O Porsche 917 KH, da Gesipa Racing Team |
Sempre que tratamos do Porsche 917, em suas várias versões, associamos a imagem aos carros da GULF em azul e laranja, ou aos da Martini Racing, os brancos com as faixas multicores, e o “Hippie” ou “Psycho Paint”, aquele azul arroxeado e verde que ganhou este apelido da mídia automotiva.
Mas dos 25 Porsche 917 que foram construídos e apresentados
para a FIA homologar, nem todos estavam
em nível operacional, por isso, dez unidades foram entregues para as equipes de
corridas, enquanto as demais 15 voltaram à fábrica para serem finalizadas posteriormente.
Dos dez que já estavam prontos, o chassi 001 foi
basicamente utilizado para fins promocionais e serviu depois para testes de
desenvolvimento durante o ano de 1969.
O chassi 007 era um dos três 917 Langheck (LH ou “cauda
longa”) que correram em Le Mans naquele ano. Dois deles eram carros de “testes”
e o terceiro foi entregue ao piloto privado John Woolfe. O carro foi pilotado
por rolf Stommelen e Kurt Ahrens Jr., estava pintado de branco com o nariz
amarelo, e tinha um motor 4,5 litros que produzia 585 hp. Eles saíram da
pole-position, mas tiveram de abandonar na volta 148 por vazamento de óleo.
Enquanto vários dos outros 917 de 1969 foram submetidos aos Testes de Durabilidade para Longa Distância da Porsche e sucateados, o chassi 007 escapou de tal destino.
No final da temporada, foi reconstruído para o
acabamento Kurzheck (KH ou “cauda curta”) de 1970. 007 foi então vendido para
Hans-Georg Biermann, que dirigia a GESIPA Blindniettechnik GmbH em Frankfurt,
mais conhecida como Gesipa Rivets. O carro foi pintado com as cores da empresa
azul claro e amarelo. Nesta configuração, disputou mais de uma dúzia de
corridas durante 1970, incluindo um trio de eventos do Campeonato Mundial de
Carros Esportivos e toda a campanha da Intersérie Européia.
O campeonato da Intersérie tinha seis corridas, e o
Porsche conseguiu duas vitórias e três segundos, o que permitiu a Jurgen
Neuhaus conquistar o título na primeira participação do 917 na competição.
Jurgens Neuhaus também venceu corridas fora do campeonato em Zolder e
Mainz-Finthen.
O 917 transformado para Spyder |
No entanto, na corrida final de 1970, o chassi 007 foi fortemente danificado nos 1000 quilômetros de Paris, em Montlhery, França. Naquele fim de semana, Neuhas foi acompanhado no carro pelo novo piloto de testes da Porsche, Willi Kauhsen. Kauhsen sofreu um acidente monumental em Virage de la Ferme. O carro foi enviado à Porsche, e foi reconstruído na configuração Spyder do Grupo 7 da FIA, para a temporada de 1971. Neste ano, Michael Weber pilotou o 007, e seu melhor resultado foi um segundo lugar em Hockenheim, terminando o campeonato em terceiro lugar.
Ao final da temporada de 1971, o chassi 007 foi
aposentado das corridas. Em 1974 o carro foi vendido ao industrial e colecionador
alemão Hans-Dieter Blatzheim. Ao realizar um teste com um Porsche 917-10, em
agosto de 1985, Blatzheim sofreu um acidente em que veio a falecer, sendo a
primeira vítima fatal depois da reforma do Circuito de Nurburgring. Sua esposa
Ellen e seus dois filhos passaram a cuidar da empresa e também de sua coleção, através
do Motorsport Memorial.
Da minha coleção
O Porsche 917 KH da Gesipa Racing Team é da Majorette, saiu na Série Racing Cars em 2023, e reproduz o exemplar que correu nos 1000 Quilômetros de Paris, com o nº 3, em 1970. Pilotado por Jurgens Neuhaus e Willy Kauhsen, obtiveram a 12ª colocação. O modelo abre o enorme capô traseiro, mas o detalhamento do flat-12 da Porsche é bem simplificado.
Referências:
https://supercarnostalgia.com/blog/porsche-917-chassis-007
https://majorette-model-cars.fandom.com/wiki/Porsche_917
http://www.motorsportmemorial.org/focus.php?db=ct&n=1408
https://www.racingsportscars.com/race/Montlhery-1970-10-18.html
https://leotogashi.blogspot.com/2017/04/porsche-917-k-um-supercarro-de.html
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