domingo, 30 de junho de 2024

Deco Delivery

Deco Delivery comemorativa do evento brasileiro

Um estilo de Vans para entregas urbanas que se tornaram populares nos Estados Unidos, a Deco Delivery tem um estilo similar à Dairy Delivery, mas Larry Wood fez umas linhas mais no estilo Art Deco, daí o nome com que este casting foi batizado.

Ele elevou a linha da cintura, e arredondou os recortes das portas, e estendeu os para lamas, cobrindo a roda traseira, recurso muito utilizados pelos encarroçadores de carros de luxo dos anos 1930.





O modelo saiu sempre como Premium, diferenciado na decoração, acabamento e rodas especiais com pneus de borracha. No ano do lançamento, em 2009, saiu em edições do 23rd Annual Hot Wheels Collectors Convention; 2nd Annual Summer Smash; Mexico Collectors Event; Japan Convention 2-Car Set (duas versões); Japan Custom Car Show; e em 2010, no 3rd Annual Brazil Collector Convention.

Até 2023, teve 33 versões diferentes, nos últimos anos, saía predominantemente na Série Pop Culture.


Larry Wood é um dos mais famosos designers dos Hot Wheels. Trabalhava na Ford, quando seu amigo Howard Rees, que já trabalhava na Mattel, o convidou a projetar os carros Hot Wheels, e em uma semana, já estava de emprego novo. Desde 1969, Wood criou alguns dos mais conhecidos Hot Wheels, entre eles o Bone Shaker, os carros de Snake e Mongoose, Rodger Dodger, Porsche Carrera, 67 Camaro, Classic Cobra, Lamborghini Countach e muitos outros.


A Deco Delivery da minha coleção é a de 2010, da 3ª Convenção Brasileira, evidenciando que o mercado brasileiro já era um dos mais interessantes para a Mattell.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/Deco_Delivery

https://www.youtube.com/watch?v=T6oFZhYv0wA

https://hotwheels.fandom.com/wiki/Larry_Wood

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Need for Speed - o Filme


Diversos filmes pegaram carona no sucesso dos games de mesmo nome, mas Need for Speed tem um enredo coerente e mostra o personagem de Tobey Marshall (Aaron Paul - que fez Jesse na Série Breaking Bad), um corredor de rua e dono da Marshall Performance Motors, em Mount Kisco, Nova York, onde ele e seus amigos fazem o tuning de automóveis para maior desempenho. Lutando para sobreviver, ele e sua equipe participam de corridas de rua depois do expediente.

Dino Brewster (Dominic Cooper), seu habitual adversário, os recruta para concluir a construção de um raro Shelby Mustang construído por Carrol Shelby, em troca de 25% da receita na venda do carro. Eles conseguem concluir o Mustang e num leilão em Nova York, Tobey e Dino conhecem Julia Maddon (Imogen Poots), uma corretora de automóveis inglesa cujo cliente, Bill Ingram (Steve Ray Dallimore) deseja comprar o carro se puderem provar que ele atinge mais de 370 km/h. Tobey leva o Mustang a uma pista e pilota o carro a mais de 370 km/h, convencendo Ingram a ficar com ele por US$ 2,7 milhões.


Tobey e Dino se desentendem e Dino desafia Tobey e seu amigo Pete (Harrison Gilbertson) a correr com os três Koenigseg Agera R do seu tio, importados ilegalmente para os Estados Unidos. Se Dino vencer, Tobey abre mão de sua parte (75%) na venda do Mustang, mas se Tobey vencer, Dino abre mão dos seus 25%.

Na disputa, Dino atira o seu carro contra o de Pete, que morre quando o Agera explode numa ravina. Dino desaparece, Tobey é preso pelo acidente e morte de Pete, passando dois anos na prisão, pois não consegue provar que Dino foi o autor do acidente.



Saindo da prisão, Tobey busca vingança contra Dino, e consegue que Ingram empreste o Mustang a ele, para participar da The DeLeon, uma corrida através das estradas dos Estados Unidos (inspirada na Gumball 3000). Ingram estabelece que Julia precisa ir junto enquanto Tobey pilota o Mustang, e eles tem 45 horas para alcançar San Francisco saindo de Detroit. Quando Dino fica sabendo que Tobey vai entrar na corrida, oferece seu raro Lamborghini Sesto Elemento a quem conseguir impedir Tobey de chegar ao final, colocando dezenas de motoristas de carro e caminhões atrás de Tobey e Julia. Nas inúmeras cenas de perseguições, muitos carros são destruídos, e a produção teve de preparar várias réplicas usando Kit Cars para preservar bólidos caríssimos.



No final, na Pacific Coast, Dino e Tobey se enfrentam, e Dino tenta fazer com Tobey o mesmo que fez com Pete, mas se dá mal e acaba destruindo seu carro. Tobey tira Dino dos escombros e lhe dá um bom soco, como vingança pela morte de Pete. Ambos acabam presos pela Polícia da California, com Dino eventualmente condenado pela morte de Pete.

Depois de 178 dias, Tobey é liberado, e Julia o espera do lado de fora da prisão em Utah.



No filme, o Shelby Mustang GT500 é de 2013, vinha equipado com um V8 Ford Racing 5,8 litros, supercomprimido, produzindo cerca de 900 hp, e tem um câmbio automático de seis marchas. A carroçaria recebeu body kits que alargavam as bitolas, e rodas de 22 polegadas Forgiato. Os pneus foram substituídos por itens de alto desempenho. De acordo com a revista Street Muscle Magazine, as empresas Steeda e a Technosports Creative LLC colaboraram para construir oito exemplares para as filmagens. O carro foi pintado de prateado, com largas faixas Kona Blue e interior customizado para se alinhar com o perfil do personagem.

Depois das filmagens, dos oito exemplares, apenas dois sobreviveram, o Hero Car, usado para fotos e promoção do filme, e tomadas onde não havia riscos de acidentes; o carro foi vendido num leilão da Barret-Jackson por US$ 300,000; ao colecionador Dave Flynn, empresário com diversos concessionários em Ohio.

Da minha coleção




O Shelby Mustang GT500 é um casting do Mustang que saiu na linha dos Hot Wheels quando o filme Need for Speed saiu nos cinemas em 2014. A decoração repete as faixas do carro do filme, mas em cor preta.


O casting é um trabalho de Bryan Benedict, e o acabamento é Premium, com rodas especiais e pneus de borracha, como todos os Real Riders e a cor é Metalflake Yellow. Teve re-edições em 2015 e 2016, e depois somente em 2019 e 2023 com outras decorações.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/2014_Custom_Mustang

https://www.motorbiscuit.com/shelby-gt500-from-need-for-speed-movie-car-monday/

https://en.wikipedia.org/wiki/Gumball_3000

https://www.imdb.com/title/tt2369135/

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Porsche 904 Carrera GTS

Porsche 904 Cupê, 1964

Depois de abandonar a Formula Um, no final da temporada de 1962, a Porsche passou a focar no segmento dos carros esporte. O primeiro protótipo do Porsche 904 foi testado em agosto de 1963, e em 26 de novembro do mesmo ano, foi apresentado numa pista próxima de Stuttgart. Os chassis 002 e 003 eram protótipos e o 004 era de pré-produção.

Os planos eram participar da temporada de 1964, sucedendo o Porsche 718, usado desde 1957. Para homologação da FIA, na Classe GT, a Porsche precisava produzir no mínimo 100 unidades para o mercado; então, em quatro ou cinco dias, a Porsche produziu 106 unidades (alguns sites informam 108) do 904 ao preço de tabela de US$ 7,245 (FOB Stuttgart), para rodar em estradas. Os pedidos excederam a centena de carros, atendendo a homologação da FIA, mas poderiam ter sido produzidos muito mais exemplares do que os 106 fabricados; e os primeiros exemplares foram entregues em 16 e 17 de janeiro de 1964, com os chassis 012 e 013. O Porsche 904 marcou o início da série que culminou com o poderoso 917; e foi o primeiro cupê fechado com motor entre eixos vendido ao público.


Ferdinand (filho) e "Butzi" Porsche (neto)


Ferdinand Alexander Porsche, em seu estudio
na Austria, com o modelo em escala do 904

Seu design é obra de Ferdinand Alexander “Butzi” Porsche, na época com 28 anos de idade, neto do fundador da marca, que também se chamava Ferdinand Porsche. “Era o meu favorito”, disse ele mais tarde ao historiador da Porsche, Karl Ludvigsen, “porque fiz isso sozinho e não houve essa luta para mudá-lo ou torná-lo mais novo. Foi projetado e acabado”.

O quatro cilindros Type 587/3

Basicamente na configuração Coupe, era equipado com o motor central traseiro do 718, com quatro cilindros Boxer e 1.966 cc, designado internamente com a sigla Type 587/3. Tinha quatro comandos de válvulas no cabeçote, gerando 180 hp, segundo os engenheiros da Porsche, “provavelmente o mais complexo quatro cilindros já feito”. O câmbio tinha cinco marchas com diferencial padrão de 4,428:1, mas outras relações disponíveis eram as 4,605; 4,260; 3,636 e 3,362.

Este motor era um desenvolvimento do Type 547, com 1.100 cc, de 1953, refrigerado a ar, que originalmente equipava o VW, com 38 hp. Mas Ernst Fuhrmann, mais tarde designado Diretor Técnico da Porsche, queria tirar mais do motor, até uns 70 hp/litro; então começou a introduzir modificações, começando com câmaras de combustão hemisféricas, carburadores WEBER duplos 46IDA2 de 46 mm, e comandos duplos no cabeçote, atingiu 112 hp/litro. Ampliando a cilindrada para 1.500 cc, o motor eventualmente produzia 180 hp a 7.200 rpm. Outra modificação incluiu redução das paredes do cilindro, já que o resfriamento do motor a ar era executado principalmente pelas aletas e o grande radiador de óleo. Os testes mostraram que a montagem não era difícil, apesar dos custos mais elevados, a durabilidade era muito boa, a ponto da Porsche aplicar o motor em inúmeros modelos, como o 550 Spyders, 356 Carreras e nos carros de F1 e F2 enquanto correram nestas categorias.

Chassi em escada

O chassi criado pelo Engenheiro Schroder era o primeiro da Porsche em escada, com carroçaria de fibra-de-vidro soldada ao chassi para conseguir mais rigidez. O design era bem fluido e aerodinâmico, com coeficiente de 0,34. Enquanto muitos carros alemães de corrida usassem carroçarias de alumínio sem pintura, desde os Silver Arrows de 1934, a maioria dos 904 eram pintados de prateado, a cor oficial dos carros de corrida alemães, segundo uma convenção entre os organizadores de competições automobilísticas na época. No caso do 904, as carroçarias eram fornecidas pela Heinkel Aircraft Company, e no processo de laminação da fibra de vidro, algumas recebiam mais material do que outras, fazendo com que o peso de cada uma não fosse regular. Em média, o 904 pesava 655 kg, o que favorecia para atingir de 0-60 mph (97 km/h) em 5,5 segundos, usando o diferencial padrão; e atingia a máxima de 160 mph (260 km/h) com o diferencial de 3,362:1.

A suspensão do 904 tinha molas espirais com braços duplos em “A” desiguais na dianteira, o primeiro Porsche a não usar suspensão dianteira com braço articulado e suspensão traseira com eixo oscilante.

Porsche 904, Road Car, 1964

O 904 de rua, tinha a tampa do porta malas no painel traseiro

As medidas eram 90,5 polegadas (2.300mm) de entre eixos; bitolas dianteira e traseira de 51,7 polegadas (1.310mm); altura de 42 polegadas (1.100mm); vão livre do solo com 4,7 polegadas (120mm) com rodas de 15 polegadas. Os freios ATE tinham discos de 10,8 polegadas (275mm) na frente e 11,2 polegadas (285mm) atrás.

904/6

O Porsche 904/6, com o motor Flat-Six do 911

Durante o segundo ano e último de sua produção, seis exemplares do 904 receberam a versão do motor flat-six 2,0 litros do 911, e foram utilizadas exclusivamente pela Porsche nos seus esforços de competição. Os chassis receberam as numerações 906-001, 002, 005, 006, 011 e 012; e exceto pelo 005, que foi destruído durante os testes de desenvolvimento, todos os demais sobreviveram em diversos estados de conservação. Hans Tomala era o engenheiro da Porsche responsável pelo desenvolvimento deste motor, pois o motor do 911 para corridas não estava pronto ainda, e o 904 equipado com este considerável aumento de potência, foi elevado a um novo patamar de performance.

Porsche 904/6

O motor 2,0 litros desenvolvia 200 hp, tinha 1.991 cc, seis cilindros com comando único nos cabeçotes, e carburadores duplos WEBER, câmbio de cinco marchas manual, suspensões independentes na frente e atrás, freios a disco nas quatro rodas. A utilização do modelo foi direcionada para corridas de endurance, apesar do 904 ter sido o último modelo de corridas habilitado para ser pilotado em estradas.

O 904/6 chassis 012, pilotado por Gunther Linge e Umberto Magioli chegou em 3º lugar na Targa Florio de 1965. Inscrito na classe Protótipo (até 2 litros), Peter Nöcker e Günter Klass pilotaram o carro nº 22 nos 1000 km de Nürburgring, na temporada de 1965, terminando num elogiável 6º lugar na geral e 3º em sua classe, um grande feito para um modelo totalmente novo na categoria em sua primeira competição.

Para as 24 Horas de Le Mans, novamente Klass estava ao volante, mas agora com Dieter Glemser, correndo com o número 35. Infelizmente, problemas com as válvulas fizeram o carro abandonar às 7:00 da manhã do domingo. O chassi 012 correu também na Copa dos Alpes com Eugen Böhringer e Rolf Wütherich, mas o carro com o nº 7 abandonou antes do final.

Boxer 8

Porsche 904/8, tinha a traseira mais larga

Três carros foram equipados com um motor flat-eight com 1.962 cc, derivado do carro de F1 804 de 1962, código Type 771, que usava carburadores WEBER de fluo descendente de 42mm. Os Type 771, no entanto, tinham um “hábito perturbador”: seus volantes explodiam! Devido a isso, a preparação foi mais leve, produzindo “apenas” 225 cv.

O 904 Bergspyder, na Targa Florio de 1965

Além destes três carros, a Porsche construiu cinco 904 Spyders, com estes motores, que ficaram conhecidos como Porsche 904 Bergspyder. Estes modelos tiveram redução nos balanços dianteiros e traseiros, ficando mais curtos, e sem a capota, os carros eram muito mais leves do que os 904 cupês. Com a suspensão que não fora ajustada para o peso menor, o Spyder ganhou o apelido de ‘kangaroo’, porque pulava muito com as imperfeições da pista.

Uma característica interessante do modelo eram seus faróis que ficavam deitados, rentes à linha dos para lamas, mas se levantavam quando eram acesos; recurso que apareceu anos depois no modelo 928 de rua.

Da minha coleção



O Porsche 904 Carrera GTS é da Série HW Exotics, e saiu em 2024, reproduzindo o 904/4, chassi 005, pilotado por Antônio Pucci e Colin Davis na Targa Floria de 1964, vencendo com o nº 86. Foi a quinta vitória da Porsche nesta competição, conseguindo os cinco primeiros lugares na Classe GT-2000cc. Os Porsche chegaram em primeiro, segundo, sétimo, decimo-primeiro e décimo-segundo lugares na classificação geral. 
O design do casting é de autoria de Fraser Campbell.





O histórico deste chassi é bem documentado, e participou das seguintes competições desde 1964:

Em 26 de abril, venceu a Targa Florio com Davis e Pucci (nº 86);




Em 17 de maio chegou em 5º nos 500 km de Spa, com Jurgen Barth (nº 41);

O carro recebeu algumas modificações, como maiores aberturas de ar na traseira, para a temporada de 1965.

Em 27 de março, Gunther Klass e Lake Underwood chegaram em 5º nas 12 horas de Sebring (nº 40);

Em 9 de maio, Gerhard Koch e Antonio Pucci chegaram em 5º lugar na Targa Florio;

Em 23 de maio, Gerhard Koch e Bem Pon chegaram em 25º nos 1000 km de Nürburgring;

Herbert Mueller passou a usar o 904/005, no Campeonato Europeu de Subida de Montanha, com os seguintes resultados:

Em 6 de junho, chegou em 4º lugar em Mont Vernoux;

Em 12 de junho, chegou em 2º lugar em Rossfeld;

Em 25 de julho, chegou em 4º lugar, em Cesana Sestriere;

Em 8 de agosto, abandonou em Freiburg Schaunisland;

Então o 904/005 foi enviado aos Estados Unidos no começo de 1966, onde conseguiu os seguintes resultados:

Em 5 de fevereiro, Gerhard Mitter e Joe Buzzetta chegaram em 7º lugar nas 24 Horas de Daytona;

Em 26 de março, Dieter Glemser e Udo Schutz abandonaram nas 12 horas de Sebring;

O carro foi então vendido a um americano, Kent Morgan, de Arcadia, California, em 1970.

Ele vendeu o carro nos anos 1980 para adquirir e restaurar um 906/157.

O carro reapareceu para venda na metade dos anos 1990 através de Dave Miller.

Posteriormente, em 1996, quase 30 anos depois de ter corrido com o carro em Daytona no ano de 1966, Joe Buzzetta, que morava em St. James, Nova York, adquiriu o 904/005. Desde então, Buzzetta adquiriu um 906 com o qual também competiu, mais tarde comprou um 910, um 907 e um 908/02. O Porsche 904/005 fez várias aparições em eventos vintage nos EUA, incluindo as Corridas Históricas de Monterey, em 1998.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/Porsche_904_Carrera_GTS

https://en.wikipedia.org/wiki/Porsche_904

https://web.archive.org/web/20130810102340/http://www.carreragtsclub.com/porsche-904-chassis-number-history-t123.html

https://www.classic.com/m/porsche/904/

https://www.stuttcars.com/porsche-904-the-story/

https://www.stuttcars.com/porsche-9046-carrera-gts/

https://www.stuttcars.com/porsche-904-bergspyder/

https://www.stuttcars.com/porsche-904-the-story/

quarta-feira, 12 de junho de 2024

SNAKE & MONGOOSE – Drag Racing Stars

Snake e Mongoose

Com o desenvolvimento das corridas de Dragsters, os carros passaram a ter cada vez mais potência, e as modificações para conseguir mais desempenho foram surgindo, portanto, a NHRA (National Hot Rod Association) foi ajustando o regulamento para criar novas classes e categorias para estes novos carros.

A categoria dos Funny Cars ficou definida como carros de série, na aparência, porém eram construídos sobre um chassi tubular, com o piloto na parte posterior do motor, e o entre-eixos era alongado para buscar um equilíbrio direcional, com motores de mais de 1000 hp, levavam o público ao delírio nos poucos segundos para cobrir os 402 m de pista.

O Plymouth Barracuda de Don "Snake" Prudhomme

Don Prudhomme

Don Prudhomme começou sua carreira em 1960, quando deixou seu emprego numa oficina de pintura para viajar com Tommy Ivo, já uma estrela nas corridas de arrancada. Insatisfeito com sua função na equipe de Tommy Ivo, comprou um dragster construído por Kent Fuller para Ivo e substituiu o motor Buick por um Chrysler comprimido de 392 cid, preparado por Dave Zeuschel, e com ele venceu o Bakersfield March Meet de 1962.

Na metade dos anos 1960, Don Prudhomme fazia sucesso nas Drag Racing com os Top Fuels e Funny Cars, ganhando seu primeiro título da NHRA em 1965, chegando a conquistar 14 vitórias com os Top Fuel e 35 vitórias com os Funny Cars nos anos seguintes.

No início dos anos 1970, Don corria com o Plymouth Barracuda, e já era chamado de “Snake”, devido à rapidez com que dava as partidas, como a rapidez de uma serpente dando o bote na presa. Nessa época, Tom McEwen começou a surgir como um adversário de peso para Prudhomme, e numa jogada de marketing, assumiu o apelido de “Mongoose”, ou “Mangusto”, o predador das cobras...

Prudhomme venceu os campeonatos da NHRA Funny Car de 1975, 1976, 1977 e 1978, sendo o primeiro piloto a superar os 5 segundos nos 402 metros e atingir mais de 250 mph (402 km/h) no final da reta com um Funny Car.

Tom "Mongoose" McEwen, com seu Plymouth Duster

Tom "Mongoose" McEwen

Tom McEwen, correndo com os Top Fuel, atingia 170 mph em 1965, marca memorável para a época, e em 1967, com Ed Pink e Don Prudhomme, ajudou a desenvolver uma embreagem deslizante, e sua contribuição no desenvolvimento dos pneus junto à Goodyear, ajudaram a aumentar drasticamente a performance durante as próximas temporadas. Ele notou que os pneus de caminhões que utilizavam no eixo traseiro dos dragsters deixavam duas linhas pretas na superfície da pista, marcadas pelas bordas externa e interna da banda de rodagem. Ele deduziu que a área central da banda não estava tendo o contato pleno com o asfalto nas arrancadas, prejudicando a aderência e reduzindo a transmissão da potência nas acelerações.

Don Prudhomme (esq.) e Tom McEwen (Dir.)

Tom McEwen recebeu o apelido de “Mongoose” do seu engenheiro de motores Ed Donovan, quando se firmava como o principal adversário de Don “Snake” Prudhomme; pois se Don era rápido como uma serpente para dar as largadas, Mongoose, ou Mangusto, era o predador por excelência das serpentes. Tom venceu apenas cinco campeonatos da NHRA durante os 45 anos em que competiu nas corridas de dragsters, mas ele é reconhecido como pioneiro em trazer patrocinadores de fora do mundo automotivo, e convenceu a Mattel a estampar o logotipo dos Hot Wheels tanto no seu carro como o de Prudhomme, e ambos formaram a “Wildlife Racing”, promovendo cada vez mais sua rivalidade como espetáculo profissional, tornando suas disputas de maior audiência nas pistas, e explodindo as vendas dos carrinhos da Mattel. 

Os transporters que levavam os carros para pistas de todo o país

Amigos fora das pistas, Prudhomme e McEwen protagonizaram anos de disputa no cenário das corridas de Dragsters, cativando o público a cada vez que se enfrentavam nas pistas de todo o país. Tom era um “promoter” por excelência, e o renome que ambos conseguiram nestes anos marcaram as competições de Dragsters para sempre.


A famosa Lion’s Drag Strip é conhecida como a pista onde todas as grandes estrelas do automobilismo da California começaram suas carreiras de sucesso, então foi nesta pista que Snake e Mongoose promoveram sua “Last Drag Race”, antes de se aposentarem, no ano de 1972. Esta corrida foi vencida por Tom McEwen; e sua outra grande vitória sobre Snake foi na final do NHRA US Nationals de Funny Cars, realizado em Indianápolis no ano de 1978, também vencida por McEwen, com o detalhe que sua vitória ocorreu poucos dias após seu filho ter falecido de leucemia. Nesta competição, ambos se enfrentaram competindo com os Corvette Funny Car, Snake com o amarelo e Mongoose com o cinza prateado.
Mongoose, com o Corvette Funny Car, no NHRA US Nationals

Snake, com o Corvette Funny Car, no MHRA US Nationals


Nas palavras de Don Prudhomme:

“Fãs de todas as idades vêm até mim na pista e falam sobre Snake, Mongoose e Hot Wheels o tempo todo”, disse Prudhomme. “A parceria Hot Wheels realmente ajudou a construir nossa imagem e status e é uma sensação boa reviver memórias tão boas de anos passados.”

“O relacionamento com a Hot Wheels é definitivamente um ponto alto da minha carreira no automobilismo”, acrescentou McEwen. “A parceria com a Hot Wheels não foi apenas um grande negócio para nós, mas também para todo o esporte das corridas de arrancada.”

Snake & Mongoose, the movie


Em 2013, foi lançado nos cinemas americanos o filme Snake & Mongoose, dirigido por Wayne Holloway, com os atores Jesse Williams e Richard Blake como “The Snake” e “The Mongoose”. Em tom de documentário, o filme conta a rivalidade dos dois pilotos, como contribuíram para aumentar a popularidade das corridas de Dragster, e mostra como a parceria com a Mattel ajudou a revolucionar os conceitos de marketing esportivo desde então.

Da minha coleção

O Plymouth Barracuda 1970 de Don "Snake" Proidhomme


O Snake II reproduz o carro de Don Prudhomme e saiu na linha dos Hot Wheels de 1971. É um casting do Plymouth Barracuda de 1970, e o Plymouth Duster de Tom McEwen é um casting de 2012, ambos saíram na Série NHRA Championship Drag Racing, os dois são trabalho de Larry Wood, um dos maiores designers que trabalharam na Mattel, criando modelos Hot Wheels.

O Plymouth Duster de Tom "Mongoose" McEwen


A Mattel patrocinou os carros de Snake e Mongoose em 1973, mas este último apenas o Plymouth Duster 1970 vermelho, pois Tom McEwen usou muitos carros diferentes no período em que competiu nas diversas categorias de Dragsters americana. E este modelo serviu de base para Larry Wood criar a miniatura.

Os casting iniciais, de 1970 até 1973 utilizavam os mesmos moldes (Barracuda 1970) para ambos os carros, porque a Mattel passava por dificuldades e tinham de economizar nos custos de produção, e as miniaturas vinham apenas com decalques que diferenciavam Snake de Mongoose. Em 1994, os casting foram refeitos, e Mongoose ganhou um molde mais fiel ao seu carro original.


Snake e Mongoose, como os Dragsters, levantam a carroçaria para acesso do piloto e mecânica, tem a gaiola de proteção, e a decoração similar entre eles traz os logos Hot Wheels que patrocinavam estes pilotos. As rodas são as RRMag especiais e as traseiras (maiores) trazem o logo Goodyear estampado nas laterais. Estes exemplares foram produzidos na Tailandia, ao passo que os casting anteriores (antes de 1994) eram feitos em Hong Kong e nos EUA.



Em 2018, saíram na Série Team Transport Mix 2, dois sets com o caminhão Retro Rig, com o Plymouth Cuda de Snake e o Plymouth Duster de Mongoose, com uma decoração levemente diferente das que saíram em 2012. O caminhão Retro Rig não é licenciado, ele é usado em outros sets da Série Team Transport, tem apenas as decorações correspondentes de Snake e Mongoose.


Em 2022, a Mattel lançou um pack na Série Car Culture 2-Pack (Mix 4) com os dois modelos de Snake (’72 Plymouth Cuda FC) e Mongoose (Plymouth Duster Funny Car), com os mesmos casting, também com uma decoração levemente diferente das que saíram em 2012. Este pack consegui com um vendedor no Japão, que levou quase 4 meses para chegar aqui, mas veio somar na coleção destes dois carros que faziam a platéia vibrar a cada arrancada que disputavam nos anos 1970.




O Corvette Funny Car reproduz o carro que Mongoose utilizou no NHRA US Nationals, de 1978, contra Snake. É da Série Dragstrip Demons, saiu em 2009 e tem um acabamento caprichado, base de metal, Real Riders, rodas especiais com pneus de borracha, os pneus traseiros tem o logo Goodyear gravados nas laterais, também levanta a carroçaria, tem uma grade de suporte para ficar aberto, como os originais.

Referências:

https://hotwheels.fandom.com/wiki/Snake

https://hotwheels.fandom.com/wiki/Plymouth_Barracuda_Funny_Car_(1994)

https://www.nytimes.com/2009/10/22/automobiles/autospecial2/22HOT.html

https://www.dodgegarage.com/news/article/racing/2023/08/nhra-drag-racing-royalty-don-prudhomme-part-ii.html

https://axleaddict.com/cars/Mongoose-vs-The-Snake--The-Greatest-Rivalry-In-Drag-Racing

https://www.sportscarmarket.com/profile/1972-plymouth-barracuda-snake-ii-funny-car

https://axleaddict.com/cars/Mongoose-vs-The-Snake--The-Greatest-Rivalry-In-Drag-Racing

https://en.wikipedia.org/wiki/Snake_&_Mongoose

https://hotwheels.fandom.com/wiki/Mongoose