MORRIS MINI MINOR / AUSTIN
MINI
Criado
por Alec Issigonis, quando trabalhava para a BMC, era encarregado do projeto de
três novos modelos, sendo um deles um pequeno carro urbano. A crise de Suez no
ano de 1956, provocou um racionamento de combustíveis na Inglaterra, e o
presidente da BMC Sir Leonard Lord ordenou que Issigonis focasse todo o seu
esforço no pequeno XC-9003, nome em código do futuro Mini. Já em 1957, alguns
protótipos estavam rodando e o projeto ganhou o código ADO15 (Amalgamated
Drawing Office Project number 15).
A
BMW estava vendendo muitos Isettas, mas Lord detestava o que ele chamava de
“carros-bolha”, e se dispôs a criar um verdadeiro “minicarro”. Ele especificou
alguns requisitos básicos para o design: ele deveria ser contido numa caixa de
10x4x4 pés (3,0 x 1,2 x 1,2 m) e o espaço para os passageiros deveria ocupar 6
pés (1,8m), e o motor, por razões de custos, deveria ser uma unidade já
existente no grupo.
A
equipe de Issigonis também era pequena: o próprio Issigonis, seu colega Jack
Daniels, que havia trabalhado com ele no projeto do Morris Minor, Chris
Kingham, que trabalhou com ele a Alvis, dois estagiários de engenharia e quatro
desenhistas.
Em
outubro de 1957, este time havia desenhado e construído o protótipo, que
recebeu o apelido carinhoso de “Orange Box”, por razões óbvias do tamanho e a
cor que haviam escolhido para pintar o modelo.
Utilizando
o motor BMC-Serie A de quatro cilindros, refrigerado a água, mas posicionado
transversalmente, com uma caixa de quatro velocidades embutida no próprio cárter
e tração dianteira, a economia de espaço conseguida foi significativa. O
radiador foi deslocado para a esquerda, para manter a montagem da hélice no
lugar, mas com o passo invertido, para soprar o ar em vez de sugar. Isso
economizou no comprimento do carro, mas tinha a desvantagem de soprar o ar (não
tão fresco) que já havia passado pelo compartimento do motor, e expunha o
sistema de ignição à água da chuva que entrava pela grade dianteira.
O
design da suspensão projetada pelo amigo de Issigonis Dr. Alex Moulton usava
cones de borracha compacta ao invés de molas convencionais. O sistema era bem
compacto e assimilava os choques como os amortecedores normais. Combinado com o
posicionamento das rodas bem nas extremidades da carroçaria, dava ao carro um comportamento
igual a um kart.
Rodas
de 10 polegadas estavam no projeto, e Issigonis bateu à porta da Dunlop para
que ela desenvolvesse pneus adequados à esta medida. Mais tarde, ele voltou com
um pedido para rodas de 8 polegadas, mas como o acordo havia sido fechado, a
Dunlop rejeitou a solicitação de Issigonis.
As
janelas eram de correr, e Issigonis pôde criar porta-objetos suficientemente
grandes para caber uma garrafa de gim Gordon’s nas portas ocas. A tampa do
porta-malas era articulada na parte inferior, de modo a aumentar o espaço para
objetos de maior comprimento no bagageiro. A placa de licença foi deslocada
para a parte superior, para que a fiscalização pudesse identificar o carro
quando a tampa inferior estivesse aberta em uso.
Os
modelos de produção tiveram subframes dianteiro e traseiro desenvolvidos para
ancorar as suspensões, e o carburador foi montado atrás do motor, ao invés de
estar na frente, reduzindo a exposição do mesmo às baixas temperaturas,
especialmente no inverno europeu. O motor teve a cilindrada reduzida de 948
para 848 cc, e isto, com o pequeno aumento da largura do carro, acabou
reduzindo a velocidade máxima de 145 para 116 km/h.
O
carro foi comercializado com os nomes de Morris Mini Minor, que o público
chamava de Mini Morris; e Austin Seven, mas que depois (janeiro de 1962) foi
mudado para Austin Mini. Produzido de 1959 a 2000, o carrinho foi considerado
um ícone britânico dos anos 1960. A partir de 1969, a Mini tornou-se uma marca
da Morris, e voltou a chamar-se Austin Mini em 1980; esta mudou para Rover Mini
em 1988, acompanhando a denominação corporativa do Rover Group.
Numa
votação mundial em 1999, o Mini foi considerado o segundo carro mais influente
do século XX, atrás do Ford Modelo T e à frente do Citroen DS e do Volkswagen
Beetle. No entanto, foi considerado o “Carro Europeu do Século” pela Global
Automotive Elections Foundation, entidade que promoveu o evento.
O
Mini foi produzido nas plantas de Longbridge e Cowley na Inglaterra; e em
diversos países, como Austrália, Espanha, Bélgica, Chile, Portugal, África do
sul. Portugal, Itália, Uruguai, Malta, Venezuela e Iugoslávia. Durante seu
ciclo de produção, teve o desenvolvimento das versões Mark I, II e III; além da
perua Clubman e outras variações, como as versões polícia, pick-up, van e o
Mini Moke, um bugue aberto para atividades de lazer.
Os vencedores do Rally de Monte Carlo em 1963 e 1965 |
O vencedor desqualificado em 1966 e o vitorioso em 1967 |
Em
1994, a BMW assumiu o controle do grupo Rover, e devido às perdas do grupo, as
marcas MG e Rover foram vendidas para a Phoenix, um novo consórcio britânico; a
Land Rover foi vendida para a Ford Motor Company. O último exemplar do Mini na
gestão da BMW foi produzido em 4 de outubro de 2000, e entregue ao British
Motor Heritage Trust em dezembro daquele ano. O carro foi tirado da linha de
montagem pela cantora pop Lulu, e hoje descansa ao lado do primeiro Mini (Mark
I) produzido.
Um
total de 5.387.862 exemplares foram produzidos em todas as plantas durante os 41
anos em que ele permaneceu no mercado.
NOVA FASE SOB A MARCA BMW
A
Rover já trabalhava num novo modelo para suceder o Mini original. Um primeiro
estudo/conceito foi apresentado em 1997 no Rally de Monte Carlo. Um coupé duas
portas, com motor traseiro do MG F, denominado ACV30 (acrônimo de Annivesary
Concept Vehicle, sendo o numeral 30 designativo dos 30 anos em que o Mini
ganhou pela primeira vez o famoso Rally).
Poucos
meses depois, a Rover lançou outro conceito, desta vez, dois veículos chamados
Spiritual e Spiritual Too, numa tentativa mais real de criar um Mini moderno.
Esta ação coincidiu com a criação oficial do projeto Mini da BMW. Estes carros
permaneceram apenas como conceitos e não foram adiante.
Em
1998, o projeto do novo Mini decolou, com a definição do design, selecionado a
partir de 15 estudos em tamanho real desenvolvidos pela BMW Gemany (cinco
opções), BMW Designworks da California, EUA (cinco opções), Rover (quatro
opções) e um estúdio externo da Itália (uma opção).
O
design escolhido foi o da BMW Designworks e foi criado por Frank Stephenson.
Ele criou o novo Mini enquanto liderava a equipe que desenvolvia o BMW E50 em
Munique − em paralelo com a Rover na Inglaterra – um City-Car dentro dos planos
da BMW para entrar no mercado dos carros compactos.
“Queríamos
que sua primeira impressão ao caminhar até o carro fosse ‘Só poderia ser um
Mini’ ”, comentou Stephenson.
Apresentado
em 2001, a linha do Novo Mini era composta do Mini One, do Mini Cooper, Mini
Cooper S e o top de linha John Cooper Works (JCW).
O
Mini One, Cooper e Cooper S eram equipados com o motor quatro cilindros em
linha de 1.397 cc, feito pela Tritec brasileira (Uma joint venture da BMW com a
Chrysler no Paraná), enquanto a versão Mini One D usava um motor Toyota a
diesel.
Na versão
One, vinha com 94 hp a 6000 rpm e 100 lb-ft de torque a 4000 rpm; na versão
Cooper, tinha 1598 cc, 120 hp a 6000 rpm e 120 lb-ft de torque a 4.250 rpm.
A
Cooper S tinha um turbo que adicionava 53 hp a mais, chegando a 173 hp a 5.500
rpm e 180 lb-ft de torque entre 1.600 e 5.000 rpm.
Originalmente
um hatch compacto premium, a linha cresceu com o passar dos anos, surgindo em
2005 um conversível; em 2007 surgiu a segunda geração do Hatch/Hardtop,
equipada com o motor Prince, feito em parceria com a PSA Peugeot/Citroen,
construído na planta da BMW em Warwickshire, Reino Unido.
Mini Clubman (2008) e Countryman (2011) |
Em
2008 surgiu a versão Clubman, uma perua esticada em 240 mm no comprimento e em
80 mm no entre eixos. A porta traseira abria em duas partes verticais e havia
uma meia-terceira porta, no lado oposto ao do motorista, para facilitar o
acesso aos bancos traseiros.
Em
2011 surgiu o Mini Countryman, lançado no Geneva Motor Show, o primeiro
crossover SUV da marca e o primeiro com 5 portas lançado na gestão BMW. Havia
opções com tração em duas ou quatro rodas (conhecida como ALL4) e motores
quatro cilindros 1,6 a gasolina ou 2,0 Diesel em diversos níveis de potência. O
interior era mais espaçoso e a altura livre do solo era bem maior do que a
Clubman. Aficcionados por Mini criticaram o modelo, que no entender deles, não
era na realidade um Mini, pelo tamanho e propósito de utilização, estava
fugindo dos princípios delineados por Issigonis.
Mini JCW Coupé e o Paceman |
O
ano de 2012 viu o aparecimento da versão coupé, o primeiro Mini para apenas
duas pessoas, e o mais rápido Mini – na versão John Cooper Works, fazia de 0 a
62 mph (0-100 km/h) em 6,4 segundos, com uma máxima de 149 mph (240 km/h),
potencializada por um quatro cilindros de 1.598 cc turbinado que atingia 208
hp. Logo depois foi apresentada a versão Roadster, na verdade a opção
conversível do Mini Coupé.
Em
2013 foi lançado o Mini Paceman, um Mini Countryman com apenas duas portas e
mesma motorização e acabamentos. Não fez muito sucesso, e sua fabricação foi
interrompida em 2016.
Mini Cooper de terceira geração |
2014
viu a terceira geração do Mini Hatch/Hardtop chegar ao mercado. Mantendo o
mesmo design característico da marca, mas o novo carro é 98 mm mais longo, 44
mm mais largo e 7 mm mais alto, assim como 28 mm a mais no entre eixos e
bitolas maiores 42 mm na dianteira e 34 mm na traseira. O aumento nas medidas
gerais trouxe mais espaço interno e um porta-malas aumentado para 211 litros.
Em dezembro
de 2016, a planta de Oxford, na Inglaterra, comemorou a fabricação do Mini
número três milhões, desde o lançamento da nova geração sob a direção da BMW. O
maior mercado do Mini são os Estados Unidos, seguido pelo Reino Unido e
Alemanha.
MINI REMASTERIZADO
David
Brown Automotive é uma empresa inglesa em Silverstone, pega os Mini originais e
os reformam não só na pintura, com novo tratamento anticorrosivo, mas também
com alguns reforços estruturais para melhorar o desempenho do pequeno carrinho inglês.
Com
o visual preservado, os detalhes são caprichados, como as lanternas traseiras
em LED’s, grade dianteira em alumínio e retrovisores com piscas embutidos. No
interior, novos sistema de áudio, moderno, com tela táctil de 7 polegadas,
compatível com o Apple Car Play e Android Auto, partida do motor por botão, ar
condicionado e bancos de couro, que contrastam com o clássico volante
Mota-Lita. Há seis opções de tons para o couro e sete acabamentos para as rodas
de 12 pol.
O Mini remasterizado pela David Brown Automotive |
O
motor de 1.275 cc é levemente modificado para render 78 cv, com opcionais que
podem chegar até 98 cv. Com os 740 kg de peso, faz bons 11,7 segundos de 0 a
100 km/h.
Um carro especial para quem tem 75 mil libras (315 mil reais) para
desfilar em Londres, não necessariamente precisando de um carrinho compacto,
econômico e barato!
THE ITALIAN JOB – Um golpe de
mestre (2003)
Filme
americano dirigido por F. Gary Gray, com o elenco formado por Mark Walberg,
Charlize Theron, Jason Statham, Edward Norton, Seth Green, Mos Def e Donald
Sutherland. É o remake americano do filme inglês de mesmo nome, porém o plot e
os personagens diferiam um pouco do original.
John
Bridge (Donald Sutherland), arrombador profissional veterano, montou um time
para roubar 35 milhões de dolares em ouro que gângsteres italianos haviam
roubado semanas antes. O bando contava com Charlie Crocker (Mark Walberg),
ladrão profissional; Lyle ou Napster (Seth Green), um nerd de computador; “Handsome”
Rob (Jason Statham) o piloto de fuga; Left Ear (Mos Def), perito em explosivos;
Stella Bridge (Charlize Theron), filha de John e Steve Frezelli (Edward
Norton).
Depois
do roubo bem-sucedido, são traídos por Steve, que mata John e joga a van no
lago gelado na fronteira com a Áustria. Achando que matou a todos, foge para os
Estados Unidos, muda seu sobrenome para Frazelli e vai viver em Los Angeles,
usufruindo a fortuna roubada.
Um
ano depois, Charlie consegue localizar Steve e tenta reunir novamente a equipe
para retomar o ouro. Para retirar o ouro da mansão de Steve, selecionam três
Mini Cooper porque são pequenos o bastante para andar nos corredores da mansão
e transportar rapidamente as barras na fuga. Os carros recebem reforços na
suspensão para suportar o peso do ouro e motores mais fortes para garantir
velocidade em caso de perseguições.
Steve
acaba descobrindo que o bando planeja retomar o ouro e monta uma operação para
retirar o ouro em caminhões blindados e fugir para o México. Ele estava
vendendo as barras de ouro para Yevhen, um receptador Ucraniano que levantou
suspeitas de que sabia de onde viera aquele ouro. Para não correr riscos, ele
mata Yevhen, mas seu primo Mashkov, da máfia ucraniana descobre quem matou Yevhen
e busca vingança.
Charlie
precisa mudar seus planos e com a ajuda de Napster, controla o tráfego de modo
a imobilizar o carro-forte sobre um túnel abandonado do metrô. Eles explodem o
asfalto por baixo e arrobam o carro-forte, carregando os Minis e fugindo pelos
túneis.
Conseguem
colocar os Minis num trem, mas Steve os persegue e confronta Charlie; neste
momento, Mashkov chega e Charlie explica que fez um acordo com ele para ficar
com uma parte do ouro e capturar Steve. Mashkov garante que vai matar Steve,
mas não sem antes tortura-lo bastante.
O
grupo foge no trem, para Nova Orleans, comemorando o sucesso em honra de John.
O final mostra “Handsome” Rob que realiza seu sonho de ter um Aston Martin
Vanquish (mas na verdade, dirige um DB7 Volante), Left Ear compra uma mansão no
sul da Espanha, enquanto Napster consegue ter um aparelho de som capaz de
arrancar a roupa de uma mulher na potência máxima. Charlie e Stella ficam juntos
e vão para Veneza viver seu amor.
The Italian Job - Uma Saída de Mestre (2003) |
Os
Mini Cooper tiveram seus motores substituídos por unidades elétricas, pois não
era permitida a circulação de carros com motor a combustão nos túneis do metro de
Los Angeles. Um dos Mini vermelho, pilotado por Stella (Charlize Theron) tinha
dois volantes e pedais, para um dublê pilotar o carro enquanto a atriz
desempenhava seu papel para a câmera. Este Mini hoje pode ser visto no tour de
visitação da fábrica, em Cowley, Oxford. O Mini branco foi customizado especialmente
para o filme, pois não havia a combinação de carroceria branca, com teto
branco, pintura característica dos Minis de 2001 a 2004. O Mini Cooper vermelho
dirigido por Stella na abertura do filme remete ao original de 1969, mas na
verdade era um modelo dos anos 90, e não um Austin Mini Cooper Mk1 como no
filme original. Ao todo, foram utilizados 32 Minis para todas as filmagens.
Jason
Statham comentou que além de receber treinamento com os dublês para pilotar os
carros, também passou dois dias com Damon Hill, ex-campeão britânico de Formula
Um; no entanto, todos eram unânimes em concordar que Charlize Theron era quem
pilotava melhor na equipe. Ela tomou duas multas por excesso de velocidade
(mais de 40 mph acima do limite) durante as filmagens, pois “não conseguia
dirigir devagar depois das cenas ao voltar para casa”.
O
Mini também aparece em outros filmes, como carro de uso pessoal de Mr. Bean, e
no filme Identidade Bourne.
EM ESCALA
Mini Cooper Sun Roof - Maisto escala 1:18 |
O
modelo da foto é o Mini Cooper Sun Roof de 2007, da Maisto, na escala 1:18. É
uma edição especial, abre as portas, o capô dianteiro e traseiro, o interior com o painel
é bem detalhado, o volante acompanha o movimento das rodas dianteiras, possui
suspensão nas quatro rodas, um item raro, mesmo nas escalas maiores.
Vários
fabricantes de miniaturas tem os Mini, tanto no design original de Issigonis,
como os da nova fase da BMW. Kyosho, Kinsmart, RMZ City, Welly, Maisto,
Motormax, Norev, Hot Wheels, Burago, Cararama, Vitesse, Dinky, Newray,
Minichamps, IXO, Schuco, Tomica, Vanguards, Corgi, Solido, Spark, Ebbro,
Truescale, Edicola, Eligor, entre as mais conhecidas, produzem inúmeras versões
dos Minis de diversos anos e escalas variadas, assim como a pintura de fábrica
e decorações das competições em que o pequeno e valente carrinho participou.
Todos os abaixo são da Mattel, de diversos anos e decorações, em especial o primeiro é uma configuração que separa a carroçaria do chassi, uma edição especial dos Hot Wheels, que depois saiu de linha por segurança para os pequenos.
Outro
segmento é o de kits plásticos para montar, e encontramos diversos modelos da
Revell. Tamiya, Airfix, Hasegawa, normalmente nas escalas 1:24 e 1:25.
REFERÊNCIAS:
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