS começou a ganhar várias corridas de rally, e fez a fama dos ingleses na versão de “muscle-cars” europeus: pequenos carros e motores potentes!

O Ford Escort foi construído ou montado em vários países da Europa, além de Austrália e Nova Zelândia, comercializado também no Japão e África do Sul (CKD) pois nestes países a direção também fica no lado direito do carro.

Fast And Furious 6


Com a franquia de Dom Toretto e sua equipe fazendo sucesso, os produtores precisavam ampliar as marcas de automóveis utilizados nos filmes, e a internacionalização dos roteiros abriu a oportunidade para incluir carros europeus e superesportivos, além dos tunados japoneses e “muscle-cars” americanos.

Para F&F 6, a produção comprou cinco Escort RS 1600 na Grã-Bretanha e os reconstruiu completamente para as filmagens, pintados na clássica or azul com faixas brancas. Os motores de todos eram os 1,6 litro com cambio de cinco marchas manual, foram instalados roll-bars e um par de bancos de corrida. O painel de instrumentos foi substituído com medidores Revotec, e não tinham chave de ignição; só um interruptor ligado à bateria para acionar a bomba de combustível e dar a partida no motor de arranque.

As rodas Compomotive Minilite de 13x7 polegadas eram calçadas com pneus Federal Super Steel 595, e saíam das caixas das rodas, mesmo com os alargadores e spoilers aplicados à carroçaria.


No filme, Tej Parker compra o Escort e outros carros num leilão, e durante a perseguição ao tanque na rodovia, Brian ajuda Roman a escapar do Mustang que está sendo atropelado pelo tanque. Brian salta de uma pista para a outra e consegue que Roman salte no teto do Escort, e freia o carro, com o tanque passando ao seu lado. Neste salto, um dos carros caiu na pista e capotou, ficando com as quatro rodas para cima. Outro caiu sobre as rodas, mas teve sua estrutura comprometida. Outro foi utilizado para a sequência, num salto menor, e seguiu o rastro do tanque para o resgate de Roman.

Da minha coleção

Ford Escort RS 1600 - Hot Wheels 1:55

O Escort RS1600 de Fast & Furious 6 é um Hot Wheels, mas na escala 1:55, um pouco maior do que os Hot Wheels comuns. É de uma série especial que a Mattel fez com poucos carros, de filmes diversos da franquia, e creio que não teve boas vendas, pois não teve sequência nos anos seguintes. O casting é perfeito, reproduz bem o carro utilizado no filme, e as rodas (sempre elas) são bem fiéis ao original.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/%2770_Ford_Escort_RS1600

https://fastandfurious.fandom.com/wiki/Ford_Escort_MK_I#SnippetTab

https://www.edmunds.com/car-reviews/features/fast-furious-6-cars-1970-ford-escort-rs1600.html

https://www.roadandtrack.com/car-culture/entertainment/a34142126/fast-6-crashed-two-real-ford-escort-rs1600s/

Video from Craig Lieberman, technical advisor for F&F 6 – Ford Escort RS1600 ’70.

https://youtu.be/8y49ovREUuI

https://youtu.be/gu3jFPjBNeg

https://en.wikipedia.org/wiki/Ford_Escort_(Europe)